terça-feira, 18 de outubro de 2016

Catequese: Por que preciso de direção espiritual?

A direção espiritual nos instrui e nos ilumina nas decisões

Buscar uma direção espiritual é importante, porque, desde que nascemos, precisamos da ajuda do outro. No nascimento, precisamos dos cuidados de nossos pais, precisamos do alimento, do leite materno que não pode ser descartado ou substituído por outro, pois este tem sua riqueza em vitaminas. Para a criança recém-nascida, não tem jeito, ela precisa do leite humano.

Deve ser por isso que Deus quis criar o ser humano. O Senhor quis que as pessoas se relacionassem; então, criou a mulher, a fim de que ela fosse companheira, uma “auxiliar que correspondesse a ele” (Gn 2,20).

Isso também se aplica à vida espiritual. Por mais que já tenhamos um bom tempo de caminhada ao lado de Deus – sejam cinco, dez, vinte anos servindo num grupo, numa pastoral –, para que possamos dar algo precisamos também receber, precisamos de alguém que nos instrua, que nos ilumine nas decisões. Por isso, há a necessidade não só de formação, mas de alguém que caminhe conosco e nos ajude a discernir quais passos devem ser dados.

Vamos usar alguns termos para que essa reflexão fique clara: “acompanhador” e “acompanhado”. Acompanhador é o diretor espiritual; acompanhado aquele que é dirigido.

No acompanhamento espiritual, pode haver um momento de “tirar as dúvidas”; contudo, nesse sentido, o acompanhado deve buscar formação, por isso o acompanhamento trata-se de um diálogo, uma partilha entre acompanhado e acompanhador, para que tal situação seja iluminada. Por essa razão, a vida de oração é imprescindível. Atenção! A vida de oração precisa ser vivida pelo acompanhador e pelo acompanhado; senão, fica muito fácil cobrar o acompanhador e jogar a responsabilidade sobre ele.

Por que preciso de um acompanhador espiritual? Porque preciso dos outros não só nas realidades básicas, humanas e profissionais, mas também na realidade espiritual. Muitas vezes, erramos, porque não temos alguém ao nosso lado para nos escutar, para dar uma luz sobre esse ou aquele assunto.

Preciso de direção espiritual, porque necessito de ajuda, porque sou falho, porque não sou perfeito. A busca por um acompanhador espiritual é também uma atitude de humildade, um remédio contra a autossuficiência, contra o orgulho. Preciso de um acompanhador, porque nem sempre estou certo. Se precisei de alguém quando criança, quando adolescente e até adulto para realizar algumas tarefas, mesmo com alguma autonomia e autoridade, preciso do outro para continuar acertando ou para errar menos.

Por fim, o acompanhador é uma boa ajuda para que se viva bem a vida espiritual e, consequentemente, para que se viva bem as outras realidades da vida, pois estão estreitamente ligadas. Quando eu estiver bem com Deus, estarei bem com o outro, estarei bem com a vida profissional e todas as outras coisas deslancharão. E mesmo que as outras realidades não estejam bem, o fato de estar bem espiritualmente, de estar sendo acompanhado, faz com que eu tenha paciência, sobriedade e calma com as confusões ao meu redor, “mesmo que a figueira não renove seus brotos, a parreira deixe de produzir, se as ovelhas desaparecerem dos pastos, estarei feliz no Senhor (Hab 3,17-18). Não significa ser passivo, mas, sendo acompanhado, terei calma para ver tal situação como um desafio a ser vencido à luz do Espírito Santo com diálogo e esperança.

Padre Márcio de Padro
Canção Nova

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O rosto misericordioso de Maria

Estamos no Ano Santo da Misericórdia. Pouco a pouco o mundo vai tomando consciência da necessidade de se viver a proposta de Jesus: “Sede misericordiosos, como o Pai é misericordioso”. Se as pessoas estão carentes de gestos concretos, podemos dizer também que não faltam exemplos de homens e mulheres que encarnaram o pedido do mestre e fizeram de suas vidas uma verdadeira fonte de amor fraterno. Sem dúvida, uma dessas mulheres foi a Mãe do Redentor, Maria Santíssima. Por isso, atendendo aos apelos do Santo Padre, o Papa Francisco, durante a Novena e Festa da Rainha e Padroeira do Brasil, de 3 a 12 de outubro de 2016, convidamos todos os devotos de Nossa Senhora Aparecida para contemplar 'O Rosto Misericordioso de Maria'.

