segunda-feira, 30 de maio de 2016

O segredo para ler a Bíblia todos os dias

Ler a Bíblia todos os dias exige disciplina



Um grande missionário, homem de Deus, aquele que podemos chamar de um “bom operário” do Reino, revelou-nos seu segredo:

– Leio a Bíblia, trabalho e oro com ela sempre pela manhã; nunca abro exceções.

Perguntaram-lhe então como ele conseguira tanta fidelidade. E ele respondeu:

– Fiz um compromisso comigo mesmo diante de Deus: “Sem Bíblia não tem café”. Houve dias em que não consegui ler a Palavra de Deus e trabalhar com ela logo pela manhã. Mas eu disse para mim mesmo: “Bem, se não tive tempo para a leitura, não tenho tempo para o café… e até logo. E prosseguiu:

– Durante todos esses anos, poucos dias fiquei sem café. Foi uma grande graça para minha vida.

O que funcionou para esse homem de Deus deve funcionar para mim, para você, para qualquer pessoa. Contei várias vezes esse fato. Uma vez, uma pessoa me disse:

– Gostei de sua história: ““Sem Bíblia não tem café””. Mas, para mim, percebi que não funcionaria, porque eu só consigo trabalhar com o Diário Espiritual à noite. Então, mudei a história por minha conta, transformando-a em “”Sem Bíblia não tem cama””. Não foi fácil. Houve noites em que foi preciso lavar o rosto com água fria, dias em que fui obrigado a ler a Bíblia em pé ou andando pela sala para não dormir. Mas não deixei de ler nem de fazer o Diário Espiritual. Uma noite acordei e vi que estava dormindo em cima do diário. Não tive dúvidas: lavei o rosto e terminei o trabalho. Depois, fui para cama. Graças a Deus, não faltei ao meu compromisso: “”Sem Bíblia não tem cama”.

Parece exagero? Parece. Mas veja bem: só parece. Na vida, ninguém consegue nada sem esforço. Que o digam os artistas e as mães! Logo, para tudo é exigido empenho e luta, em particular neste campo, quando enfrentamos uma tremenda batalha espiritual. A tentação não quer que nos aprofundemos na Bíblia. Muito sutilmente, ela “ajeita” as coisas para que fiquemos sempre na superficialidade.

Agora é sua vez. Seja qual for sua hora de trabalhar com a Bíblia e com o diário espiritual, faça-o. Ou seja: “sem Bíblia não tem…” Aí está, também para você, o segredo da fidelidade.

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib

Músicos e a devoção a Nossa Senhora

A devoção a Nossa Senhora precisa fazer parte da espiritualidade do músico católico


Um dos momentos mais belos narrados na Bíblia se dá com a composição poética do Magnificat (cf. Lucas 1,46ss). É bem verdade que o texto traz detalhes já contidos em outras passagens bíblicas, mas não nos escapa a surpresa de ver expressões totalmente originais da parte de Nossa Senhora. Precisamos reconhecer que o Espírito Santo, agindo poderosamente no ventre de Maria, fez surgir essas extraordinárias palavras.

Maria compôs o Magnificat sob inspiração do Divino Espírito Santo. O texto traz profecias futuras, maturidade humana e espiritual, harmonia poética, enfim, tudo o que torna única uma composição. A alma de Nossa Senhora deixou-se envolver pelo poder de Deus e o fruto foi essa obra de arte. Há inclusive uma exegese em cujo argumento é afirmado que Nossa Senhora teria cantado esse texto. Se pudéssemos ouvir esta melodia, cantada pela Virgem Santíssima, certamente nos sentiríamos arrebatados ao céu. Maria é a porta do céu!

A devoção mariana precisa fazer parte da espiritualidade do músico católico. Um dos critérios da catolicidade é exatamente este. Tenha uma fé inteligente, abrace a piedade popular com a oração do rosário, da ladainha, do ofício de Nossa Senhora, entre outros, e consiga igualmente alçar voo na maturidade teológica e no estudo da mariologia. Santo Anselmo sugeria que tivéssemos uma fé pensante e um pensamento fervoroso (Credo ut intelligam; intelligo ut credam). A Igreja se enriquece muito quando somos capazes de sustentar a louvação com arte (cf. Salmo 32). Mas também precisamos de uma arte que esteja alicerçada numa teologia madura, de acordo com o Magistério dos Papas e em comunhão com a tradição e o depósito da fé.

Olhando para o exemplo de Nossa Senhora, resta-nos o convite: deixemo-nos envolver pelo Espírito Santo de Deus. Ele há de gerar composições maravilhosas por intermédio de nós. A Igreja se beneficia muitíssimo com o Magnificat de Nossa Senhora – nós a repetimos todas as tardes na oração vespertina da Liturgia das Horas. Da mesma forma, dóceis ao Espírito Santo, toda arte que brotar em nosso interior há de enriquecer a Igreja e se repetir pelos tempos futuros.

Padre Delton Filho
Canção Nova

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Conheça a história do jovem que se tornou católico após a JMJ

Eduardo Campos ficou conhecido por participar da Jornada Mundial da Juventude 2013 e, logo após, converter-se ao catolicismo

Você se lembra da imagem acima? Ela rodou o mundo nos meios de comunicação e chamou a atenção por aquilo que representou: um jovem evangélico reconhecendo o ministério petrino de Francisco.

O rapaz se chama Eduardo da Silva Campos e tem 22 anos. Em 2013, se uniu aos milhões de jovens na praia de Copacabana, Rio de Janeiro, para participar da Jornada Mundial da Juventude, apesar de ser protestante. Ele nasceu no protestantismo e, por 19 anos, recebeu os ensinamentos referentes às duas denominações pelas quais passou.

“Nunca fui cristão ‘meia boca’, sempre ativo e atuante, desempenhava a função de segundo secretário da congregação, integrante do ministério de louvor e da mocidade (grupo de jovens). Foram anos maravilhosos, não tenho motivos para desmerecer minha experiência cristã ‘extra Ecclesiam’. Tenho somente uma tristeza por não ser católico a mais tempo”, disse Eduardo à equipe do site Canção Nova.

