sexta-feira, 25 de abril de 2014

João Paulo II: o Papa da Divina Misericórdia

Neste ano, em comunhão com toda a Igreja – em festa pela canonização dos beatos João XXIII e João Paulo II no dia 27 de abril de 2014 – a Paróquia São Francisco de Paula promoverá uma tarde de oração em honra à Divina Misericórdia.


O evento, que acontece todos os anos, neste ano terá um motivo a mais para celebrar com a elevação aos altares daquele que promoveu a Devoção à Misericórdia Divina, canonizou Santa Faustina Kowaslka, sua compatriota e Secretária da Misericórdia, e instituiu o segundo Domingo da Páscoa como o dia da Festa da Divina Misericórdia e, por intermédio de um decreto, concedeu indulgências a quem é devoto da Divina Misericórdia.

Quando jovem, João Paulo II trabalhava numa mineradora, próxima à igreja dedicada à Divina Misericórdia, na cidade Cracóvia, Polônia. Já naquela época, ele visitava todos os dias esse local e rezava a Deus recordando a Irmã Faustina, que, durante os anos turbulentos entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, recebeu as revelações do próprio Senhor Jesus sobre a importância da divulgação e devoção à Divina Misericórdia para a paz e a salvação mundial. Mais tarde, quando já havia sido eleito Papa, em visita à sua terra natal, consagrou essa igreja, que se tornara uma basílica, à Divina Misericórdia.

E também escreveu uma encíclica intitulada Dives in Misericordia, voltada à Misericórdia de Deus, na qual recorda que: "O mistério pascal é o ponto culminante desta revelação e atuação da misericórdia, que é capaz de justificar o homem, e de restabelecer a justiça como realização daquele desígnio salvífico que Deus, desde o princípio, tinha querido realizar no homem e, por meio do homem, no mundo".

Toda a vida, a fé e a missão de João Paulo II foram marcadas pela Misericórdia de Deus, graça experimentada por muitos fiéis no Brasil e no mundo, como testemunha padre Toninho da Comunidade Canção Nova. O sacerdote conta que, durante sua gestação, devido a um descolamento da placenta na qual ele estava sendo gerado, sua mãe precisou passar os nove meses da gravidez em repouso. Por essa razão, o missionário recordou que, no dia de seu nascimento, tanto ela como ele corriam risco de morte e que ambos sobreviveram graças à intervenção divina. E que, ainda criança, ao brincar com a irmã, esta o empurrou e ele caiu de cabeça no chão, fato que lhe deixou uma marca profunda na testa, mas também, por graça de Deus, não houve nenhuma lesão grave, nem ficou com sequelas. Mais tarde, quando já era sacerdote, ele afirma ter ouvido falar da devoção à Misericórdia Divina e percebido que havia sido salvo por ela. Por isso, desde então, dedica-se a propagar a bondade de Deus por onde ele passa, divulgando essa devoção.

Papa João XXIII entre duas guerras: o mediador da paz

"Parto amanhã para o serviço militar, serviços de saúde. Para onde me mandarão".

Assim escreveu o padre Angelo Giuseppe Roncalli, o Papa João XXIII, em seu diário no dia 23 de maio de 1915, ao assumir a missão de capelão do exército italiano durante a Primeira Guerra Mundial. Desse período pouco se sabe da vida de João XXIII. Estava com 34 anos, e nos últimos tempos ocupava a função de secretário do bispo de Bérgamo, dom Giacomo Radini Tedeschi, o seu pai espiritual.

“Minha missão na Grécia é muito difícil, por isso a amo mais ainda. Confiaram-na a mim, portanto, é uma questão de obediência”.

Resume o monsenhor Roncalli sobre a sua missão na Turquia e na Grécia. Permaneceu neste país de 1935 até 1944, quando a Segunda Guerra Mundial estava para terminar. Junto aos gregos, voltou a ver a devastação e o horror da guerra, dessa vez, pelas tropas de Adolf Hitler. Angelo Roncalli, nessa altura com 63 anos, era um homem diligente que se empenhava na salvação das almas. Desse período sabe-se que salvou milhares de judeus de serem deportados com a “permissão de trânsito” fornecida pela Delegação Apostólica. Em 1944, foi transferido para Paris para ocupar a função de núncio apostólico, ali acompanhou o fim da guerra e também ajudou prisioneiros. 

João XXIII em atividade diplomática na Bulgária em 1926
Entre duas guerras mundiais
Olhando os relatos da vida do Papa João XXIII compreende-se que ao passar por duas guerras mundiais, ele ficou visivelmente marcado por este triste e incompreensível mal; ao mesmo tempo, a vivência das duas batalhas renderam a João XXIII qualidades extraordinárias de conciliação e bondade, que o acompanhariam no futuro, ao se tornar Pontífice da Igreja Católica.

Para o cardeal português dom Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor emérito da Santa Sé, que como João XXIII ocupou durante muitos anos funções diplomáticas no Vaticano, a personalidade de João XXIII demonstra marcadamente sua capacidade de diálogo, especialmente com membros de outras religiões, como os ortodoxos e os muçulmanos. “Sobressaiu pela sua capacidade conciliadora, pelo seu interesse ecumênico, sinceridade e coragem, manifestada em salvar a vida a judeus durante a II Guerra Mundial”, sublinhou o cardeal.

Virtude enriquecida pela vida diplomática que exerceu em diversos países e que o conduziu mais tarde para a convocação do Concílio Ecumênico Vaticano II.

De acordo com o teólogo e historiador padre José Oscar Beozzo, o legado do ministério de João XXIII apresenta a “virada de uma Igreja focada menos em si mesma e mais nas necessidades e angústias de toda a humanidade”. Para ele, Angelo Roncalli deu vigor ao movimento ecumênico do século XX, abriu o diálogo com os judeus e crentes de diversas religiões e também os com os não crentes, porque acreditava que “os seres humanos fazem parte da mesma família de Deus e têm responsabilidades recíprocas”. 

João XXIII marcou seu pontificado ainda com a publicação de duas encíclicas: ‘Mater et Magistra’ e ‘Pacem in Terris’. A primeira tratava sobre a questão social à luz da doutrina cristã e a segunda sobre a paz, a partir da justiça, caridade e liberdade para todos os povos.

Na encíclica ‘Pacem in Terris’, número 111, João XXIII pedia explicitamente que a corrida armamentista e o uso das armas atômicas deveriam ser gradualmente banidas para garantir a justiça, a reta razão e o sentido da dignidade humana.

Fora do eixo da Primeira e Segunda Guerra Mundial, papa João XXIII lutou sem descanso para o fim da Crise dos Mísseis de 1962, um dos momentos mais dramáticos do século passado, em que o mundo esteve perigosamente perto da Terceira Guerra Mundial.

A pedido do então presidente dos Estados Unidos da América, John Kennedy, João XXIII escreve ao primeiro ministro soviético Nikita Kruschev e também ao presidente norte-americano e lança um apelo comovente na Rádio Vaticano que ressoa até hoje.

"Paz! Paz! Nós renovamos hoje esta solene súplica. Nós suplicamos a todos os governantes a que não fiquem surdos a este grito da humanidade. Que façam tudo aquilo que está ao seu alcance para salvarem a paz. Evitarão assim ao mundo os horrores de uma guerra, da qual não se pode prever quais serão as terríveis consequências”, clamou João XXIII.

Por esses feitos e muitos outros, Angelo Giuseppe Roncalli é reconhecido pela Igreja e por todo o mundo como o ‘mediador da paz’.

A encíclica ‘Pacem in Terris’, publicada dois meses antes de sua morte é considerada quase que o seu testamento espiritual.

Por ter colaborado com o salvamento de milhares de judeus da perseguição nazista, o Memorial do Holocausto de Jerusalém marcou uma inscrição no portal Yad Vashem sobre João XXIII: "Foi uma das pessoas mais sensíveis à tragédia judaica e fez muito para salvá-los".

Papa João Paulo II e seu legado para a juventude

Na véspera de sua canonização, nosso blog faz memória a João Paulo II, um homem que foi fiel ao catolicismo em sua juventude e presenteou os jovens católicos com uma fonte de renovação de fé que até hoje move gerações.

Papa João Paulo II, que durante todo o seu papado mostrou uma atenção especial para com os mais novos, foi o fundador da Jornada Mundial da Juventude. Devemos a ele todo o legado deixado pela JMJ, bem como todo o momento que a nova geração de católicos está vivendo.

Sua juventude foi marcada pela fé em Cristo: mesmo em meio à afronta nazista e depois aos empecilhos causados pelo domínio comunista, João Paulo II estudou para ser padre e dedicou sua luta a manter e disseminar o catolicismo pela Polônia.

História da JMJ

Em 1984 foi celebrado um encontro da juventude com João Paulo II, na Praça de São Pedro, no Vaticano - evento organizado por conta do Ano Santo da Redenção. Na ocasião, o Papa passou aos jovens a Cruz que, futuramente, seria um dos principais símbolos da JMJ; hoje conhecida como Cruz da Jornada.

Já 1985 foi declarado Ano Internacional da Juventude pelas Nações Unidas, e mais um encontro com os jovens foi agendado. Desta vez, foi anunciada a instituição da Jornada Mundial da Juventude.

Hoje, 29 anos depois, a Jornada Mundial da Juventude acontece anualmente nas dioceses de todo o mundo, e a cada 2 ou 3 anos, um encontro internacional dos jovens com o Papa é promovido, e tem duração de aproximadamente uma semana.

As Jornadas continuam como fontes para reabastecer a fé de cada jovem na Igreja e da Igreja nos jovens. É a concretização de um sonho de João Paulo II, e, ano após ano, reúne as novas gerações para reavivar a fé católica e proclamar os ensinamentos de Jesus Cristo:

“O principal objetivo das Jornadas é fazer da pessoa de Jesus o centro da fé e da vida de cada jovem, para que Ele possa ser seu ponto de referência constante e também a inspiração para cada iniciativa e compromisso para a educação das novas gerações.” (Carta de João Paulo II ao Cardeal Eduardo Francisco Pironio na ocasião do Seminário sobre as Jornadas Mundiais da Juventude organizado em Czestochowa).

Juventude
Não podemos citar a juventude de Papa João Paulo II sem antes contextualizar o que seu país natal estava vivendo. Batizado pelo nome de Karol Wojtla, nasceu em 18 de maio de 1920 na cidade de Vadovice, na Polônia, em meio a uma guerra contra os soviéticos. Época em que o país lutava para sobreviver e estava encurralado entre três nações imperialistas: Alemanha, Rússia e Áustria.

Em 1865, o Reino da Polônia foi abolido. Até a Primeira Guerra Mundial, a Polônia simplesmente não existia: falar polonês era punido como crime e demonstrar orgulho nacional era proibido. Mas as características daquele povo foram mantidas e sobreviveram na clandestinidade. Ser católico era um ato de amor à pátria, pois a Polônia era e ainda é um país majoritariamente católico.

Com o fim da Primeira Guerra, a Polônia voltou a existir como nação, mas continuou cercada de inimigos.

Karol desde criança foi um católico fervoroso, capaz de passar horas rezando. Mas, antes de ser católico, era nacionalista. Em 1939, Hitler invadiu a Polônia, iniciando a Segunda Guerra Mundial. Naquela época, Karol queria ser ator e interpretava textos épicos de autores poloneses. O jovem de 19 anos também tinha o desejo de ajudar a Polônia a vencer a guerra, mas queria fazer isso de uma forma diferente, “ganhando os espíritos” através do teatro nacionalista.

