terça-feira, 14 de janeiro de 2020

No Ângelus, Papa Francisco passa tarefa de casa: recordar data do batizado

No dia em que a Igreja celebrou a festa do Batismo do Senhor, o Papa Francisco convidou os presentes na Praça São Pedro, durante a tradicional oração do Ângelus, a cumprirem uma tarefa de casa: recordar a data do batizado. Na sequência, festejar no coração esta data todos os anos, também como “um dever de justiça para com o Senhor, que tem sido tão bom conosco”.

“No Batismo, o Espírito Santo veio para permanecer em nós. Por isso é importante saber qual é data do meu Batismo. Nós sabemos qual é a data do nosso nascimento, mas nem sempre sabemos a data do nosso Batismo”, afirmou o Papa.

Batizado de crianças
Francisco iniciou a oração recordando a celebração do batismo de 32 crianças, ainda na manhã deste domingo, 12 de janeiro, na Capela Sistina. “Mais uma vez tive a alegria de batizar algumas crianças na hodierna Festa do Batismo do Senhor”.

Deus é Santo, seus caminhos não são os nossos
O Pontífice ressaltou que a liturgia deste ano propõe o evento do batismo de Jesus narrado pelo Evangelho segundo São Mateus (3,13-17). O evangelista descreve o diálogo entre Jesus, que pede o batismo, e João Batista, que quer negar-se a fazê-lo e observa: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?”

O Santo Padre observou que esta decisão de Jesus surpreende o Batista: “de fato, o Messias não precisa ser purificado; é Ele, ao invés, que purifica. Mas Deus é o Santo, seus caminhos não são os nossos, e Jesus é o Caminho de Deus, um caminho imprevisível”, ressaltou.

Jesus veio superar a distância entre o homem e Deus
João havia declarado que entre ele e Jesus existia uma distância abissal, insuperável. “Eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias” (Mt 3,11), dissera. “Mas o Filho de Deus – continuou o Papa – veio justamente para superar a distância entre o homem e Deus. Se Jesus é totalmente da parte de Deus, é também totalmente da parte do homem, e reúne aquilo que estava dividido”.

Por isso, explicou Francisco, Jesus replica a João: “Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça”.

Solidariedade com o homem frágil e pecador
“O Messias pede para ser batizado, a fim de que se cumpra toda justiça, isto é, se realize o desígnio do Pai que passa pelo caminho da obediência filial e da solidariedade com o homem frágil e pecador. É o caminho da humildade e da plena proximidade de Deus a seus filhos.”

O Pontífice observou que também o profeta Isaias anuncia a justiça do Servo de Deus, que realiza a sua missão no mundo com um estilo contrário ao espírito mundano: “Ele não clamará, não levantará a voz, não fará ouvir a sua voz nas ruas, não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha bruxuleante” (42,2-3). Em seguida, o Pontífice acrescentou:

“É a atitude da mansidão, da simplicidade, do respeito, da moderação e do não fazer alarde, que se requer também hoje aos discípulos do Senhor. Na ação missionária a comunidade cristã é chamada a ir ao encontro dos outros sempre propondo e não impondo, dando testemunho, partilhando a vida concreta das pessoas.”

Testemunhar e anunciar o amor sem limites de Deus
Assim que Jesus foi batizado no rio Jordão, os céus se abriram e desceu sobre Ele o Espírito Santo como uma pomba, enquanto do alto ressoou uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem coloquei a minha complacência”, frisou o Papa citando a passagem de Mt 3,17.

“Na festa do Batismo de Jesus redescobrimos o nosso Batismo. Como Jesus é o Filho amado do Pai, também nós renascido da água e do Espírito Santo sabemos ser filhos amados, objeto da complacência de Deus, irmãos de tantos outros irmãos, investidos de uma grande missão para testemunhar e anunciar a todos os homens o amor sem limites do Pai.”

Na saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, após a oração mariana, o Pontífice saudou, entre outros, os jovens do Movimento dos Focolarinos provenientes do Brasil, Colômbia, Paraguai e Coreia, vindos a Roma para um curso de formação no contexto dos cem anos do nascimento da Serva de Deus Chiara Lubich.

Vatican News / CNBB

Assembleia Paroquial no próximo dia 25

Palestra da Assembleia Paroquial 2016
A Paróquia São Francisco de Paula promoverá no próximo dia 25, às 8h, a Assembleia Paroquial. O evento abordará mais uma vez o tema da Campanha da Fraternidade (CF) e será realizada na Igreja Matriz. 

