Nesta quarta-feira (9), no Vaticano, o Papa Francisco falou sobre os sete dons do Espírito Santo iniciando um novo ciclo de catequeses. Nos últimos meses, o Santo Padre havia apresentado os sacramentos em seus discursos. Na audiência, cerca de 50 mil pessoas acompanharam com atenção as palavras do Pontífice.
O Catecismo da Igreja Católica considera que os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus, “tornam os fiéis dóceis, na obediência pronta, às inspirações divinas”.
“O Espírito Santo constitui a alma, a seiva vital da Igreja e de cada cristão: é o amor de Deus que faz do nosso coração a sua morada e entra em comunhão conosco. O Espírito Santo está sempre conosco, está sempre em nós, no nosso coração”, disse o Papa ao abrir a reflexão.
O Papa começou a catequese assinalando a sabedoria e recordando que este dom leva o cristão a compreender a realidade da vida sob “os olhos de Deus”. A sabedoria “é a graça de poder ver cada coisa com os olhos de Deus. Às vezes vemos as coisas de acordo com a conveniência ou de acordo com o nosso coração, com amor, com ódio ou inveja. Este não é o olhar de Deus”, disse. Segundo o Pontífice esse dom nasce da “intimidade com Deus”.
Nessa relação de intimidade e comunhão com Deus, o homem e a mulher têm seus corações transfigurados pelo Senhor e, então, tudo “fala de Deus e torna-se sinal da Sua misericórdia e do Seu amor”, frisou o Papa.
“Isso torna sábio o nosso coração, não no sentido de saber tudo ou de ter uma resposta para tudo, mas no sentido de que saboreia o Senhor. O coração do homem sábio neste sentido tem o gosto e o sabor de Deus.”.
O Santo Padre destacou também a importância das comunidades poderem contar com cristãos que agem conforme o Espírito Santo e, nesse sentido, indicou que para viver conforme a sabedoria de Deus é preciso “pedi-la ao Espírito Santo”.
“Devemos pedir ao Senhor que nos dê o Espírito Santo e nos dê o dom da sabedoria, daquela sabedoria de Deus que nos ensina a olhar com os olhos de Deus, a ouvir com o coração de Deus, a falar com as palavras de Deus. E assim, com esta sabedoria, vamos adiante, construímos a família, construímos a Igreja e todos nos santificamos”.
Ao final, o Papa recordou ainda a morte do padre jesuíta Frans van der Lugt, em Homs (Síria) na última segunda-feira, e condenou a ação violenta:
“O seu brutal assassinato me encheu de profunda dor e me fez pensar mais uma vez nas tantas pessoas que sofrem e morrem neste martirizado País, há muito tempo refém de um conflito sangrento, que continua a provocar morte e destruição. Penso também nas inúmeras pessoas sequestradas, cristãos e muçulmanos, sírios e de outros países, entre as quais há bispos e sacerdotes. Peçamos ao Senhor que possam em breve voltar para seus caros e para suas famílias e comunidades”.
E terminou com um apelo:
“Calem as armas, chega de violência! Guerra nunca mais! Chega de destruição!”.
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