sexta-feira, 29 de julho de 2016

Catequese: Nossa Senhora foi assunta aos céus?

Grandioso é o mistério da Virgem Maria! Como compreender sua assunção aos céus?

A Santa Igreja ensina que a Virgem Maria, “preservada imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi assunta de corpo e alma à glória celeste. E para que mais plenamente estivesse conforme seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como Rainha do Universo”. O dogma da Assunção significa que a Santíssima Virgem foi assumida por Deus no Reino dos Céus, que ela foi glorificada de corpo e alma na Jerusalém celeste. Depois de sua vida terrena, a Mãe do Senhor encontra-se antecipadamente no estado escatológico dos justos na ressurreição final. Nesse sentido, a crença no dogma da Assunção enche de esperança o nosso coração, pois une a dimensão antropológica, o sentido da nossa existência terrena, o destino escatológico com o fim último da nossa humanidade redimida pela cruz de Cristo.

A respeito dos fundamentos bíblicos do dogma da Assunção de Maria não há uma unanimidade. Alguns autores colocam como fundamento bíblico final da doutrina da Assunção a descrição do livro do Apocalipse: “Então, apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas”. Outro recorrem ao livro do Gênesis como fundamento: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e a dela. Esta te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”.

Tendo em vista as dificuldades de interpretação que estes fundamentos bíblicos trazem em si, o Papa Pio XII procedeu com um método misto, não meramente bíblico. O Pontífice considerou, de modo especial, a Doutrina dos Santos Padres, que, desde o século II, afirmam uma especial união de Maria, a Nova Eva, com Cristo, o Novo Adão, na luta contra o diabo. Esta luta contra o demônio há de terminar com a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, na qual há uma participação da Virgem Maria, por sua associação na obra de seu Filho. Esta “especial participação de Maria na vitória de Cristo não poderia considerar-se completa sem a glorificação corporal de Maria”.

Como seu Filho Jesus Cristo, a Virgem Maria partiu deste mundo voltando “para a casa do Pai”. Tudo isso não está distante de nós, embora possa parecer, porque todos nós somos filhos de Deus, todos nós somos irmãos e irmãs de Jesus e todos nós somos também filhos e filhas de Maria, nossa Mãe. Todos nós desejamos a felicidade, e a felicidade para a qual todos nós tendemos é Deus. Todos nós estamos a caminho da felicidade, que chamamos céu, o qual, na realidade, é a vida com Deus

Que Nossa Senhora nos ajude, nos dê coragem para fazer com que cada momento da nossa existência seja um passo neste êxodo, nessa saída em busca da felicidade, nesse caminho rumo a Deus. A Virgem Maria nos ajude também a tornar presente a realidade do céu, a grandeza do Senhor na vida do nosso mundo.

No fundo, essa realidade faz parte do nosso dinamismo pascal, de cada um de nós que deseja tornar-se celeste, totalmente feliz, em virtude da Ressurreição de Cristo. Este é o início e a antecipação de um movimento que diz respeito a cada ser humano e ao mundo inteiro. Nossa Senhora, “aquela de quem Deus tinha tomado a carne e cujo coração fora trespassado por uma espada no Calvário, encontrava-se associada, por primeiro e de modo singular, ao mistério dessa transformação para a qual todos nós tendemos, muitas vezes, também nós trespassados pela espada do sofrimento neste mundo”.

A Virgem Maria, a nova Eva, seguiu Jesus Cristo, o novo Adão, no sofrimento, na Paixão, e, desse modo, também na alegria definitiva. Cristo é a primícia da obra da salvação, mas a sua carne ressuscitada é inseparável da carne da sua Mãe terrena, a Virgem de Nazaré. Em Nossa Senhora, toda a humanidade está envolvida na Assunção a Deus, e com ela toda a criação, cujos gemidos e sofrimentos são, como diz São Paulo, as dores do parto da nova humanidade. Dessa forma, nascem os novos céus e a nova terra, onde já não haverá mais pranto nem lamentações, porque não haverá mais morte.

Como é grandioso o mistério de amor que se repropõe à nossa contemplação na Assunção da Virgem Maria! Seu Filho Jesus Cristo venceu a morte com a onipotência do seu amor, pois só este é onipotente. Este amor levou o Senhor a morrer por nós e, dessa forma, vencer a morte. Somente “o amor faz entrar no reino da vida! E Maria entrou após o Filho, associada à sua glória, depois que foi associada à sua paixão”. Nossa Senhora entrou no céu com um desejo incontrolável e deixou o caminho aberto para todos nós. Por isso, no dia da Assunção, a invocamos como “Porta do céu”, “Rainha dos anjos” e “Refúgio dos pecadores”. Diante desse grande mistério do amor de Deus, “não são os raciocínios que nos fazem compreender essas realidades tão sublimes, mas sim a fé simples, pura, e o silêncio da oração que nos põe em contacto com o Mistério que nos ultrapassa infinitamente”.