Neste ano, a temática proposta pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para o período quaresmal será “Fraternidade e vida: dom e compromisso” com o lema  “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34).

A assembleia é voltada para toda comunidade paroquial, especialmente Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão, coroinhas, cerimoniários e coordenadores de pastorais e movimentos. Ela contará com a participação do bispo Dom Roberto Francisco e do pároco padre Lucas Mendes. 

A palestra a partir do tema da CF será ministrada pela doutoranda em Ciência Política, Roberta Carvalho.


sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Papa Francisco: quem ama a Deus e não ama o irmão é mentiroso

Amar e como amar: o Papa Francisco dedicou a este tema a homilia, inspirado pela Primeira Carta do Apóstolo João

A primeira leitura desta sexta-feira (10), extraída da Primeira Carta de João, fala do amor e a este tema o Papa dedicou a sua homilia ao celebrar a missa na capela da Casa Santa Marta. O apóstolo, afirmou, entendeu o que é o amor, o experimentou, e entrando no coração de Jesus, entendeu como se manifestou. A sua carta nos diz, portanto, como se ama e como fomos amados.

Deus nos amou por primeiro
O Pontífice definiu como “claras” duas de suas afirmações. A primeira é o fundamento do amor: “Nós amamos Deus porque Ele nos amou por primeiro”. O início do amor vem Dele. “Eu começo a amar, ou posso começar a amar, porque sei que Ele me amou por primeiro”, afirmou o Papa, que prosseguiu: “Se Ele não nos tivesse amado, certamente nós não poderíamos amar”.

Se uma criança recém-nascida, de poucos dias, pudesse falar, certamente explicaria esta realidade: “Sinto-me amada pelos pais”. E aquilo que os pais fazem com o filho, Deus fez conosco: nos amou por primeiro. E isso faz nascer e crescer a nossa capacidade de amar. Esta é uma definição clara do amor: nós podemos amar a Deus porque Ele nos amou por primeiro.

Quem ama a Deus e o odeia o irmão é mentiroso
A segunda afirmação “sem meias palavras” do apóstolo é esta: “Se alguém diz que ama a Deus, mas odeia o seu irmão, é um mentiroso”. João não diz que é um mal-educado ou que errou, mas que é um mentiroso, notou o Papa, e também nós devemos aprender isto:

Eu amo a Deus, rezo, entro em êxtase e tudo… e depois descarto os outros, odeio os outros ou não os amo, simplesmente, ou sou indiferente aos outros… Não diz “você errou”, mas “você é mentiroso”. E esta palavra na Bíblia é clara, porque ser mentiroso é justamente o modo de ser do diabo: é o Grande Mentiroso, nos diz o Novo Testamento, é o pai da mentira. Esta é a definição de Satanás que a Bíblia nos dá. E se você diz amar a Deus e odeia o seu irmão, você está do outro lado: é um mentiroso. Nisto não há concessões. 

Muitos podem encontrar justificativas para não amar, alguém pode dizer: "Eu não odeio, Padre, mas existem tantas pessoas que fazem mal para mim ou que não posso aceitar porque são mal-educadas ou rudes". E o Papa comenta sublinhando a concretude do amor indicado por João quando escreve: “Aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê” e afirma: "Se você não é capaz de amar as pessoas, dos mais próximos aos mais distantes com quem convive, você não pode nos dizer que ama a Deus: você é um mentiroso."

O amor é concreto e cotidiano
Mas não há somente o sentimento, o ódio, pode existir o desejo de não "se envolver" nas coisas dos outros. Mas isso não está certo, porque o amor "se expressa praticando o bem":

Se uma pessoa diz: "Eu, para estar bem limpo, só bebo água destilada": você morrerá! Porque isso não serve para a vida. O verdadeiro amor não é água destilada: é água todos os dias, com os problemas, com os afetos, com os amores e com os ódios, mas é isso. Amar a concretude, o amor concreto: não é um amor de laboratório. Isso nos ensina o apóstolo, com essas definições assim tão claras. Mas existe uma maneira de não amar a Deus e de não amar o próximo um pouco escondido, o que é indiferença. "Não, eu não quero isso: eu quero água destilada. Eu não me envolvo com o problema dos outros." Você deve, para ajudar, para rezar.