Na entrevista, o jovem fala ainda dos motivos que o levou a participar da Jornada, sobre o cartaz que levantou na Missa de Envio e também como está sua vida após abraçar a fé católica.

Na Solenidade de Pentecostes de 2014, Eduardo recebeu o Sacramento do Batismo e da Eucaristia, na Arquidiocese do Rio de Janeiro. O jovem deve receber o Sacramento da Crisma neste ano.

Confira a íntegra:
Como soube da JMJ? Quando e por que decidiu participar do evento?
“Fiquei sabendo da JMJ por meio de propagandas televisivas e comentários de ex-alunos católicos.”

De quais atividades você participou na Jornada? O que mais chamou à atenção?
“Por estar trabalhando durante o período da JMJ, só pude comparecer na vigília no sábado e no domingo. Participei de todos os momentos nesses dois dias, desde a adoração ao Santíssimo até a Santa Missa de envio. Não tinha noção de nada do que estava acontecendo, todavia a beleza da unidade e da liturgia me encantavam. Dormi na praia, rezei com as pessoas, chorei bastante. Foi momento sublime!”

Você exibiu um cartaz onde se dizia “evangélico”, mas também reconhecia o Ministério Petrino de Francisco. O que motivou a iniciativa do cartaz e o que a levou a enxergar o Papa desta forma, apesar de ser protestante?
“Tudo isso começou com Bento XVI, o Magno. Por meio de sua renúncia, todo o alvoroço em volta da renúncia e eleição de um Sumo Pontífice, chamou-me à atenção. Comecei então a pesquisar sobre a Igreja, o papado, sua missão, desde quando existe e qual é o motivo. Quanto mais procurava, mais dúvidas surgiam e a Igreja com seus documentos saciavam minhas dúvidas e anseios, coisa que no protestantismo não acontecia. A passagem do Evangelho de São Mateus 16,18 fixou na minha cabeça: “Também eu e digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do Hades nunca prevalecerão contra ela”. Nesse momento, ao ler essa passagem, entendi quem era o Papa: Pedro.”

Durante a Jornada, pensou em mudar de Igreja?
“Não. Queria tão somente conhecer a Igreja Católica por meio dos meus olhos e não por meio dos outros.”

E sobre sua experiência com o Papa Francisco, durante o evento…
“Foi uma experiência ímpar! O Santo Padre passou por mim numa distância de cinco metros e fiquei arrepiado. Tive a oportunidade de me unir àquele povo que, emocionados, escutavam a voz do pastor.”

Quanto aos muitos jovens católicos com os quais pode se encontrar, como foi a experiência?
“Foi fantástica! Como eu estava com a camisa da JMJ, passei desapercebido em alguns momentos (rsrs), porém sempre perguntavam o que estava carregando; então, eu mostrava o cartaz e todos ficavam admirados. Fui muito bem acolhido, todos me trataram muito bem.”

O que ficou da Jornada no seu coração?
“A concretização da unidade da Igreja perante meus olhos. Vi e vivi a Igreja em comunhão, diversidade de culturas, raças, países. Todos professando uma só fé, um só batismo, um só Senhor em sua Igreja Una e Santa. É a unidade na diversidade! Impagável!”

Quando se deu o “start” para sua conversão ao catolicismo?
“Como disse anteriormente, comecei a gostar da Igreja quando comecei a estudar sobre ela. Isso foi na época da renúncia do Santo Padre Bento XVI, hoje emérito. Acompanhei o conclave, vibrei com a eleição do novo Papa, nosso amado Papa Francisco, defendia a Igreja em alguns debates mesmo sendo protestante. Daí defino essa fase como ‘pré-start’ da conversão. As aulas do Padre Paulo Ricardo e o grupo do Facebook Escolástica da Depressão (EDD) me ajudaram muito. Muitas dúvidas, muitas perguntas, todas sanadas, todas respondidas com misericórdia. O ‘start’ se deu após a JMJ, quando ficava relembrando todo aquele momento, as experiências, as coisas que foram ditas por aquele povo.”

Como se deu o processo de transição? 
“Deu-se após a JMJ, quando ficou aquele gostinho de ‘quero mais’. A ‘liturgia’ (se é que podemos dizer assim) do culto protestante não me atraía mais. Eu já tinha me apaixonado pela liturgia latina, pela Missa e sua sincronia, organização, pelo latim (eu assistia Missas no YouTube, mas sem saber que eram na forma extraordinária), pelos paramentos (que até então chamava de ‘roupas de padre’, pelo erguer da hóstia e do cálice. Era belíssimo aos meus olhos, parecia que tinha descoberto um tesouro.

Com isso, questionava-me o tempo todo, perguntava-me por qual motivo o pastor não usava aquelas ‘roupas de padre’, não tinha um altar na igreja, não tinha uma Tradição (sim, uma Tradição com “T” maiúsculo. Minha igreja até então não tinha nada que se ligasse com os santos apóstolos). Perguntava-me também: ‘Se Pedro está lá, por que estou aqui?’. Foi uma fase, como sempre digo, de muitas perguntas. Todavia, foi uma fase boa, na qual fui vendo que a Igreja, que outrora era um monstro, era na verdade minha verdadeira casa.”

Sua família e amigos, como reagiram à sua conversão?
“Foi turbulento! É até complicado entrar em detalhes. Não aceitaram de início (e com certeza não aceitam até hoje), tivemos brigas feias, muitas vezes troca de ofensas, mas com o tempo tudo se acalmou. Hoje, temos uma relação muito boa de amizade e fraternidade. Claro que eles aguardam ansiosamente o dia que eu ‘volte’, mas minha fé está bem enraizada e bem sei em quem tenho crido.”