Estamos também às vésperas de completar os 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora, nas águas do Rio Paraíba do Sul. Dia 12 de Outubro iniciamos o Ano Jubilar e, para preparar este grande momento, há quatro anos os Missionários Redentoristas que trabalham no Santuário Nacional e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) definiram que a novena de 2016 fosse dedicada às principais devoções marianas praticadas no Brasil.

Por isso, unindo essas duas motivações (misericórdia e devoção mariana), durante os nove dias preparatórios, nossa oração repetiu com a Igreja a saudação à Rainha, Mãe de Misericórdia. Em cada um dos encontros da novena destacamos um aspecto da ação misericordiosa de Maria em favor dos seus filhos e filhas, manifestado em uma das devoções marianas mais cultivadas pelo povo brasileiro. Assim, fixamos nosso olhar e nosso coração na Rainha: Mãe da Misericórdia (Aparecida); Senhora da Esperança e da Vida (Medianeira); Senhora dos pobres e dos excluídos (Rosário); Senhora dos humildes e abandonados (Fátima); Senhora e auxílio da Igreja (Perpétuo Socorro); Senhora e amparo dos sofredores (Dores); Senhora e mãe missionária (Nazaré); Senhora e modelo da juventude (Auxiliadora); Senhora e Mãe da Igreja peregrina (Glória).

Neste dia da festa da Padroeira, com toda a Igreja do Brasil, lembraremos a razão pela qual Maria se tornou reflexo do amor de Deus e modelo de discípula missionária. No prefácio que antecede o momento da consagração do pão e do vinho, o presidente da celebração anunciará: “A fim de preparar para o vosso Filho mãe que fosse digna dele, preservastes a Virgem Maria da mancha do pecado original, enriquecendo-a com a plenitude da vossa graça. Nela, nos destes as primícias da Igreja, esposa de Cristo, sem ruga e sem mancha, resplandecente de beleza. Puríssima, na verdade, devia ser a Virgem que nos daria o Salvador, o Cordeiro sem mancha, que tira os nossos pecados. Escolhida, entre todas as mulheres, modelo de santidade e advogada nossa, ela intervém constantemente em favor de vosso povo”.

Aí está o rosto misericordioso de Maria: foi escolhida entre todas as mulheres e preparada para uma missão especial; nasceu imaculada porque seria a mãe daquele que iria tirar o pecado do mundo. Como se não bastasse, tornou-se defensora de todos os que acreditam na sua intercessão. Essa é a razão que nos faz dizer: SOU DEVOTO. Essa palavra que os dicionários não definem tem um significado muito importante na vida de milhões de brasileiros. Quando alguém diz ‘Sou Devoto’, está declarando amor por uma causa, dizendo-se devedor de uma graça alcançada, manifestando seu desejo de imitar o exemplo do santo ou santa a quem manifesta sua devoção.

Creio que o Ano Jubilar, que se inicia neste dia 12 de Outubro, é uma boa oportunidade para você se encher de ânimo e colar na porta de sua casa: SOU DEVOTO. Com certeza, fazendo isso você também fará resplendecer o rosto misericordioso de Maria para todos os que enxergarem a sua manifestação de amor pela Rainha, Mãe da Misericórdia.


A12.com 

Santuário de Aparecida dá início ao Ano Jubilar Mariano

Celebração em homenagem à Padroeira do Brasil marcou a abertura do Ano Jubilar

Milhares de fiéis participaram, nesta quarta-feira, 12, da Missa em homenagem à Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.

A Celebração, que também deu início ao Ano Jubilar pelos 300 anos da aparição da imagem nas águas do Rio Paraíba, foi presidida pelo Cardeal arcebispo de Aparecida, Dom Raymundo Damasceno de Assis, no Santuário Nacional, às 9h.

Na homilia, Dom Damasceno lembrou que o tema escolhido para a novena deste ano “O Rosto Misericordioso de Maria””, esteve em sintonia com o Ano da Misericórdia.

“Deus é amor, afirma São João Evangelista, e sua misericórdia abraça todos os cantos da Terra. Não há espaço, nem pessoas que ela não possa tocar. Maria é a mãe da Misericórdia. Ela tem a chave do coração de Deus”, destacou.