O Papa Francisco cita então uma expressão de São Alberto Hurtado, que dizia: "É bom não fazer o mal; mas é mal não fazer o bem”. O verdadeiro amor "deve levar a praticar o bem (...), a sujar as mãos nas obras de amor". Não é fácil, mas por esse caminho de fé existe a possibilidade de vencer o mundo, a mentalidade do mundo que "nos impede de amar."

Através do caminho da fé vencemos o mundo
Este é o caminho – afirma ainda o Papa - “aqui não entram os indiferentes, aqueles que lavam as mãos dos problemas, aqueles que não querem envolver-se nos problemas para ajudar, para fazer o bem; não entram os falsos místicos, aqueles com o coração destilado como a água, que dizem amar a Deus, mas não amam o próximo", e conclui: "Que o Senhor nos ensine estas verdades: a segurança de termos sido amados por primeiro e a coragem de amar os irmãos".

VaticanNews

Papa apela aos EUA e ao Irã para manterem o diálogo e o autocontrole no respeito à legalidade

A crise entre Estados Unidos e Irã, as queimadas na Austrália, o impasse na Venezuela, a proteção do meio ambiente: todos os temas candentes da atualidade estiveram presentes num dos discursos mais aguardados do ano do Papa Francisco, isto é, ao corpo diplomático. Na Sala Regia, estavam presentes os embaixadores dos 183 países com os quais a Santa Sé mantém relações diplomáticas, entre os quais o Brasil.

A longa e minuciosa análise do Pontífice partiu da palavra esperança: “Infelizmente, o novo ano aparece-nos constelado não tanto de sinais encorajadores, como sobretudo duma intensificação de tensões e violências. É precisamente à luz destas circunstâncias que não podemos cessar de esperar. E esperar exige coragem”.

“Renovo o meu apelo a todas as partes interessadas para que evitem um agravamento do conflito e mantenham acesa a chama do diálogo e do autocontrole”: este foi um dos trechos mais incisivos do discurso do Papa Francisco ao corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé.

América
A partir daí, o Papa lembrou cada uma de suas viagens apostólicas em 2019 para passar em resenha todos os continentes, começando pela América. No Panamá, em janeiro, ele visitou o país por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.

A primeira lembrança de Francisco, porém, foi a de jovens abusados por membros do clero. “Trata-se de crimes que ofendem a Deus, causam danos físicos, psicológicos e espirituais às vítimas e lesam a vida de comunidades inteiras.” O Papa reiterou o compromisso da Igreja em debelar esta chaga e os esforços que vem fazendo, como, por exemplo, o encontro realizado em fevereiro com os presidentes de todas as Conferências Episcopais. E olhando para o futuro, citou o evento marcado para o próximo mês de maio, para um novo pacto educativo global.

Falar dos jovens é falar ainda do protagonismo que assumiram recentemente na defesa do meio ambiente. A esse ponto, o Papa recordou o Sínodo Amazônico, realizado no Vaticano em outubro passado. “O Sínodo foi um evento essencialmente eclesial”, afirmou, mas “não podia eximir-se de abordar outras temáticas – a começar pela ecologia integral – que dizem respeito à própria vida daquela região tão vasta e importante para todo o mundo, uma vez que a floresta amazónica é um ‘coração biológico’ para a terra cada vez mais ameaçada”.

Ainda no continente americano, Francisco mencionou explicitamente a Venezuela e criticou as polarizações ideológicas, fazendo a seguinte análise: “Em geral, os conflitos da região americana, embora possuindo raízes diferentes, são irmanados pelas profundas desigualdades, as injustiças e uma endêmica corrupção, bem como pelas várias formas de pobreza que ofendem a dignidade das pessoas. Por isso, os líderes políticos esforcem-se por restabelecer, urgentemente, uma cultura do diálogo em prol do bem comum e por fortalecer as instituições democráticas e promover o respeito pelo estado de direito, a fim de prevenir deslizes antidemocráticos, populistas e extremistas.”

Oriente Médio
Ao falar da viagem ao Marrocos e aos Emirados Árabes Unidos, ocasião em que assinou o Documento sobre a Fraternidade Humana com o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad al-Tayyeb, o Pontífice enquadrou uma das situações mais explosivas do planeta: o Oriente Médio e a península arábica. Síria, Iêmen, Líbia, Israel e Palestina foram citados, mas a atenção de Francisco se concentrou sobre o que aconteceu recentemente no Iraque:

“Particularmente preocupantes são os sinais que chegam de toda a região, após a recrudescência da tensão entre o Irã e os Estados Unidos que se arrisca, antes de tudo, a colocar a dura prova o lento processo de reconstrução do Iraque, bem como a criar as bases dum conflito de mais vasta escala que todos quereríamos poder esconjurar. Por isso, renovo o meu apelo a todas as partes interessadas para que evitem um agravamento do conflito e mantenham «acesa a chama do diálogo e do autocontrole», no pleno respeito da legalidade internacional.”