E como foi sua chegada na Igreja Católica?
“O povo católico é um povo diferente, pois todo mundo é irmão de todo mundo. Não há distinção; é só chegar que esse povo estará de braços abertos. De início fui acolhido pelo Pe. Jorge Bispo, da paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Santa Cruz no Rio de Janeiro, posteriormente comecei a frequentar a Antiga Sé na qual é minha atual paróquia. Os padres sempre muito acolhedores, verdadeiros pastores. O povo de Cristo é extraordinário, sempre caridosos (e curiosos), acolheram-me com todo zelo possível. Houve também as pessoas que se incomodaram com minha presença, todavia, Deus sempre interveio nessas situações.”

Como você vive sua fé hoje em dia? Tem dificuldades como quanto à doutrina, hierarquia ou a Tradição católica?
“Minha fé, hoje em dia, é tão natural quanto a luz do sol que ilumina a face da Terra. Não tenho nenhuma dificuldade com a doutrina, hierarquia ou a Tradição. Sem a fé católica sou incompleto!”

Como é sua relação com a Virgem Maria? Foi uma aproximação fácil?
“Hoje, é uma relação normal de Mãe e filho. Logo que me converti, senti a vontade de rezar o terço. Fui numa loja e uma senhora me presenteou com um terço e um livrinho ensinando a rezá-lo. Ao rezá-lo no ônibus, indo para casa, senti uma presença muito forte, um arrepio intenso e uma vontade de chorar. Mas confesso que, a cada Ave-Maria, eu, em pensamento, dizia a Deus: ‘Senhor, se porventura eu Vos ofender, perdoe-me. Não quero pecar contra Ti’. Depois, com o tempo, as coisas se assentaram”.

Quais são seus planos para o futuro?
“Meus planos para o futuro… Bem, estou participando do GVA (Grupo Vocacional Arquidiocesano) aqui no Seminário São José. Acho que meu futuro dependerá do resultado desse discernimento. Contudo, peço aos irmãos que se lembrem de mim em suas orações diárias, nos terços e nas Missas. Que colocassem a mim e a minha família nessas intenções, entregando o meu futuro e o da minha família nas mãos de Deus.”

Canção Nova

Oração não é "varinha mágica", explica Papa

Francisco disse que a oração ajuda o homem a conservar a fé em Deus e a se entregar a Ele, mesmo quando não compreende Sua vontade

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 25, o Papa fez uma reflexão sobre a oração como fonte de misericórdia.

Inspirado na parábola da viúva e do juiz iníquo, Francisco recordou que, no final, a perseverança da viúva prevaleceu até mesmo sobre a iniquidade de um juiz inescrupuloso.

“Nos fará bem escutar isso hoje”, enfatizou o Papa, ao destacar que a parábola contém um ensinamento importante: “A necessidade de rezar sempre, sem jamais esmorecer. Portanto, não se trata de rezar às vezes, quando ‘estou a fim’. Não, Jesus diz que é preciso rezar sempre, sem cessar”.

Francisco afirmou que ao contrário do juiz desonesto, Deus atende prontamente seus filhos, mesmo que isso signifique que não o faça no tempo e da maneira que gostaríamos.

“A oração não é uma varinha mágica, não é uma varinha mágica. A oração ajuda a conservar a fé em Deus e a nos entregar a Ele mesmo quando não compreendemos a sua vontade. Nisto, Jesus, que rezava tanto é um exemplo para nós”, disse o Papa.

Francisco então argumentou que, à primeira vista, poderia parecer que Deus não teria escutado as orações de seu Filho, dado que Cristo morreu na cruz. Todavia, citando a Carta aos Hebreus, o Papa recordou que “Deus realmente salvou Jesus da morte concedendo-Lhe sobre essa a vitória completa, mas o caminho para conquistá-la passou pela própria morte”.

O Papa explicou que na oração no Getsêmani, Jesus se entrega sem reservas ao Pai: que “não seja como eu quero, mas como tu queres”. A partir deste momento, tudo mudou.

“O objeto da oração passa a um segundo plano; o que importa antes de tudo é a relação com o Pai. É isso o que a oração faz: transforma o desejo e modela-o segundo a vontade de Deus, seja qual essa for, porque quem reza quer, em primeiro lugar, unir-se a Deus, que é Amor misericordioso”, explicou.

Ao concluir, Francisco ressaltou que a parábola termina com um importante questionamento: “Mas quando o Filho do Homem voltar, encontrará a fé sobre a terra?”

“E com esta pergunta, estamos todos em alerta: não devemos desistir da oração mesmo que não seja correspondida. É a oração que conserva a fé, sem ela a fé vacila”, concluiu o Papa.

Canção Nova - Rádio Vaticano

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Carteira de identidade do cristão é a alegria, diz Papa

Francisco disse que não existe cristão sem alegria e quem a dá é Jesus e não as riquezas


Na missa celebrada na Casa Santa Marta nesta segunda-feira (23) o Papa Francisco refletiu sobre a alegria cristã. “O cristão vive na alegria e no estupor graças à ressurreição de Jesus Cristo”, disse.

Comentando a Primeira Carta de São Pedro Apóstolo, o Pontífice destacou que não obstante as provações, nunca nos será tirada a alegria daquilo que Deus fez em nós.

A carteira de identidade do cristão é a alegria do Evangelho
O Papa explicou que podemos caminhar rumo àquela esperança que os primeiros cristãos representavam como uma âncora no céu, aquela esperança que nos dá alegria.

“O cristão é um homem e uma mulher da alegria, um homem e uma mulher com a alegria no coração. Não existe cristão sem alegria! Mas, Padre, eu já vi tanta coisa! Não são cristãos! Dizem que são, mas não são! Falta-lhes alguma coisa. A carteira de identidade do cristão é a alegria, a alegria do Evangelho, a alegria de ter sido escolhido por Jesus, salvo por Ele, regenerado por Jesus. A alegria daquela esperança que Jesus espera de nós, a alegria que, nas cruzes e nos sofrimentos desta vida, se expressa de outra maneira que é a paz, na certeza de que Jesus nos acompanha. Está conosco”.