O cardeal disse ainda que a abertura das celebrações dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida é um acontecimento de fé.

“Começou em 2014, com a peregrinação da imagem de Aparecida, que tem sido acolhida nas dioceses, em todos os recantos do Brasil, e a peregrinação continuará durante todo o Ano Jubilar, até outubro de 2017”.

Dom Damasceno recordou também o Ano Mariano, instituído pela CNBB, para ajudar na vivência deste Ano Jubilar de Aparecida. “A Igreja no Brasil está convidada durante o Ano Mariano, a agradecer a Deus pelos inúmeros benefícios que Ele, pela intercessão da padroeira do Brasil, tem derramado sobre o país nestes 300 anos”.

E destacou que, desde o início da evangelização no Brasil, a devoção a Maria tem sido uma porta aberta para o encontro com Jesus Cristo.

“Ela é a realização mais perfeita e a expressão mais concreta do Evangelho. Por isso se diz, Maria é o Evangelho do povo, e por isso aquele que permanece nesta escola de Maria, aprende também a conhecer a Jesus Cristo, amá-lo, a imitá-lo, a testemunhá-lo em sua vida. Este é o papel, a função e a alegria de Maria: conduzir todos os seus filhos a Jesus Cristo”, afirmou Dom Damasceno.

Em outubro de 1717, quando os três pescadores retiraram a imagem de Nossa Senhora da Conceição das águas do Rio Paraíba do Sul, Maria veio em socorro deles, que após horas de trabalho, não pescavam nada. De maneira simples, ela se deixou encontrar. “Ou melhor, Deus ofereceu ao Brasil a sua própria mãe, como disse o Papa Francisco”, lembrou o cardeal.

E após este milagre do encontro da imagem, seguiu-se o segundo milagre, da grande pesca realizada por estes três pescadores.

“Jesus é o rosto misericordioso do Pai, Maria é o reflexo humano do coração materno de Deus. As palavras de Maria, ‘fazei tudo o que ele vos disser’, são as únicas palavras relatadas pelo evangelista João e soam como um testamento de Maria, para todos nós seus filhos e filhas, e por isso, continuam sempre válidas”, explicou.

Dom Damasceno fez votos ainda de que o Jubileu dos 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida e que o Ano Nacional Mariano ajudem os fiéis a se tornarem cada vez mais discípulos missionários de Jesus Cristo, acolhendo com alegria o Seu Evangelho.

Por fim, leu a mensagem enviada pelo Papa Francisco para a Semana da Criança:

“Queridos amigos,
guardando viva no coração a grata lembrança da inauguração do monumento dedicado à Nossa Senhora Aparecida, nos Jardins do Vaticano, é com muita alegria que dirijo uma saudação por ocasião da Semana Nacional da Criança.

Organizado pelo Santuário Nacional da Padroeira do Brasil, em parceria com os Tribunais Regionais do Trabalho e da Procuradorias Gerais do Trabalho do Estado de São Paulo, tem por finalidade promover a luta pela erradicação do Trabalho Infantil e proporcionar às crianças uma educação de qualidade que lhes garanta um futuro melhor.

Neste sentido, é preciso lembrar que as crianças são um sinal. Sinal de esperança, sinal de vida, mas também sinal de diagnóstico para compreender o estado de saúde de uma família, de uma sociedade, do mundo inteiro.

Quando as crianças são acolhidas, amadas, protegidas, tuteladas, a família sadia, a sociedade melhora, o mundo é mais humano. Por isso, devemos estar sempre renovando a nossa disposição em acolher mais e melhor as crianças, perguntando-nos: ‘somos capazes de permanecer junto delas? De ‘perder tempo’ com elas? sabemos ouvi-las? Defendê-las? Rezar por elas e com elas? Ou negligenciamo-las, preferindo ocuparmo-nos de nossos interesses.

Assim, faço votos de que o Fórum para a Erradicação do Trabalho Infantil possa ser frutuoso nos seus propósitos, e para tal, peço as luzes do Espírito Santo, ilumine a todos os participantes, ao mesmo tempo em que, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida lhes concedo a Bênção Apostólica, pedindo que não deixem de rezar por mim.

Papa Francisco”

Ao longo de todo o dia, o Santuário Nacional espera receber cerca de 160 mil fiéis de todo o país que se dirigem à Basílica para prestar sua homenagem à Padroeira do Brasil.

