segunda-feira, 24 de março de 2014

O encontro com Jesus muda a vida, disse o Papa Francisco no Angelus

O encontro com Jesus modifica a vida. Essa foi a mensagem do Papa Francisco na oração mariana do Angelus neste domingo (23), ao refletir sobre a liturgia dominical que trazia o encontro de Jesus com a Samaritana. Nesse encontro, Jesus supera todas as hostilidades que existiam entre judeus e samaritanos e o esquema de preconceito contra as mulheres, ao acolher a mulher Samaritana. Jesus quebra os esquemas sociais por amor.

“Jesus não tem medo. Jesus, quando vê uma pessoa segue adiante, porque ama. Ama todos nós. Não para diante de uma pessoa por preconceitos. Jesus coloca-a diante da sua situação, não a julgando, mas fazendo-a sentir-se considerada, reconhecida e suscitando, assim, nela o desejo de ir além da rotina cotidiana”, frisou o Santo Padre.

A sede de Jesus não era de água, mas de encontrar uma alma seca, disse o Papa. ”Jesus precisava encontrar a samaritana para abrir-lhe o coração: pede a ela de beber para colocar em evidência a sede que havia nela mesma. A mulher fica tocada por este encontro: dirige a Jesus aquelas perguntas profundas que todos temos dentro de nós, mas que muitas vezes ignoramos. Também nós temos tantas perguntas a fazer, mas não encontramos a coragem de dirigi-las a Jesus!”.

Diante dos questionamentos da vida, o Papa lembrou que o tempo da Quaresma oferece aos cristãos, a possibilidade de pedir ajuda ao Senhor, sem medo.

“A Quaresma, queridos irmãos e irmãs, é o tempo oportuno para olharmos dentro de nós, para fazer emergir as nossas necessidades espirituais mais verdadeiras e pedir a ajuda do Senhor na oração. O exemplo da Samaritana convida-nos a nos exprimirmos assim: ‘Jesus, dá-me aquela água que me saciará para sempre’”, assinalou.

No Evangelho, os discípulos ficaram maravilhados com a forma que o Mestre acolheu e falou com Samaritana. Para eles, o exemplo foi claro e também para os cristãos de hoje: “O Senhor é maior que os preconceitos, por isso não teve medo de parar com a samaritana: a misericórdia é maior que o preconceito. Devemos aprender bem isso! A misericórdia é maior que o preconceito, e Jesus é tão misericordioso, tanto!”, enfatizou Francisco.

Nesse encontro um coração foi transformado. A mulher Samaritana, que foi ao meio-dia, momento em que o sol se encontra em toda sua plenitude, encontrou a própria luz em plenitude, a verdadeira luz, Jesus Cristo. Depois de falar com Jesus, a Samaritana deixou o seu cântaro (vaso antigo) e correu à cidade para contar a sua experiência extraordinária. “Encontrei um homem que me disse todas as coisas que eu fiz. Seria o Messias?”.

“Estava entusiasmada. Tinha ido pegar água do poço e encontrou outra água, a água viva da misericórdia que jorra para a vida eterna. Encontrou a água que procurava desde sempre! Corre ao vilarejo, aquele vilarejo que a julgava, condenava-a e a rejeitava e anuncia que encontrou o Messias: um que mudou sua vida. Porque cada encontro com Jesus muda a nossa vida, sempre. É um passo adiante, um passo mais próximo a Deus. E assim cada encontro com Jesus muda a nossa vida. Sempre, é sempre assim”, continuou o Papa.

O encontro com Jesus Cristo modifica a vida da pessoa. Quem procura o Senhor deve ter antes, a coragem de “deixar o cântaro”, disse o Papa. “Todos temos um, ou mais de um! Eu pergunto a vocês, também a mim: ‘Qual é o seu cântaro interior, aquele que te pesa, aquele que te afasta de Deus?’. Deixemo-no um pouco à parte e com o coração escutemos a voz de Jesus que nos oferece uma outra água, uma outra água que nos aproxima do Senhor”, completou.

Por fim, Papa Francisco exortou os fiéis a redescobrirem “a importância e o sentido da nossa vida cristã, iniciada no Batismo”, e a seguir o exemplo da Samaritana e testemunhar ao próximo a alegria desse encontro com Jesus.

