quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Como viver bem o ano de 2015?

Um ano novo traz novas esperanças. É um momento de reflexão, de olhar para o ano que passou e fazer uma avaliação sobre o que fizemos de bom…

Há um provérbio que diz que “um homem motivado vai a Lua, sem motivação não atravessa a rua!”.

Um ano novo traz novas esperanças. É um momento de reflexão, de olhar para o ano que passou e fazer uma avaliação sobre o que fizemos de bom, e manter para o novo ano; e o que fizemos de mal e que deve ser deixado ou corrigido. Agradecer as graças que recebemos de Deus e pedir perdão por nossos erros. Continuar a caminhada em busca da perfeição querida por Deus.

Precisamos ter metas pessoais para o novo ano, sem isso nada se realiza de bom. O objetivo geral deve ser amadurecer e crescer na fé, na espiritualidade, no amor às pessoas, no desapego das coisas transitórias; enfim, fazer a alma crescer. São Paulo nos lembra que “não importa que o corpo vá desfalecendo, desde que o espírito se renove…” E ele nos lembra ainda que “a nossa tribulação presente, momentânea e ligeira, nos prepara um peso eterno de glória sem medidas” (2 Cor 4,16).

Para isso, manter a luta constante contra os pecados, aproveitar melhor o tempo que Deus nos dá; melhorar a qualidade da oração e da meditação diária, receber bem os sacramentos, exercitar a paciência e não ficar murmurando nas contrariedades, viver na fé, confiando em Deus. Não se deixar vencer pelo mau humor.

A escolha das metas, não muitas, deve ser feita em cima do exame do que não fizemos bem no ano que findou. O que eu preciso mudar? Ser bem objetivo e prático. Em seguida, perseguir essas metas com perseverança, pedindo a Deus a graça de cumpri-las, com calma e alegria, sabendo recomeçar se falhar, mas não desanimar e nem desistir. Santa Teresa de Jesus aconselhava: “Importa muito, em tudo, uma grande e muito determinada força de não parar até chegar à meta, venha o que vier, suceda o que suceder, custe o que custar, murmure quem murmurar”.

Alguém disse que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Se as nossas metas forem “pequenas”, o Ano será pequeno. Não podemos ter apenas como metas objetivos temporários: ganhar dinheiro, comprar um carro, trocar os móveis, emagrecer, viajar mais, comer melhor, e assim por diante. Essas aspirações, se não forem tomadas como um fim, mas como um meio, não são erradas, mas insuficientes para satisfazer a nossa alma; pois ela tem sede do Infinito.

Deus tem planos para nós! E Ele mostra-nos a sua vontade em nossa vida diária, em cada acontecimento que nos envolve. Por meio deles, Deus nos corrige, purifica, ainda que muitas vezes sejam carregados de dor e de lágrimas. Isto não quer dizer que não somos felizes; ao contrário.

Jesus ensina como o cristão deve viver cada dia do ano: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão dadas em acréscimo” (Mt 6,33). Isto quer dizer, “Deus em primeiro lugar” no Ano Novo. “Amar a Deus sobre todas as coisas” é o Mandamento mais importante.

Então, é preciso “fazer a vontade de Deus” e aceitar o que Deus permite que ocorra em nossa vida neste Ano, sabendo viver cada acontecimento na fé. São Paulo diz que “o justo vive pela fé” (Rom 1,17), e “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11,6).

Não se preocupe com o futuro, viva bem o presente, na comunhão permanente com Deus que habita em nossa alma. Não somos dignos disso, mas Ele o quer assim. Tralhando com honestidade e competência, hoje, você prepara o seu futuro e da sua família, sem estresse.

Uma orientação segura é esta que São Paulo nos deixou:

“Tudo o que fizerdes, fazei de bom coração, não para os homens, mas para o Senhor, certos de que recebereis a recompensa das mãos do Senhor. Servi a Cristo Senhor!” (Col 3,23)

Faça tudo para o Senhor: a casa que você limpa, a roupa que você lava, o bebê que você alimenta, o marido que você consola, o doente que você opera… E terás um Ano Novo Feliz!