Em 1942, Karol anuncia sua vontade de virar padre, mas continuando com a mesma vontade de “ganhar espíritos” e manter viva a identidade de seu país. Na época, os nazistas tinham proibido missas, fechado seminários e afrontado a religiosidade polonesa. Assim, estudar para ser padre era considerado um ato subversivo.

Mesmo após a expulsão dos nazistas pelos soviéticos, a Polônia foi dominada pelo regime comunista que rejeitava a religião. Karol, insistindo em sua vocação, continuou ensinando os valores católicos e ajudando as pessoas a levarem uma vida guiada por Cristo.

Fé profunda, princípios firmes, valores indissolúveis e talento diplomático marcaram a trajetória daquele que nasceu e se tornou Papa com o mesmo carisma e determinação de sua juventude.

Relembrar a vida e história de João Paulo II é uma forma de incentivar tantas outras pessoas a seguir o seu exemplo.

Canonização
João Paulo II e Papa João XXIII serão canonizados dia 27 de abril, no Vaticano. As celebrações deste dia poderão ser acompanhadas ao vivo pela TV Aparecida.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

São João Paulo II: consagrado inteiramente à Virgem Maria

“Viva a Mãe de Deus e nossa / sem pecado concebida! / Viva a Virgem Imaculada, / a Senhora Aparecida!” ♫ ♪

O refrão da música que ficou conhecida como um hino à Padroeira do Brasil marcou também as primeiras palavras da homilia do Papa João Paulo II, em julho de 1980 na cidade de Aparecida (SP), quando esteve pela primeira vez no Brasil. A composição tocou profundamente o coração do Santo Padre, que consagrou toda sua vida à Virgem Maria e provou inúmeras vezes do amor materno de Nossa Senhora, não importando sob qual face ou título.

Aos 8 anos de idade, São João Paulo II perdeu sua mãe e adotou Nossa Senhora como protetora ao longo de seu sacerdócio, episcopado e, principalmente, nos quase 27 anos à frente da Igreja como Sua Santidade. O lema do seu pontificado, “Totus Tuus” (latim) significa todo de Maria e expressa a sua devoção e consagração, que teve inspiração no Tratado da Verdadeira Devoção de São Luiz Maria de Monfort. A letra “M” e a cor azul no seu brasão simbolizam a sua entrega total nas mãos de Maria.

João Paulo II estabeleceu íntima relação com a Virgem de Fátima, tendo visitado seu Santuário, em Portugal, por três vezes. Após o atentado sofrido em maio de 1981, João Paulo II anunciou a sua primeira visita, em maio de 1982, para agradecer "a proteção concedida". O chefe de Estado do Vaticano regressaria por mais duas vezes, em maio de 1991, exatamente dez anos depois do atentado, e em maio de 2000, para a beatificação dos pastorinhos de Fátima Francisco e Jacinta Marto.

Um ano e meio após o início de seu pontificado, João Paulo II fez a primeira das três viagens ao Brasil, que ele próprio definiu como “romaria” ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida. Em 4 de julho de 1980, consagrou o Altar da Basílica de Aparecida, que foi para ele um momento emocionante.

João Paulo II falou aos brasileiros sobre a participação especial de Nossa Senhora na história da Salvação, pois aderiu incondicionalmente à vontade divina que Lhe foi revelada. E lembrou o primeiro milagre de Jesus Cristo, realizado a pedido da Mãe:



“A devoção a Maria é fonte de vida cristã profunda, é fonte de compromisso com Deus e com os irmãos. Permanecei na escola de Maria, escuta a sua voz, segui os seus exemplos. Como ouvimos no Evangelho, ela nos orienta para Jesus: “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,5). E, como outrora em Caná da Galiléia, encaminha ao Filho as dificuldades dos homens, obtendo d’Ele as graças desejadas”.



Mensagens como esta foram proferidas ainda no Santuário de Lourdes (França), onde o “Papa peregrino” esteve por três vezes. A última, em agosto de 2004, para celebrar o 150º aniversário das aparições da Virgem Maria a uma camponesa, a proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Maria.

Após tantas demonstrações de amor, João Paulo II chegou a ser considerado o maior Papa mariano de todos os tempos. Ele consagrou si mesmo e o mundo inteiro ao Imaculado Coração de Maria, no dia 7 de Junho de 1981, na Basílica de Santa Maria Maior. E pediu sua intercessão: “Tomai sob a Vossa proteção materna a inteira família humana que, com enlevo afetuoso, nós Vos confiamos, ó Mãe”.

No seu testamento, João Paulo II demonstra devoção e confiança em Maria e respeito pela segunda vinda de Jesus: “Não sei quando ele virá, mas como tudo, também deponho esse momento nas mãos da Mãe do meu Mestre: Totus Tuus. Nas mesmas mãos maternas deixo tudo e todos aqueles com os quais a minha vida e a minha vocação me pôs em contato. Nestas Mãos deixo sobretudo a Igreja, e também a minha Nação e toda a humanidade.”
A exemplo de São João Paulo II, rezemos com Maria e por Maria: “Ela é sempre a “Mãe de Deus e nossa”.        

quarta-feira, 23 de abril de 2014

‘É preciso maravilhar-se novamente com Cristo ressuscitado’, disse o Papa Francisco

Na catequese desta quarta-feira (23), fiéis e peregrinos aguardavam o Papa diante de um céu cinzento e instável. Como de costume, o Pontífice saudou os enfermos e depois fez o passeio pela Praça de São Pedro para cumprimentar as pessoas.

Francisco dedicou sua catequese semanal à alegria enfatizando a Ressurreição de Cristo. ‘Porque procurais entre os mortos aquele que está vivo?’, foi o tema da reflexão de hoje que trazia o trecho do evangelista São Lucas sobre a pergunta do Anjo às mulheres.

“Nestes dias em que celebramos a alegria pascal de que Cristo ressuscitou e permanece para sempre vivo e presente no mundo, a pergunta que os anjos fizeram às mulheres no sepulcro, também se dirige a nós: ‘Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo?’. De fato, às vezes, podemos fechar-nos em várias formas de egoísmo, seduzidos pelas coisas deste mundo, deixando de lado Deus e o próximo”, questionou o Santo Padre.

“Por outro lado, nem sempre é fácil aceitar a presença de Cristo Ressuscitado no nosso meio. Podemos ser como Tomé, querendo tocar nas chagas para acreditar; ou como Maria Madalena, que vê Jesus, mas não o reconhece; ou ainda, como os discípulos de Emaús, que se sentindo derrotados não percebem que é o próprio Jesus que lhes acompanha”, sublinhou.

Diante da dúvida, a pergunta do Anjo “nos faz superar a tentação de olhar para trás, àquilo que aconteceu ontem, e nos impulsiona rumo ao futuro”, exortou o Pontífice.

Nesse momento o Santo Padre enfatizou o testemunho que deve ser dado pelos cristãos com o acontecimento da Ressurreição de Jesus.

“Jesus não está no Sepulcro, Ele ressuscitou. Não podemos procurar entre os mortos aquele que está vivo! Não nos dirijamos aos muitos sepulcros que hoje prometem algo, e depois não nos dão nada. Ele está vivo. Por isso, é preciso maravilhar-se novamente com Cristo ressuscitado, para poder sair dos nossos espaços de tristeza e abrir-nos à esperança que remove as pedras dos sepulcros e nos dá coragem para anunciar pelo mundo afora o Evangelho da vida”, disse.

Ao concluir a catequese o Papa saudou os diversos grupos presentes na Praça, e voltando-se para os italianos comentou com tristeza um vídeo que recebeu no dia anterior, sobre o apelo de operários de uma fábrica que será fechada.
“Fiquei triste. Queridos operários, queridos irmãos, em seus rostos se expressavam uma profunda tristeza e as preocupações dos pais de família que pedem somente seu direito de trabalhar para viver de maneira digna. Fiquem certos da minha solidariedade e oração; não se desencorajem. Eu os abraço fraternalmente e a todos os responsáveis peço que realizem todo esforço de criatividade e de generosidade para reacender a esperança nos corações desses nossos irmãos e de todos os desempregados. Por favor, abram os olhos e não fiquem de braços cruzados!”, assinalou.

Por fim, concedeu a todos a bênção.

A quatro dias da canonização dos Papas João Paulo II e João XXIII, a cidade de Roma se prepara para receber até três milhões de visitantes.

domingo, 20 de abril de 2014

A Ressurreição que dá Vida

Jesus ressuscita o ser humano
Celebrar a Morte de Jesus é fácil, pois entendemos de sofrimento e de morte.

Muita gente gosta de participar da procissão do Senhor Morto. Certamente sabemos que o povo, mais dado à piedade, fixa-se mais nos elementos dolorosos. A Ressurreição é mais difícil de explicar, pois não temos a experiência. Contudo, ela é fundamental para a vida cristã. Sua morte perderia o sentido se Ele não ressuscitasse.

Paulo escreve: “Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vã seria vossa fé” (1Cor 15,14). Tudo na vida de fé só tem sentido em relação a Cristo ressuscitado. Jesus, com sua Ressurreição, ressuscita o ser humano em todas as suas dimensões. Pelo fato de Jesus ser Homem-Deus, restaura a condição humana e a eleva à participação da natureza Divina (2Pd 1,4).

Não elimina nossa condição humana, mas a dignifica. Não nos tira da condição de fragilidade e da possibilidade de recusar. Temos ainda em nós as concupiscências, isto é, as tendências ao mal. Por isso ela é força contra todo o mal quando nossa opção é pela Vida.

Restaura nossa inteligência para entender as coisas de Deus e do Bem. Renova nossa a vontade dando-nos capacidade de escolher o bem quando podemos escolher o mal. Restaura nossa fragilidade humana, colocando-a a serviço das pessoas. Se nosso corpo se destrói, tem dentro de si a semente da vida eterna que o restaura na condição de ressuscitado.

Seremos transformados. Restaura a condição afetiva dando-lhe capacidade de amar até os inimigos e transformar o egoísmo em serviço. A própria morte de Jesus foi um serviço como explicara no Lava-pés. “Deveis lavar-vos os pés uns dos outros... Nisto reconhecerão que sois meus discípulos, se amardes uns dos outros” (Jo 13,14-15.35). Essa Ressurreição faz a Eucaristia.

Ela se torna presença para a comunhão com Deus e com os irmãos na partilha de vida e de bens.

Jesus ressuscita sua Igreja
A Igreja está sempre em reforma. As crises são sua natureza permanente, pois cresce sempre e precisa se ajustar ao momento, sem trair sua verdade.

Jesus a liberta de estruturas que, às vezes, estão unidas a ideologias e as políticas mais que ao evangelho. Não se trata só de políticas de esquerda, como também de direita. Ela é política porque é a favor do ser humano e do mundo.

Esta ressurreição é estar em banho permanente nas águas que correram de Seu coração aberto pela lança. Ressuscitar é ser sempre peregrina, em êxodo para a terra prometida que é o Reino. É desfazer-se das prisões do mal que arrasta ao distanciamento de Deus, do Evangelho e do serviço aos necessitados espirituais e corporais.

Páscoa é um novo nascimento, por isso renovamos as promessas do Batismo.

Jesus ressuscita a Natureza
Falar de ecologia não é só tratar de problemas. Na Encarnação o Verbo Eterno tomou a natureza humana que faz parte da natureza com a qual vive e da qual tira sua vida.

