quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Dia Nacional da Bíblia é comemorado no domingo (29)

Na Paróquia São Francisco de Paula, a Procissão da Bíblia sairá do Trevo das Praias, às 18h. Em seguida, haverá Santa Missa.

Setembro é o mês da Bíblia e, no próximo domingo, dia 29, celebraremos o dia nacional da Bíblia, dedicado a despertar e promover entre os fiéis o conhecimento e o amor dos Livros Sagrados, a Palavra de Deus escrita, redigida sob a moção do Divino Espírito Santo, motivando-os para sua leitura cotidiana, atenta e piedosa e, ao mesmo tempo, premunindo-os contra os erros correntes com relação à Bíblia mal interpretada.

“Na Igreja, veneramos extremamente as Sagradas Escrituras, apesar da fé cristã não ser uma ‘religião do Livro’: o cristianismo é a ‘religião da Palavra de Deus’, não de ‘uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo’” (Bento XVI – Verbum Domini, 7)

É de São Jerônimo, o grande tradutor dos Livros Santos, a célebre frase: “Ignorar a Sagrada Escritura é ignorar o próprio Cristo”. Portanto, o conhecimento e o amor às Escrituras decorrem do conhecimento e do amor que todos devemos a Nosso Senhor.

O ponto central da Bíblia, convergência de todas as profecias, é Jesus Cristo. O Antigo Testamento é preparação para a sua vinda e o Novo, a realização do seu Reino. “O Novo estava latente no Antigo e o Antigo se esclarece no Novo” (Santo Agostinho).

Dizemos que a Bíblia é um livro divino e humano: inspirada por Deus, mas escrita por homens, por Deus movidos e assistidos enquanto escreviam.

A Bíblia não é um livro só, mas um conjunto de 73 livros, redigidos por autores diferentes, em épocas, línguas, estilos e locais diversos, num espaço de tempo de cerca de mil e quinhentos anos. Sua unidade se deve ao fato de terem sido todos eles inspirados por Deus, seu autor principal e garantia da sua inerrância.

Mas a Bíblia não é um livro de ciências humanas. Por isso a Igreja Católica reprova a leitura fundamentalista da Bíblia, que teve sua origem na época da Reforma Protestante e que pretende dar a ela uma interpretação literal em todos os seus detalhes, o que não é correto.

Além disso, a Bíblia não é um livro fácil de ser lido e interpretado. São Pedro, falando das Epístolas de São Paulo, nos diz que “nelas há algumas passagens difíceis de entender, cujo sentido os espíritos ignorantes ou pouco fortalecidos deturpam, para a sua própria ruína, como o fazem também com as demais Escrituras” (II Pd 3, 16).

Daí a advertência do mesmo São Pedro: “Sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da parte de Deus” (2Pd 1, 20-21). Assim, o ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita (a Bíblia Sagrada) ou transmitida oralmente (a Sagrada Tradição) foi confiado unicamente ao Magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo, que disse aos Apóstolos e seus sucessores “até a consumação dos séculos”: “Ide e ensinai a todos os povos tudo o que vos ensinei… quem vos ouve a mim ouve”.

Dom Fernando Arêas Rifan
Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney

CNBB

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Francisco no Angelus: sempre em tempo para curar com o bem o mal feito

“Quem provocou lágrimas, faça alguém feliz; quem tirou indevidamente, doe a quem tem necessidade. Fazendo assim, seremos louvados pelo Senhor "porque agimos com astúcia".

"Obter gratidão com a corrupção, infelizmente é habitual hoje em dia". Foi o que disse o Papa no Angelus desse domingo (22). O Pontífice parte da parábola do Evangelho do dia que, como explica, "tem como protagonista um administrador inteligente e desonesto que, acusado de ter esbanjado os bens do patrão, está prestes a ser despedido. Nesta situação difícil, ele não recrimina, não procura justificação, nem se deixa desencorajar, mas encontra uma saída para ter a certeza de um futuro tranquilo.

“A 'riqueza desonesta' é o dinheiro - também chamado 'esterco do diabo' - e em geral os bens materiais. A riqueza pode levá-lo a erguer muros, criar divisões e discriminação" disse o Papa Francisco.

"Jesus, pelo contrário, - disse Bergoglio - convida seus discípulos a inverter a direção: “Faça amigos com a riqueza'. É um convite a saber transformar bens e riquezas em relações, porque as pessoas valem mais do que as coisas e contam mais do que a riqueza possuída".

De fato, na vida - enfatizou o Papa -, dá frutos não quem têm muitas riquezas, mas quem cria e mantêm vivos tantos laços, tantas relações, tantas amizades através das diferentes "riquezas", isto é, os diferentes dons que Deus lhe deu. Mas Jesus indica também a finalidade última da sua exortação: "

"Façam amigos com a riqueza, para que esses o recebam nas moradas eternas. A acolher no Paraíso, se formos capazes de transformar as riquezas em instrumentos de fraternidade e de solidariedade, não estará apenas Deus, mas também aqueles com quem partilhamos, administrando-o bem, o que o Senhor colocou nas nossas mãos”.

O Pontífice explica a moral da página do Evangelho do dia: "Irmãos e irmãs, esta página faz ressoar em nós a pergunta do administrador desonesto, expulso pelo seu patrão: "O que vou fazer agora?". Diante de nossos fracassos e falências, Jesus nos assegura que estamos sempre em tempo para curar com o bem o mal feito.

“Quem provocou lágrimas, faça alguém feliz; quem tirou indevidamente, doe a quem tem necessidade. Fazendo assim, seremos louvados pelo Senhor "porque agimos com astúcia", ou seja, com a sabedoria de quem se reconhece como filho de Deus e se põe em jogo pelo Reino dos céus".

Precisamos "ser astutos para garantir não o sucesso mundano, mas a vida eterna - concluiu - de modo que no momento do Juízo final as pessoas necessitadas que ajudamos possam testemunhar que nelas vimos e servimos o Senhor".

VaticanNews