Peçamos a Santíssima Virgem Maria que nos conceda hoje o dom da sua fé, que nos faz viver já nesta dimensão entre o finito e o infinito. Roguemos a Nossa Senhora a fé que transforma também o sentimento do tempo e do transcorrer da nossa existência. Supliquemos a ela aquela fé na qual sentimos intimamente que a nossa vida não se encontra encerrada no passado, mas está orientada para o futuro, para Deus, onde Jesus Cristo e, depois d’Ele, a Virgem Maria nos precederam. “Contemplando Nossa Senhora da Assunção no Céu, compreendemos melhor que a nossa vida de todos os dias não obstante seja marcada por provações e dificuldades, corre como um rio rumo ao oceano divino para a plenitude da alegria e da paz. Entendemos que o nosso morrer não é o fim, mas o ingresso na vida que não conhece a morte. O nosso crepúsculo no horizonte deste mundo é um ressurgir na aurora do mundo novo, do dia eterno”. Conscientes dessas realidades, rezemos com confiança a Virgem Maria, Mãe da Igreja, pedindo que, enquanto ela nos acompanha nas dificuldades do nosso viver e morrer diários, ela nos conserve constantemente orientados para a verdadeira pátria da bem-aventurança, como ela fez durante toda a sua existência terrena. 

Nossa Senhora da Assunção, rogai por nós!

Natalino Ueda 
Canção Nova

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Papa: o mundo está em guerra, mas não de religiões

Em conversa com jornalistas no voo para a Polônia, Papa disse que a guerra no mundo é por dinheiro, não por religião


O Papa Francisco disse nesta quarta-feira (27) que o mundo vive uma “guerra”, mas não é uma guerra de religiões, e sim pelo poder. A afirmação foi durante conversa com jornalistas no voo que o levou para Cracóvia, Polônia, onde participará da Jornada Mundial da Juventude.

Francisco recordou o sacerdote francês assassinado nesta terça-feira (26) durante a celebração da Missa, ataque reivindicado pelo autoproclamado Estado Islâmico. “Alguém poderá pensar que estou falando de uma guerra de religiões. Não: todas as religiões querem a paz. A guerra querem-na os outros, entendido?”, disse.

Comentando o assassinato do padre Jacques Hamel na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, próximo de Rouen, norte de França, que acabou também na morte dos dois terroristas, o Pontífice agradeceu as condolências recebidas neste momento, em particular as do presidente de França, François Hollande.

“Repete-se muito a palavra segurança, mas a verdadeira é guerra. O mundo está em guerra, guerra aos bocados”, alertou Francisco, reforçando a ideia de que se assiste a um terceiro conflito global, depois das Guerras Mundiais do século XX.

Em relação a estes conflitos, o Papa entende que a guerra não é tão “orgânica”, mas é “organizada”. “É guerra. Este santo sacerdote (Jacques Hamel) foi morto precisamente no momento em que oferecia a oração pela paz, é um dos muitos cristãos, tantos inocentes, tantas crianças”, advertiu, numa denúncia das perseguições religiosas no mundo.

Francisco deu como exemplo a situação na Nigéria, refutando a ideia de que é preciso desvalorizar situações como esta no continente africano. “Não podemos ter medo de dizer esta verdade: o mundo está em guerra porque perdeu a paz”, insistiu.

Após saudar um a um os 70 jornalistas de 15 países, o Papa voltou a pegar no microfone para sublinhar que estava falando de “uma guerra a sério, não de guerra de religiões”. “Falo de guerra de interesses,­ pelo domínio das populações”, precisou.

A viagem do Papa
Francisco deixou Roma por volta de 9h (horário em Brasília) e desembarcou em Cracóvia menos de duas horas depois. No aeroporto, foi recebido pelo presidente da Polónia, Andrzej Duda, e pelo arcebispo da diocese, Cardeal Stanislaw Dziwisz.

Durante a visita de cinco dias, Francisco vai participar nas cerimônias da JMJ, visitar o santuário mariano de Czestochowa e prestar homenagem às vítimas dos campos de extermínio nazista em Auschwitz-Birkenau.

