segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Catequese: A água benta e seu sentido na vida cristã

A importância da água para vida humana, seja física e espiritual 

A água, como fórmula química H2O, é elemento fundamental para a vida humana. Desde os primórdios até os dias de hoje, o homem necessita e depende do uso diário da água para sua subsistência. 

Nas Sagradas Escrituras, a água é considerada símbolo de purificação (cf. Sal 51,4; Jo 13,8) e de vida (cf. Jo 3,5; Gal 3,27). Como dom de Deus, a água é instrumento vital, imprescindível para a sobrevivência e, portanto, um direito de todos. (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n. 484).

Contudo, a água, quando abençoada, passa a ter um sentido também espiritual. No Ritual Romano da celebração das bênçãos, no número 1090, diz que, com a bênção da água, recordamos Cristo, que é a Água Viva, e o sacramento do batismo, que nos fez renascer pela água e pelo Espírito Santo. Por isso, sempre que formos aspergidos com essa água ou nos benzermos com ela ao entrar na igreja ou dentro das nossas casas, dêmos graças a Deus pelo seu dom inestimável e imploremos o Seu auxílio para que, na nossa vida, sejamos fiéis. 

Água benta é um sacramental 
A água benta não é uma espécie de mágica ou superstição para quem a utiliza, pelo contrário, ela é uma eficaz forma de se chegar às realidades espirituais por meio de sinais sensíveis e visíveis, o que no caso da água benta se denomina como sacramental. 

O que é um sacramental? “A santa mãe Igreja instituiu os sacramentais, que são sinais sagrados pelos quais, à imitação dos sacramentos, são significados efeitos principalmente espirituais, obtidos pela impetração da Igreja. Pelos sacramentais, os homens se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e são santificadas as diversas circunstâncias da vida” (Catecismo da Igreja Católica, n.1667).

Assim, o ministro ordenado, seja um padre ou diácono, ao abençoar a água, conforme prescreve a Santa Igreja Católica, obtém-se um sacramental, que possui grande eficácia para as pessoas nas diversas realidades da vida. Essa água benta também pode ser usada para a aspersão nos vários ritos que a Igreja celebra para a santificação do povo. 

Com isso, “os sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para receber a graça e dispõem para cooperar com ela” (CIC 1670).

O sentido da água benta 
O sentido da água benta, portanto, não é uma representação imaginária, mas sim um sinal concreto e efetivo utilizado com fé e piedade pelo povo de Deus. 

Para os católicos, “segundo um costume muito antigo, a água é um dos símbolos que a Igreja usa com frequência para abençoar os fiéis. A água ritualmente benzida evoca nos fiéis o mistério de Cristo, que é para nós a plenitude da bênção divina. Ele próprio Se apresentou como água viva e instituiu para nós o batismo, sacramento da água, como sinal de bênção salvadora” (Ritual Romano – Celebração das bênçãos, n.1085). 

Na Introdução Geral do Missal Romano, número 51, quando se trata do ato penitencial, a água benta tem um determinado sentido, quando se afirma que “ao domingo, principalmente no tempo pascal, em vez do costumado ato penitencial, pode fazer-se, por vezes, a bênção e a aspersão da água em memória do batismo”, ou seja, a água benta tem ação importante na Liturgia da Igreja. 

Um outro aspecto é que, na maioria das bênçãos sobre pessoas, casas e objetos, é feita a seguinte oração: “Esta água nos recorde o nosso batismo em Cristo, que nos remiu com a Sua Morte e Ressurreição”. É realizada uma oração que nos une a Jesus, o centro da vida do cristão; após essa oração, pode acontecer a aspersão com a água benta sobre a pessoa ou objeto abençoado. 

A água benta é um sacramental, que, conforme a Igreja, pode-se ingerir, persignar, aspergir a si e aos outros, a objetos e lugares. Ela é uma graça que traz muitos benefícios para o corpo e para a alma daqueles que, com fé e devoção, a utilizam para o bem próprio e comum.