É isso que a Pastoral de Comunicação da Paróquia São Francisco de Paula deseja a você que nos acompanha, neste Ano Novo da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Ano é Dele, pois Ele é o Senhor da História. Não tenha medo, Ele, ressuscitado caminhará conosco cada dia.

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Todos somos chamados ao serviço de Deus

O importante é que tenhamos a disposição de servir a Deus todos os dias de nossa vida. Torne-se, meu filho e minha filha, um verdadeiro seguidor do Deus Altíssimo!

“Ana chegou nesse momento e pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém” (Lucas 2, 38).
Nesta passagem nós ainda estamos no Templo de Jerusalém, quando Maria e José levam Jesus para ser ali apresentado. Ali se encontra Ana, filha de Fanuel, uma mulher de idade avançada, viúva, viveu casada por sete anos, e desde que ficou viúva servia a Deus dia e noite com jejuns e orações. Era uma mulher consagrada ao serviço de Deus desde a sua juventude. O casamento dela durou sete anos e naquele momento ela estava com 84 anos, servindo a Deus dia e noite.

Da mesma forma, nós somos chamados ao serviço de Deus e cada um sabe ou precisa procurar saber o modo como vai servi-Lo. Você é casado ou casada? Procure fazer do seu casamento, das suas obrigações matrimoniais e da criação dos seus filhos a melhor maneira de servir a Deus, mas sirva a Ele de verdade! Honre a Deus na sua casa, na criação dos seus filhos e no seu casamento; coloque-O dentro da sua casa. Torne-se, meu filho e minha filha, um verdadeiro seguidor do Deus Altíssimo! Que não falte oração no seu lar, que não falte oração na sua casa!

Os anos vão passar, a viuvez chega para alguns e para outros primeiro, esse não é o caso. O importante é que tenhamos a disposição de servir a Deus todos os dias de nossa vida; estando solteiros, casados, viúvos ou separados, porque, muitas vezes, você lutou para que o seu casamento acontecesse, mas por diversos motivos ele talvez não tenha dado certo.

Você, hoje, estando separado, vivendo a situação em que vive ou vivendo em busca de se reencontrar na vida, não se esqueça de Deus, não se esqueça de servi-Lo e de colocar um lugar único para Ele na sua vida. Deus vai acompanhá-lo todos os dias de sua vida se você fizer d’Ele o primeiro amor da sua vida!

Deus abençoe você!

O que é a Oitava de Natal?

Como viver este “tempo especial de graças” da nossa Igreja?

Infelizmente a maioria dos católicos não sabe da importância da “Oitava de Natal”, bem como da Oitava da Páscoa.

Como essas duas Solenidades litúrgicas são as mais importantes do Ano litúrgico; pois marcam o Nascimento e a Ressurreição de Jesus, a Igreja prolonga as suas celebrações por oito dias. Com que intenção?

Com a intenção de que “o tempo especial de graças” que significam a Páscoa e o Natal, se estenda por oito dias, e o povo de Deus possa beber mais copiosamente, e por mais tempo, as graças de Deus neste tempo favorável, onde o céu beija a terra e derrama sobre elas suas Bênçãos copiosas.

Mas, só pode se beneficiar dessas graças abundantes e especiais, aqueles que têm sede, que conhecem, que acreditam, e que pedem. É uma lei de Deus, quem não pede não recebe. E só recebe quem pede com fé, esperança, confiança e humildade.

As mesmas graças e bênçãos do Natal se estendem até o final da Oitava. E neste período a Igreja acrescenta a celebração de alguns santos. No dia 26 de dezembro a memória do grande Santo Estevão, o primeiro mártir do cristianismo; para que, com sua intercessão, as graças do Natal sejam ainda mais copiosas sobre nós.