Esta é a 15ª viagem internacional do atual pontificado e a primeira do Papa à Polônia, em toda a sua vida.


Canção Nova - Agência Ecclesia

Cerca de sete mil brasileiros participam da Jornada Mundial da Juventude

Evento ocorre em Cracóvia, Polônia, e terá a presença do papa Francisco

Com o tema “Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia”, o maior evento da juventude católica começou nesta terça-feira. De 25 de julho a 1º de agosto, jovens do mundo inteiro se reúnem em Cracóvia, na Polônia, para a 31º edição da Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Esta é a segunda vez que a Polônia receberá o evento. O papa Francisco chegou ao país na manhã desta quarta-feira.

Para o bispo de Caxias (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, dom Vilsom Basso, a expectativa com a Jornada Mundial da Juventude é muito grande. “Queremos de verdade que essa jornada coloque no coração da juventude esse ardor, esse amor missionário, lembrando a frase do nosso querido papa Francisco: ‘Ide sem medo para servir uma Igreja jovem, uma Igreja missionária, uma Igreja comprometida com uma vida melhor para toda nossa juventude’”, enfatiza dom Vilsom.

Dos 600 mil jovens inscritos na Jornada Mundial da Juventude, aproximadamente sete mil são brasileiros. O Brasil também é representado por 28 bispos. Cerca de 150 voluntários brasileiros estão participando da organização da JMJ, que acontece no Ano Santo da Misericórdia - proclamado pelo papa Francisco - tornando-se um verdadeiro e próprio Jubileu dos Jovens em âmbito mundial. “O papa quer angariar, quer unir-se a essa multidão de jovens do mundo todo que estarão lá e querem espalhar esse sentimento de misericórdia por um mundo melhor, uma Igreja solidária, uma Igreja misericordiosa, uma Igreja de portas abertas”, afirma dom Vilsom.

Não é a primeira vez que uma jornada coincide com um Ano Jubilar. De 1983 a 1984, São João Paulo II convocou,pela primeira vez os jovens do mundo todo para o Domingo de Ramos. Depois, durante o Grande Jubileu dos anos 2000, mais de dois milhões de jovens, provenientes de cerca de 165 países, reuniram-se em Roma para a XV Jornada Mundial da Juventude. Por esta ocasião, este ano, a JMJ 2016 celebrará a vida e missão daquele que instituiu as jornadas pelo mundo. São João Paulo II será homenageado na missa de abertura do evento, na terça, 26.

A programação da JMJ, que durará uma semana, contará com missa de abertura, cerimônia de boas-vindas, via-sacra, vigília e missa final. Desses atos principais,o papa Francisco irá participar de todos. Além disso, os jovens também poderão participar de catequeses coordenadas por brasileiros e por bispos do Brasil. Por aqui, inclusive, dioceses e arquidioceses promovem encontros, com o objetivo de oferecer aos jovens que não puderam ir à Cracóvia a mesma experiência de partilha.

“Peço a Santa Faustina, com a sua pregação na misericórdia e São João Paulo II, aquele que passou essa paixão, esse amor, esse acreditar na juventude, que abençoe essa Jornada Mundial e que faça com que haja muitos frutos no coração da Igreja com a participação da juventude. Que Deus de fato abençoe a juventude do mundo, em especial, a juventude de nosso país”, finaliza dom Vilson Basso.

CNBB

terça-feira, 26 de julho de 2016

“Devemos manifestar nosso repúdio e indignação”, afirma dom Roberto sobre PEC 241

Bispo responsável pela Pastoral da Saúde alerta para os riscos de desmonte do SUS


O bispo da Diocese de Campos e responsável pela Pastoral da Saúde, dom Roberto Francisco Ferrería Paz, escreveu um artigo sobre a Proposta de Emenda à Constituição 241/2016. O texto de dom Paz, intitulado “Uma PEC devastadora e brutal, a 241”, foi publicado no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e está estruturado em perguntas e respostas. No último trecho, quando propõe o questionamento sobre o que fazer para impedir a PEC 241 e os seus "desdobramentos perversos" na seguridade social e na saúde, dom Paz afirma que é preciso manifestar "repúdio e indignação, pensando como sempre nos mais pobres que serão as vítimas principais desta política antipopular contra a vida”.

“Na prática, assistiremos ao desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS) e a privatização do sistema de saúde, onde todo esforço para melhorar as condições de saúde das famílias brasileiras ficará à deriva, prejudicando os recentes avanços obtidos no combate à desigualdade e acesso universal à saúde coletiva”, denuncia o bispo.