A natureza é pródiga de vida dando sua contribuição para a vida das pessoas e para o louvor de Deus. Cristo viveu a natureza, pois seus ensinamentos colhem a verdade das flores e dos frutos, dos campos maduros para a colheita, das sementes. Ressuscitar a natureza é viver com ela no mútuo serviço de vida.

Jesus dá o sentido futuro desta natureza, pois em seu corpo carnal mostrou o fruto da Ressurreição de todo o universo em seu corpo ressuscitado.

Paulo diz que “a criação anseia pela revelação dos filhos de Deus... espera ser liberta da escravidão da corrupção para entrar na liberdade da glória dos Filhos de Deus” (Rm 8,19-21). Quanto mais formos livres do pecado, tanto mais a natureza sentirá sua liberdade. Páscoa não é um dia, é uma vida que se renova continuamente.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Entenda o significado do beijo na Cruz na Sexta-feira Santa

Em todo o ano, existe somente um dia em que não se celebra a Santa Missa: a Sexta-Feira Santa. Ao invés da Missa temos uma celebração que se chama Funções da Sexta-feira da Paixão, que tem origem em uma tradição muito antiga da Igreja que já ocorria nos primeiros séculos, especialmente depois da inauguração da Basílica do Santo Sepulcro e do reencontro da Santa Cruz por parte de Santa Helena (ano 335 d.C.).

Esta celebração é dividida em três partes: a primeira é a leitura da Sagrada Escritura e a oração universal feita por todas as pessoas de todos os tempos; a segunda é a adoração da Santa Cruz e a terceira é a Comunhão Eucarística, juntas formam o memorial da Paixão e Morte de Nosso Senhor. Memorial não é apenas relembrar ou fazer memória dos fatos, é realmente celebrar agora, buscando fazer presente, atual, tudo aquilo que Deus realizou em outros tempos. Mergulhamos no tempo para nos encontrarmos com a graça de Deus no momento que operou a salvação e, ao retornarmos deste mergulho, a trazemos em nós.

Os cristãos peregrinos dos primeiros séculos a Jerusalém nos descrevem, através de seus diários que, em um certo momento desta celebração, a relíquia da Santa Cruz era exposta para adoração diante do Santo Sepulcro. Os cristãos, um a um, passavam diante dela reverenciando e beijando-a. Este momento é chamado de Adoração à Santa Cruz, que significa adorar a Jesus que foi pregado na cruz através do toque concreto que faziam naquele madeiro onde Jesus foi estendido e que foi banhado com seu sangue.

Em nosso mundo de hoje, falar da Adoração à Santa Cruz pode gerar confusão de significado, mas o que nós fazemos é venerar a Cruz e, enquanto a veneramos, temos nosso coração e nossa mente que ultrapassa aquele madeiro, ultrapassa o crufixo, ultrapassa mesmo o local onde estamos, até encontrar-se com Nosso Senhor pregado naquela cruz, dando a vida para nos salvar. Quando beijamos a cruz, não a beijamos por si mesma, a beijamos como quem beija o próprio rosto de Jesus, é a gratidão por tudo que Nosso Senhor realizou através da cruz. O mesmo gesto o padre realiza no início de cada Missa ao beijar o Altar. É um beijo que não pára ali, é beijar a face de Jesus. Por isso, não se adora o objeto. O objeto é um símbolo, ao reverênciá-lo mergulhamos em seu significado mais profundo, o fato que foi através da Cruz que fomos salvos.

Nós cristãos temos a consciência que Jesus não é apenas um personagem da história ou alguém enclausurado no passado acessível através da história somente. "Jesus está vivo!" Era o que gritava Pedro na manhã de Pentecostes e esse era o primeiro anúncio da Igreja. Jesus está vivo e atuante em nosso meio, a morte não O prendeu. A alegria de sabermos que, para além da dolorosa e pesada cruz colocada sobre os ombros de Jesus, arrastada por Ele em Jerusalém, na qual foi crucificado, que se torna o simbolo de sua presença e do amor de Deus, existe Vida, existe Ressurreição. Nossa vida pode se confundir com a cruz de Jesus em muitos momentos, mas diante dela temos a certeza que não estamos sós, que Jesus caminha conosco em nossa via sacra pessoal e, para além da dor, existe a salvação.

Ao beijar a Santa Cruz, podemos ter a plena certeza: Jesus não é simplesmente um mestre de como viver bem esta vida, como muitos se propõem, mas o Deus vivo e operante em nosso meio.

A espiritualidade da Sexta-feira Santa

Neste dia, que os antigos chamavam de “Sexta-feira Maior”, quando celebramos a Paixão e Morte de Jesus, o silêncio, o jejum e a oração devem marcar este momento. Ao contrário do que muitos pensam, a Paixão não deve ser vivida em clima de luto, mas de profundo respeito e meditação diante da morte do Senhor que, morrendo, foi vitorioso e trouxe a salvação para todos, ressurgindo para a vida eterna.

É preciso manter um “silêncio interior” aliado ao jejum e à abstinência de carne. Deve ser um dia de meditação, de contemplação do amor de Deus que nos “deu o Seu Filho único para que quem n'Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). É um dia em que as diversões devem ser suspensas, os prazeres, mesmo que legítimos, devem ser evitados.

Uma prática de piedade valiosa é meditar a dolorosa Paixão do Senhor, se possível diante do sacrário, na igreja, usando a narração que os quatro evangelistas fizeram.

Outra possibilidade será usar um livro para meditação como “A Paixão de Cristo segundo o cirurgião”, no qual o Dr. Pierre Barbet, francês, depois de estudar por mais de vinte anos a Paixão, narra com detalhes o sofrimento de Cristo. Tudo isso deve nos levar a amar profundamente Jesus Crucificado, que se esvaziou totalmente para nos salvar de modo tão terrível. Essa meditação também precisa nos levar à associação com a Paixão do Senhor, no sentido de tomar a decisão de “gastar a vida” pela salvação dos outros. Dar a vida pelos outros, como o Senhor deu a Sua vida por nós. "Amor só se paga com amor", diz São João da Cruz.

A meditação da Paixão do Senhor deve mostrar-nos o quanto é hediondo o pecado. É contemplando o Senhor na cruz, destruído, flagelado, coroado de espinhos, abandonado, caluniado, agonizante até a morte, que entendemos quão terrível é o pecado. Não é sem razão que o Catecismo diz que pecado é “a pior realidade para o mundo, para o pecador e para a Igreja”. É por isso que Cristo veio a este mundo para ser imolado como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Só Ele poderia oferecer à Justiça Divina uma oblação de valor infinito que reparasse todos os pecados de todos os homens de todos os tempos e lugares.

O ponto alto da Sexta Feira Santa é a celebração das 15 horas, horário em que Jesus foi morto. É a principal cerimônia do dia: a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da cruz e comunhão eucarística. Nas leituras, meditamos a Paixão do Senhor, narrada pelo evangelista São João (cap. 18), mas também prevista pelos profetas que anunciaram os sofrimentos do Servo de Javé. Isaías (52,13-53) coloca, diante de nossos olhos, “o Homem das dores”, “desprezado como o último dos mortais”, “ferido por causa dos nossos pecados, esmagado por causa de nossos crimes”. Deus morreu por nós em forma humana.

Neste dia, podemos também meditar, com profundidade, as “Sete Palavras de Cristo na Cruz” antes de sua morte. É como um testamento d'Ele:

"Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem"
"Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso"
"Mulher, eis aí o teu filho... Eis aí a tua Mãe"
"Tenho Sede!"
"Eli, Eli, lema sabachtani? - Meus Deus, meus Deus, por que me abandonastes?"
"Tudo está consumado!"
"Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito!".

À noite, as paróquias fazem encenações da Paixão de Jesus Cristo com o sermão da descida da cruz ou a Procissão do Enterro, levando o esquife com a imagem do Senhor morto. O povo católico gosta dessas celebrações, porque põe o seu coração em união com a Paixão e os sofrimentos do Senhor. Tudo isso nos ajuda na espiritualidade deste dia. Não há como “pagar” ao Senhor o que Ele fez e sofreu por nós; no entanto, celebrar com devoção o Seu sofrimento e morte Lhe agrada e nos faz felizes. Associando-nos, assim, à Paixão do Senhor, colheremos os Seus frutos de salvação.

Na Missa do Crisma, Papa Francisco fala da alegria sacerdotal

Nesta Quinta-Feira Santa, 17, Papa Francisco celebrou, na Basílica Vaticana, a Missa do Crisma, concelebrando com cardeais, bispos e padres presentes em Roma. O Santo Padre concentrou sua homilia na alegria do sacerdote.

Neste dia específico da Semana Santa, a Igreja faz memória da instituição do sacerdócio. Na homilia, Francisco explicou que Deus ungiu os sacerdotes com o óleo da alegria e esta unção os convida a receber e cuidar deste grande dom: a alegria sacerdotal; e elencou três características dela.

A primeira é a unção, uma alegria que não torna o padre presunçoso, mas penetra no íntimo do coração dele. A segunda é o fato de ser incorruptível, pois é a integridade de um dom que ninguém pode tirar ou acrescentar nada. Por fim, é também missionária, colocada em íntima relação com o povo fiel de Deus. Trata-se de uma felicidade que flui somente quando o pastor está em meio ao seu rebanho, explicou o Santo Padre.
Francisco também falou que a alegria do sacerdote tem como “irmã” a pobreza. O padre é uma pessoa que renunciou a muitas coisas, explicou o Papa, de forma que deve pedir sua alegria a Deus e a Seu povo fiel, não procurá-la sozinho. Ele lembrou que muitos, ao falar da identidade sacerdotal, não consideram que a identidade pressupõe pertença ativa e empenhada ao povo de Deus. “Se não sai de si mesmo, o óleo torna-se rançoso e a unção não pode ser fecunda. Sair de si requer um despojar-se, comportar a pobreza”.

Outra “irmã” da alegria sacerdotal é, segundo Francisco, a fidelidade à Igreja. Da mesma forma, a obediência a ela também caminha junto com a alegria do padre. Não se trata somente de uma obediência à paróquia na qual atua, mas à união com Deus Pai, da qual deriva toda paternidade.

Francisco também destacou a obediência à Igreja no serviço, o que requer disponibilidade e prontidão para servir a todos da melhor forma. “A disponibilidade do sacerdote faz da Igreja uma casa de portas abertas (…) Onde o povo de Deus tem uma necessidade, lá está o sacerdote que sabe escutar e sente um mandato amoroso de Cristo, que o envia para socorrer, com misericórdia, aquela necessidade ou apoiar os bons desejos com caridade criativa”.

O Papa encerrou a homilia pedindo a Deus que ajude muitos jovens a descobrir o ardor do coração e a audácia de responder com prontidão ao Seu chamado. Ele também pediu que Deus conserve o brilho nos olhos dos recém-ordenados e confirme a alegria sacerdotal dos que já têm muitos anos de ministério.

“Enfim, peço ao Senhor Jesus que brilhe a alegria dos sacerdotes idosos, sadios ou doentes. É a alegria da cruz, que emana da consciência de ter um tesouro incorruptível em um vaso de barro que vai se desfazendo (…) Sintam a alegria de passar a chama, a alegria de ver crescer os filhos dos filhos e de saudar, sorrindo e com mansidão, as promessas, naquela esperança que não desilude”.

A espiritualidade da Quinta-feira Santa

Aqui começa o Tríduo Pascal, a preparação para a grande celebração da Páscoa, a Vitória de Jesus Cristo sobre a morte, o pecado, o sofrimento e o inferno.