Depois temos a memória dos Santos inocentes que Herodes mandou matar. Eles intercedem por nós com seu sangue inocente. De São João evangelista, o “discípulo que Jesus amava”, e outros santos.

No meio da Oitava, no domingo após a Páscoa, a Igreja nos leva a olhar e meditar na Sagrada Família de Nazaré. É hora de dizer como a música. “Jesus, Maria e José, nossa família vossa é!”. É o momento de fazer um longo silêncio diante do Presépio e aprender as grandes lições dessa Família através da qual o Salvador quis entrar em nossa história.

Não deixe passar esse tempo de graças em vão! Viva oito dias de Natal e colha todas as suas bênçãos. Não tenha pressa! Reclamamos tanto de nossas misérias, mas desprezamos tanto os salutares remédios que Deus coloca à nossa disposição tão frequentemente.

Muitas vezes somos miseráveis sentados em cima de grandes tesouros, pois perdemos a chave que podia abri-lo. É a chave da fé, que tão maternalmente a Igreja coloca todos os anos em nossas mãos. Mas quem acredita? Quem vive isso? Quem pede? Quem reza?

Pare diante do seu Presépio, durante esses dias e reze com devoção, como coração, e sua vida se transformará.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

O Senhor nos chama à conversão

“Por isso, assim disse o Senhor: ‘Se tu te converteres, eu te converterei, e na minha presença ficarás. E se souberes separar o que tem valor daquilo que não presta, serás a minha boca, eles passarão para o teu lado e tu não passarás para o lado deles’”. Jeremias 15,19

O “se” é uma condição para que algo aconteça. Quando o Senhor diz “se tu te converteres, eu te converterei”, ele nos pede duas conversões!

Primeiramente precisamos decidir a mudar de direção. Ao longo da nossa vida, sempre passaremos pelo processo de conversão. Mesmo com um grande tempo de caminhada, diariamente passaremos por conversão. Talvez precisemos nos converter em nossa vida afetiva, em nossos temperamentos, nosso modo de falar e tantas outras áreas.

Se nos convertermos ao Senhor, se tomarmos a decisão de mudar a direção da nossa vida, Ele nos transformará no que o Seu coração projetou para nós. Uma vez que decidimos mudar de direção, Deus muda radicalmente a nossa vida.

Estar na presença do Senhor, todos nós estamos, pois Ele é onipresente; porém, há uma grande diferença entre estar na presença d’Ele e senti-la. Em nosso ambiente de trabalho, dentro do carro, na hora que vamos descansar, Deus está conosco. Em Sua presença nunca ficaremos sozinhos.

A oração nos educa a discernir o que é bom ou não para a nossa vida. É preciso separar o que presta daquilo que não presta. Como é importante, no ambiente em que convivemos, ser a boca de Deus para as pessoas. Quando elas não consideram as nossas opiniões, repensemos: “Não estou sendo boca de Deus ou estou tão longe do Senhor que Suas palavras não estão nos meus lábios?”.

É maravilhoso estar na presença do Pai. Mesmo em meio as nossas limitações, é preciso separar o que é bom do que não é. Peçamos ao Espírito Santo que nos ajude a discernir as situações da nossa vida.

Não precisamos ser “boca” de ninguém, mas apenas a boca de Deus. Que o Senhor fale por meio de nós! Esforcemo-nos para ser boca de Deus aos nossos familiares. A partir do momento que abrirmos nosso coração e permitirmos que o Senhor coloque Suas palavras em nossos lábios, as pessoas se aproximarão do Pai.

O Senhor quer que sejamos como um “imã” para que possamos atrair as pessoas até a Sua presença. Abramos os ouvidos da alma e escutemos o que o Senhor nos fala: “Se tu te converteres, eu te converterei, e na minha presença ficarás. E se souberes separar o que tem valor daquilo que não presta, serás a minha boca, eles passarão para o teu lado e tu não passarás para o lado deles”.