A PEC, enviada pelo governo interino ao Congresso Nacional, altera o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para instituir um “Novo Regime Fiscal”. O projeto visa fixar um limite para as despesas primárias do Governo por um período de 20 anos. Dom Paz explica que o texto “focaliza a transferência de recursos públicos das áreas sociais para o pagamento de juros e para a redução da dívida pública”.

Na proposta do Executivo, a alteração da regra de fixação do gasto mínimo em algumas áreas, como saúde e educação, é considerada um desafio a se enfrentar. “É preciso alterar esse sistema, justamente para evitar que nos momentos de forte expansão econômica seja obrigatório o aumento de gastos nessas áreas e, quando da reversão do ciclo econômico, os gastos tenham que desacelerar bruscamente”, justificaram os autores da proposta.

Dom Paz contesta a argumentação do governo interino de “estabilizar o crescimento da despesa primária, como instrumento para conter a expansão da dívida pública”. “Esse é o objetivo desta proposta de Emenda à Constituição, no entanto, traduzindo para os efeitos reais da sua aplicação, significa cortes drásticos na saúde, educação, habitação, transportes etc”, diz.

“Esta visão econômica, que volta aos anos 90 da hegemonia neoliberal e do Acordo de Washington, deixa claro que a dívida está muito acima da vida do povo e que a economia para ser sanada exige o sacrifício da população especialmente aqueles que não estão incluídos no mercado”, denuncia dom Paz.

“O tripé econômico de meta inflação, altos juros e superávit primário traz como consequências: o aumento da desigualdade, coloca em risco a expansão duradoura e prejudica seriamente a sustentabilidade do crescimento”, analisa o bispo.

Em seu artigo, o bispo fala das consequências da PEC para a população, como o aumento de doenças e mortes, além de apresentar os benefícios de gastos sociais nos índices do “multiplicador fiscal”.

Ao final do texto, ele escreve sobre o que fazer para impedir que a proposta seja aprovada e que a população sinta seus desdobramentos “perversos” na seguridade social e na saúde. “Devemos manifestar nosso repúdio e indignação, pensando como sempre nos mais pobres que serão as vítimas principais desta política antipopular contra a vida. Conclamar a uma mobilização geral em defesa da Constituição, do Estado Social de Direito, da Seguridade Social e do SUS”, exorta. 

Participação 
A CNBB tem participado de audiências públicas e outros espaços de debate, junto com a Pastoral da Saúde, sobre o financiamento da saúde e os investimentos sociais. No último dia 5, o bispo auxiliar de Brasília e secretário da Conferência, dom Leonardo Ulrich Steiner, alertou, no Senado, que a PEC significará um “retrocesso” para o País.

No dia 6, a Pastoral da Saúde e entidades sociais realizaram a Marcha em Defesa da Saúde, da Seguridade Social e da Democracia, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A mobilização, de acordo com os organizadores, foi contra as medidas anunciadas pelo governo interino “que promove perdas de direitos e o desmonte da saúde pública”.

Leia o artigo na íntegra aqui.

CNBB

Papa: "dor e horror por ataque à igreja na França"

Mais um episódio de violência imprevista e desconcertante na manhã desta terça-feira(26), na França: dois homens armados com facas entraram na igreja de Saint-Etienne de Rouvray, perto de Rouen, e tomaram como reféns o pároco, duas religiosas e dois fiéis durante a missa, por volta das 10h.

Um dos fiéis, segundo relatos, teria fugido e alertado a polícia, que circundou e fechou imediatamente a área. As informações são ainda fragmentárias, mas foi confirmado que um dos reféns, o pároco, foi degolado, e outro estaria entre a vida e a morte. Os dois criminosos foram mortos pela polícia.

O presidente francês, François Hollande, e o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, foram até a cidade.

O arcebispo de Rouen, Dom Dominique Lebrun, encontra-se na Polônia, com padres e grupos de jovens participantes da JMJ de Cracóvia. Segundo fontes locais, ele foi informado e deve retornar com urgência à sua diocese.

Por enquanto não se conhecem os motivos do ataque. O inquérito ao caso foi já entregue à procuradoria antiterrorismo, SDAT, e à direção geral de segurança interior (DGSI).

“É uma notícia terrível, que se soma a uma série de violências que nestes dias já abalaram todos nós, gerando imensa dor e preocupação. Acompanhamos a situação e aguardamos novas informações para tentarmos entender o que aconteceu”: é a declaração do porta-voz da Santa Sé, Padre Federico Lombardi.