“Cada encontro com Jesus muda a nossa vida, e também cada encontro com Jesus nos enche de alegria, aquela alegria que vem de dentro. E assim é o Senhor. E contar quantas coisas maravilhosas o Senhor sabe fazer no nosso coração quando nós temos a coragem de deixar de lado o nosso cântaro”.

Ao final da oração, o Pontífice dirigiu uma saudação especial aos fiéis presentes na Praça de São Pedro e recordou ainda o Dia Mundial da Tuberculose, que é celebrado nesta segunda-feira (24) e pediu orações para todas as pessoas que sofrem com essa enfermidade.

sábado, 22 de março de 2014

Vigiai e orai: É tempo para aprofundar a oração

A Quaresma é tempo para aprofundar a oração. O homem e a mulher quando estão de joelhos, atingem sua maior estatura, à altura de Deus com quem entram em relacionamento.

Não querer rezar, não saber falar com Deus e não procurar a oração é um grande prejuízo. A grandeza da oração não está nos sentimentos que ela pode provocar em nós nem nos resultados que podemos obter; Não está no fato de se agradável nem na capacidade de fazê-la bem. Tudo isso pode ocorrer, mas não é o necessário.

A grandeza da oração vem do encontro com Deus. Para falar da oração é preciso vivê-la. O encontro com Deus não é misterioso ou acessível só a privilegiados. Quem O procura encontra, pois Ele Se deixa encontrar. A própria busca da oração já é resultado de Sua presença.

Ninguém vai a Deus sem ser atraído por Ele. Por que temos dificuldades de rezar? Porque a oração não faz parte de nossa vida. Ela só será vital se costurarmos os fatos de nossa vida com Deus. Não se trata de colocar o carimbo de Deus em tudo, mas colocar tudo sob seu olhar, pois nos contempla. Colocar sob Seu olhar é fazer sua vontade. Aqui entra o diálogo com Deus.

A dificuldade é que não sabemos ver a realidade como base do diálogo. Um texto da Bíblia mostra Ezequias que vai ao templo e leva uma carta ofensiva que o rei da Babilônia lhe escrevera e lê para Deus como a dizer: Olha aqui o que ele escreveu! (2R 1914-19). Deus não sabe tudo o que acontece conosco? Sabe, mas não Lhe falamos ainda. É como a mãe que pergunta o filhinho qual a música que a professora ensinou. Se não houver a costura de nossa realidade com Deus, a oração perde o vigor. Vigiai e orai continua um mandamento não para gerar neurose, mas uma presença constante que nos leva a Deus.

Simão, orei por ti
Rezava muito. Lemos nos evangelhos que passava a noite em oração, que se levantava cedo para rezar, que O encontraram rezando. No Jardim das Oliveiras ele unia sua angústia à oração ao Pai.

Rezava também oração de seu povo. É muito bela a oração que João relata no capítulo 17 na oração sacerdotal. Reza pelos discípulos e depois por nós: “Não rogo somente por eles, mas pelos que, por meio de sua palavra, crerão em mim” (Jo 17,20).

Reza por Pedro: “Simão, Simão, Eis que Satanás pediu para vos peneirar como trigo; eu, porem orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça” (Lc 22,31-32). A costura de sua vida continua no alto da cruz quando une Seu abandono na súplica: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes!” (Mt 27,46). Ali é capaz de rezar o perdão: “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34).

Rezar com o coração
S. Bento ensina a necessidade de a oração não ser só falação: “Em vão a boca trabalha se o coração não ora”.

E, “a mente esteja em sintonia com a voz”. Diz também que a oração seja breve. Pai não está aí para ouvir discursos. Mesmo as repetições que podem parecer monótonas não podem perder a dimensão interior.

Nesta costura do coração com o coração do Pai, a oração estará sempre correspondendo. Não podemos nos angustiar quando não damos conta nem compreendemos o que ocorre.