Canção Nova

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Ano do Laicato tem início neste domingo (26). Entenda:

A Igreja no Brasil vai celebrar, no período de 26 de novembro de 2017, Solenidade de Cristo Rei, à 25 de novembro de 2018, o “Ano do Laicato”. O tema escolhido para animar a mística do Ano do Laicato foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14. Segundo o Bispo de Caçador (SC), Dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato, já era um desejo da comissão dar novo impulso, incentivo e estímulo a temática.

“Sabemos que há uma grande satisfação do laicato no serviço com a Igreja, sobretudo na sua intervenção e no seu testemunho dentro da sociedade. Muitas vezes eles são esquecidos ou pouco valorizados”, diz o Bispo.

Para tal, o Ano do Laicato vai desenvolver diversas atividades para criar consciência do papel do leigo na Igreja. Por exemplo, serão publicados livros que refletirão sobre os leigos. Essas publicações devem criar consciência do papel deles na Igreja, acontecerãoseminários regionais e nacionais para despertar e motivar a participação, haverá a visita da Imagem da Sagrada Família, encontros e reflexões em todo o país. “É um momento oportuno para uma reflexão e desperta a consciência de que o cristão não é cristão só dentro da Igreja”, aponta. Outro momento forte ocorrerá de 23 a 27 de janeiro, o intereclesial, que refletirá sobre pastoral urbana, falando da reflexão e o cuidado com a vida.

O Ano do Laicato terá como objetivo geral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.

Pretende ainda: Dinamizar o estudo e a prática do documento 105: ‘Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade’ e demais documentos do Magistério, em especial do Papa Francisco, sobre o Laicato; e estimular a presença e a atuação dos cristãos leigos e leigas, ‘verdadeiros sujeitos eclesiais’ (DAp, n. 497a), como “sal, luz e fermento” na Igreja e na Sociedade.

O papel do Leigo na Igreja e na Sociedade
Dentro da comunidade eclesial os leigos são chamados a cumprir tarefas, como também os ordenados e consagrados. Cada um com sua missão, com direito de agir, testemunhar e animar a sociedade e a Igreja. Os diversos ministérios apontam o horizonte onde o leigo deve agir, seja na formação, nos serviços básicos da comunidade de fé, animando a liturgia, a catequese e os serviços eclesiais, círculos bíblicos, grupos de reflexão e outros, bem como o testemunho no serviço aos mais necessitados e carentes.

Para Dom Severino Clasen, o papel dos leigos na Igreja é ser testemunho do Cristo ressuscitado onde moram, vivem e trabalham. Através do batismo, os leigos tornam-se membros efetivos no corpo da Igreja, onde Cristo é a cabeça. “É dever de cada batizado conhecer Jesus Cristo, viver seus sentimentos de amor e ajudar os mais necessitados a serem felizes e a todos se santificarem para a glória de Deus”, diz o bispo.

Ele afirma que os leigos carregam mais que um mero papel, pois se trata de algo maior: uma missão.

De acordo com Dom Severino, essa grande missão dos leigos é colaborar na criação do mundo, aumentando a espécie humana feita à imagem e semelhança de Deus. É criar relações justas para que cada criatura possa viver com dignidade e justiça. Além disso, conhecer Jesus Cristo e segui-lo na fidelidade, na caridade, servindo aos semelhantes e colaborando com o desenvolvimento da sociedade. “Todo cristão batizado se torna filho da Igreja. A Igreja como mãe tem a missão de acolher os leigos e leigas para conhecer melhor as estruturas da sociedade. O cristão leigo, membro da Igreja, vive em profundidade os ensinamentos da doutrina da Igreja e cria condições para que o mundo seja o espaço agradável para se viver”, explica.

Dentro desse contexto, entende-se que a missão do leigo é desenvolver relações saudáveis na sociedade, na política, na economia, na cultura, na educação e na saúde para proteger a dignidade humana.