“O Papa está informado e participa da dor e do horror por esta violência absurda, condenando radicalmente toda forma de ódio”, afirmou Pe. Lombardi aos jornalistas agora há pouco.

Segundo a Santa Sé, “o episódio abala ainda mais por ter ocorrido em uma igreja, local sagrado em que se anuncia o amor de Deus, onde foi barbaramente morto um sacerdote e envolvidos alguns fiéis”.

Ainda na declaração, Padre Lombardi manifesta a proximidade da Santa Sé à Igreja na França, à Arquidiocese de Rouen, à comunidade atingida e ao povo francês.


Rádio Vaticano

terça-feira, 19 de julho de 2016

Diocese de Campos acolhe XV Romaria Estadual da Terra e das Águas do Rio de Janeiro

Peregrinação ocorrerá no dia 24 de julho

Com o tema “Do clamor da Terra e das Águas feridas brotam clamores de justiça”, a diocese de Campos (RJ) acolherá, no dia 24 de julho, a XV Romaria Estadual da Terra e das Águas do Rio de Janeiro. Esta é a primeira vez que a peregrinação ocorrerá em Campos dos Goytacazes, por onde passa o Rio Paraíba. 

“Trata-se de abraçar o nosso querido Rio Paraíba, que no ano que vem comemora os 300 anos do sobrenatural achado da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira e rainha do Brasil, despertando a população para a defesa da Bacia, dos recursos hídricos e da ligação profunda da vida e da terra com a água”, ressalta o bispo de Campos, dom Roberto Francisco Ferrería Paz.

Sobre a Romaria, dom Roberto destaca que será uma verdadeira bênção para crescer na espiritualidade da criação, assim como na comunhão com a terra e a água. “Temos que pensar a água como um bem público fundamental para o desenvolvimento integral, harmonioso e solidário, centrado na sustentabilidade do planeta como Casa Comum”, enfatiza.

“Neste ano, principalmente de eleições municipais, a preocupação com o nosso querido Rio Paraíba, assim como o Plano de Saneamento Básico e a proposta de um desenvolvimento humano sustentável e harmonioso devem inspirar a escolha também do nosso futuro prefeito e vereadores. Que o Deus da Vida e Pai misericordioso de todas as criaturas olhe com muito amor para a nossa cidade, nosso rio, toda a família campista e todos os romeiros participantes. Deus seja louvado!”, concluiu dom Roberto.

Preparativos
A Comissão Pastoral da Terra coordena os preparativos da Romaria, junto com outras pastorais e movimentos sociais. Com base nisso, foi composta uma Comissão Estadual (constituída por representantes das dioceses, religiosos, agentes pastorais e lideranças de movimentos sociais), a fim de promover diálogos com representantes de comunidades, igrejas e parceiros. Neste sentido, também foi criada uma Comissão Local, estruturada em equipes de trabalho (Liturgia e Mística e Cultura; Comunicação, Infraestrutura e Mobilização de Recursos).

Por meio dessas comissões foram realizados alguns encontros preparatórios, ao longo do ano, para a definição dos propósitos da XV Romaria. Além disso, os integrantes das comissões também visitaram comunidades e grupos que vivenciaram a experiência profética das romarias anteriores.

CNBB - Diocese de Campos

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Catequese: Por que não posso acreditar em superstição?

Uma das formas grave de superstição é um certo fanatismo religioso


A palavra “superstição” vem do latim superstitionem, vocábulo cuja origem até hoje é controvertida, embora seja consenso de que o prefixo super (acima) refira-se aos poderes que estão acima dos homens. Superstição poderia ser então acreditar em forças que estão acima da natureza e, nesse conceito, a religião seria uma forma de superstição. No entanto, superstição significa acreditar em forças e realidades mágicas, sem qualquer fundamento racional. Dessa forma, fé e superstição, embora sejam realidades aparentemente próximas, são bem distintas. A confusão é grande, por isso o Catecismo da Igreja Católica coloca a superstição como um pecado contra a fé, “um excesso perverso contra a religião” (CIC 2110).

Crer significa acreditar em algo que minha razão mesmo não observou, mas, que pela palavra de alguém fidedigno, eu acredito. Crer não significa dar razão a algo irracional, mas a algo que, embora minha razão não tenha alcançado por si mesma, é coerente com a razão.