Canção Nova

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Papa: só quem sabe agradecer experimenta alegria plena

Em Missa no Jubileu Mariano, Papa destacou necessidade de agradecer e louvar a Deus pelos benefícios de Sua misericórdia

O Papa Francisco presidiu nesse domingo, 9, a Santa Missa por ocasião do Jubileu Mariano realizado no Vaticano de 7 a 9 de outubro. O Jubileu se insere no quadro de celebrações do Ano da Misericórdia.

A homilia foi inspirada no trecho do Evangelho que relata a cura de dez leprosos por Jesus. Francisco enfatizou que esse é um convite para reconhecer, com maravilha e gratidão, os dons de Deus.

Dos dez leprosos, apenas um voltou para agradecer Jesus, e foi justamente o samaritano, ou seja, o estrangeiro que vivia às margens da sociedade da época. O Santo Padre destacou que é muito importante saber agradecer e louvar a Deus por tudo o que Ele faz e convidou os fiéis a refletirem em que medida têm feito isso em suas vidas. “É fácil ir ter com o Senhor para Lhe pedir qualquer coisa, mas voltar para Lhe agradecer…”, disse.

O Santo Padre falou então do exemplo de Maria, que depois de ter recebido o anúncio do Anjo, louvou e agradeceu a Deus, no canto do Magnificat. “Peçamos a Nossa Senhora que nos ajude a entender que tudo é dom de Deus e a saber agradecer: então – garanto-vos eu – a nossa alegria será completa. Só aquele que sabe agradecer, experimenta a plenitude da alegria”.

Mas para saber agradecer, é preciso ter humildade, observou o Papa. Nesse ponto, novamente ele recordou Maria, que tem coração humilde e capaz de acolher os dons de Deus.

“Para Se fazer homem, Deus escolheu-A precisamente a Ela, uma jovem simples de Nazaré, que não vivia nos palácios do poder e da riqueza, que não realizou feitos extraordinários. (…) Conservemos intimamente esta fé simples da Santíssima Mãe de Deus; peçamos-Lhe a graça de saber voltar sempre a Jesus e dizer-Lhe o nosso obrigado pelos inúmeros benefícios da sua misericórdia”, concluiu o Papa.


Vigília

Também por ocasião do Jubileu Mariano, o Papa presidiu neste sábado, 8, uma vigília no Vaticano, reunindo milhares de fiéis na Praça São Pedro.

Na ocasião, ele convidou os fiéis a aprender com Maria a alegria da partilha.

Canção Nova

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Diocese prepara criação do Museu Sacro Histórico de Campos dos Goytacazes


A criação do Museu Sacro Histórico de Campos dos Goytacazes é um dos projetos da Comissão de Bens Culturais recém criada na Diocese de Campos. O objetivo é incentivar o conhecimento da história sacra do município, que tem tudo a ver com o desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, através dos trabalhos praticados pelos Jesuítas, Beneditinos, Franciscanos. O projeto está sendo incentivado pela Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, que se singulariza por ser um patrimônio histórico sacro e artístico.

Desde 1978, a Igreja de São Francisco — localizada na rua Treze de Maio, na área central de Campos — passa por obras de restauração do seu conjunto arquitetônico e pela recuperação do seu acervo sacro a fim de instituir um museu de arte sacra. 
O projeto tem como objetivos guardar, preservar e divulgar a memória da história sacra e, na visão de seus idealizadores, apresentar-se como a solução mais adequada para a proteção dos acervos sacros. O templo nos fornece um exemplo único do estilo artístico barroco tropical.

A expectativa de Zenilson Coutinho, membro da Ordem Terceira Franciscana e responsável pela Igreja de São Francisco, é que com a criação do museu, o patrimônio artístico presente nas igrejas possa ser preservado, catalogado e conhecido, passando a cumprir sua finalidade de evangelizar.

— Campos dos Goytacazes tem uma das mais ricas e interessantes histórias do Brasil, com cenas de bravura, resistência, aventura e muita religiosidade. Mesmo assim, até hoje não tem um local que preserve e exponha esta história, disse.


Com informações da Pascom - Diocese de Campos

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Papa: Espírito Santo é o protagonista do caminhar da Igreja

Na Missa desta quinta-feira, Francisco falou de três comportamentos com relação ao Espírito Santo, Aquele que de fato leva a Igreja adiante

O Espírito Santo foi o destaque da homilia do Papa Francisco nesta quinta-feira, 6, na capela da Casa Santa Marta.