Paulo ensina: “Espírito socorre nossa fraqueza, pois não sabemos o que pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8,26). É o Espírito que une nossa oração ao coração do Pai. Não deixemos de rezar, pois, sem ela a vida perde a metade de sua grandeza.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Quaresma: tempo sacramental do amor de Deus

Quaresma é o Tempo de Deus em nossa frágil humanidade. É Tempo sacramental, pois na Quaresma podemos ver, com os olhos da fé, a imensidão do amor de Deus por nós. É infeliz quem não acredita no amor, pois correrá o tempo todo para buscar alguma coisa, e até mesmo sem saber o que está buscando, para encontrar-se com o amor, e poder dizer: Fugi do amor e acabei por encontrá-lo! Somente o amor pode realizar plenamente o ser humano, seja ele europeu ou asiático, do norte ou do sul, do oriente ou do ocidente. O amor verdadeiro não tem limites. O Tempo sacramental, a Quaresma, desperta-nos para essa lógica do Reino. A lógica humana é muito frágil e precisa de muitos argumentos para se sustentar. A lógica do Reino é precisa: "Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz, dia após dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua própria vida, perdê-la-á; mas quem perder sua vida por minha causa, salva-la-á" (Lc 9,23-24). É convite transparente, não se impõe: "Se alguém quiser...".

Diante de Jesus e de sua cruz se esvai toda lógica humana, pois o Reino não está na força e na dominação, mas no deixar-se envolver pela Palavra e pelo modo de ser e de viver de Jesus de Nazaré. Ele viveu para os outros.

A Quaresma, Tempo sacramental, nos dá o pleno sentido da vida, quando tomamos consciência de nós mesmos e de nossa responsabilidade no mundo. Voltar-se unicamente para si mesmo é cavar um abismo sob os próprios pés. Parece-me que há um clima em nossa sociedade que deseja desfazer-se de tudo o que é sagrado, verdadeiro, para consagrar o homem, suas atitudes, sua sabedoria. O que é finito não pode tornar-se absoluto. Este é o ilógico do homem moderno: querer tornar-se senhor de si mesmo, absoluto, negando toda dependência que temos, dos outros e de Deus. A ciência passa, nossa história termina, nossas ilusões nos decepcionam. O que permanece é somente o amor, nada mais do que o amor, porque realiza-nos, fortalece-nos, faz-nos ser gente de verdade (1Cor 13).

O Tempo sacramental da Quaresma faz-nos voltar, sim, para o mais profundo de nosso ser, pois como o barro nas mãos do oleiro é amoldado e ganha formas esplêndidas e encantadoras, também nós, nas mãos do Senhor, tornamo-nos artífices da paz e de seu Reino.

Deus levou-nos muito a sério, convocando-nos em Cristo, na força do seu evangelho. Por isso, devemos sim ter grande estima para com nós mesmos, e aplicar toda nossa força, contando com a graça de Deus, para sair de nossa miséria. O homem e a mulher precisam fazer a história acontecer, mas contando com Deus, com seu amor, com sua presença. Que a frieza do egoísmo não venha atingir e sobrepor-se à força do amor, que nos transforma e nos realiza verdadeiramente como pessoa humana. E nosso modelo de ser humano chama-se Jesus!​

Maria, Senhora do Silêncio

A Quaresma é o tempo propício para conhecermos essas verdades, tempo de reflexão, tempo de meditação, tempo de silenciar o coração. Temos em Maria o maior exemplo deste silêncio, a vida da Mãe pode ser comparada ao tempo da Quaresma. Atenta a tudo, ela sabia silenciar, escutar e refletir em seu coração. Assim fez Maria, desde a anunciação do Anjo Gabriel, sua primeira atitude foi de escuta da vontade do Pai. Em seguida, de acolhimento : “Eu sou a serva do Senhor, faça-se em mim a tua Palavra” (Lc 1,38).

No nascimento de Jesus, envolvida no mistério daquela noite, apesar de todas as dificuldades do ambiente, manteve-se serena. No fecundo silêncio da Gruta de Belém, só ela, iluminada pela luz do Menino, tinha a certeza que Ele era o Cristo Deus. Enquanto os pastores contavam que viram aos anjos anunciando: "Nasceu o Salvador!", a Mãe já sabia. Tudo lhe foi sendo revelado, meditado e acolhido. Como diz o evangelista: “Maria guardava todas estas coisas, meditando-as no coração”.(Lc 2, 19)

Em outra passagem, o menino se perde dos pais, que o procuram incansavelmente até que o encontram entre os doutores: “Porque me procuráveis? Não sabiam que devo me ocupar das coisas de meu Pai!” (Lc 2, 49). Novamente Maria guarda no coração, cheia de paz e confiança, identifica a vontade de Deus. Meditando os mistérios da vida, caminhando na fé, vai construindo uma intimidade vertiginosa com Deus. Inegavelmente já grande, pois foi a escolhida para gerar Jesus, como anunciou o anjo Gabriel: “Encontraste graça diante de Deus…”.