Dunga

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Deus faz a história e a corrige quando o homem erra, diz Papa Francisco

Francisco pediu que fiéis confiem em Deus mesmo nos momentos difíceis, pois Ele faz a história sempre caminhando com Seu povo

Na Missa desta quinta-feira, 18, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco se concentrou na história da salvação. Ele destacou a necessidade de confiar em Deus mesmo nos momentos obscuros, mesmo sem entender, pois o Senhor caminha com o homem e corrige o caminho quando a pessoa erra.

Francisco disse que a salvação da humanidade não é uma “salvação de laboratório”, mas é histórica. Deus quis salvar o homem e fez um caminho junto com o Seu povo. O Papa observou que não há, portanto, salvação sem história.

“Deus faz a história, também nós a fazemos; e quando nós erramos, Ele corrige a história e nos leva adiante, sempre caminhando conosco. Se não temos isso claro, nunca entenderemos o Natal, nunca entenderemos a Encarnação do Verbo. Nunca! É toda uma história que caminha. ‘Padre, essa história terminou com o Natal? ‘Não! Ainda agora o Senhor nos salva na história e caminha com o Seu povo’”.

Nesta história, disse o Papa, há os eleitos de Deus, aquelas pessoas que Ele escolhe para ajudar o seu povo a seguir adiante, como Abraão, Moisés e Elias. Para eles, há momentos brutos, escuros, de cansaço; mas Deus os incomoda para que façam história e muitas vezes os fazem seguir por caminhos que não querem. Como exemplo, Francisco citou Moisés e Elias que, a certo ponto, desejaram morrer, mas depois confiaram em Deus.

O Evangelho do dia fala de outro momento bruto na história da salvação: quando José descobre que Maria, sua esposa prometida, estava grávida. Francisco disse que, nesses momentos, as pessoas eleitas precisam levar os problemas nos ombros, mesmo sem entender, para que façam a história. E assim fez José, que confiou em Deus.

“Fazer história com o seu povo significa para Deus caminhar e colocar à prova os seus eleitos”, disse o Papa, lembrando que, no final, o Senhor os salva. O Santo Padre incentivou os fiéis a se colocarem nas mãos de Deus e mencionou qual é o ensinamento dessas pessoas que foram eleitas:

“Que Deus caminhe conosco, que Ele faça história conosco, nos coloque à prova e nos salve nos momentos mais brutos, porque é nosso Pai. Que o Senhor nos faça entender este mistério do Seu caminhar com o Seu povo na história, do Seu colocar à prova os Seus eleitos e a grandeza de coração dos Seus eleitos, que tomam sobre si as dores, os problemas, mesmo a aparência de pecadores – pensemos em Jesus – para levar a história adiante”.

Por que Jesus ainda não veio?

Esta é a pergunta de muitos: Por que o Senhor não apressa Sua vinda? Por que não limpa logo a face da Terra? A resposta é simples: porque Ele quer prolongar ao máximo o tempo da graça, a fim de que ninguém se perca.

Deus está retardando a Sua vinda para que, neste tempo de misericórdia, todos os Seus filhos se convertam e deixem de viver na corrupção deste mundo.

Se o Senhor já tivesse voltado e exercido a Sua justiça sobre toda a Terra, muitos de nós estaríamos perdidos. O tempo da graça foi prolongado para que mais pessoas sejam salvas.
Você já imaginou se o Senhor tivesse vindo antes de acontecer a nossa conversão? Ele nos encontraria no lamaçal deste mundo e seríamos levados juntos com a lama. É por isso que Deus tem retardado a Sua volta.

Estamos no tempo da graça, mas é certo que haverá o dia da limpeza: o grandioso e temível dia do Senhor. Depois de limpar a face da Terra, Ele virá para implantar o Seu Reino neste mundo.
O derramamento do Espírito Santo a que estamos assistindo é um sinal de que Jesus está prestes a voltar. Antes do grandioso e temível dia do Senhor, Ele haverá de derramar o Seu Espírito sobre toda criatura, e isso está acontecendo no mundo inteiro.