Este é o dia em que a Igreja celebra a instituição dos grandes Sacramentos da Ordem e da Eucaristia. Jesus é o grande e eterno Sacerdote, mas quis precisar de ministros sagrados, retirados do meio do povo, para levar ao mundo a Salvação que Ele conquistou com a Sua Morte e Ressurreição.

Jesus desejou ardentemente celebrar aquela hora: “Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer.” (Lc 22,15).

Na celebração da Páscoa, após instituir o Sacramento da Eucaristia, ele disse aos discípulos: “Fazei isto em memória de Mim”. Com essas palavras, Ele instituiu o sacerdócio cristão: “Pegando o cálice, deu graças e disse: Tomai este cálice e distribuí-o entre vós. Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.” (cf. Lc 22,17-19)

Na noite em que foi traído, mais nos amou, bebeu o cálice da Paixão até a última e amarga gota. São João disse que “antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou.” (Jo 13,1)

Depois que Jesus passou por toda a terrível Paixão e Morte de Cruz, ninguém mais tem o direito de duvidar do amor de Deus por cada pessoa.

Aos mesmos discípulos ele vai dizer, depois, no Domingo da Ressurreição: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20,23). Estava, assim, instituída também a sagrada confissão, o sacramento da penitência; o perdão dos pecados dos homens que Ele tinha acabado de conquistar com o Seu Sangue.

Na noite da Ceia Pascal, o Senhor lavou os pés dos discípulos, fez esse gesto marcante, que era realizado pelos servos, para mostrar que, no Seu Reino, “o último será o primeiro”, e que o cristão deve ter como meta servir e não ser servido. Quem não vive para servir não serve para viver; quem não vive para servir não é feliz, porque a autêntica felicidade o tempo não apaga, as crises não destroem e o vento não leva; ela nasce do serviço ao outro, desinteressadamente.

Nessa mesma noite, Jesus fez várias promessas importantíssimas à Igreja que instituiu sobre Pedro e os apóstolos. Prometeu-lhes o Espírito Santo, e a garantia de que ela seria guiada por Ele a “toda a verdade”. Sem isso, a Igreja não poderia guardar intacto o “depósito da fé”, que São Paulo chamou de “sã doutrina”. Sem a assistência permanente do Espírito Santo, desde Pentecostes, ela não poderia ter chegado até hoje e não poderia cumprir sua missão de levar a salvação a todos os homens de todas as nações.

”E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós.” (Jo 14, 16-17).

Que promessa maravilhosa! O Espírito da Verdade permanecerá convosco e em vós. Como pode alguém ter a coragem de dizer que, um dia, a Igreja errou o caminho? Seria preciso que o Espírito da Verdade a tivesse abandonado.

”Mas o Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ensinar-vos-á todas as coisas e vos recordará tudo o que vos tenho dito.”(Jo 14, 25-26)

Na Última Ceia, o Senhor deixou à Igreja essa grande promessa: O Espírito Santo “ensinar-vos-á todas as coisas”. É por isso que São Paulo disse a Timóteo que “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade”(1Tm 3, 15). Quem desafiar a verdade de doutrina e de fé, ensinada pela Igreja, vai escorregar pelas trevas do erro.

E, na mesma Santa Ceia, o Senhor lhes diz: “Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade…” (Jo 16, 12-13)

Jesus sabia que aqueles homens simples não tinham condições de compreender toda a teologia cristã; mas lhes assegura que o Paráclito lhes ensinaria tudo, ao longo do tempo, até os nossos dias de hoje. E o Sagrado Magistério dirigido pelo Papa continua assistido pelo Espírito de Jesus.

São essas promessas, feitas à Igreja na Santa Ceia, que dão a ela a estabilidade e a infalibilidade em matéria de fé e de costumes. Portanto, não só o Senhor instituiu os sacramentos da Eucaristia e da ordem, na Santa Ceia, mas colocou as bases para a firmeza permanente da Sua Igreja. Assim, Ele concluiu a obra que o Pai Lhe confiou, antes de consumar Sua missão na cruz.

Catequese do Papa: "Esta semana vai fazer bem pegar o crucifixo e beijá-lo"

Nesta Quarta-feira Santa, 16, o Papa Francisco deteve sua catequese semanal sobre ‘O caminho de doação de Cristo’, a partir do relato da traição de Judas, que deu início ao caminho doloroso de Jesus.

“No meio da Semana Santa a liturgia apresenta-nos aquele episódio triste do relato da traição de Judas, que vai ter com os chefes do Sinédrio para vender e entregar o seu Mestre. ‘Quanto me darão para eu entregar Jesus?’ (Mt 26, 15), a partir daquele momento Jesus tem um preço. Esse ato dramático marca o início da Paixão de Cristo, um percurso doloroso que Ele escolhe com absoluta liberdade”, disse.

O Santo Padre evidencia o caminho da “humilhação e do despojamento” pelo qual Jesus irá passar. “O caminho que atinge o ponto mais profundo na morte de cruz: morre como um derrotado, um falido! Mas, aceitando esta falência por amor, supera-a e vence-a”.

Segundo o Papa, a Paixão de Cristo trata-se de um “mistério desconcertante”, mas que encontra a sua razão no imenso amor de Deus que “deu o seu Filho Unigênito”, frisou Francisco.

“Se, depois de todo o bem que realizara, não tivesse existido esta morte tão humilhante, Jesus não teria mostrado a medida total do seu amor”, observou o Papa.

O homem tem sua esperança retomada com a ressurreição de Cristo. “A falência histórica de Jesus e as frustrações de muitas esperanças humanas são a estrada mestra, por onde Deus realiza a nossa salvação”.

Essa estrada, segundo o Pontífice, não coincide com os critérios humanos, na verdade, inverte-os, diz o Papa. “Quando tudo parece perdido, é então que Deus intervém com a força da ressurreição”.

Francisco adverte que a ressurreição não deve ser compreendida apenas como um “final feliz”, como em um filme, mas representa a intervenção de Deus Pai que resgata a esperança para a humanidade.

Ao final, exortou aos fiéis a seguirem Jesus em seu caminho doloroso e recordou que nos momentos difíceis da vida, em que experimentarem a sua fragilidade, encontrem em Cristo a fé a esperança em Deus “como fez Jesus”, completou.

“Esta semana vai-nos fazer bem pegar no crucifixo e beijá-lo tantas vezes e dizer ‘obrigado Jesus, obrigado Senhor’. Assim seja”, finalizou.

terça-feira, 15 de abril de 2014

O canto litúrgico na Semana Santa


A cada ano durante a Semana Santa temos o ponto central do Ano Litúrgico, pois celebramos o Mistério Pascal: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, mas sempre de maneira diferente.

Desde os primeiros séculos do Cristianismo até o terceiro milênio que vivemos, celebramos este momento como "fonte de todas as outras celebrações". Na celebração eucarística tornamos presente e vivificante o Mistério da Páscoa do Senhor, que acontece aqui e agora, e exige de nós uma participação plena, consciente, ativa e que produzirá frutos de salvação, sendo cada vez mais verdadeira, pois aprendemos a oferecer nossa vida, nossa doação e serviço aos irmãos como oferta de louvor até chegarmos à Páscoa final, quando veremos Deus face a face. De fato, Deus sempre nos surpreende convidando-nos, pela sua misericórdia, a despojar-nos do homem velho e abrir-nos à luz, para vermos que amar, além de necessidade é também uma urgência.

Este tempo forte do Ano Litúrgico que queremos refletir, celebrar e cantar é o Ciclo Pascal: compreendendo o Tríduo (Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Sábado Santo), a Quaresma como preparação e o Tempo Pascal como prolongamento. A Quaresma é tempo de escuta da Palavra de Deus e de conversão, de busca por renovação interior, de mudança de vida, tempo de recorrer às "armas da penitência cristã": a oração, o jejum, a esmola (cf. Mt. 6, 1-6. 16-18). A cor roxa, junto com as cinzas e a cruz, imprimem um caráter penitencial; o espaço celebrativo não possui ornamentação; nas celebrações não se canta o "Glória" e nem o "Aleluia", que voltarão a ser entoados solenemente na Vigília Pascal. Os cantos devem expressar o conteúdo, os temas próprios, a Palavra de Deus, acentuando a conversão, o perdão, a fraternidade e a solidariedade, a vida, a luz. Mas sempre com os horizontes voltados para a Páscoa de Jesus, mistério central que celebramos em nossas liturgias.

O Concílio Vaticano II, n. 110, recomenda que "a penitência do tempo quaresmal não seja somente interna e individual, mas também externa e social". Desse modo, a Igreja no Brasil, há mais de cinquenta anos, desenvolve na Quaresma a Campanha da Fraternidade, que todo ano traz um Hino ligado ao tema proposto. Este tema trata-se de um grande movimento de evangelização e de conscientização daqueles pecados mais gritantes da sociedade brasileira que nos impedem de celebrar mais plenamente a Páscoa do Senhor. Além dos cantos sugeridos pelo Hinário Litúrgico, devem também fazer parte do repertório o CD da Campanha da Fraternidade, os outros cânticos tradicionais que já estão no coração do povo, tais como: "Eis o tempo de conversão...", "Pecador agora é tempo...", "Misericórdia, Senhor!", "Prova de Amor maior não há...", "Eu vim para que todos tenham vida!"

A Quaresma desemboca na Semana Santa, quando nos reunimos para celebrar o Amor de Jesus Cristo que deu sua vida por nós: "tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim!" (Jo. 13, 1). Os ritos da Semana Santa devem ser realizados com especial solenidade, pois este tempo é o coração do Ano Litúrgico. Esta Semana inicia-se com o Domingo de Ramos, que celebra a entrada de Jesus como rei em Jerusalém. Um homem simples, humilde, porém Santo, o Filho de Deus, que salvará o povo, traz a verdadeira justiça e a paz, tendo o amor como lei de seu Reino. No símbolo dos Ramos, que somos nós, confirmamos nosso seguimento nos passos de Jesus, estamos ligados a Ele, o tronco principal. Desligados Dele, seremos galhos secos. O nosso canto O aclama através de Hosanas e saúda aquele que vem em nome do Senhor! São próprios também desta semana alguns exercícios espirituais, devocionais e de piedade popular que muitas comunidades realizam, por exemplo: Via-sacra, Caminhadas da Penitência, celebrações da Misericórdia, procissões do Encontro Doloroso, do Enterro, da Ressurreição, encenações da paixão e morte, meditações das Dores de Nossa Senhora, grupos de rua (Setores Missionários) que promovem encontros de reflexão (estudo, oração e ação) nas casas. 

Sendo assim, cantar e celebrar expressam atitudes de confiança e a esperança de todos os cristãos que professam sua fé em Jesus Cristo, que não nos decepciona: quem O segue não termina na Cruz, mas Ressuscita!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Vivendo a Paixão de Cristo

Jesus, quando ensinava seus discípulos, dizia: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz, e siga-me” (Mt 16,24).

“Se alguém me quiser servir, siga-me; e onde eu estiver, ali estará também o meu servo” (Jo 12,26). Há um caminho, um trilho no seguimento de Jesus. Todos nós queremos, mas nem sempre sabemos como fazer e nem se estamos fazendo. Pensamos que estamos fora da estrada. Mas Jesus tem um trilho secreto: “porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram” (Mt 7.14).

Basta saber se o caminho está meio apertado para ter certeza que é a estrada justa. Não que Jesus queira nos criar dificuldades e dar uma salvação impossível.