A fé sobrenatural, dom de Deus, capacita-nos a acreditar e viver as realidades sobrenaturais, que por serem espirituais, não deixam de ser reais. O cristão tem fé, porque “crê em Deus, em tudo o que Ele disse e nos revelou” (CIC 1814).


Crendices

Na superstição, ao contrário, a pessoa acredita em objetos, gestos e rituais mágicos. Não é adesão a uma autoridade superior (Deus) e Sua revelação, mas a “crendices” surgidas no meio povo, como sair de casa com pé direito para ter sorte, nunca passar debaixo de uma escada, não ter espelho quebrado em casa, porque dá azar etc. Geralmente, essas crendices supersticiosas expressam medos e inseguranças corriqueiras, mas, às vezes, tomam forma de ocultismo como na magia, adivinhação e feitiçaria, proibidos pela Sagrada Escritura (cf. 2Rs 21,6; Is 2,6), e de astrologia, prática também abominada por Deus (cf. Dt 4,19).

Uma forma grave de superstição é um certo fanatismo religioso; e nós, católicos, tantas vezes caímos nessa tentação. Os sacramentos e sacramentais, por usarem de sinais sensíveis como gestos, objetos (água, óleo, imagens, medalhas etc) e ritos, são muitas vezes confundidos e explorados de forma supersticiosa. O Catecismo, no parágrafo 2111, explica que atribuir eficácia sobrenatural aos materiais e sinais, independentemente da disposição do fiel, é superstição. Ou seja, se o fiel atribui um poder mágico a imagem ou a medalha, por exemplo, como se ela fosse fonte de graça e poder, independente de Deus e da fé da pessoa, isso configura uma superstição.


Por que a superstição é tão ruim?
Primeiro, porque “é um desvio do sentimento religioso e das práticas que se lhe impõem” (CIC 2111). Ou seja, a superstição gera na pessoa uma religiosidade deformada. Outro problema é que muitas vezes leva a uma nociva dependência psicológica e social de coisas efêmeras, firmando na pessoa fragilidades psicológicas como o medo e a insegurança.

O mais grave é que a superstição é uma forma de idolatria, conforme nos indica o Catecismo no parágrafo 2138. Idolatria consiste em divinizar o que não é Deus. É quando o homem presta honra e veneração a uma criatura no lugar de Deus (cf. CIC 2113). A idolatria é uma pecado que fere gravemente o primeiro mandamento, que é “ Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento”. A idolatria é fortemente combatida em vários textos da Escritura como ICor 6,9; ICor 10,7; Ef 5,5; Ap 21,8. Sem dúvida, a idolatria é uma porta aberta para a ação do maligno na vida de uma pessoa, sendo muitas vezes causa de opressões, obsessões e até possessões do demônio.

A verdade é que o cristão não precisa de amuletos, astros e mágicas. “Quem nos condenará?” – provoca o Apóstolo, “ Cristo Jesus, que morreu, ou melhor, que ressuscitou, que está à direita de Deus, é quem intercede por nós” (Rm 8, 34). Quem verdadeiramente crê em Cristo tem tudo de que necessita para ser feliz.

André Botelho
Canção Nova

terça-feira, 12 de julho de 2016

Ano eleitoral desafia a sociedade à reflexão

Uma reflexão sobre os desafios do ano eleitoral


Situações muito complexas no ambiente sociopolítico emolduram este ano de eleições, com riscos de fracassos que poderão afetar ainda mais seriamente as dinâmicas da sociedade. O quadro de candidaturas não é promissor quando se toma conhecimento dos cenários que estão se configurando nos municípios todos, dos maiores aos menores.

Quando não se investe em líderes lúcidos, capazes de priorizar o bem comum e agir com a velocidade indispensável para solucionar graves problemas, paga-se alto preço. Por isso, é fundamental que todos os cidadãos se comprometam com o processo eleitoral, interessando-se pelo assunto, superando o consequente desânimo que se abate sobre o conjunto da sociedade, em razão das derrocadas e desarticulações ocorridas, especialmente nesses últimos anos. “Virar as costas” para o processo eleitoral é um risco, pois favorece os “aventureiros”, as escolhas inadequadas. Desconsiderar a importância das eleições significa menosprezar a força que só o povo tem, de exigir dos políticos novas posturas.

A direção correta é a participação clarividente em discussões e reflexões sobre política. A dedicação a esse tema pode promover uma participação popular mais adequada, com a adoção de critérios que favoreçam as eleições destituídas de emocionalismos e, sobretudo, dos interesses partidários e cartoriais que têm marcado o modo de fazer política no Brasil.