Europa
Depois, foi a vez da Europa e as viagens à Bulgária, Macedônia do Norte e Romênia. O Papa não esqueceu dos migrantes e refugiados, constatando que o Mediterrâneo permanece um grande cemitério. Falou das tensões no Cáucaso, nos Bálcãs e na Ucrânia e citou uma série de datas comemorativas: os 45 anos da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), os 70 anos do Conselho Europeu, os 30 anos da queda do Muro de Berlim:

“O Muro de Berlim permanece emblemático duma cultura da divisão que afasta as pessoas umas das outras e abre caminho ao extremismo e à violência. Vemo-lo sempre mais na linguagem de ódio amplamente usada na internet e nos meios de comunicação social. Às barreiras do ódio, preferimos as pontes da reconciliação e da solidariedade.”

Outro fato que mereceu uma menção por parte de Francisco foi o incêndio que destruiu a Catedral de Notre Dame, em Paris, que “mostrou como é frágil e fácil destruir até o que parece sólido” e trouxe à tona o tema dos valores históricos e culturais da Europa. “Num contexto onde faltam valores de referência, torna-se mais fácil encontrar elementos de divisão que de coesão.”

África
A África ganhou destaque ao fazer memória de suas viagens a Moçambique, Madagascar e Maurício, ressaltando os sinais de paz e de reconciliação. Todavia, o Papa manifestou o seu pesar pela violência e atos de terrorismo em Burkina Faso, Camarões, Mali, Níger, Nigéria, República Centro-Africana e Sudão, inclusive com cristãos pagando com a vida a sua fidelidade ao Evangelho. E mais uma vez manifestou publicamente seu desejo de visitar o Sudão do Sul este ano.

Por fim, a viagem à Tailândia e Japão. A atenção se concentrou sobre o testemunho dos hibakusha, isto é, os sobreviventes aos bombardeios atômicos em Hiroshima e Nagasaki. Francisco voltou a repetir que o uso das armas atômicas é imoral e que é possível e necessário livrar-se desses armamentos.

Austrália
A última nação citada pelo Pontífice foi a Austrália, que vem sofrendo com os incêndios nos últimos meses. Ao povo australiano, especialmente às vítimas e a quantos vivem nas regiões atingidas pelos fogos, desejo certificá-los da minha proximidade e oração.”

Além de se debruçar sobre situações inerentes aos países, o Papa recordou ainda os 75 anos da Organização das Nações Unidas, cujo serviço até aqui foi um “sucesso”, especialmente para evitar outra guerra mundial, mas que hoje necessita de uma reforma geral para torná-la ainda mais eficaz.

Mulheres
Outra data que inspirou o Pontífice foram os 500 anos da morte do artista italiano Rafael Sanzio, que tinha como um de seus temas preferidos retratar Nossa Senhora. E lembrou que a Igreja celebra em 2020 os 70 anos da proclamação dogmática da Assunção da Virgem Maria ao Céu.

“Com o olhar posto em Maria, desejo dirigir uma saudação particular a todas as mulheres, 25 anos depois da IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Mulher, realizada em Pequim no ano de 1995, com votos de que em todo o mundo se reconheça cada vez mais o precioso papel das mulheres na sociedade e cessem todas as formas de injustiça, desigualdade e violência contra elas.”

Francisco recordou que “toda a violência infligida à mulher é profanação de Deus”, “um crime que destrói a harmonia, a poesia e a beleza que Deus quis dar ao mundo”.

Diplomacia
A justiça e a paz, finalizou o Pontífice, serão totalmente restabelecidas no final do caminhar terreno. Até lá, a diplomacia é a tentativa humana – “imperfeita, mas sempre preciosa” – para se alcançar esses frutos. “Com este compromisso, renovo a todos vocês, queridos Embaixadores e ilustres convidados aqui reunidos, e aos seus países, os meus votos cordiais de um novo ano cheio de esperança e repleto de bênçãos.”