Mas se o caminho oposto é largo é porque nos facilita excessivamente fazendo somente nossos gostos. O aperto do caminho é porque se baseia na vontade do Pai. Esta Ele quis fazer.

O aperto está no fato de que é único. Mas se estamos nele, estamos seguros e tranqüilos.

Desprezou o que o mundo poderia oferecer fora da vontade do Pai, decididamente foi para Jerusalém, como relata Lucas: “Jesus caminhava à frente, subindo para Jerusalém” (Lc 19,28). O caminho da Paixão de Jesus. Participar da Paixão de Cristo é fazer seu caminho. Participar significar unir-se a Cristo que se oferece ao Pai pelo mundo.

A capacidade de doação de Cristo é o conteúdo de seu sacrifício doloroso que o acompanha desde sua encarnação. Esta doação de serviço, Jesus a manifesta claramente nos dias de sua dolorosa Paixão: na Quinta-Feira Santa concretiza sua doação quando lava os pés dos discípulos. E a entrega ao serviço do próximo como realização da vontade do Pai. Este gesto se transforma na extremada entrega que faz de si mesmo, dando-se como alimento. Ele reparte e partilha o pão que é seu corpo e o vinho que é seu sangue.

Este gesto é a explicação de sua entrega total na cruz. Jesus realiza em símbolos na Ceia, o que vai realizar na realidade na cruz. Quando manda fazer em sua memória, não é só repetir o gesto, mas repetir, sobretudo a entrega. Nossas missas não rendem mais para nós, porque não possuem nossa entrega com Cristo.

Não fazemos memória de seu gesto redentor. O caminho da Paixão de Cristo é sua entrega como serviço humilde para garantir ao mundo o amor do Pai. Ligamos sempre a Paixão à dor, mas ela deve estar unida primeiro ao amor, pois é uma paixão de Jesus por se entregar por amor ao Pai. Amor é nas águas.

Quando Jesus morre, o soldado enfiou-lhe a lança e saiu sangue e água. Estas águas se transformaram em um rio caudaloso. Ezequiel (47,1ss) explica-nos que a água brotava do limiar do templo em uma pequena fonte e depois se transformava num rio, assim também a água do lado de Cristo, novo templo, mesmo sendo pouca, transforma-se num rio onde podemos nos lavar no batismo e fecundar em nós a vida nova que vem de sua entrega ao Pai. Estas águas nascem de seu coração como uma fonte de amor, ungidas pelo seu sangue redentor.

Na Noite da Páscoa, faça a renovação das promessas do Batismo e afunde-se no rio de amor que sai do lado de Cristo e se represa na sua Páscoa, fazendo um lago onde, mergulhados, deixamos nossas fraquezas e levantamos repletos da graça que dá a vida.

Tráfico Humano: Que perspectivas a Bíblia nos apresenta?

Em cada Campanha da Fraternidade, a Igreja Católica propõe a seus fiéis temas sociais, iluminando-os com a Palavra de Deus e, assim, fortalecendo nossa fé. O Tráfico Humano é um assunto delicado, mas oportuno.

Em 1999, na cidade de Palermo (Itália), lideranças mundiais se reuniram para debater esta questão. No final, os participantes publicaram um manifesto que ficou conhecido como “Protocolo de Palermo”. Seu conteúdo foi assumido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000, e está em vigor, desde 2003. Ao definir o Tráfico Humano, o texto afirma que é crime recrutar e transportar pessoas para explorá-las sexualmente, ou mantê-las em trabalho análogo ao de escravidão, ou, ainda, extrair órgãos humanos e comercializá-los. Para que estes fatos não cheguem ao conhecimento do público, as vítimas vivem em alojamentos vigiados e sob constantes ameaças.

Com isso, exploraram-se pessoas para o enriquecimento ilícito de alguns. A ONU calcula que, anualmente, circula cerca de 32 bilhões de dólares, ou, aproximadamente, R$ 70 bilhões de reais. Esta “indústria” fica atrás, apenas, do comércio das drogas e de armas.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que 2,5 milhões de pessoas são traficadas, a cada ano. Recentemente, o instituto “Pesquisa sobre Tráfico Humano de Mulheres, Crianças e Adolescentes” detectou, só aqui no Brasil, 241 rotas, sendo 131 internacionais, 78 interestaduais e 32 intermunicipais.

O tráfico é um crime organizado e silencioso que envolve um conjunto de cúmplices: os que exploram, os transportadores, os prestadores de assistência jurídica, os “paraísos fiscais” para lavagem do dinheiro, médicos e clínicas para extração de órgãos. Neste contexto, é quase impossível não pensar na participação, também, do Poder Público e outras entidades.

Quais são as causas?!
De um lado, temos o capitalismo selvagem com sua insaciável sede de lucro; de outro, uma multidão que vive em situação de vulnerabilidade, lutando para sobreviver. Diante disso, as vítimas se tornam presas fáceis dos aliciadores. Como pescadores que sabem onde e como apanhar o peixe, atraem pessoas com promessas de bom emprego, altos salários, portas abertas para o sucesso, documentação assegurada para viajar e outras benesses.

Mesmo desconfiadas, as pessoas se arriscam. Depois de algum tempo, longe de sua terra e família, sentem que caíram nas malhas do tráfico, “são exploradas e vivem sob ameaças e sem liberdade de sair dessa situação”, diz o Protocolo de Palermo.

Se implantarmos, com nossa luta, Políticas Públicas que oportunizem trabalho digno e salário justo, sem dúvida, o tráfico, também, diminuiria.

Muitos ficam indignados ante essa realidade; outros, desabafam, como fez o Papa Francisco: “O Tráfico Humano é uma atividade ignóbil, uma vergonha para nossa sociedade que se diz civilizada”; porém, todos somos convocados a abraçar esta causa.

Como “enfrentar” o poderoso e sofisticado crime organizado?! Que perspectivas a Bíblia nos apresenta?
Em primeiro lugar, precisamos estar cientes que, no espaço de tempo em que ela foi escrita (durante mais de mil anos), a escravidão era uma prática normal em todos os países e culturas. Porém, o povo de Israel estabelece normas para a libertação e ressarcimento do escravo: “Quando alguém for vendido como escravo, ele te servirá durante seis anos; no sétimo ano, dar-lhe-ás a liberdade, mas não de mãos vazias; ao contrário, carregue os ombros dele com o produto do teu rebanho e de tuas colheitas; dê-lhe, também, a benção” (Dt 15,12-15).

Essa mesma atitude, a encontramos em Jesus. Ele conviveu e solidarizou-se com os marginalizados e sofredores: “Vendo as multidões, Jesus moveu-se de compaixão porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas sem pastor” (Mt 9,36).

Por outro lado, não se intimidou diante das autoridades, tanto políticas como religiosas, e se indignou com aqueles que ignoram o sofrimento alheio, mesmo que, com isso, fosse ameaçado de morte: “... passando sobre eles um olhar indignado e, entristecido com a dureza de seus corações, disse ao homem de mão seca: 'estende a tua mão'; ele a estendeu e ficou curado. Ao saírem da sinagoga, os fariseus, junto com alguns do partido de Herodes, fizeram um plano para matar Jesus” (Mc 3,5-6).

Hoje, apoiados na Bíblia, precisamos ter uma postura clara contra o Tráfico Humano. Sabemos que seu objetivo é a exploração humana para enriquecer um pequeno grupo.

É uma verdadeira obsessão, fruto de uma política neoliberal-capitalista. Sobre isso, a Bíblia nos alerta, dizendo que “ganância é uma idolatria” (cf. Cl 3,5; Ef 5,5), e é, também, a “raiz de todos os males” (1Tm 6,10).

Por fim, é de fundamental importância, conscientizarmo-nos de que o tráfico pode estar ao nosso redor, só que não é fácil percebê-lo porque é “invisível” à maioria das pessoas.

Por sua vez, as vítimas e seus familiares, também, não se manifestam porque, quase sempre, vivem sob constantes ameaças.

Por isso, cabe a cada um de nós que, ao tomarmos conhecimento de qualquer fato, tenhamos a coragem de denunciar: disque 100 – Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República; disque 180 – Central de Atendimento à Mulher, ou outros; a ligação é gratuita e sigilosa. Não podemos nos omitir, pois somos “um por todos e todos por um”.

CNBB abre concurso para hino da Campanha da Fraternidade 2015

Estão abertas as inscrições do concurso para escolha do Hino da Campanha da Fraternidade 2015. O prazo para envio das composições (áudio e partitura) será até 11 de junho de 2014. Por decisão do Conselho Episcopal de Pastoral (Consep) da CNBB, o concurso será realizado em um único edital, que irá selecionar letra e música, simultaneamente, podendo haver parceria de letristas e músicos.

A Campanha da Fraternidade de 2015 terá como tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45). O objetivo é inserir a campanha nas comemorações do jubileu do Concílio Vaticano II, com base nas reflexões propostas pela Constituição Dogmática Lumen Gentium e na Constituição Pastoral Gaudium et Spes, que tratam da missão na Igreja no mundo.

O assessor de música litúrgica da CNBB, padre José Carlos Sala, destaca a importância do concurso e da colaboração dos profissionais da música.

“A participação de poetas e músicos para a composição de um hino visa traduzir em linguagem poética os conteúdos do tema, lema e objetivos da Campanha da Fraternidade, com uma melodia bela e expressiva que possibilite a participação de todos no canto”, explica.

Confira o edital do concurso.

domingo, 13 de abril de 2014

A espiritualidade do Domingo de Ramos

A Semana Santa começa no Domingo de Ramos, cuja liturgia celebra a entrada de Jesus Cristo, em Jerusalém, montado em um jumentinho (o símbolo da humildade), que é aclamado pelo povo simples. As pessoas O aplaudiam como “Aquele que vem em nome do Senhor”; esse mesmo povo que O viu ressuscitar Lázaro de Betânia, poucos dias antes, estava maravilhado e tinha a certeza de que este era o Messias anunciado pelos profetas. Porém, pareciam ter se enganado no tipo de Messias que o Senhor era. Pensavam que fosse um Messias político, libertador social, que fosse arrancar Israel das garras de Roma e lhes devolver o apogeu dos tempos de Davi e Salomão.

Para deixar claro a esse povo que Ele não era um Messias temporal e político, um libertador efêmero, mas o grande libertador do pecado, a raiz de todos os males, Cristo entrou na grande cidade, a Jerusalém dos patriarcas e dos reis sagrados, montado em um jumentinho; expressão da pequenez terrena, pois Ele não é um rei deste mundo!

Dessa forma, o Domingo de Ramos é o início da Semana que mistura os gritos de “Hosana” com os clamores da Paixão de Cristo. O povo acolheu Jesus abanando seus ramos de oliveiras e palmeiras. Os ramos significam a vitória: “Hosana ao Filho de Davi: bendito seja o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel; hosana nas alturas”. Hosana quer dizer “salva-nos!”.

Os ramos santos nos fazem lembrar que somos batizados, filhos de Deus, membros de Cristo, participantes da Igreja, defensores da fé católica, especialmente nestes tempos difíceis em que ela é desvalorizada e espezinhada.

Os ramos sagrados que levamos para nossas casas, após a Santa Missa [do Domingo de Ramos], lembram-nos de que estamos unidos a Cristo na mesma luta pela salvação do mundo, a luta árdua contra o pecado, um caminho em direção ao Calvário, mas que chegará à Ressurreição.