E Jesus foi crescendo em graça e sabedoria diante dos homens e de Deus. Foi numa festa de casamento que a Mãe faz Jesus realizar o seu primeiro milagre: a transformação da água em vinho (Jo 2, 1-11). Atenta às necessidades dos demais, pois o seu silêncio não é ausência passiva, mas uma presença ativa. Vendo a falta do vinho, confiante em seu Filho, pede: “Fazei tudo o que ele vos disser”, são palavras da Mãe, antecipando o próprio momento de Cristo. Mesmo se não pedirmos, se ela é nossa convidada e está presente em nossa vida, ela intercederá por nós. Podemos convidá-la então para que ela esteja ao nosso lado durante este tempo de silêncio e contemplação, ajudando-nos a transformar a água de nossa vida espiritual no mais precioso vinho.

Mas foi no Calvário que sua fé atingiu o ponto mais alto: ‘Faça sua vontade’. Maria permaneceu em silêncio, sem se exaltar, sabendo que ali se cumpria a vontade do Pai. “Junto à cruz, estava de pé, sua mãe.” (Jo 19,25). Naquele silêncio ninguém melhor do que ela sabia, o quanto era importante aquela morte para a salvação da humanidade.

Pela sua atitude e pelo seu silêncio frutuoso, Maria é modelo para todos que fazem parte do povo de Deus e querem fazer uma bela e santa Quaresma. Ela nos ensina com humildade e acolhimento que para a santificação do homem e da mulher é necessário conhecer as verdades divinas. E ainda, é no silêncio, colocando-nos em sintonia com o Senhor atentos à Sua palavra, que melhor podemos escutá-Lo.

Como seus filhos, ouvimos hoje novamente: “Fazei tudo que Ele vos disser”. E Ele sempre nos fala, basta silenciar…

quarta-feira, 12 de março de 2014

Reunião define participação de pastorais na Festa do Padroeiro

Reunião na noite desta terça-feira(11), no Salão Paroquial, definiu as tarefas de cada pastoral e movimento na Festa do Padroeiro São Francisco de Paula, que se inicia no dia 24 de Março.

A Reunião contou com a presença do nosso pároco, Pe. Lucas Mendes, e integrantes da Pastoral de Eventos e coordenadores de todas as pastorais e movimentos da Matriz, que ficaram responsáveis pela barraca durante todos os dias da Festa.

É importante que os participantes de pastoral e/ou movimento procure seu coordenador para maiores informações.

Confira abaixo a relação das pastorais e movimentos com seu, respectivo, dia:

1º Dia - 24/03: Deus É Show / Eventos

2º Dia - 25/03: Ministério "Jovem" / Ministério "Pela Graça"

3º Dia - 26/03: Crisma / Catequese / Adolescentes

4º Dia - 27/03: Grupo de Oração / Grupo Jovem

5º Dia - 28/03: Ministério "Frutos do Espírito" / Ministério "Louvor e Glória"

6º Dia - 29/03: Ministros Extraordinários 


7º Dia - 30/03: Pastoral Familiar

8º Dia - 31/03: Legião de Maria (Providência / Saúde)

9º Dia - 1º/04: Legião de Maria (Desatadora / Guadalupe)

Dia do Padroeiro - 02/04: Apostolado

domingo, 9 de março de 2014

Palavra do Pastor: Confira a Reflexão do Pe. Lucas sobre o 1º Domingo da Quaresma

“Não só de pão vive o homem”
Iniciamos o período da Quaresma com a disposição renovada de mergulhar em Deus, deixando-nos iluminar por suas palavras, questionando-nos sobre nossas atitudes e comprometendo-nos com uma nova vida.