Francisco disse que o cristão faz esta alegria crescer com a confiança em Deus, que se lembra sempre de sua aliança. Ele explicou que o cristão sabe que Deus se lembra dele, que o ama, o acompanha, e o espera. Esta é a alegria, disse ainda o Papa.

É um mal servir a riqueza, no final faz-nos tristes
Francisco, assim, dirigiu sua atenção para a passagem do Evangelho de hoje que narra o encontro de Jesus com o jovem rico: um homem, que não foi capaz de abrir o coração à alegria e escolheu a tristeza, porque possuía muitos bens.

“Era apegado aos bens! Jesus nos disse que não se pode servir a dois senhores: ou serve a Deus ou serve as riquezas. As riquezas não são ruins em si mesmas: mas servir a riqueza, esse é o mal. O pobre homem foi embora triste… Ele franziu a testa e retirou-se triste. Quando em nossas paróquias, nas nossas comunidades, em nossas instituições, encontramos pessoas que se dizem cristãs e querem ser cristãs, mas são tristes, algo está errado. E nós devemos ajudá-las a encontrar Jesus, a tirar essa tristeza, para que possa se alegrar com o Evangelho, possa ter essa alegria que é própria do Evangelho”.

O Papa refletiu sobre a “alegria e o estupor”. “O estupor bom, diante da revelação, diante do amor de Deus, diante das emoções do Espírito Santo”.

O cristão “é um homem, uma mulher de estupor”.

Não buscar a felicidade em coisas que, no final, nos entristecem
Francisco explicou que com a força do Espírito Santo é possível viver a alegria cristã, de não ser preso às coisas nem à mundanidade que nos afasta de Jesus.

“Peçamos hoje ao Senhor que nos dê o estupor diante Dele, diante das muitas riquezas espirituais que nos deu, e com este estupor nos dê a alegria, a alegria da nossa vida e de viver com paz no coração as inúmeras dificuldades; e nos proteja da busca da felicidade em muitas coisas que, no final, nos entristecem: prometem muito, mas não nos darão nada! Lembrem-se bem: um cristão é um homem e uma mulher de alegria, de alegria no Senhor; um homem e uma mulher de estupor”.

Canção Nova - Rádio do Vaticano 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Ignorar o pobre é desprezar a Deus, alerta Papa na Catequese

Francisco refletiu sobre a parábola do rico e de Lázaro, e falou sobre pobreza e misericórdia


Na Catequese desta quarta-feira (18) Papa Francisco falou sobre pobreza e misericórdia, referindo-se à parábola do rico avarento e do pobre Lázaro (cf. Lc 16,10-31).

“A misericórdia de Deus está ligada à nossa misericórdia para com o próximo. Quando não temos misericórdia para com os outros, a misericórdia de Deus não encontra espaço no nosso coração fechado”, disse o Santo Padre.

Francisco explicou que a parábola do rico e de Lázaro demonstra isso. O portão da casa do rico estava sempre fechado ao pobre, que ali jazia esfomeado e coberto de chagas. Ignorando Lázaro e negando-lhe até mesmo as sobras da sua mesa, o rico desprezou Deus, segundo as conhecidas palavras de Jesus: “Sempre que deixastes de fazer isto a um destes pequeninos, foi a Mim que o deixastes de fazer”.

Segundo o Pontífice, podemos assim afirmar que “ignorar o pobre é desprezar Deus”.

“Deus ajuda”
Nesta parábola , continuou o Santo Padre, há um pormenor interessante: enquanto o nome do rico não é mencionado, o nome do pobre, Lázaro, que em hebraico significa “Deus ajuda”, repete-se cinco vezes.

Assim Lázaro à porta é um apelo vivo feito ao rico para que se recorde de Deus, mas o rico não acolhe esse apelo. Será condenado não pelas suas riquezas, mas por não ter tido compaixão de Lázaro socorrendo-o, disse o Papa.

O erro dessa atitude é o que se verifica na segunda parte da parábola, que apresenta invertida a situação de ambos após a morte: o pobre Lázaro aparece feliz no seio de Abraão, ao passo que o rico é atormentado.

Agora, o rico reconhece Lázaro e pede-lhe ajuda, enquanto em vida fazia de conta que não o via. Antes, negava-lhe as sobras da mesa; agora, pede para que lhe dê de beber. Mas como explica Abraão, aquele portão de casa que na terra separava o rico do pobre, transformou-se num “grande abismo”, que é intransponível, concluiu o Papa Francisco.

Saudação em português
O Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:

“Caros peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! Com afeto saúdo a todos, em particular às Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição e aos grupos paroquiais de Porto Nacional e da Póvoa de Varzim, desejando-vos que a peregrinação ao túmulo dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo fortaleça, nos vossos corações, o sentir e o viver em Igreja, sob o terno olhar da Virgem Mãe. Aprendamos com Ela a ler os sinais de Deus na história, para ser construtores duma humanidade nova. Deus vos abençoe, a vós e aos vossos familiares.”

João Paulo II
Aos peregrinos de língua polaca, Francisco recordou o aniversário de João Paulo II neste dia 18 de maio.

O Papa Francisco a todos deu a sua bênção.

Canção Nova - Rádio Vaticano

sexta-feira, 13 de maio de 2016

A mensagem de Fátima para o nosso tempo

Em suas aparições em Fátima, Nossa Senhora confiou aos três pastorinhos uma mensagem que se mantém atual para nós

Em 1917, Nossa Senhora apareceu em Fátima a três crianças, Lúcia, Francisco e Jacinta, para revelar ao mundo uma mensagem significativa para aquela época, mas que não perdeu a sua importância em nossos dias. Em seu livro “Luz do mundo”, Papa Bento XVI disse que a mensagem de Fátima nos ajuda a “entender um momento crítico na história: aquele no qual se desencadeia toda a força do mal, que se cristalizou nas grandes ditaduras e que, de outra maneira, age ainda hoje”1. Essas duas grandes ditaduras, o nazismo e o comunismo, que juntas mataram centenas de milhões de pessoas, devastaram a Europa e a Ásia, e, depois da “queda”, espalharam seus erros por todo o mundo.