Monsenhor Jonas Abib

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Maria acompanha o caminho dos seus filhos, diz Papa Francisco

O Papa explicou que, a exemplo de Jesus, Maria está ao lado dos seus filhos como mãe atenciosa, e partilha suas alegrias, esperanças, sofrimentos e angústias.

O Papa Francisco dedicou uma Mensagem à América por ocasião da Festa de Nossa Senhora de Guadalupe, celebrada pela liturgia nesta sexta-feira, 12. A mensagem foi divulgada durante a Audiência Geral, na última quarta-feira, 10, no Vaticano.

Francisco recordou que, quando a Virgem Maria apareceu a Juan Diego, seu rosto era mestiço e suas vestes cheias de símbolos da cultura indígena e destacou que a aparição da imagem da Virgem no manto do índio foi um sinal profético do abraço de Maria a todos os habitantes do Continente Americano.

Íntegra da mensagem“Celebra-se a festa de Nossa Senhora de Guadalupe, Padroeira de toda a América. Aproveito o ensejo para saudar os irmãos e irmãs daquele Continente, e faço-o pensando na Virgem deTepeyac. Quando apareceu a Juan Diego, o seu rosto era mestiço e as suas vestes, cheias de símbolos da cultura indígena.

Seguindo o exemplo de Jesus, Maria está ao lado dos seus filhos, acompanha o seu caminho como mãe atenciosa, partilha as alegrias e esperanças, os sofrimentos e as angústias do Povo de Deus, do qual todos os povos da terra são chamados a fazer parte.

A aparição da imagem da Virgem no manto de Juan Diego foi o sinal profético de um abraço, o abraço de Maria a todos os habitantes das vastas terras americanas, a quantos já estavam ali e aos que teriam chegado depois. Este abraço de Maria indicou a senda que sempre caracterizou a América: é uma terra onde podem conviver povos diversos, uma terra capaz de respeitar a vida humana em todas as suas fases, desde o ventre materno até à velhice, capaz de acolher os emigrantes, os povos, os pobres e os marginalizados de todas as épocas.

A América é uma terra generosa. Esta é a mensagem de Nossa Senhora de Guadalupe e também a minha mensagem, a mensagem da Igreja. Encorajo todos os habitantes do Continente americano a manter os braços abertos como a Virgem Maria, com amor e ternura. Caros irmãos e irmãs da América inteira, rezo por todos vós, mas também vós orai por mim! Que a alegria do Evangelho esteja sempre nos vossos corações! O Senhor vos abençoe e a Virgem vos acompanhe!”

Pio X proclamou Nossa Senhora de Guadalupe como “Padroeira de toda a América Latina”; Pio XI a proclamou como “Padroeira de todas as “Américas”; Pio XII a chamou “Imperatriz das Américas” e João XXIII a proclamou “A Missionária Celeste do Novo Mundo” e “Mãe das Américas”.

Jesus, a luz do mundo

A luz foi a primeira criação de Deus. “Fiat lux” (Faça-se a luz), e a luz foi feita diz o livro do Gênesis no capítulo 1, versículo 3. Sem luz não há vida, não há fotossíntese, não há animais nem seria possível a vida humana. A luz é símbolo da vida, da alegria e da felicidade; assim como as trevas e a escuridão são símbolos da morte, do sofrimento e das lágrimas.

Quando Jesus diz “Eu sou a Luz do mundo” (João 8,12), Ele quer nos dizer que, sem Ele, não há vida, felicidade, paz e alegria. No prólogo de seu Evangelho, São João diz a respeito de Cristo: “Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas e as trevas não a compreenderam” (João 1,4-5). E o Batista diz com todas as letras: “O Verbo era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem” (João 1,9).