VaticanNews / CNBB

Datas móveis do calendário católico foram apresentadas durante Celebrações da Epifania do Senhor

No domingo da Solenidade da Epifania do Senhor, a Igreja fez, em todo o Brasil, o anúncio das Solenidades Móveis de todo o ano de 2020. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) disponibilizou no Diretório da Liturgia o calendário com as datas das celebrações. Confira abaixo o texto do anúncio:


2020 – ANO A (São Mateus) 
Anúncio das Solenidades Móveis de 2020

Irmãos caríssimos,

A glória do Senhor manifestou-se e sempre há de manifestar-se no meio de nós até a sua vinda no fim dos tempos.

Nos ritmos e nas vicissitudes do tempo recordamos e vivemos os mistérios da salvação.

O centro de todo o ano litúrgico é o Tríduo do Senhor crucificado, sepultado e ressuscitado, que culminará no Domingo de Páscoa, este ano a 12 de abril.

Em cada Domingo, Páscoa semanal, a Santa Igreja torna presente este grande acontecimento, no qual Jesus Cristo venceu o pecado e a morte.

Da celebração da Páscoa do Senhor derivam todas as celebrações do Ano Litúrgico:

as Cinzas, início da Quaresma, a 26 de fevereiro;

a Ascensão do Senhor, a 24 de maio;

Pentecostes, a 31 de maio;

o primeiro Domingo do Advento, a 29 de novembro.

Também nas festas da Santa Mãe de Deus, dos Apóstolos, dos Santos e na Comemoração dos Fiéis Defuntos, a Igreja peregrina sobre a terra proclama a Páscoa do Senhor.

A Cristo, que era, que é e que há de vir, Senhor do tempo e da história, louvor e glória pelos séculos dos séculos.

Amém.

Confira as datas de outras solenidades:

Epifania do Senhor – 5 de janeiro

Batismo do Senhor – 12 de janeiro

São José, esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria, padroeiro da Igreja Universal – 19 de maio

Anunciação do Senhor – 25 de março

Santíssima Trindade (domingo) – 7 de junho

Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – 11 de junho

Sagrado Coração de Jesus – 19 de junho

Natividade de São João Batista – 24 de junho

São Pedro e São Paulo (domingo) – 28 de junho

Assunção de Nossa Senhora – 16 de agosto

Nossa Senhora da Conceição Aparecida – 12 de outubro

Todos os Santos (domingo) – 1º de novembro

Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo (domingo) – 22 de novembro

Imaculada Conceição de Nossa Senhora – 8 de dezembro

Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo – 25 de dezembro

terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Na Epifania do Senhor, a Igreja recorda a visita e os presentes dos Santos Reis magos a Jesus

Celebra-se em 6 de Janeiro o Dia de Santos Reis, ou ainda Dia de Reis, que também é conhecido como a Epifania do Senhor ou Festa de Reis. Neste dia, voltam-se todas as orações para celebração da visita dos Magos que viajaram muito para prestar homenagem, adoração e amor ao Menino Jesus. E, por isso, trouxeram-lhe presentes cheios de significados: ouro, incenso e mirra. Tudo isso é narrado por Mateus no Novo Testamento da Bíblia. Segundo a tradição cristã, confirmada por São Beda, o nome dos três magos eram: Melquior, Gaspar e Baltazar.

Em artigo divulgado  em 6 de janeiro, o arcebispo de Belém (PA), dom Alberto Taveira, fala do sentido desta data. Segundo ele, os magos foram do oriente a Belém, conduzidos pela estrela de sua busca da verdade. “Levaram o que tinham de melhor, a adoração àquele que é Deus, o respeito ao que é Rei e a homenagem ao que é tão humano que viria a passar pelo sofrimento e pela morte”, disse.

Dom Taveira destacou que os magos passaram por estradas abertas pelo deserto, parecidas com aquelas que foram sonhadas no exílio pelo Povo de Deus. “As intempéries do clima não lhes impediram a busca da meta. Em Jerusalém, encontraram, de um lado, uma leitura das antigas profecias, mas estas cercadas de interesses outros, que depois se revelaram na sanha assassina de Herodes e seus asseclas”, relatou.

Apesar das dificuldades, dom Taveira descreveu que a estrela abriu caminhos aos magos, “até porque foram também eles feitos para Deus e não poderiam acalmar sua busca enquanto não encontrassem o Rei que havia nascido”.

Em Belém, segundo dom Taveira, os magos encontraram portas abertas e aberturas de uma tenda de gente pobre. “Depararam com uma cena presente em todos os povos, desde que o mundo é mundo: pai, mãe, criança no colo! Não havia bloqueios, nem recepcionistas, nem condições prévias, para adentrarem àquele palácio real inusitado. Tudo era sóbrio e simples, nenhuma coisa supérflua, a cena adequada para a oração, o respeito e a troca de presentes”.