A resposta desafiadora a todos esses erros “não consiste em grandes ações políticas, mas, ultimamente, pode chegar somente da transformação dos corações. […] Nesse sentido, a mensagem de Fátima não está concluída, mesmo que as duas grandes ditaduras tenham desaparecido”2, pois permanece o sofrimento da Igreja, resta a ameaça às pessoas, que se faz presente não somente por meio da perseguição, da violência, da escravidão, da morte, como vemos no mundo islâmico e em países comunistas, mas também nas ideologias: relativismo, feminismo, ideologia de gênero, cultura de morte e tantos outros erros que corrompem as culturas e as sociedades pelo mundo todo.

Para fazer frente a todos esses males, mantém-se atual a resposta que nos foi dada na mensagem de Fátima, persiste a orientação que Maria nos revelou por intermédio de Lúcia, Francisco e Jacinta. Como profetizou a Santíssima Virgem, nosso tempo está marcado por grandes tribulações. Hoje, o poder das trevas ameaça pisotear a nossa fé de todas as formas possíveis. Por isso, em nossos dias, como outrora, são necessários os ensinamentos que a Mãe de Deus transmitiu aos três pastorinhos.

As aparições de Fátima e a Penitência pela salvação das almas
Na carta com o terceiro segredo de Fátima, revelado por Nossa Senhora aos pastorinhos em 13 de Julho de 1917, a Irmã Lúcia descreve uma visão extraordinária, que nos ajuda a compreender a importância da penitência especialmente para o nosso tempo: “…vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora, um pouco mais alto, um anjo com uma espada de fogo na mão esquerda; ao cintilar, despendia chamas que pareciam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contato do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro. O anjo, apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência!”3

A palavra “penitência’ aparece nada menos do que 57 vezes na “Documentação Crítica de Fátima”. Em suas aparições, Nossa Senhora recomendou insistentemente que todos fizessem penitência, inclusive as três crianças, videntes das aparições. Lúcia, Francisco e Jacinta fizeram duras penitências, principalmente pela conversão e salvação dos pecadores.

Entre as penitências que nos pediu a Virgem de Fátima, tem particular importância os sacrifícios. A palavra “sacrifício”, que aparece 38 vezes na Documentação, também é muito importante para compreender a Mensagem de Fátima. Na 4ª aparição, no dia 19 de agosto de 1917, Nossa Senhora deu uma ordem expressa aos pastorinhos: “Rezai, rezai muito, e fazei sacrifícios pelos pecadores”, dizia ela. “Muitas almas vão para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”4. Pois é um dos meios que a Virgem Maria nos revelou para afastar os males do mundo. Alguns sacrifícios foram ensinados pela própria Virgem, como rezar de joelhos, jejuns e abstinências. Mas outros foram as três crianças que tiveram a inspiração, como aconteceu certa vez, quando encontraram uma corda áspera no caminho por onde passavam. Os três pastorinhos tomaram a corda e repartiram para usar na cintura como um cilício5, dia e noite.

Nossa Senhora e o Santo Rosário pela salvação dos pecadores
O Santo Rosário tem grande importância na mensagem de Fátima. O próprio título com o qual a Virgem Maria se apresentou revela a grande importância dessa oração mariana para a Igreja em nosso tempo. Nossa Senhora apresentou-se aos pastorinhos sob o título de “Senhora do Rosário”. Esse nome aparece por 121 vezes na Documentação das aparições. O termo “Rosário” aparece 282 vezes, e o nome “Nossa Senhora do Rosário”, 51 vezes no Documento.

De fato, a própria Virgem pediu que Lúcia, Francisco e Jacinta rezassem o terço a Nossa Senhora do Rosário. Primeiramente, pelos próprios pecados, mas também e, principalmente, pela salvação dos pecadores. A devoção a Senhora do Rosário começou com a construção de uma capela dedicada a ela, na Cova da Iria, local das aparições. Com a crescente peregrinação dos fiéis e pelo manifesto desejo desses, foi erigida a Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que posteriormente foi elevada a Santuário.

Nossa Senhora pediu insistentemente que os pastorinhos rezassem o Rosário de modo particular para a salvação das almas do inferno. A princípio, as três crianças não levaram muito a sério o pedido da Virgem Maria. Rezavam rapidamente para ter mais tempo para as brincadeiras comuns às crianças de suas idades. Mas, em pouco tempo, passaram a rezar com grande fervor o Santo Terço, pois compreenderam a importância da oração do Rosário para a salvação das almas.

A reparação ao Imaculado Coração da Virgem Maria
Em 13 de junho de 1917, na segunda de suas aparições em Fátima, Nossa Senhora confiou uma missão especial a pequena Lúcia, justamente quando ela pediu para os levar os três para o céu. A Santíssima Virgem respondeu-lhe: “Sim. A Jacinta e o Francisco, levo-os em breve; mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação e serão queridas de Deus essas almas, como flores postas por mim a adornar o Seu trono”. “Fico cá sozinha?”, disse com tristeza. “Não, filha, eu nunca te deixarei, o meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus”.