Em seu desígnio de amor, Deus criou o ser humano em íntima união com a mãe terra. Em sua providência generosa, garante as condições de vida para todas as pessoas. Deu-nos a missão de cuidar de todas as coisas, sem cair na tentação de “comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal”, isto é, de entrar na ideologia do poder, que tende a dominar as pessoas e se apossar do que é de todos. É preciso respeitar a promover o princípio da soberania de Deus sobre todas as coisas e administrá-las com justiça, evitando todas espécie de exploração.

Durante toda a nossa, vida somos tentados a abdicar do compromisso com o projeto de Deus, deixando-nos levar por propostas diabólicas. Jesus nos ensinou o caminho da superação das tentações do poder em sua tríplice dimensão: econômica, política e religiosa. É claro que a economia, a política e a religião podem ser meios privilegiados para a construção do reino de justiça, paz e fraternidade no mundo, desde que sejam organizadas como serviço dedicado e honesto ao próximo, principalmente as pessoas mais necessitadas.

Com sua obediência radical à vontade do Pai, Jesus nos trouxe a graça da libertação de todos os males e a vida em plenitude. Seguindo seus passos, podemos ser portadores da graça divina, defendendo e promovendo o direito à vida digna sem exclusão.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Quaresma: Por que a cor roxa é usada na liturgia?

Estamos vivenciando um tempo litúrgico muito especial na Igreja de Cristo. Seguimos por quarenta dias onde cada fiel tem a oportunidade de viver a conversão e recolhimento, e onde é comum, por exemplo, a prática do jejum, da caridade e da oração.

Nesta caminhada até a Páscoa, a Igreja se reveste da cor roxa em suas celebrações. O Missionário Redentorista, Padre Luiz Carlos de Oliveira explicou que a cor roxa, usada na Quaresma, no Advento e nas missas funerais indica tempo de reflexão, penitência, conversão e mesmo sofrimento de morte. “Antes, nos funerais e na Semana Santa, era usada o cor preta. No Domingo de Ramos e na Sexta-feira Santa agora se usa o vermelho que significa a glória e o martírio de Cristo. A cor preta nas missas funerais não é mais obrigatória. São poucos que usam”, explicou.

De acordo com o Missionário Redentorista, no tempo da Quaresma a cor roxa significa que se busca uma concentração na reflexão, nas atitudes penitenciais e na disposição de conversão. Padre Luiz Carlos ainda completou que é um convite a ter um tempo diferente. “Como a sociedade não é mais cristã, cada um procure moderar a dissipação e concentrar-se no único necessário, como disse Jesus aos apóstolos no Horto das Oliveiras: ‘Não fostes capazes de vigiar comigo por uma hora? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca’ (Mt 26,40-41)”, finalizou.

Quaresma: Qual o significado da imposição das cinzas?

Com a imposição das cinzas, a Igreja no Brasil iniciou sua caminhada de conversão do coração para a Páscoa do Senhor. O Arcebispo de São Luís (MA) e vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom José Belisário da Silva nos explica qual o significado dos fiéis receberem as cinzas e quais são os rituais e tradições associadas com este tempo.

De acordo com Dom Belisário ao recebermos as cinzas sobre nossas cabeças, nós no lembramos de nossa condição humana, frágil, transitória e exposta a falhas e retrocessos. “No momento da imposição das cinzas o celebrante diz a cada fiel uma das seguintes expressões: ‘Convertei-vos e crede no Evangelho’ ou ‘Lembra-te que és pó, e ao pó te hás de voltar’. A primeira expressão, retirada do Evangelho de Marcos 1, 15, refere-se ao início da pregação de Jesus e nos lembra que a vida cristã se inicia com a conversão. A segunda expressão inspira-se em Gênesis 3, 19 e nos lembra nossa situação de fragilidade humana”.

Dom Belisário explicou também que a quaresma se estende por quarenta dias, iniciando-se na Quarta-feira de Cinzas e se estendendo até o Domingo da Páscoa. “Esse número está ligado, fundamentalmente, aos 40 anos que o Povo de Deus peregrinou pelo deserto, em busca da Terra Prometida. Mas, lembra-nos também os 40 dias que o profeta Elias caminhou até a Montanha de Deus e, principalmente, os 40 dias que Jesus permaneceu no deserto em preparação à sua vida pública”, afirmou.