Ao comentar isso, São João Paulo II disse na Encíclica “Redemptor Hominis”, a primeira que escreveu: “Sem Jesus Cristo, o homem permanece para si mesmo um desconhecido, um mistério insondável, um enigma indecifrável”. Quer dizer, sem Jesus o homem não sabe a sua “identidade” divina; não sabe que é filho amado de Deus, destinado a viver para sempre com o Senhor a partir desta vida.

Infelizmente o homem moderno rejeita cada vez mais a Deus e a Seu amado Filho. “Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (João 1,10-11).

Os que acolhem Jesus, pela fé e pela luz da Igreja, se tornam filhos amados de Deus a partir do Batismo que n’Ele nos incorpora: “Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus” (João 1,12-13).

Isaías fala da vinda do Salvador dizendo: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz” (Is 9.1). Dois reinos se digladiam, o da luz e o das trevas. “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1, 29).

Jesus não veio ao mundo para outra finalidade, a não ser para “arrancar o pecado do mundo”, por meio do qual satanás domina o homem, o acorrenta e destrói. São Paulo disse que “o salário do pecado é a morte” (Rom 6, 23). Um dia, as trevas terão de dar lugar à luz de Cristo. “Pois as trevas passam e já brilha a luz verdadeira” (1 João 2,8). “As nações caminharão a tua luz, e os reis da terra trarão a ela sua glória; suas portas nunca se fecharão de dia – pois ali não haverá mais noite – e lhe trarão a glória e o tesouro das nações” (Ap 21,24).

Professor Felipe Aquino

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Imaculada Conceição de Maria: o que nos diz esta festa?

No dia oito de dezembro celebramos com muito júbilo com toda a Igreja a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria. Uma festa tão valiosa que é dia de preceito.

Hoje de uma forma particular voltamos o nosso olhar para contemplar a Maria Santíssima, nossa Mãe, aquela que é Toda Pura.

Gostaria de fazer uma reflexão mais espiritual sobre o que tem a nos dizer a Virgem Imaculada. Proponho juntos voltarmos o olhar para a Mãe e nos maravilharmos com o amor misericordioso de Deus, por nos darmos de presente tão grande intercessora.

O primeiro fruto dessa misericórdia do Senhor é dar um maravilhoso dom a Maria, o dom de ser concebida sem pecado original, em virtude dos méritos salvíficos trazidos por Cristo, seu Filho. Dom concebido em vista à Encarnação do Verbo.

É que assim atua Deus. Ele é bom, é misericordioso. E conosco, seus pequenos e pobres filhos, atua da mesma forma: com um amor e bondade sem limites, nem fronteiras.

Contemplando a Maria
Contemplar a Maria nos anima, enche o nosso coração de alegria ao experimentar esse amor infinito de Deus. Contemplar esse mistério nos permite renovar-nos na segura esperança de que Deus nunca se esquece de nós. E o fato de que a festa esteja no tempo de Advento, renova ainda mais a nossa esperança e nos faz voltar o olhar para o grande mistério da nossa salvação e nos prepararmos ainda melhor para o Natal.

Contemplar a Maria nos faz entender porque, apesar de nossa pequenez e pecado, Deus não deixa de nos abençoar e animar. Compreendemos porque é justamente em nossa fraqueza quando somos fortes, experiência que teve muitas vezes São Paulo (ver 2 Cor 12, 9-10) e tantos outros santos que o precederam.

Assim como no caso de Maria, Deus também tem um plano amoroso para nós e quer que sejamos felizes e realizemos muitas maravilhas, para assim dar glória a Ele. Não porque sejamos melhores, ou porque tenhamos muitas capacidades. Simplesmente porque nos ama muito e assim o quer.

Somente através dessa lógica do amor podemos entender a experiência do salmista: “que é o homem, para dele te lembrares” e o tratar com tanto carinho? (ver Sl 8). É que assim que atua Deus. Sempre nos surpreende e nos dá muito mais do que imaginamos (Ef 3,20). Ao olharmos para a Imaculada temos essa certeza!