Depois de ouvir essas palavras, Lúcia, Francisco e Jacinta viram a Virgem Maria com um coração na mão, cercado de espinhos. Os pastorinhos compreenderam que aquele era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que necessitava de reparação. Na aparição seguinte, no dia 13 de julho, a Santíssima Virgem repetiu as mesmas palavras e disse que voltaria para pedir a devoção reparadora dos primeiros sábados. Sete anos depois, no dia 10 de dezembro de 1925, em Pontevedra, na Espanha, foi revelado a Irmã Lúcia, na época postulante no Instituto de Santa Doroteia, a devoção reparadora dos cinco primeiros sábados. A princípio, a Irmã ficou perplexa e não quis expor o fato. Somente em dezembro de 1927, por ordem de seu confessor, Lúcia escreveu as palavras que lhe dirigiu a Santíssima Virgem: “Olha, minha filha, o meu coração cercado de espinhos, que os homens ingratos a todos os momentos me cravam com blasfêmias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de me consolar e dize que todos aqueles que, durante cinco meses, no primeiro sábado, confessarem-se, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço, e me fizerem quinze minutos de companhia, meditando nos quinze mistérios do Rosário, com o fim de me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas”.

A mensagem de Fátima como remédio cont
ra os males do mundo atual
Assim, a mensagem de Fátima teve grande importância naquele momento histórico. No entanto, quase cem anos depois, a mensagem de Nossa Senhora mantém-se atual. Talvez, hoje, mais do que naquele tempo, as penitências serão remédios eficazes contra o mal, a busca desenfreada pelas coisas materiais, pelo prazer e poder. O Santo Rosário será uma “arma” contra o poder dos demônios. A devoção dos primeiros sábados, em reparação das ofensas contra o Imaculado Coração de Maria, será o caminho seguro de muitas almas para o Reino dos Céus.

Hoje, as grandes ditaduras permanecem agindo em nossos dias, por meio das ideologias, das falsas religiões, das lutas pelo poder e pelas riquezas. Em Fátima, a resposta que nos é dada a essas pela Virgem Maria não consiste em grandes ações políticas, mas na transformação dos corações através da penitência e do sacrifício, da oração do Santo Rosário e da devoção ao Imaculado Coração de Maria.

Se ouvirmos os apelos de Jesus Cristo e da Virgem Maria, veremos no Brasil e em todas as partes do mundo aquilo que viu o Papa Bento XVI: “Em Fátima, vi centenas de milhares de pessoas que, por meio daquilo que Maria havia confiado às crianças, neste mundo cheio de obstáculos e fechamentos, reencontram, de algum modo, o acesso a Deus”7. Esse nosso encontro com o Senhor será o grande triunfo profetizado pela Virgem Maria: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”8.

Nossa Senhora do Rosário de Fátima, rogai por nós!

Canção Nova

Catequese: Qual a importância da ação de graças após a Comunhão?

A Igreja nos ensina que após receber a Sagrada Hóstia, Presença real de Jesus: corpo, sangue, alma e divindade; Ele está substancialmente presente em nós até que nosso organismo consuma as espécies do trigo; isto pode levar cerca de 15 minutos. Depois disso, Jesus passa a estar em nossa alma pela ação do Espírito Santo e de Sua graça.

O grande São Pedro Julião Eymard, em seu livro "Flores da Eucaristia", nos ensina a importância da Ação de Graças. Transcrevo aqui alguns de seus ensinamentos para a sua meditação:

“O momento mais solene de vossa vida é o da Ação de Graças, em que possuis o Rei da Terra de do Céu, vosso Salvador e Juiz, disposto a vos conceder tudo o que Lhe pedirdes”.

“A Ação de Graças é de imprescindível necessidade, a fim de evitar que a Santa Comunhão degenere num simples hábito piedoso.”

“Nosso Senhor permanece pouco tempo em nossos corações, após a Santa Comunhão, porém os efeitos de Sua Presença se prolongam. As santas espécies são como que um invólucro, o qual se rompe e desaparece para que o remédio produza seus salutares efeitos no organismo. A alma se torna então como um vaso que recebeu um perfume precioso.”

“Consagrai à Ação de Graças meia hora se for possível, ou, pelo menos, um rigoroso quarto de hora (15 minutos). Dareis prova de não ter coração e de não saber apreciar devidamente o que é a Comunhão, se, após haver recebido Nosso Senhor, nada sentísseis e não Lhe soubésseis agradecer.”

“Deixai, se quiserdes, que a Santa Hóstia permaneça um momento sobre a vossa língua a fim de que Jesus, verdade e santidade, a purifique e santifique. Introduza-a depois em vosso peito, no trono do vosso coração, e, adorando em silêncio, começai a Ação de Graças”.

“Adorai Jesus sobre o trono de vosso coração, apoiando-vos sobre o Dele, ardente de amor. Exaltai-Lhe o poder… proclamai-o Senhor vosso, confessai–vos ser feliz servo, disposto a tudo para Lhe dar prazer.”

“Agradecei-Lhe a honra que vos fez, o amor que vos testemunhou, e o muito que vos deu nesta Comunhão! Louvai a Sua bondade e o seu amor para convosco, que sois tão pobre, tão imperfeito, tão infiel! Convidai os anjos, os santos, a Imaculada Mãe de Deus para louvá-Lo e agradecer-Lhe por vós. Uni-vos às ações de graças amantes e perfeitas da Santíssima Virgem.”

“Agradeçamos por meio de Maria, pois quando um filho pequeno recebe alguma coisa cabe à mãe agradecer por ele. A Ação de Graças identificada com a de Maria Santíssima será perfeita e bem aceita pelo Coração de Jesus.”

“Na Ação de Graças de Comunhão, chorai os vossos pecados aos pés de Jesus com Madalena (Jo 12,3), prometei-lhe fidelidade e amor, fazei-Lhe o sacrifício de vossas ações desregradas, de vossa tibieza, de vossa indolência em empreender o que vos custa. Pedi-Lhe a graça de não mais O ofender, professar-Lhe que preferis a morte ao pecado.”

“Pedi tudo o que quiserdes; é o momento da graça, e Jesus está disposto a vos dar o próprio Reino. É um prazer que Lhe proporcionamos, oferecer-Lhe ocasião de distribuir seus benefícios.”

“Pedi-lhe o reinado da santidade em vós, em vossos irmãos, e que a sua caridade abrase todos os corações.”