Também pode-se dizer que ser leigo é ter uma vocação, ou seja, a vocação específica do leigo é ser cristão. É ser santo. É chamado a seguir Jesus Cristo na família, na Igreja e na sociedade através de uma profissão. “A profissão do leigo revela o seu modo de agir no mundo na busca da santidade.”

Na avaliação de Severino também há uma missão fora da Igreja, pois a grande missão do leigo está na sociedade, onde vive e busca seu sustento. “Concentrou-se demais nas funções dentro da Igreja e esqueceu-se da sociedade, lugar onde ele vive e trabalha. Por isso, tanta injustiça, tanta corrupção e tanta miséria. É porque os leigos não estão assumindo sua missão na sociedade, na política e na transformação do ambiente onde vivem. Seguir Jesus Cristo é dar condições a todo ser humano para que viva a dignidade de filhos de Deus. Eis a grande missão dos leigos criar condições para a proteção do próprio ser humano também fora da Igreja”, indica.

Uma missão revalorizada após o Concílio Vaticano II
Há quem diga que os leigos, após o Concílio Vaticano II, já não ficam mais em segundo plano, em comparação com religiosos, sacerdotes, bispos etc. Mas na avaliação de Dom Severino, o distanciamento entre o clero e o leigo ainda não está superado. “É preciso entender que o essencial é ser cristão, seja leigo, religioso, sacerdote ou bispo. Existem funções diferentes, distintas, mas a dignidade é a mesma para todos”, ressalta.

Apesar disso, após o último Concílio, os leigos tiveram sua missão consideravelmente revalorizada, mas ainda não compreendida o suficientemente. “Existe ainda em muitos lugares uma mentalidade clericalista na cabeça da hierarquia e dos leigos, isso deve ser superado”, opina o bispo.

Dom Clasen conta que após a Assembleia Geral da CNBB de 2014, a intenção é contar com todos para aprofundar a missão dos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. “Vamos quebrar paradigmas e somar forças para encurtar distâncias entre leigos e hierarquia. Juntos compreenderemos que todo o batizado se torna filho da Igreja. A Igreja é mãe, tem a missão de acolher a todos como filhos é o que diz o Papa Francisco. Busquemos assumir a nossa missão como filhos e juntos construamos uma Igreja santa, agradável, acolhedora e um mundo justo, fraterno e digno de se morar e viver para a glória de Deus.”

Dom Severino sugere que os grandes documentos da Igreja são importantíssimos, que se complementam, são momentos e ofertas de reflexão. “Eu acredito que devemos ter um olhar maior para todos os documentos, para que os leigos tenham acesso, porque estes documentos da Igreja são para todos os batizados. Que os cristãos leigos tenham a alegria de ajudar a propagar o Ano do Laicato, que todas sejam abençoados na sua vida familiar e profissional, que tenhamos um mundo favorável para todos”, finaliza.

A12.com

Catequese: Qual é a diferença da Missa diária para a Missa dominical?

Conheça a história e a importância de participarmos da celebração da Santa Missa

Dizia o famoso orador romano, Cícero, que “a história é mestra da vida” (na obra De oratore, II, 9,36). Trata-se de uma sábia indicação que podemos aplicar também na questão relativa à Missa, celebrada no domingo ou nos dias da semana. Vamos, pois, à história da Missa, a partir dos dados do Novo Testamento e da primitiva história da Igreja. 

O ponto de partida da nossa fé, como proclamamos no “Credo”, é Jesus, que nos salva por meio de Sua morte-ressurreição. A fé dos discípulos, que tinha entrado em crise com a morte de Jesus, renasce e se fortalece com a Sua Ressurreição. E a Ressurreição de Jesus aconteceu no domingo. Desde o início, os cristãos celebraram sua fé na ressurreição por meio da Eucaristia, da Missa, exatamente no domingo, que os cristãos de origem judaica indicavam como “o primeiro dia da semana”.