As leituras do dia falam do Espírito Santo. “É o grande dom do Pai. É a força que faz a Igreja sair com coragem para chegar aos confins da terra. O Espírito é o protagonista deste caminhar da Igreja. Sem Ele, há fechamento, medo”, disse o Pontífice.

O Papa indicou três comportamentos que se pode ter com o Espírito. O primeiro é a reprovação que São Paulo faz aos Gálatas: o crer de serem justificados pela Lei e não por Jesus “que dá sentido à Lei”. E assim, eram muito rígidos. São os mesmos que atacavam Jesus e que o Senhor chamava de hipócritas.

“Este apego à Lei faz ignorar o Espírito Santo. Não deixa que a força da redenção de Cristo se sobressaia com o Espírito Santo. Ignora. Existe somente a Lei. É verdade que existem os Mandamentos e nós devemos seguir os Mandamentos, mas sempre pela graça deste grande dom que o Pai nos deu, seu Filho, dom do Espírito Santo. Assim, se entende a Lei, e não reduzir o Espírito e o Filho à Lei. Este era o problema daquela gente: ignoravam o Espírito Santo e não sabiam ir adiante. Eram fechados, fechados nas prescrições: se deve fazer isso, se deve fazer aquilo. Às vezes, pode nos acontecer de cair na mesma tentação”.

Os Doutores da Lei, afirma o Papa, encantam com as ideias. “Porque as ideologias encantam e Paulo diz, aqui: Ó gálatas insensatos, quem é que vos fascinou? Aqueles que pregam com ideologias: é tudo justo! Encantam: tudo claro! Mas, a revelação de Deus não é clara? A revelação de Deus se encontra todos os dias, mais e mais. A caminho sempre. É clara? Sim! Claríssima! É Ele, mas nós devemos encontrá-la a caminho. Aqueles que creem que possuem toda a verdade nas mãos não são ignorantes, Paulo diz: Insensatos! Pois se deixaram encantar.”

A segunda atitude, segundo o Papa, é entristecer o Espírito Santo, o que acontece quando as pessoas não deixam que Ele as inspire, as leve avante na vida cristã, quando não deixam que Ele as diga, não com a teologia da Lei, mas com a liberdade do Espírito, o que devem fazer. Assim – explica o Papa – “nos tornamos mornos, caímos na mediocridade cristã, porque o Espírito Santo não pode fazer a grande obra em nós”.

Ao invés disso, a terceira atitude é abrir-se ao Espírito Santo e deixar que seja Ele a levar adiante. É o que fizeram os Apóstolos: a coragem do dia de Pentecostes. Perderam o medo e se abriram ao Espírito Santo. Para entender, para acolher as palavras de Jesus – afirmou o Papa – é necessário abrir-se à força do Espírito Santo. E quando um homem, uma mulher se abre ao Espírito Santo é como um barco à vela que se deixa levar pelo vento e vai avante e não para mais. Mas é preciso rezar para abrir-se ao Espírito Santo.

“Nós podemos nos perguntar hoje, num momento do dia, eu ignoro o Espírito Santo? E sei que se vou à Missa aos domingos, se faço isso, se faço aquilo é suficiente? Segundo: a minha vida é uma vida pela metade, morna, que entristece o Espírito Santo e não deixa em mim a força de ir avante, de abrir-me, ou a minha vida é uma oração contínua para abrir-se ao Espírito Santo, para que Ele me leve avante com a alegria do Evangelho e me faça entender a doutrina de Jesus, a verdadeira doutrina, aquela que não encanta, aquela que não nos faz tolos, mas a verdadeira? E nos faça entender onde está a nossa fraqueza, aquela que O entristece; e nos leve avante, levando avante também o nome de Jesus aos outros e ensinando o caminho da salvação. Que o Senhor nos dê esta graça: abrir-nos ao Espírito Santo para não nos tornar tolos, encantados, nem homens e mulheres que entristecem o Espírito”.

Canção Nova - Rádio Vaticano

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Céu: o que a Igreja ensina sobre ele?

Conheça os ensinamentos da Igreja Católica sobre o Céu

O ser humano, naturalmente, busca respostas para suas questões existenciais. As perguntas surgem normalmente: “De onde eu vim? Por que ou para que estou nesta Terra? Para onde vou após a vida terrestre?”. Diante dessas indagações, uma muito frequente são as questões relacionadas ao Céu.