Na Ação de Graças podemos e devemos orar pela Igreja, pelas necessidades, intenções e saúde do Papa e de nossos bispos, sacerdotes, diáconos, consagrados, coordenadores de comunidades, missionários, catequistas, vocações sacerdotais e religiosas, etc.

É o momento privilegiado para pedir a Jesus, pelo Seu Sacrifício, o sufrágio das almas do Purgatório (dizendo-Lhe os nomes), de pedir por cada pessoa de nossa família e de todos os que se recomendaram às nossas orações e por todos aqueles por quem somos mais obrigados a rezar. E supliquemos a Jesus todas as graças necessárias para podermos cumprir bem a missão que Ele nos deu nesse mundo, seja familiar, profissional ou apostólica. É também o momento de nossa cura interior, pelo Sangue de Jesus.

Não nos esqueçamos nunca do que Ele disse: “Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira” (Jo 15, 1-6). É melhor não Comungar do que Comungar mal.

Prof. Felipe Aquino
Canção Nova

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Papa ao Brasil: harmonia, paz, oração e diálogo na dificuldade

Ao final da catequese desta quarta-feira, (11), o Papa Francisco fez uma saudação especial aos brasileiros, que vivem momentos políticos conturbados:

“Ao saudar vocês, peregrinos brasileiros, o meu pensamento vai à sua amada nação. Nesses dias em que nos preparamos para Pentecostes, peço ao Senhor que derrame abundantemente os dons do Espírito Santo para que, nesses momentos de dificuldade, o país caminhe pelas sendas da harmonia e da paz com a ajuda da oração e do diálogo. Que a proximidade de Nossa Senhora Aparecida – que como uma boa mãe jamais abandona seus filhos – seja defesa e guia no caminho”.

O Papa Francisco está informado e acompanha a situação política brasileira por meio dos bispos da CNBB. Ao final da Assembleia, realizada em Aparecida em abril, a entidade emitiu uma nota a respeito.

Na Audiência Geral da semana passada, o Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, teve a oportunidade de falar com o Pontífice sobre o tema. Dom Orani pedira ao Papa que rezasse pelo Brasil. Em resposta, Francisco disse que reza sempre pelo nosso país.

A crise também esteve na pauta da audiência privada que o Papa concedeu na terça-feira, (10), à atriz Letícia Sabatella e à juíza substituta do Tribunal de Justiça de São Paulo, Kenarik Boujikian.

O Senado brasileiro vota nesta quarta-feira o parecer pela admissibilidade do processo de impeachment que, se aprovado, afastará a Presidente Dilma Rousseff temporariamente por 180 dias.

Rádio Vaticano

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Papa: o Espírito Santo nos torna cristãos reais e não virtuais

Na homilia o Papa Francisco refletiu sobre a presença do Espírito Santo e afirmou que Ele liberta todos da condição de órfão



“O Espírito Santo nos torna cristãos reais e não virtuais”, disse o Papa na missa celebrada na manhã desta segunda-feira, 9. Francisco dirigiu ainda um pensamento especial às religiosas vicentinas que trabalham na Casa Santa Marta, no dia da festa litúrgica da fundadora da Companhia, Santa Luísa de Marillac.

O Pontífice exortou os fiéis a se deixarem guiar pelo Espírito Santo, que ensina o caminho da verdade. ‘Nem sequer ouvimos dizer que existe o Espírito Santo’, disse o Papa comentando o diálogo entre Paulo e alguns discípulos, em Éfeso, para se deter na presença do Espírito Santo na vida dos cristãos.

“Também hoje acontece como aconteceu aos discípulos que, mesmo crendo em Jesus, não sabiam quem era o Espírito Santo”, frisou Francisco, acrescentando que muitas pessoas dizem que aprenderam no catecismo que o Espírito Santo está na Trindade e não sabem mais nada além disso.


Não mais órfãos
“O Espírito Santo é aquele que move a Igreja. É aquele que trabalha na Igreja, em nossos corações. Ele faz de cada cristão uma pessoa diferente da outra, e de todos juntos faz a unidade. O Espírito Santo é aquele que leva adiante, escancara as portas e convida a testemunhar Jesus.”

Francisco observa que no inicio da missa, os fiéis ouviram: receberão o Espírito Santo e serão minhas testemunhas no mundo. “O Espírito Santo é aquele que nos impulsiona a louvar a Deus, nos induz a rezar. Ele reza, em nós. O Espírito Santo é aquele que está em nós e nos ensina a olhar para o Pai e dizer-lhe: Pai. Ele nos liberta da condição de órfão para a qual o espírito do mundo quer nos conduzir.”

“O Espírito Santo é o protagonista da Igreja viva. É aquele que trabalha na Igreja”, frisou ainda Francisco. “Porém, quando não vivemos isso, quando não estamos à altura dessa missão do Espírito Santo, a fé corre o risco de se reduzir a uma moral ou uma ética”.

“Não devemos nos deter em cumprir os mandamentos e nada mais. Isso pode ser feito, isso não; até aqui sim, até lá não! Dali se chega à casuística e a uma moral fria”.

Não tornar o Espírito Santo “prisioneiro de luxo”

O Santo Padre reitou dizendo que a vida cristã não é uma ética: é um encontro com Jesus Cristo e é o próprio Espírito Santo que leva a este encontro com Jesus Cristo.

“Mas nós, em nossas vidas, temos em nossos corações o Espírito Santo como um ‘prisioneiro de luxo’: não deixamos que ele nos impulsione, não deixamos que nos movimente. Ele faz tudo, sabe tudo, sabe nos lembrar o que Jesus disse, sabe nos explicar as coisas de Jesus. Somente uma coisa o Espírito Santo não sabe fazer: ‘cristãos de salão’. Ele não sabe fazer ‘cristãos virtuais’. Ele faz cristãos reais, Ele assume a vida real como ela é, com a profecia de ler os sinais dos tempos e assim nos levar avante. É o maior prisioneiro do nosso coração. Nós dizemos: é a terceira Pessoa da Trindade e acabamos ali.”