O sentido da Procissão de Ramos é mostrar essa peregrinação sobre a terra que cada cristão realiza a caminho da vida eterna com Deus. Ela nos recorda que somos apenas peregrinos neste mundo tão passageiro, tão transitório, que se gasta tão rapidamente. Mostra-nos que a nossa pátria não é neste mundo, mas na eternidade, que aqui nós vivemos apenas em um rápido exílio em demanda pela casa do Pai.

A entrada “solene” de Jesus em Jerusalém foi um prelúdio de Suas dores e humilhações. Aquela mesma multidão que O homenageou, motivada por Seus milagres, agora Lhe vira as costas e muitos pedem a Sua morte. Jesus, que conhecia o coração dos homens, não estava iludido. Quanta falsidade nas atitudes de certas pessoas! Quantas lições nos deixam esse dia [Domingo de Ramos]!

O Mestre nos ensina com fatos e exemplos que o Seu Reino, de fato, não é deste mundo. Que ele não veio para derrubar César e Pilatos, mas para derrubar um inimigo muito pior e invisível, o pecado.

A muitos o Senhor decepcionou; pensavam que Ele fosse escorraçar Pilatos e reimplantar o reinado de Davi e Salomão em Israel; mas Ele vem montado em um jumentinho frágil e pobre. “Que Messias é este? Que libertador é este? É um farsante! É um enganador e merece a cruz por nos ter iludido”, pensaram. Talvez Judas tenha sido o grande decepcionado.

O Domingo de Ramos ensina-nos que a luta de Cristo e da Igreja, e consequentemente a nossa também, é a luta contra o pecado, a desobediência à Lei sagrada de Deus que, hoje, é calcada aos pés até mesmo por muitos cristãos que preferem viver um Cristianismo “light”, adaptado aos seus gostos e interesses e segundo as suas conveniências. Impera, como disse Bento XVI, a ditadura do relativismo.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Aprender com o Evangelho a combater o mal, ensina Papa Francisco

A partir do Evangelho se aprende a lutar contra as tentações. Foi o que afirmou o Papa Francisco na Missa desta sexta-feira, 11, na Casa Santa Marta. O Pontífice destacou que todos são tentados, porque o diabo não quer a santidade e a vida cristã é justamente uma luta contra o mal.

Francisco recordou que a vida de Jesus foi uma luta e Ele veio para vencer o mal. O foco de toda a homilia foi a luta contra o demônio, uma luta que cada cristão deve enfrentar, uma verdade que todo cristão deve conhecer se quiser seguir Jesus, que sofreu tantas tentações e perseguições.

Uma vez que não quer ver a santidade humana, o diabo apresenta tentações ao homem e procura afastá-lo do caminho de Jesus. Francisco explicou três características dessas tentações, que constituem o modo como elas agem. “A tentação começa livremente, mas cresce: sempre cresce. Segundo, cresce e contamina o outro, transmite-se a um outro, procura ser comunitária. E, por fim, para tranquilizar a alma, se justifica. Cresce, contamina e se justifica”.

Como exemplo, o Santo Padre citou as fofocas, que começam com uma inveja do outro. Depois, a pessoa sente a necessidade de partilhar essa inveja com o outro. Esse é o mecanismo da fofoca e todos são tentados a fazer isso. “Talvez algum de vocês não, se for santo, mas também eu sou tentado a fofocar! É uma tentação cotidiana. Mas começa assim, suavemente, como um fio de água. Cresce por contágio e ao fim se justifica”.

O Santo Padre mencionou ainda algumas tentações que Jesus sofreu, como aquela de jogar-se do Templo. A tentação cresceu e envolveu outras pessoas e por fim se justificou. Quando Jesus pregou na Sinagoga, por exemplo, seus inimigos desmereceram-No, disseram que ele não tinha estudado, não tinha autoridade para falar. “A tentação envolveu todos contra Jesus. E o ponto mais alto da justificativa foi aquele do sacerdote, quando diz: ‘Não sabem que é melhor que um homem morra para salvar o povo?”.

O Santo Padre destacou a necessidade de estar atento para não cair em tentações e acabar fazendo coisas que destroem as pessoas. Se um fio de água não é parado no momento certo, pode se transformar em uma maré, alertou Francisco.

“Todos somos tentados porque a lei da vida espiritual, a nossa vida cristã é uma luta. Porque o príncipe deste mundo – o diabo – não quer a nossa santidade, não quer que sigamos Cristo. Alguém de vocês, talvez, não sei, pode dizer: ‘Mas, padre, que antigo o senhor é, falar de diabo no século XXI!’. Mas, vejam bem que o diabo existe! Mesmo no século XXI! E não devemos ser ingênuos! Devemos aprender com o Evangelho como se faz a luta contra o diabo”.

Papa Francisco afirma que tráfico humano é uma chaga na humanidade

O papa Francisco pronunciou nesta quinta-feira, 10, discurso durante a 2ª Conferência Internacional sobre Combate ao Tráfico Humano. O evento, que teve início ontem, 9, no Vaticano, é uma iniciativa da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales, que tem a finalidade de construir uma rede de combate a este tipo de crime. Participaram do encontro cerca de 120 pessoas, entre autoridades policiais que atuam na luta contra o tráfico humano, representantes da Igreja Católica e trabalhadores humanitários.

Em seu discurso, o papa Francisco afirmou que o tráfico de seres humanos é uma “chaga no corpo da humanidade contemporânea, uma ferida na carne de Cristo”.

“O fato de estar aqui, para unir nossas forças, significa que queremos que as estratégias e as competências estejam juntas e se reforcem pela compaixão evangélica, pela proximidade de homens e mulheres vítimas deste crime”, disse o papa.

Francisco agradeceu a presença das autoridades policiais que, segundo ele, dedicam-se a lutar contra este “triste fenômeno”, e dos trabalhadores humanitários, cuja tarefa principal é “fornecer hospitalidade, cordialidade e possibilidade de resgate às vítimas”. De acordo com o papa, são duas abordagens diferentes, mas que “podem e devem andar de mãos dadas”. Para Francisco, é por esta razão que eventos como este são de grande utilidade, pois permitem o diálogo e o confronto a partir de enfoques complementares.

O papa exortou ainda a comunidade internacional “para que adote uma estratégia ainda mais unânime e eficaz de combate ao tráfico humano, de modo que, em todas as partes do mundo, homens e mulheres jamais possam ser utilizados como meio para um fim, e para que sua dignidade inviolável seja sempre respeitada”.

Disse que, com o altos funcionários encarregados da ordem pública dentro da comunidade internacional, “a Igreja se compromete a erradicar o flagelo desta grave atividade que abusa das pessoas vulneráveis”. Explicou que a conferência é parte de um processo no qual há um trabalho conjunto em âmbito internacional para desenvolver estratégias de prevenção, atenção pastoral e reintegração das vítimas.

“Estou pessoalmente empenhado em parceria com a Igreja e a sociedade civil para levar à justiça os responsáveis por estes crimes hediondos e aliviar o sofrimento das vítimas”, concluiu.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Papa Francisco inicia ciclo de catequeses sobre os dons do Espírito Santo

Nesta quarta-feira (9), no Vaticano, o Papa Francisco falou sobre os sete dons do Espírito Santo iniciando um novo ciclo de catequeses. Nos últimos meses, o Santo Padre havia apresentado os sacramentos em seus discursos. Na audiência, cerca de 50 mil pessoas acompanharam com atenção as palavras do Pontífice.

O Catecismo da Igreja Católica considera que os sete dons do Espírito Santo: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor a Deus, “tornam os fiéis dóceis, na obediência pronta, às inspirações divinas”.

“O Espírito Santo constitui a alma, a seiva vital da Igreja e de cada cristão: é o amor de Deus que faz do nosso coração a sua morada e entra em comunhão conosco. O Espírito Santo está sempre conosco, está sempre em nós, no nosso coração”, disse o Papa ao abrir a reflexão.

O Papa começou a catequese assinalando a sabedoria e recordando que este dom leva o cristão a compreender a realidade da vida sob “os olhos de Deus”. A sabedoria “é a graça de poder ver cada coisa com os olhos de Deus. Às vezes vemos as coisas de acordo com a conveniência ou de acordo com o nosso coração, com amor, com ódio ou inveja. Este não é o olhar de Deus”, disse. Segundo o Pontífice esse dom nasce da “intimidade com Deus”.

Nessa relação de intimidade e comunhão com Deus, o homem e a mulher têm seus corações transfigurados pelo Senhor e, então, tudo “fala de Deus e torna-se sinal da Sua misericórdia e do Seu amor”, frisou o Papa.

“Isso torna sábio o nosso coração, não no sentido de saber tudo ou de ter uma resposta para tudo, mas no sentido de que saboreia o Senhor. O coração do homem sábio neste sentido tem o gosto e o sabor de Deus.”.

O Santo Padre destacou também a importância das comunidades poderem contar com cristãos que agem conforme o Espírito Santo e, nesse sentido, indicou que para viver conforme a sabedoria de Deus é preciso “pedi-la ao Espírito Santo”.

“Devemos pedir ao Senhor que nos dê o Espírito Santo e nos dê o dom da sabedoria, daquela sabedoria de Deus que nos ensina a olhar com os olhos de Deus, a ouvir com o coração de Deus, a falar com as palavras de Deus. E assim, com esta sabedoria, vamos adiante, construímos a família, construímos a Igreja e todos nos santificamos”.

Ao final, o Papa recordou ainda a morte do padre jesuíta Frans van der Lugt, em Homs (Síria) na última segunda-feira, e condenou a ação violenta:

“O seu brutal assassinato me encheu de profunda dor e me fez pensar mais uma vez nas tantas pessoas que sofrem e morrem neste martirizado País, há muito tempo refém de um conflito sangrento, que continua a provocar morte e destruição. Penso também nas inúmeras pessoas sequestradas, cristãos e muçulmanos, sírios e de outros países, entre as quais há bispos e sacerdotes. Peçamos ao Senhor que possam em breve voltar para seus caros e para suas famílias e comunidades”.

E terminou com um apelo:

“Calem as armas, chega de violência! Guerra nunca mais! Chega de destruição!”.

terça-feira, 8 de abril de 2014

Reflexão: Cinco luzes na vida do cristão

A luz física. É a primeira obra do Criador, a primeira criatura. Esta luz ilumina, aquece e transforma. O caos inicial transformou-se em cosmos, em beleza, harmonia e esplendor, graças à luz. Assim, a luz do sol, da lua, das estrelas, da aurora, da lamparina, da eletricidade, do laser, etc, são uma força, uma energia, um dínamo que move prótons e elétrons, move a vida e o universo. É preciso ver o Criador nas criaturas.

Nós podemos ser pessoas iluminadas, irradiantes, transformantes. Devemos ser do dia e não das trevas. Andar na claridade ou na escuridão, na transparência ou na obscuridade isso depende de nós. Quem pratica o bem está na luz, torna-se luz. Um bom conselho é luz para os irmãos. Uma pessoa positiva é portadora da luz, de ânimo, de entusiasmo, de esperança. Os valores, as ideias, os bons projetos são luzes. Somos luzeiros, tochas acesas, fogo ardente. É preciso incendiar o mundo com o bem, a verdade, a justiça e a paz.

A luz divina. É o Espírito Santo. Luz do alto, fogo que desce do céu. Esta luz conduz a história, transforma vidas, dilata corações, abre as mentes, age nas consciências. O Espírito Santo é luz do mundo que potencializa a luz natural e a ultrapassa porque renova a face da terra, consola os aflitos, defende os fracos, atua nos pobres, conduz a humanidade no seu desenvolvimento.