Quando foi a primeira Missa? 
O primeiro nome da Missa foi “a fração do pão”. Lemos, por exemplo, no livro dos Atos dos Apóstolos, escrito por São Lucas, que é testemunha desse fato, o seguinte: “No primeiro dia da semana, estávamos reunidos para a fração do pão” (Atos 20,7). Atenção: isso acontece durante a terceira viagem apostólica de São Paulo, no ano 58 depois de Cristo. Passaram-se apenas 28 anos da morte-ressurreição de Jesus: e os cristãos já tinham o hábito de celebrar a Eucaristia, a Missa, no domingo, que era “o primeiro dia da semana”. Tal celebração, relatada no citado texto dos Atos, mostra que, substancialmente, os apóstolos seguiam o mesmo “esquema” da Missa de hoje: celebrada no domingo e dividida em duas partes, a saber, a liturgia da palavra (20,7) e a liturgia eucarística, com o “pão partido” (20,11).

Aliás, essa ligação entre Ressurreição e “primeiro dia da semana” se encontra, de maneira significativa, no capítulo 20 do Evangelho de João. “No primeiro dia da semana” (João 20,1) Jesus ressuscita e aparece a Maria Madalena. E “ao anoitecer desse dia” (João 20,19), Jesus aparece a dez discípulos: não doze, pois Judas havia se enforcado e Tomé estava ausente. Mas, “oito dias depois” (João 20,26), quer dizer, no domingo seguinte, Jesus Ressuscitado apareceu novamente, estando presente também Tomé. 

Uma ligação entre Missa e domingo é encontrada também, no fim da primeira carta aos Coríntios, dentro da iniciativa do apóstolo Paulo, que estava organizando uma coleta em favor dos pobres de Jerusalém. Ele, pois, escreve: “Todo primeiro dia da semana, cada um coloque de lado aquilo que consegue economizar” (1Coríntios, 16,2). Era o dia da Missa, na qual, desde então, já aparece a participação dos fiéis até com espórtulas em dinheiro para ajudar os pobres. 

“Senhor” é o título de Jesus Ressuscitado, como lemos, por exemplo, na Carta aos Filipenses: “Para que toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor” (2,11). Mas, na língua latina, o termo “senhor” se traduz com a palavra “Dominus”, de onde vem o termo português “domingo”, quer dizer, dia do Senhor ressuscitado. 

Essa palavra, “domingo”, torna-se comum já na época apostólica, pois foi num dia de “domingo”, dia do Senhor, que o apóstolo João recebeu as revelações relatadas no livro do Apocalipse (1,10).

A Eucaristia 
Essa ligação entre domingo e Eucaristia é confirmada pelos testemunhos dos cristãos dos primeiros séculos. Santo Ignácio de Antioquia, que foi martirizado no começo do 2º século, assim escrevia na sua epístola aos Magnésios (9): “Não precisamos mais manter o sábado, como fazem os judeus. Deve, todo amigo de Cristo, observar o Dia do Senhor como festa, o dia da ressurreição, a rainha e comandante de todos os dias da semana. Foi nesse dia que a nossa vida renasceu e a vitória sobre a morte foi obtida em Cristo”. E o mártir S. Justino (metade do 2º século), na sua “Apologia” (I,67), fala da celebração eucarística que os primeiros cristãos comemoravam “no dia do sol”, como era chamado o domingo no ambiente do Império Romano. Eis o que ele escreveu: 

“No dia que se chama do sol [domingo], celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades e nos campos, e ali é lido, enquanto o tempo o permite, as recordações dos apóstolos ou os escritos dos profetas”. E continua falando da homilia, da oração dos fiéis e da liturgia eucarística (consagração e comunhão). 

Certamente, toda eucaristia é importante, também aquela que não é celebrada no domingo, pois, como diz o apóstolo Paulo, “todas as vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor até que Ele venha”. (1Coríntios 11,26). 