Refletir sobre o que o Espírito Santo faz em nossas vidas

Esta semana, acrescentou o Papa, será de reflexão sobre o que o Espírito Santo faz em “nossa” vida e perguntar-se se ele “nos” ensinou o caminho da liberdade.

“O Espírito Santo, que habita em mim, pede-me para sair: tenho medo? Como é a minha coragem, que o Espírito Santo me dá para sair de mim mesmo, para dar testemunho de Jesus?”continuou Francisco, e disse ainda: “Como está a minha paciência nas provações? Porque o Espírito Santo também dá a paciência.”

O Papa convida todos a pensar nesta semana de preparação para a Festa de Pentecostes se realmente acredita no Espírito Santo ou é apenas uma palavra.

“Procuremos falar com ele e dizer: “Eu sei que estás no meu coração, que estás no coração da Igreja, que levas adiante a Igreja, que fazes a unidade entre nós, mas diferentes entre nós, na diversidade de todos nós”, disse Francisco.

Ao concluir, o Pontífice orienta para “falarmos todas essas coisas e pedir a graça de aprender, mas praticamente na minha vida, o que Ele faz. É a graça da docilidade para com Ele: ser dócil ao Espírito Santo. Esta semana vamos fazer isso: pensemos no Espírito Santo, e falemos com ele.”


Canção Nova

Iniciada a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos

Celebrações ocorrem de 8 a 15 de maio, nas comunidades cristãs do Brasil


O lema bíblico “Chamados e chamadas para proclamar os altos feitos do Senhor” (1Pe2.9) inspira a Semana de Oração pela Unidade Cristã 2016. Este ano, a atividade ocorre, no Brasil, de 8 a 15 de maio e sugere reflexão sobre a realidade migratória no mundo.

A proposta foi elaborada pelo movimento ecumênico da Letônia e adaptado para o Brasil pelo Movimento Ecumênico de Curitiba (MOVEC).

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (SOUC) é promovida mundialmente pelo Conselho Pontifício para Unidade dos Cristãos (CPUC) e pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI). No Brasil, o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) coordena as iniciativas para a celebração da Semana em diversos estados.

Na carta, por ocasião da SOUC 2016, as igrejas cristãs recordam que o ano de 2015 foi caracterizado pelas ondas migratórias. “Também no início deste ano, vimos, na Europa, migrantes e refugiados desesperados em busca de novas condições de vida. Seus países foram destruídos por guerras e catástrofes ambientais”.

Ao final, da mensagem, as lideranças expressam proximidade com os povos refugiados. “Somos chamados e chamadas a proclamar os altos feitos do Senhor! Que essa proclamação se traduza em posturas de diálogo, acolhida e respeito para com aquelas pessoas que vêm ao nosso país em busca de novas oportunidades de vida”.

CNBB

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Papa Francisco explica ação do Espírito Santo no coração do homem

Francisco destacou que o Espírito dá testemunho de Jesus; e todas as vezes que sentimos no coração algo que nos aproxima de Jesus, é o Espírito que trabalha em nós



O Papa Francisco começou a semana celebrando a Missa na capela de sua residência, a Casa Santa Marta. Próximo da celebração de Pentecostes, as leituras falam sempre mais do Espírito Santo.

Francisco recordou uma passagem dos Atos dos Apóstolos em que o Senhor abriu o coração de uma mulher de nome Lídia, uma comerciante de púrpura que, na cidade de Tiatira, ouvia as palavras de Paulo.

“Essa mulher sentiu algo dentro de si, que a levou a dizer: ‘Isso é verdade! Eu estou de acordo com aquilo que este homem diz, este homem que testemunha Jesus Cristo. O que ele diz é verdade!’. Mas quem tocou o coração desta mulher? Quem lhe disse: ‘Ouça, porque é verdade’? Foi precisamente o Espírito Santo que fez com que esta mulher sentisse que Jesus era o Senhor; fez com que sentisse que a salvação estava nas palavras de Paulo; fez com que esta mulher ouvisse um testemunho.”

O Papa explicou que o Espírito dá testemunho de Jesus e todas as vezes que nós sentimos no coração algo que nos aproxima de Jesus, é o Espírito que trabalha dentro de nós.


Perseguição

Francisco disse que o Evangelho fala de um testemunho duplo: o Espírito que testemunha Jesus e o nosso testemunho. Nós somos testemunhas do Senhor com a força do Espírito. Jesus convida os discípulos a não se escandalizarem, porque o testemunho carrega consigo as perseguições. Das “pequenas perseguições das fofocas”, das críticas àquelas grandes perseguições, de que a história da Igreja está repleta, que leva os cristãos à prisão e os leva até mesmo a dar a vida.

“É o preço do testemunho cristão”, disse Jesus. “Expulsarão vocês das sinagogas e chegará a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está oferecendo um sacrifício a Deus. O cristão, com a força do Espírito, testemunha que o Senhor vive, que o Senhor ressuscitou, que está entre nós e celebra conosco Sua Morte e Ressurreição, toda vez que nos dirigimos ao altar. O cristão dá também testemunho, ajudado pelo Espírito, em sua vida cotidiana, com o seu modo de agir, mas, muitas vezes, esse testemunho provoca ataques e perseguições.”

Francisco explicou que o Espírito Santo, que nos fez conhecer Jesus, é o mesmo que nos impele a torná-Lo conhecido, não tanto com palavras, mas com o testemunho de vida.

“É bom pedir ao Espírito Santo que venha ao nosso coração para dar testemunho de Jesus, e dizer-lhe: ‘Senhor, que eu não me distancie de Jesus. Ensina-me o que Jesus ensinou. Faz-me lembrar o que Jesus disse e fez, e ajuda-me a testemunhar estas coisas. Que a mundanidade, as coisas fáceis, as coisas que vem do pai da mentira, do príncipe deste mundo, o pecado, não me distanciem do testemunho'”.

Canção Nova