A luz da fé. Ela é professada nos doze artigos do Credo. Começa como centelha, mas, torna-se labareda, incêndio, calor. Graças à luz da fé superamos cegueiras, idolatrias, ateísmos, indiferenças, incredulidades. Pela luz da fé podemos ver e ouvir a luz que vem da Palavra de Deus e a luz do sacrário. A fé é luz porque ilumina nossos caminhos, decisões, horizontes e direção. Pela luz da fé encontramos sentido para a vida e resposta para as interrogações, as dúvidas, os medos. Pela fé vemos, ouvimos, obedecemos e tocamos em Deus. Abandonamos veredas, labirintos, desvios e somos conduzidos na direção e estrada certa. Pela fé olhamos a realidade com os olhos de Deus. A luz da fé brilha sete vezes mais que a luz do sol.

A luz das boas obras. Quem ama o próximo está na luz. Quem odeia está nas trevas. Nossas boas obras são luzes que glorificam a Deus, e promovem os outros. Esta luz não se apaga. O bem, as boas obras, o amor, não morrem, não desaparecem. Tudo o que doamos ninguém pode nos roubar. As boas obras são imortais e os bons são luzes imorredouras. Pelas boas obras somos luz do mundo.

A luz eterna. Deus é luz. Jesus é luz da luz. Deus habita em luz inacessível. Há um desejo inato em cada ser humano de ver a luz que é o rosto de Deus. Ver Deus face a face é a experiência mais atraente, transformante e esplendorosa da pessoa humana. Ouvido algum ouviu, olho algum viu, coração algum sentiu o que Deus preparou para os que o amam. Graças à ressurreição participaremos da luz eterna. No céu veremos, amaremos, louvaremos, intercederemos, conviveremos na luz de Deus e dos santos, dos eleitos, dos salvos. Nosso corpo será todo luz.

Papa Francisco aprova manutenção do Banco do Vaticano

O Papa Francisco aprovou nesta segunda-feira (7) uma proposta sobre o futuro do IOR (Instituto para as Obras Religiosas), conhecido como Banco do Vaticano. A proposta foi definida com base em informações sobre a condição legal do IOR, as atividades realizadas e as informações recolhidas e apresentadas ao Papa e ao Conselho de Cardeais da CRIOR (Comissão Pontifícia Coordenadora do IOR) em fevereiro deste ano.

De acordo com o comunicado da sala de imprensa da Santa Sé, o organismo será mantido e melhor controlado pela Autoridade de Informação Financeira (AIF) da Santa Sé.

“O Papa aprovou uma proposta sobre o futuro do IOR, reafirmando a importância da sua missão para o bem da Igreja Católica, a Santa Sé e o Estado do Vaticano. O IOR vai continuar a servir com prudência e fornecer os seus serviços financeiros especializados à Igreja Católica em todo o mundo”, referiu o comunicado.

Com a indicação do Santo Padre, a gestão do organismo continuará a executar o plano para assegurar a missão do IOR junto a nova Secretaria para a Economia. O comunicado informou ainda que o plano será apresentado ao Conselho de Cardeais e o Conselho para a Economia.

O IOR foi fundado em 1942 pelo papa Pio XII, e tem como missão servir a Santa Sé e a Igreja Católica em todo o mundo nos mais diversos projetos humanitários. A reforma do organismo vem sendo destacada pelo Papa Francisco como uma de suas prioridades para dar mais transparência à administração econômica e administrativa da Santa Sé.

Papa Francisco recebe organizadores da JMJ do Rio de Janeiro

Na manhã desta segunda-feira, 7, Papa Francisco recebeu em uma audiência no Vaticano, membros do Comitê Organizador da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro.

O pontífice falou do grande trabalho ocasionado pela JMJ de 2013 e pediu que o “milagre” vivido durante esse tempo se multiplique e se repita todos os dias em cada paróquia, comunidade e apostolado pessoal.

Sobre o Brasil, Francisco afirmou que a nação “roubou” seu coração, repetindo o que disse ao Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, por ocasião do Conclave.

O Papa concluiu seu discurso citando S. José de Anchieta, de modo especial um trecho da carta que escreveu ao Padre Diogo Laynez: «Nada é difícil para aqueles que acalentam no coração e têm como fim único a glória de Deus e a salvação das almas, pelas quais não hesitam em dar a sua vida».

Dom Orani em Roma

Agora, o principal evento da agenda do Cardeal é sua tomada de posse da da Igreja de Santa Maria Mãe da Providência, no bairro de Monte Verde, no sábado, dia 12 de abril, às 18h30min, por seu título cardinalício.

Neste meio tempo, ele participa alguns eventos como como o Encontro Internacional de responsáveis pela Pastoral da Juventude e reuniões com o Pontifício Conselho para os Leigos (PCL).

Do Rio para Cracóvia

Dia 13 de abril, Domingo de Ramos, a comitiva da Arquidiocese do Rio participa da entrega dos Símbolos da JMJ para a Cracóvia, a sede da JMJ em 2016. A cerimônia será realizada às 10 horas, com transmissão ao vivo da Rádio Vaticano.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Papa Francisco fala da misericórdia divina: carinho na ferida do pecado

A misericórdia de Deus foi o foco da reflexão da homilia do Papa Francisco, em Missa celebrada nesta segunda-feira, 7, na Casa Santa Marta. O Pontífice caracterizou a misericórdia divina como uma grande luz de amor e de ternura, um carinho de Deus nas feridas dos pecados do homem.

O Evangelho que fala da mulher adúltera que foi perdoada deu ao Papa a oportunidade de explicar o que é a misericórdia de Deus. Francisco recordou que o matrimônio é o símbolo e uma realidade humana da relação fiel do Senhor com o Seu povo, de forma que o adultério suja essa relação.

Na passagem evangélica, escribas e fariseus perguntam a Jesus o que fazer com aquela mulher adúltera (na época, a lei previa o apedrejamento), mas o fazem para ter motivo de acusá-Lo. “Se Jesus tivesse dito ‘sim, sim, sigam adiante com o apedrejamento’, teriam dito ao povo ‘este vosso mestre é tão bom, vejam o que ele fez com essa pobre mulher!’. E se Jesus tivesse dito: ‘Não, pobrezinha, perdoem-na!’, teriam dito que Ele não cumpria a lei”.

Diante da resposta de Jesus – “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”–, aquelas pessoas foram embora uma a uma, começando pelos mais velhos. Ao ficar sozinha com Jesus, a mulher reconheceu o seu pecado e Ele a perdoou. Segundo o Papa, nesta passagem, há algo que vai além do perdão.

“Jesus passa a lei e vai além. Não lhe diz: ‘Não é pecado o adultério!’. Não diz isso! Mas não a condena com a lei. E este é o mistério da misericórdia de Jesus. A misericórdia é algo difícil de entender”.

Francisco explicou que a misericórdia não apaga os pecados, pois quem faz isso é o perdão de Deus, mas é o modo como Deus perdoa. O Papa disse que Jesus poderia ter dito simplesmente “Eu te perdoo. Vá!”, mas opta por dizer “Vá em paz” e aconselha a mulher a não pecar mais.

“A misericórdia vai além, faz a vida de uma pessoa de tal modo que o pecado é colocado à parte. É como o céu. Nós olhamos para ele e vemos tantas estrelas, mas quando vem o sol, pela manhã, com tanta luz, não as vemos mais. Assim é a misericórdia divina: uma grande luz de amor, de ternura. Deus perdoa não com um decreto, mas com um carinho, acariciando as nossas feridas do pecado. É grande a misericórdia de Deus, é grande a misericórdia de Jesus. Ele nos perdoa e nos acaricia.”

domingo, 6 de abril de 2014

Papa Francisco: "É indispensável e importante a cultura marcada pela fé"

O Papa Francisco na sua Exortação Apostólica sobre o anúncio do Evangelho no mundo atual sublinha o quanto é indispensável e importante a cultura marcada pela fé e a sua dimensão determinante nos rumos e tradições de grupos humanos pelo mundo afora.

É incontestável o legado recebido por culturas seculares, em valores humanísticos e espirituais, em razão do anúncio, aprendizagem e vivência da fé cristã. Um legado que tem como referência uma fonte inesgotável que é o Evangelho de Jesus Cristo, e ele próprio, Redentor e Salvador.

A contemporaneidade continua necessitada da oferta preciosa que vem desta fonte. Independentemente de todo tipo de crítica, até mesmo merecida, às configurações morais com excessivos rigores ou anuências tácitas frente às posturas discriminatórias e prejudiciais, a dinâmica da fé cristã continua indispensável. É fundamental, especialmente, quando se trata da busca do equilíbrio humanitário na importante tarefa de afastar o mundo do caos moral e espiritual para o qual caminha, em razão de hegemonias dadas ao dinheiro e às relativizações ético e morais.

Sem aprofundar aqui sobre a importância da fé na cultura, do ponto de vista histórico-social, ou mesmo na explicitação de sua rica dinâmica interna, faz-se importante redobrar a atenção quanto ao que lhe é próprio, conferindo às culturas consistência adequada e equilíbrio das relações sociais e políticas no interno das sociedades.

Neste sentido, por exemplo, o Papa Francisco adverte quanto ao risco de um perigoso mundanismo espiritual que pode tomar conta das igrejas e permear a definição de seus projetos e eventos. Entendendo-se por mundanismo espiritual - como diz o Papa Francisco - a dinâmica que esconde atrás das aparências de religiosidade, até mesmo de amor à Igreja, a busca da glória humana e do bem estar pessoal, em vez da glória do Senhor.


Nas mais ricas e autênticas tradições espirituais do Cristianismo, a glória do Senhor, não é, senão, a vida plena do homem, fazendo do outro destinatário de um amor comprometido. Daí nasce o rico corolário que implica a autenticidade da fé mais do que a prioridade do bem estar pessoal, e o compromisso com uma ordem social justa, resultante da vivência autêntica desta mesma fé cristã. Este mundanismo espiritual, portanto, pode produzir misturas nefastas e enganosas entre o que, de fato, é fé cristã marcando a cultura, e o que está na contramão da mais genuína espiritualidade cristã.Neste sentido, por exemplo, o Papa Francisco adverte quanto ao risco de um perigoso mundanismo espiritual que pode tomar conta das igrejas e permear a definição de seus projetos e eventos. Entendendo-se por mundanismo espiritual - como diz o Papa Francisco - a dinâmica que esconde atrás das aparências de religiosidade, até mesmo de amor à Igreja, a busca da glória humana e do bem estar pessoal, em vez da glória do Senhor.

A autenticidade da dinâmica da fé cristã não pode ser comparada, nem mesmo visitar as linguagens tão conhecidas das produções típicas de autoajuda, com passagens por outros tipos de crenças como os traços remanescentes da filosofia da “nova era”- presentes no urbano contemporâneo e envolvidos em um processo de elaboração de uma nova cultura.

Assim, a proposta da dinâmica cristã, nesse mesmo contexto, não permite e não se ajusta ao que sincreticamente é criado para atender aos anseios humanos e com adaptações cômodas em vista do mero bem-estar pessoal. Um exemplo disto é a ideia, imposta pela permissividade, que parte do princípio de que toda norma compromete a autonomia e a liberdade.

Não menos atenção merece o secularismo que vai reduzindo a fé e a até a missão da Igreja ao âmbito privado e íntimo, fazendo com que sejam vistos com naturalidade os horrorosos processos de desumanização, resultado das relações sociais e políticas que deterioram, por vezes, provocando situações irreversíveis.