O papel do cidadão na política
Nesse sentido, corrigir as dinâmicas que definem o universo da política é um modo eficaz de debelar a corrupção, freando interesses pequenos e grupais que prejudicam o bem comum, o equilíbrio social e econômico. Por isso mesmo, as igrejas, as escolas, a mídia, os segmentos culturais e artísticos, associações e grupos organizados da sociedade civil, de todo tipo, têm o dever de se mobilizar para que o ano eleitoral não seja marcado pela apatia dos cidadãos.

Vale lembrar o que ensina o Papa Francisco: para o cristão é uma obrigação envolver-se na política, não se pode lavar as mãos como Pilatos. O Santo Padre afirma que “devemos nos envolver na política, pois a política é uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. E os leigos cristãos devem trabalhar na política”. Francisco ainda apresenta a seguinte argumentação: “Você, então, me dirá: ‘mas não é fácil, porque a política está suja’.

Então, eu pergunto: a política está suja por quê? Não será porque os cristãos se envolveram na política sem o espírito do Evangelho? Faço-lhe outra pergunta: é fácil dizer que a culpa é de outro, mas o que eu estou fazendo? Trabalhar para o bem comum é um dever do cristão”.

Sem o envolvimento cidadão de todos não será possível alcançar as metas de um país democrático, economicamente justo, socialmente igualitário, sem corrupção, sem violências, discriminação e com oportunidades iguais para todos. Por isso, não se pode abdicar da participação na política.

É preciso ir aonde está sujo para limpar. E a etapa que precede as eleições, as campanhas eleitorais, é de grande importância para que o voto seja escolha adequada. Para votar bem, é imprescindível conhecer os programas dos partidos, os candidatos e suas propostas de trabalho. Oportuno lembrar também que o dever cidadão não se esgota nas eleições, mas abrange outra fundamental fase: o acompanhamento dos mandatos, tecendo culturas e práticas que possam comprometer os governantes a estarem sempre a serviço do povo, do bem comum.

Muitas são as iniciativas que agora precisam entrar em cena para a mobilização participativa de toda a sociedade, com a promoção de debates, sabatinas, apresentação e assinatura de cartas-compromisso, relacionadas a causas relevantes para a comunidade. Ações que abrangem, até mesmo, a elaboração de projetos de lei fundamentados no bem comum, solicitando o comprometimento de candidatos, para que, de fato, essas iniciativas sejam incorporadas ao sistema legal. A democracia precisa ser fortalecida e as eleições municipais são uma “oportunidade de ouro”. Para aproveitá-la, é preciso sair da apatia, promover a participação, conhecer a vida dos candidatos, avaliar se “dão conta do recado”, se têm competência humanística. Trata-se de um desafio, mas, ao mesmo tempo, de grande chance para reverter o quadro calamitoso da política brasileira, investindo em mudanças que já são tardias.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Canção Nova

Catequese: Que pecados nos impedem de comungar?

A gravidade dos pecados pode ser maior ou menor



A Igreja nos ensina que não podemos comungar em pecado mortal sem antes nos confessarmos. Pecado mortal é aquele que é grave, normalmente contra um dos Dez Mandamentos de Deus: matar, roubar, adulterar, prostituir, blasfemar, prejudicar os outros, ódio etc. É algo que nos deixa incomodados.


O que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC) sobre isso
§1856 – O pecado mortal, atacando em nós o princípio vital que é a caridade, exige uma nova iniciativa da misericórdia de Deus e uma conversão do coração, que se realiza normalmente no sacramento da Reconciliação:

“Quando a vontade se volta para uma coisa em si contrária à caridade pela qual estamos ordenados ao fim último, há no pecado, pelo seu próprio objeto, matéria para ser mortal… quer seja contra o amor de Deus, como a blasfêmia, o perjúrio etc., ou contra o amor ao próximo, como o homicídio, o adultério, etc. Por outro lado, quando a vontade do pecador se dirige às vezes a um objeto que contém em si uma desordem, mas não é contrário ao amor a Deus e ao próximo, como, por exemplo, palavra ociosa, riso supérfluo etc., tais pecados são veniais” (S. Tomás, S. Th. I-II,88,2).

§1857 – Para que um pecado seja mortal, requerem-se três condições ao mesmo tempo: “É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente” (RP 17).

§1858 – A matéria grave é precisada pelos Dez Mandamentos segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe” (Mc 10,19). A gravidade dos pecados é maior ou menor; um assassinato é mais grave do que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas entra também em consideração. A violência exercida contra os pais é em si mais grave do que contra um estrangeiro.