Não podemos, no entanto, esquecer que, no começo, a Missa era celebrada exatamente no domingo, para os cristãos manifestarem, juntos, sua fé na Ressurreição de Jesus. Esse é o ponto de partida da nossa fé cristã. Naturalmente, quem puder participar, também nos dias da semana, vai fortalecer sua comunhão com Jesus. Papa Francisco nos traz essa bela novidade: é o primeiro Papa que partilha, pelos meios de comunicação, a homilia que ele profere durante a Missa celebrada nos dias da semana.

Canção Nova

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Existe um dia certo para montar a árvore de Natal?

A árvore de Natal foi inventada por São Bonifácio, que ficou conhecido como apóstolo dos germanos ou evangelizador da Alemanha. O Santo nasceu na Inglaterra em 672 e faleceu martirizado em 5 de junho de 754. Seu nome religioso, em latim Bonifacius, quer dizer “aquele que faz o bem”.

Em 718, Bonifácio esteve em Roma e o Papa Gregório II enviou-o à Alemanha, com a missão de reorganizar a Igreja local. Em 722, foi feito Bispo e, um ano depois, inventou a árvore de Natal.

Em 723, São Bonifácio derrubou um enorme carvalho dedicado ao deus Thor, perto da atual cidade de Fritzlar, na Alemanha. Para convencer o povo e os druidas, que eram sacerdotes do lendário povo celta, de que não era uma árvore sagrada, ele cortou-a. Na queda, o carvalho destruiu tudo que ali se encontrava, menos um pequeno pinheiro. Segundo a tradição, Bonifácio interpretou esse fato como sendo um milagre. Esse fato aconteceu no Tempo do Advento e, como ele pregava sobre o Natal, declarou: “Doravante, nós chamaremos esta árvore de Árvore do Menino Jesus”. A partir disso, teve início o costume de plantar pequenos pinheiros para celebrar o nascimento de Jesus, inicialmente na Alemanha, e depois para o mundo todo.

Em 1982, a árvore foi instalada pela primeira vez na Praça de São Pedro. Nesta ocasião, disse o Papa João Paulo II: “Eu creio que é o símbolo da árvore da vida, aquela árvore mencionada no livro do Gênesis e que foi plantada na terra da humanidade junto a Cristo (…). Depois, no momento em que Cristo veio ao mundo, a árvore da vida voltou a ser plantada através d’Ele e agora cresce com Ele e amadurece na cruz (…). Devo dizer-lhes, que eu pessoalmente, apesar de ter uns quantos anos, espero impacientemente a chegada do Natal, momento em que é trazido aos meus aposentos esta pequena árvore. Tudo isso tem um enorme significado, que transcende as idades…”. 

Segundo o Padre Gustavo Haas, ex-assessor de liturgia da CNBB, a árvore de natal que simboliza a vida, deve ser montada no primeiro domingo do Advento, que marca o começo deste tempo litúrgico. O ideal é montar a árvore e colocar os enfeites e adereços aos poucos, durante as quatro semanas do advento, pois para nós católicos, este gesto nos faz recordar que estamos num tempo de preparação, ou seja, preparando a nossa vida para o nascimento de Jesus.

Ele afirmou ainda, que a preparação da árvore deve ser intensificada durante a última semana que antecede o Natal: “Até o Segundo Domingo do Tempo do Advento, tudo ainda é muito sóbrio, mesmo nas leituras feitas nas missas do advento. É só a partir do Terceiro Domingo do Tempo do Advento que a Bíblia começa a falar do nascimento de Jesus, e se inicia um momento de maior expectativa. Esse é o momento, portanto, de intensificar a decoração da árvore”.

Presépio
A tradição católica diz que o presépio surgiu em 1223, quando São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de São José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais. Nesse cenário, foi celebrada a Missa de Natal.

O sucesso dessa representação do Presépio foi tão grande, que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se introduziu nas casas nobres europeias e de lá foi descendo até as classes mais pobres. Sua popularidade nos lares espanhóis e latino-americanos se estendeu ao longo do século XIX, e na França, não o fez até inícios do século XX. Em todas as religiões cristãs, é consensual que o Presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeiramente inspirado nos Evangelhos.

Rádio Canção Nova