Na oração do Pai-Nosso, rezamos que Deus está nos Céus. Mas onde é esse Céu? A Igreja instrui que “essa expressão bíblica não significa um lugar – “o espaço”–, mas uma maneira de ser. Não o afastamento de Deus, mas Sua majestade. Nosso Pai não está “em outro lugar”, Ele está “para além de tudo” quanto possamos conceber a respeito de sua Santidade. Porque Ele é três vezes Santo, está bem próximo do coração humilde e contrito” (Catecismo da Igreja Católica 2794).

O Céu é mistério de amor eterno
“Esse mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação” (CIC 1027). Por isso, por mais que nos aproximemos do conceito que possa ter o Céu, nossa inteligência jamais conseguirá esgotar o mistério celeste, pois nossa razão é finita e limitada, e as questões celestes são infinitas e ilimitadas por estarem no grau supremo de eternidade, que transcende todo e qualquer conhecimento humano. Porém, podemos entender o Céu por comparação ou analogia, e claro, por experiências com Deus.

O próprio Catecismo conduz o significado de Céu para uma linguagem mais acessível e compreensível ao dizer que “o céu ou céus pode designar o firmamento, mas também o ‘lugar’ próprio de Deus: ‘nosso Pai nos céus’ (Mt 5,16) e, por conseguinte, também o ‘céu’, que é a glória escatológica. Finalmente, a palavra ‘céu’ indica o ‘lugar’ das criaturas espirituais – os anjos – que estão ao redor de Deus” (CIC 326). Essa é uma forma de ilustrar a noção de Céu para nosso restrito entendimento, pois esse é um mistério que o homem não consegue findar, porque transcende sua razão.

Jesus Cristo venceu a morte e nos concedeu o Céu
“Por sua Morte e Ressurreição, Jesus Cristo nos abriu os Céus. A vida dos bem-aventurados consiste na posse em plenitude dos frutos da redenção operada por Cristo, que associou a sua glorificação celeste os que creram nele e que ficaram fiéis á sua vontade. O céu é a comunidade bem-aventurada de todos os que estão perfeitamente incorporados a Ele” (CIC 1026).

Diante da pergunta, como será habitar no Paraíso Celeste? A Igreja nos ensina que “viver no Céu é viver com Cristo. Os eleitos vivem nele, mas lá conservam – ou melhor, lá encontram – sua verdadeira identidade, seu próprio nome” (CIC 1025). Pois, “o céu, a Casa do Pai, constitui a verdadeira pátria para onde nos dirigimos e à qual já pertencemos” (CIC 2802).

Assim, a morte não é o fim para os que creem, pelo contrário, “os que morrem na graça e na amizade de Deus, e que estão totalmente purificados, vivem para sempre com Cristo. São para sempre semelhantes a Deus, porque o veem “tal como Ele é” (1 Jo 3,2), face a face. […]. O Céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva” (CIC 1023-1024).

O Céu e a Glória de Deus
Viemos de Deus e somos Seus filhos, estamos aqui, nesta Terra, para viver em Deus, e um dia voltaremos para Ele. Lá, o que Ele “preparou para os que o amam é algo que os olhos jamais viram, nem os ouvidos ouviram, nem coração algum jamais pressentiu” (1Cor 2,9).

Enquanto não se vai para junto do Pai, no Céu, ou ao encontro com Jesus Cristo, quando em sua segunda vinda gloriosa e definitiva, cabe a cada um de nós proclamar, em nosso caminho nesta terra, que “o Reino dos Céus está próximo” (Mt 10,7). Anunciar o tempo da graça e a novidade de vida pela experiência pessoal com Jesus Cristo no poder do Espírito Santo.

Nesse gloriosíssimo dia da Segunda Vinda de Jesus, que “ninguém tem conhecimento, nem os anjos do céu nem mesmo o Filho, só o Pai” (1Cor 13,32), não haverá mais dor, sofrimento, doença, angústia, tristeza, abatimento e desespero, porque “agora nós vemos num espelho, confusamente; mas, então, veremos face a face” (1Cor13,12), porque estaremos eternamente na Glória de Deus.

Márcio Leandro Fernandes
Canção Nova