O Arcebispo completou que para nós, os 40 dias da Quaresma significam nossa condição de peregrinos e nossa condição de pecadores, necessitados de mudanças profundas para sermos melhores filhos de Deus e irmãos de todos.Dom Belisário ressaltou que a Igreja do Brasil tem tentado resguardar o sentido da Quaresma através da realização da Campanha da Fraternidade e que os fieis precisam aproveitar este período para reflexão e mudança de vida.“Podemos dizer, sem medo, que viver a Quaresma hoje é viver a Campanha da Fraternidade.

A cada ano, a Igreja propõe um tema. Refletir, rezar e tomar decisão – ver, julgar e agir – esse é o método da Campanha da Fraternidade. Em resumo, a conversão, a mudança de vida, é a grande proposta da Quaresma. A liturgia da Igreja, neste tempo, é muito rica e sugestiva”, finalizou.

Quaresma: Eis o tempo favorável! Eis o tempo de conversão!

Estamos em um período propício para fazermos uma releitura de toda a nossa caminhada de cristãos. Aqui estamos, em um tempo favorável, tempo de conversão! Não podemos seguir nosso caminho sem que sejamos iluminados pelo Evangelho que deve ser o motivo da alegria de todo cristão. A luz da palavra de Deus é farol que ilumina nossa vida.

O Papa Francisco nos convoca na sua exortação apostólica Evangelii Gaudium a viver a alegria do evangelho, nos libertando do pecado, da tristeza, do vazio e nos lançando a uma alegria contagiante que renasce a cada dia. Temos que cumprir nossa missão de ser luz onde fomos plantados.

O tempo quaresmal não deve ser eterno na vida do cristão, deve ser um processo dinâmico o qual nos convida à prática da oração, do jejum e da caridade. Esse é o tripé desse período; que se inicia na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da semana santa. Porém, Francisco diz em sua exortação: “Há cristão que parece ter escolhido viver uma quaresma sem páscoa” (EG 06).

Na Quaresma, realiza-se a preparação para a Páscoa. O período é reservado à reflexão, à conversão espiritual, à aproximar-nos de Deus através do nosso crescimento espiritual.

A Quarta-feira de Cinzas na Igreja é um momento especial porque nos introduz precisamente no mistério quaresmal. No momento da imposição das cinzas, vem-nos um lembrete: “Lembra-te que do pó viestes e ao pó, hás de retornar” (Gn 3,19). A cinza quer demonstrar que viemos do pó e voltaremos para lá. Esse dia nos leva a buscar a conversão e buscar o Senhor nos colocando dentro do seu ministério.

É um tempo de conversão, oração e arrependimento, tempo de voltarmos para Deus. O Profeta Joel, na liturgia da Quarta-feira de Cinzas, nos propõe uma mudança de mentalidade: rasgai não mais as vossas vestes, mas sim o coração (Jl 2, 12-18).

A Liturgia nos oferece a orientação correta para vivermos frutuosamente a Quaresma, o dia de salvação. Penitência e arrependimento não é caminho de tristezas e depressões; pelo contrário, é caminho de luz e alegria. Afinal, se tudo nos leva a vontade de reconhecer a nossa realidade de pecadores também nos abre o caminho do amor e da misericórdia de Deus. O profeta convida o povo, em nome de Deus, a fazer penitência percorrer o caminho da esperança.

A Igreja propõe o jejum principalmente como forma de sacrifício, mas também como uma maneira de educar-se e uma forma de perceber que o ser humano necessita de Deus. O jejum, assim como todas as penitências, é visto pela igreja como uma forma de educação no sentido de se privar de algo e reverte-lo em serviços de amor, em práticas de caridade. Portanto, sigamos a Cristo pelo caminho que a Igreja nos propõe neste tempo tão favorável, dias de salvação.

Roguemos a proteção materna de Nossa Senhora, com o titulo de mãe das Dores; que Ela nos ajude a percorrer o caminho quaresmal que nos levará ao banquete de ricas delícias, a festa da ressurreição. Amém!

terça-feira, 4 de março de 2014

Fraternidade e Tráfico Humano: um convite à conscientização

No dia 5 de março, em todas as paróquias do Brasil vai ser lançada a Campanha da Fraternidade com o tema 'Fraternidade e Tráfico Humano'. Entre os objetivos está o de conscientizar a sociedade sobre a insensatez do tráfico de pessoas e sobre a sua realidade. Conforme a CNBB, o problema é difícil de ser enfrentado por causa do preconceito e do medo das vítimas, fazendo com que poucas pessoas denunciem os fatos do tráfico.