Homens ricos vindos de longe se agregaram aos primeiros que tinham ouvido anjos cantando, pobres pastores dos arredores da pequena vila de Belém, que agora revela sua vocação: “E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um príncipe que será o pastor do meu povo, Israel” (Mt 2,6). Dom Taveira escreveu que os magos voltaram às suas casas contentes com o serviço da estrela e com o encontro vivido, passando por outros e novos caminhos, só por Deus conhecidos. “Levaram seus alforjes vazios de riquezas, mas cheios de vida e de fé”, disse.

CNBB

Papa: adorar é um gesto de amor que muda a vida

“Quando adoramos permitimos a Jesus que nos cure e transforme; adorando, damos ao Senhor a possibilidade de nos transformar com o seu amor, iluminar as nossas trevas, dar-nos força na fraqueza e coragem nas provações”. O Papa Francisco falou sobre a “adoração” na sua homilia do Dia de Reis na Missa celebrada na Basílica de São Pedro

Na Solenidade da Epifania do Senhor, no dia seis, o Papa Francisco celebrou a missa na Basílica de São Pedro. Durante a sua homilia, destacou a “adoração” recordando-a como a intenção dos Reis Magos ao seguirem a estrela no Oriente. Adorar era o objetivo do percurso dos Reis, a meta do seu caminho. Para sublinhar a importância da adoração o Papa recordou: “Se perdermos o sentido da adoração, falta-nos o sentido de marcha da vida cristã, que é um caminho rumo ao Senhor, e não a nós”, e em seguida esclarece o risco falando de personagens “incapazes de adorar”. E cita Herodes, que usa o verbo ‘adorar’, mas de maneira falaciosa, porque pede aos Magos que o informem do local onde encontrarem o Menino, enquanto que na realidade ele queria livrar-se dele. E o Papa afirma:

Adorar a Deus para não adorar-se a si mesmo
“Que nos ensina isto? Que o homem, quando não adora a Deus, é levado a adorar-se a si mesmo; e a própria vida cristã, sem adorar o Senhor, pode tornar-se uma forma educada de se louvar a si mesmo e a sua habilidade. É um risco sério: servir-se de Deus, em vez de servir a Deus”

Francisco explica a importância da adoração a Deus e como se pode chegar a isso:

“Quando se adora, apercebemo-nos de que a fé não se reduz a um belo conjunto de doutrinas, mas é a relação com uma Pessoa viva, que devemos amar. É permanecendo face a face com Jesus que conhecemos o seu rosto”

Não basta ter boas ideias e conhecimentos teóricos aprofundados, esclarece, “é preciso colocá-Lo em primeiro lugar, como faz um namorado com a pessoa amada. Assim deve ser a Igreja: uma adoradora enamorada de Jesus, seu esposo”.

Descobrir a adoração
E faz um apelo a todos: “Ao principiar este ano, descubramos de novo a adoração como exigência da fé. Se soubermos ajoelhar diante de Jesus, venceremos a tentação de olhar apenas aos nossos interesses. De fato, adorar é fazer o êxodo da maior escravidão: a escravidão de si mesmo”.

“Quando adoramos – recorda o Papa - permitimos a Jesus que nos cure e transforme; adorando, damos ao Senhor a possibilidade de nos transformar com o seu amor, iluminar as nossas trevas, dar-nos força na fraqueza e coragem nas provações”

E por fim recorda “Adorar é ir ao essencial: é o caminho para se desintoxicar de tantas coisas inúteis, de dependências que anestesiam o coração e estonteiam a mente”.

E seguida o Papa Francisco pondera:

“Adorar é um gesto de amor que muda a vida. É fazer como os Magos: levar ao Senhor o ouro, para Lhe dizer que nada é mais precioso do que Ele; oferecer-Lhe o incenso, para Lhe dizer que só com Ele se eleva para o alto a nossa vida; apresentar-Lhe a mirra como promessa a Jesus de que socorreremos o próximo marginalizado e sofredor, porque nele está o Senhor”

Conclui sua homilia propondo uma reflexão: “Sou um cristão adorador? A pergunta impõe-se-nos, pois muitos cristãos que rezam, não sabem adorar. Encontremos momentos para a adoração ao longo do nosso dia e criemos espaço para a adoração nas nossas comunidades”.

VaticanNews