A Mulher que pisa a cabeça da serpente

Em muitas imagens da Imaculada aparece uma serpente aos pés de Nossa Senhora. É uma alusão à passagem de Gênesis que fala da linhagem da Mulher que pisa a cabeça da serpente. (Gn 3,15). Maria aparece na imagem triunfando sobre a Serpente, símbolo do Maligno.

Essa promessa de Deus, que alguns chamam de proto-Evangelho, primeiro anúncio da Boa Nova, é feita no contexto do pecado original, quando nossos primeiros pais dão as costas a Deus. Já no momento da queda brilha um sinal de esperança, uma promessa que sabemos que seria cumprida de forma definitiva em Cristo.

Esse simbolismo nos convida a confiar sempre em Deus, especialmente nos momentos difíceis, em que experimentamos essa ação do mal, querendo nos fazer perder a fé, a esperança e o amor.

Sabemos que somos frágeis, pecadores, mas jamais devemos perder a confiança de que sempre é possível triunfar sobre o mal. Maria nos mostra isso e quer que recorramos à sua intercessão, para que junto com a gente vencer toda cilada do inimigo e assim sermos cada dia mais semelhantes ao seu Filho, Cristo.

Faixa elevada: Virgem grávida
Em algumas imagens também aparece uma faixa elevada, acima da cintura. Isso simboliza que Maria está grávida, esperando o Salvador da humanidade. Ela é a portadora da nossa esperança.

A Virgem Fiel pronuncia o “Faça-se” (Ver Lc 1,38), que nos lembra do Faça-se de Deus, pronunciado no relato da Criação no Gênesis. Um “Faça-se” pleno de amor, de caridade.

Deus solicita a Maria que dê o seu consentimento. Esse momento do “Faça-se” é o momento mais sublime, em que se inicia a nossa Reconciliação. Ela responde com generosidade, coloca-se à disposição de Deus de coração, entregando toda a sua vida ao seu Plano.

Aprendamos de Maria essa obediência e fidelidade a Deus.

Outros símbolos: o manto, a mão o coração
Podemos falar de tanta simbologia expressada na imagem da Imaculada, mas não quero estender-me tanto. Falarei apenas do manto, da mão e do coração de Maria.

O manto podemos dizer que é um remanso de amor, onde o pecador encontra esperança, a confiança de que sempre há perdão, não importa o tamanho das nossas faltas. Por isso pedimos que Maria nos cubra com o seu manto. O manto também nos protege das ciladas do inimigo, nos ajuda a voltar o nosso olhar para Deus.

As mãos de Nossa Senhora em muitas imagens estão estendidas, como que nos convidando a darmos as mãos a Ela, a confiarmos em seus cuidados maternais. Mãos ternas, puras e cálidas que nos conduzem com segurança ao encontro do seu Filho.

E o que falar do coração de Maria? O primeiro é que é um coração fulgurante de amor, que arde por cada um de seus filhos. Um coração totalmente entregue às coisas de Deus. Um coração indiviso, puro, capaz de amar sem limites. Um coração capaz de perceber a necessidade do outro (como na visita a Isabel ou em Caná) e imediatamente colocar-se a serviço.

Um coração que experimenta muitas alegrias, mas também muitas dores. Imaginemos como estava o coração da Mãe no momento da Paixão? Podemos dizer que o coração de Maria é um coração de Mãe, capaz de fazer tudo por seus filhos. Tenhamos um coração como o dela!

Um dia para agradecer por tão precioso dom: a sua maternidade
Por fim, ao aprofundarmos o valor espiritual desta festa, temos a certeza de que Maria é nossa Mãe e que cada um de nós está chamado a acolhê-la no coração.

Além de acolhê-la, somos convidados também a ajudá-la em sua missão de levar a todos ao encontro do seu Filho.

Unidos a Ela como irmãos e amigos no Senhor, acolhamos o seu convite: “Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho” (Mc 16,15).