O período forte da Campanha da Fraternidade é a quaresma, que inicia na quarta-feira de cinzas e termina na Semana Santa. O convite é a conversão em vista de uma melhor vivência do evangelho. É o que expressamos no momento da imposição das cinzas, quando o ministro diz: “Convertei-vos e crede no Evangelho”!

A problemática do tráfico humano se manifesta na exploração do trabalho escravo, na prostituição, na adoção ilegal de crianças e na venda de órgãos para o transplante. O Texto Base da CNBB diz que dentre os meios usados para o tráfico de pessoas, o mais comum é o aliciamento. “A pessoa é abordada com uma oferta irrecusável, que lhe promete melhorar de vida”. Os traficantes recrutam pessoas “para atividades como modelos, talentos para o futebol, babás, enfermeiras, garçonetes, dançarinas ou para trabalhar como cortador de cana, pedreiro, peão, carvoeiro, etc.”

O tráfico humano gera uma grande renda aos traficantes, razão pela qual consegue se cercar de diversos profissionais que falsificam documentos, organizam o transporte e a hospedagem das pessoas e subornam as polícias. Se não fosse um negócio lucrativo, não teria êxito. Por isso, a CNBB afirma que “é na idolatria do dinheiro que se encontra a origem do tráfico humano”.

Como cristãos, estamos cientes de que, conforme reza o lema da Campanha da Fraternidade, “é para a liberdade que Cristo nos libertou”. Nenhum ser humano pode ser submetido à exploração ou à escravidão, uma vez que são atentados contra a dignidade da pessoa humana.

Uma das nossas maiores riquezas é a liberdade, e esta é tirada da pessoa quando aliciada pelo tráfico. A Igreja quer ajudar a proteger a liberdade das pessoas e libertar aquelas que foram raptadas ou coagidas pelas falsas promessas do tráfico humano.

Convido, pois, as comunidades, grupos de família e pessoas de boa vontade a nos unirmos nesta grande campanha que é promovida pela Igreja no Brasil. Vamos trabalhar na conscientização das pessoas e ficar alertas para as situações de tráfico que, eventualmente, possam estar ocorrendo no nosso entorno. “Comprometidos na superação deste mal, vivamos como filhos e filhas de Deus, na liberdade e na paz”.

Em Março, Papa Francisco reza pela dignidade da mulher e pelos jovens

No mês de março, o Papa Francisco reza em sua Intenção Universal para que todas as culturas respeitem os direitos e a dignidade da mulher. Já na Intenção pela Evangelização o Papa pede que muitos jovens acolham o convite do Senhor a consagrar suas vidas ao anúncio do Evangelho.

No pedido de oração pela dignidade da mulher, o Santo Padre já declarou que, também na Igreja, a mulher ainda não desempenha o papel que devia desempenhar, e por isso, reza para que todos trabalhem por uma igualdade completa entre homens e mulheres, como filhos de um Deus que é Pai e Mãe.

Na intenção missionária, o Papa quer destacar que todos os cristãos são chamados à santidade. Chamado que decorre do batismo. O convite é universal, mas as respostas são variadas, de acordo com a vocação que Deus deu a cada um. Esta resposta pode ser a constituição de uma família pelo sacramento do matrimônio; uma vida de solteiro, de dedicação e serviço ao próximo, e a vida religiosa, à qual se refere mais diretamente a Intenção pela Evangelização deste mês.

O Santo Padre pede que todos rezem para que sejam muitos os que escutam a voz do Senhor que os convida, e que os jovens encontrem a ajuda e o conselho de alguém que os oriente pelo caminho que Deus escolheu para eles.

As intenções de oração do Papa Francisco são confiadas mensalmente ao Apostolado de Oração. O movimento está presente em 70 países do mundo, com aproximadamente 40 milhões de associados, dos quais de 6 a 7 milhões no Brasil, que unem-se para rezar pelas intenções que o Santo Padre pede à Igreja.