Sendo assim, o anúncio do Evangelho não pode ser desvirtuado a ponto de causar sombras na transcendência enquanto compreensão e dinâmica vivencial que abre o ser humano à solidariedade, ao sentido de sua oferta. Que qualifica sua cidadania civil com os princípios de quem vive o Reino de Deus em seu cotidiano, movido pela certeza de estar a caminho de uma vida que está para além do tempo e da história.

É hora de cuidar para que certas influências da cultura globalizada, aquela da primazia do bem-estar pessoal, da idolatria ao dinheiro e da criação de guetos para usufruto descomprometido de forças institucionais, não desfigurem o que é próprio da fé cristã em sua força libertária e transformadora.

O Papa Francisco aponta que a fé cristã, vivida e respeitada, proporciona a descoberta e a transmissão da mística de vivermos juntos, de nos misturarmos, nos encontrarmos, darmos o braço uns aos outros, nos apoiarmos e participarmos desta maré que, embora caótica, pode transformar-se em verdadeira fraternidade, caravana solidária, peregrinação sagrada.

O ganho será a autenticidade de uma cultura marcada pela fé.

sábado, 5 de abril de 2014

Papa Francisco recebe documento sobre realidade dos indígenas no Brasil

O presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e bispo do Xingu (AM), Dom Erwin Kräutler, foi recebido em audiência pelo Papa Francisco, nesta sexta-feira, 4, no Vaticano.

Acompanhado do assessor teológico do Cimi, Paulo Suess, Dom Erwin entregou um documento ao Papa que trata das violações aos direitos indígenas no Brasil.

De acordo com o Cimi, foram apresentados ao Papa casos de violência em que estão submetidos os povos indígenas. “Grupos políticos e econômicos relacionados com a agroindústria, a mineração e construtoras, com apoio e participação do governo brasileiro, tratam de revogar os direitos territoriais dos povos indígenas”, diz trecho do documento entregue ao Papa.

Os representantes destacaram questões referentes a diversos povos indígenas brasileiros que tiveram terras invadidas, como os Tupinambá, no sul da Bahia; que sofrem sem assistência médica, como os índios do Vale do Javari, no Amazonas; e que são afetados pelos impactos de grandes empreendimentos, como o da Usina de Belo Monte, no Pará.

Atualmente, como explica Dom Erwin, 519 empresas causam impactos a 437 terras pertencentes a 204 povos indígenas. “Muitos deles se encontram em grande risco de destruição por causa de projetos hidrelétricos, de mineração e desflorestamento causado pela criação de gado e plantação de soja”, conta.

Os representantes do Cimi entregaram ao Papa publicações e estudos sobre as denúncias que levaram ao Vaticano. Segundo Dom Erwin Kräutler, o Papa Francisco demonstrou atenção, preocupação e sensibilidade com as questões.

Conforme o Cimi, na Amazônia brasileira vivem cerca de 90 grupos em situação de isolamento, livres, sendo que no mundo esta é a região com a maior quantidade de povos ainda sem contato com a sociedade que os envolve.

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Campanha da Fraternidade 2014: itinerário de fé e compromisso pascal

Desde os anos 60 do século passado, movida pela renovação pastoral proposta pelo Concílio Vaticano II a Igreja Católica do Brasil realiza no período quaresmal, tempo propício para oração, reflexão e mudança de vida, a Campanha da Fraternidade. Uma proposta pastoral de evangelização sócio-transformadora assumida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, com o objetivo de despertar os cristãos para vivência comunitária da fé, através de um compromisso com a promoção humana e a justiça social.

A cada ano a Campanha da Fraternidade aborda um tema específico, a partir do qual toda Igreja e Sociedade são convidadas a refletir e analisar evangelicamente a realidade em que vivemos, a fim de despertar e contribuir na superação da indiferença, das injustiças sociais, e na vivência da solidariedade, cidadania, partilha reconciliação e fraternidade.

Seguindo sua trajetória missionária de evangelizar, através do compromisso solidário e profético frente às situações que ameaçam e destroem a vida das pessoas, particularmente dos pobres excluídos. Desde os anos 80, através da Comissão Pastoral da Terra, do Setor de Mobilidade Humana, da Pastoral da Mulher Marginalizada, da Rede um Grito pela Vida, e mais especificamente nos últimos anos através do GT (grupo de trabalho) de Enfrentamento ao Tráfico Humano, a Igreja do Brasil vem atuando em prol da defesa dos direitos humanos e das pessoas traficadas.

Consciente da gravidade, amplitude e urgência desta triste realidade, que configura a escravidão moderna de nossos dias a CNBB assume a problemática do tráfico humano como tema da Campanha da Fraternidade 2014, acreditando ser esta uma resposta de Vida ao Deus da Vida, que na pessoa de Jesus de Nazaré, o crucificado/ressuscitado quer que todos os povos tenham vida em abundância.

A Campanha da Fraternidade 2014 tem como objetivo geral: “Identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-las como violação da dignidade e da liberdade humana, mobilizando cristãos e pessoas de boa vontade para erradicar este mal com vista ao resgate da vida dos filhos e filhas de Deus”. Uma oportunidade para visibilizar, sensibilizar e mobilizar as Igrejas, a Sociedade e o Estado no enfrentamento desta prática criminosa e violadora de direitos que no dizer do Papa Francisco é uma vergonha para as sociedades que se dizem civilizadas.

No irmão traficado, na irmã escravizada, é nossa própria filiação e liberdade divina que vem sendo negada. Com esta convicção de fé e cidadania, a Campanha da Fraternidade traz o lema: "É para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gál 5, 1). O tráfico humano além de ser uma intolerável violação dos direitos humanos, constitui um cerceamento da liberdade, dom de Deus para a humanidade e direito civil e político para os cidadãos e cidadãs. A Campanha da Fraternidade é uma oportunidade singular para intensificarmos nossa resposta a esta realidade clamor que nos interpela e desafia.

Seguindo a metodologia Ver, Julgar e Agir a CF/2014 propõe um amplo debate com toda sociedade, no sentido de potencializar as iniciativas já existentes no enfrentamento ao tráfico umano e suscitar, no interior das Comunidades, Pastorais e Paróquias e Organismos, reflexões e ações de prevenção, assistência, e incidência politica no enfrentamento a esta triste realidade, visando a ruptura com a indiferença e a inercia frente a dor e o sofrimento humano, a superação das situações de vulnerabilidades: exclusão, violências, desigualdades e discriminações de gênero e raça, exploração da força do trabalho, consumismo, turismo sexual que são portas de entrada para o tráfico humano, e em última instância contribuir para a construção de uma sociedade livre, democrática, humana e solidária sem tráfico humano, sem violações de direitos, mais configurada com o sonho de Deus e da humanidade, sonho de vida e liberdade para todos e todas.

O texto base da CF/2014 afirma que o tráfico humano é um crime multifacetado, altamente lucrativo e de baixíssimo custo para os traficantes. Um atentado contra vida e dignidade humana. Um prática criminosa que explora o filho e a filha de Deus, limita sua liberdade, despreza sua honra, agride seu amor próprio, ameaça e subtrai sua vida, quer seja da mulher, da criança, do adolescente, do trabalhador ou da trabalhadora — de cidadãs e cidadãos que, fragilizados por sua condição socioeconômica e/ou por suas opções, tornam-se alvo fácil para as ações criminosas de traficantes.

O tráfico humano e as muitas outras faces da pobreza e da exclusão, que atinge milhões de pessoas em todo mundo, é resultado de um sistema estruturado e sustentado pela lógica do mercado, cujo fim último é o acúmulo da riqueza nas mãos de poucos, via mercantilização de tudo, inclusive da pessoa humana. É o espelho da irracionalidade do capitalismo global que, para manter sua soberania imperialista, utiliza meios espúrios como o tráfico drogas, de pessoas e de armas como canais de enriquecimento e poder.

Considerado a escravidão do Século XXI, o tráfico humano vitimiza milhões de pessoas em todo o mundo. Caracteriza-se pelo agenciamento, aliciamento, rectrutamento, transporte, transferência, alojamento ou acolhimento de pessoa, por meio de ameaça, violência física ou psicológica, sequestro, cárcere privado, fraude, engano, aproveitamento das situações de vulnerabilidade, abuso de poder, financiamento, corrupção, ou qualquer outro meio análogo, para fins de exploração.

O tráfico humano para fins de exploração sexual, trabalho escravo, comercio de órgãos, adoção irregular, servidão domestica, casamento servil, mendicância ou práticas similares de exploração, revela a idolatria do sistema capitalista, que na arte de explorar, escravizar e mercantilizar tudo e todos em função do lucro, sacrificam vidas inocentes no altar da ganância.

Como uma transação comercial iníqua mercantiliza tudo e todos, coloca as pessoas a serviço do lucro, ferindo-as gravemente no que tem de mais precioso: sua dignidade e liberdade de filhos e filhas de Deus, cidadãos/ãs de direitos. São milhares de crianças, adolescentes, mulheres e homens, vítimas desta abominável prática que levam no corpo e na alma, duros golpes e profundas cicatrizes físicas, psicológicas e morais.

Embora seja um crime um tanto invisível, subterrâneo e os dados disponíveis sejam um tanto imprecisos, as cifras divulgadas são alarmantes. Colocam o tráfico humano entre as três fontes ilícitas mais rentáveis da economia mundial: gente, drogas e armas. Uma economia do crime que movimenta exorbitantes quantidades de dinheiro, utilizando formas sofisticadas de exploração e violência. Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o número de pessoas traficadas no planeta atinge a casa dos quatro milhões anuais, movimentando, aproximadamente, 32 bilhões de dólares por ano. Mulheres e meninas são a grande maioria (86%) das vítimas desse "silencioso” e perverso crime.

O Brasil é uma nação de origem, trânsito e destino do tráfico humano. É responsável por exportar cerca de 15% das vítimas da América Latina para a Europa. Os principais destinos de vítimas brasileiras são o Suriname, Suíça, Espanha e Holanda. Além de fornecedor das vítimas para o tráfico internacional, abriga em seu solo, uma infinidade de rotas e práticas de tráfico interno, tanto de exploração sexual, como de trabalho escravo rural e urbano.

O mapa deste comércio tem sempre uma constante: as pessoas traficadas são na sua grande maioria provenientes de regiões pobres e levadas para as regiões ricas, seduzidas por falsas promessas, que lhes fazem acreditar na possibilidade de sair das situações de pobreza e vulnerabilidades e têm os seus sonhos transformados em pesadelos.

Esta realidade é marcadamente interpeladora, á missão profética da Igreja e da Vida Religiosa. Constitui uma negação radical ao projeto de Deus. Uma chaga que fere os princípios humanos e evangélicos. Sua erradicação se impõe com um imperativo a vivência do amor e da Justiça do Reino. No rosto, no corpo das pessoas traficadas, a Igreja identifica o rosto, o corpo de Jesus, o crucificado/ressuscitado que para a “liberdade nos libertou”.

Participemos ativamente das atividades da Campanha da Fraternidade em nossos comunidades e espaços de vida e missão. Como um itinerário de fé e compromisso pascal. Que as luzes do espírito de Deus suscite em nossas práticas pessoais, comunitárias e sociais muitas ações e processos que contribuam para a erradicação desta chaga desumanizante que impede as pessoas de viverem dignamente como filhos e filhas de Deus.