§1859 – O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento. Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração (cf. Mc 3,5-6; Lc 16,19-31) não diminuem, antes aumentam, o caráter voluntário do pecado.

§1860 – A ignorância involuntária pode diminuir ou até escusar a imputabilidade de uma falta grave, mas supõe-se que ninguém ignore os princípios da lei moral inscritos na consciência de todo ser humano. Os impulsos da sensibilidade, as paixões podem igualmente reduzir o caráter voluntário e livre da falta, como também pressões exteriores e perturbações patológicas. O pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave.

§1861 – O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus.

§1862 – Comete-se um pecado venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou sem pleno consentimento.


Felipe Aquino
Canção Nova

sábado, 2 de julho de 2016

São Pedro e São Paulo: o que significa ser coluna da Igreja?

São Pedro e São Paulo, Rogai por Nós!


Na solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo lembramos que esses dois santos são pilares da Igreja. Um pilar, em uma construção, é importantíssimo para a sustentação de toda a obra. Na hora de reformar a casa, por exemplo, os pilares não podem ser tocados, sob o risco de que se venha abaixo toda a obra. Eles devem ser robustos e precisam aguentar a intempéries sem ceder. Não pensamos neles em todo momento, mas de alguma maneira podemos dizer que confiamos que eles vão cumprir com o seu papel. Se não fosse assim, não teríamos a segurança de viver debaixo do teto dessa casa.


Um olhar rápido pode, então, pensar que Deus escolheu suas colunas equivocadamente. Pedro e Paulo (E também todos os outros apóstolos) não são, digamos, perfeitos. Muito pelo contrário. Conhecemos a história de Pedro que muitas vezes parece não entender o que está acontecendo com Jesus. Repreende o Senhor, não se deixa lavar os pés a princípio, depois quer se lavar totalmente, caminha sobre as águas, mas logo começa a afundar por falta de fé e chega, inclusive, a negar o próprio amigo por três vezes. São Paulo não fica atrás, foi, como sabemos, um intrépido perseguidor de cristãos até que o Senhor o convoca no caminho para Damasco.

Porque Deus é assim? Os desígnios de Deus são realmente um mistério. Desde um olhar mundano talvez poderíamos ver muitas outras pessoas mais capazes, mais inteligentes, com uma fé aparentemente maior. Mas Ele escolhe aquele que Ele quer. Simples assim. Ele não diz porque esse ou aquele, mas disse que escolhendo os que não seriam a primeira escolha de ninguém a sua força é a que resplandece. Como na bonita história de Gedeão, no capítulo 7 do Livro dos Juízes. Ele tinha todo um exército para derrotar seus inimigos, mas, contra todo bom senso, Deus diz que o exército era grande demais “para eu dar aos madianitas em sua mão; a fim de que Israel não se glorie contra mim, dizendo: A minha mão me livrou” (Jz 7,2). Ele pede então que Gedeão mande vários para casa e somente quando o número de combatentes é muito inferior ao dos inimigos, Deus permite a batalha. Saem vencedores e não há dúvida: Deus foi quem deu a vitória.

E nós somos assim mesmo. Quando as coisas começam a dar muito certo, quando os projetos avançam de vento em popa, somos muito rápido para esquecer-nos da Graça de Deus que nos levou até ali e para gloriar-nos das nossas muitas capacidades de fazer o bem. E talvez essa seja uma das razões pelas quais Deus esses vasos de barro para colocar o seu tesouro. Nós somos vasos de barro, Ele é o tesouro. Que importante é que nunca nos esqueçamos disso. Somos receptáculos da misericórdia de Deus e, uma vez misericordiados, podemos também misericordiar, como gosta de falar o Papa Francisco com seus neologismos.

São Pedro e São Paulo são, certamente, as melhores colunas que a Igreja pode querer. Mas não por suas próprias forças, e sim porque Deus os elegeu e eles confiaram na sua Graça apesar de todas as suas fragilidades, pecados e inconsistências. E não nos deixemos enganar, que sejamos pequenos não nos impede de fazer coisas grandiosas quando colocamos nossas vidas nas mãos do Senhor, como fizeram esses dois grandes santos que celebramos hoje. Que possamos, como eles, reconhecer-nos pecadores e, por isso mesmo, necessitados da infinita misericórdia que Deus deseja derramar em nossos corações, para que sejamos também nós, testemunhas do amor de Deus no mundo.

Ir. João Antônio Leão
A12