quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Eleições 2016: 10 atitudes que devem ser assumidas para uma consciência política

1 - Tanto os candidatos como as comunidades devem ter a consciência de que para os cristãos leigos, a vida política é um espaço da prática da caridade, chamada aqui de “bem comum”, e não um concurso ou um meio de conquistar status ou vantagens;

2 - Quando os candidatos surgem em nossas comunidades é necessário que tenham conhecimento que a totalidade da comunidade dos irmãos é maior que o partido, é o espaço onde todos se encontram no amor. Quando todos se encontram em Cristo não há divisão no corpo da Igreja, que é mãe de todos, e deve acolher as diferenças em verdadeira unidade;

3 - A comunidade deve acompanhar os eleitos no exercício de seu mandato. E ao candidato cabe deixar-se acompanhar em todo o tempo, e não só na proximidade das eleições. Acompanhar não é cobrar vantagens nem favores. É saber se o critério do “bem comum” continua orientando o eleito e dando frutos no decorrer do mandato. Isso será o documento mais importante para que a comunidade continue apoiando o irmão vocacionado para a política;

4 - Já está consolidada a consciência de que o voto não se compra, não se vende, não se troca por favores de nenhuma espécie. É lei. A comunidade deve ser intransigente com essa prática, inclusive denunciando eventuais casos de compra de votos, quando há provas;

5 - Devemos escolher um candidato pela sua vocação, preparo, caráter, compromisso com o povo e propostas: Há coisas básicas: saúde, educação, emprego, segurança, moradia, progresso. Se temos pessoas cristãs com esse perfil, demos a elas a prioridade em nosso voto. Mas seria irresponsabilidade votar numa pessoa apenas por ser cristã se ela não tem essas caraterísticas;

6 - Uma boa maneira de conhecer os candidatos e suas propostas é acompanhar os debates entre os candidatos. Em muitos casos cabe propor a eles também, a assinatura de cartas-compromisso em relação a alguma causa relevante para a comunidade;

7 - É fundamental considerar o passado do candidato, sua conduta moral e ética e, se já exerce algum cargo político, conhecer sua atuação na apresentação e votação de matérias e leis a favor do “bem comum”. A Lei da Ficha Limpa há de ser, neste caso, o instrumento iluminador do eleitor para barrar candidatos de ficha suja;

8 - Não vote pela aparência ou personalidade do candidato ou por sua astúcia perante os meios de comunicação. Alguns desses candidatos atraentes, agradáveis e que dizem o que convém apoiam males intrínsecos quando deveriam se opor a eles, enquanto que outros candidatos, que parecem simples ou incomodados pelas câmaras, defendem leis que estão de acordo com os princípios cristãos.

9 - O verdadeiro compromisso político inclui a preservação da vida, em todas as suas formas e etapas, desde a concepção no seio materno até a proteção e o apoio na velhice: o aborto, por exemplo, deve ser claramente condenado. Um candidato que se opõe ao Evangelho não merece o voto.

10 - Para escolher e votar bem é imprescindível conhecer, além dos programas dos partidos, os candidatos e sua proposta de trabalho, sabendo distinguir claramente as funções para as quais se candidatam. Dos prefeitos, no poder executivo, espera-se conduta ética nas ações públicas, nos contratos assinados, nas relações com os demais agentes políticos e com os poderes econômicos. Dos legisladores, os vereadores, requer-se uma ação correta de fiscalização e legislação que não passe por uma simples presença na bancada de sustentação ou de oposição ao executivo.


A12.com

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Catequese: Por que celebrar a Missa de sétimo dia?

Celebrar a missa de sétimo dia significa que fazemos parte do Corpo de Cristo


No santo sacrifício da Missa, sempre rezamos pelos defuntos. Geralmente, nas nossas paróquias, capelas e celebrações pelos meios de comunicação, já ouvimos, num comentário inicial, na oração da coleta e, principalmente na oração eucarística, alguém rezar pelos que morreram. Sempre rezamos pelos mortos e, de maneira especial, na Santa Missa.

O Catecismo da Igreja Católica, baseada em sua Tradição e na Bíblia, ensina a comunhão com os defuntos. “Reconhecendo claramente essa comunicação de todo o Corpo místico de Cristo, a Igreja dos que ainda peregrinam venerou, com muita piedade, desde os primeiros tempos do cristianismo, a memória dos defuntos; e, ‘porque é um pensamento santo e salutar rezar pelos mortos, para que sejam livres de seus pecados’ (2 Mac 12, 46), por eles ofereceu também sufrágios”. A nossa oração por eles pode não só os ajudar, mas também tornar mais eficaz a sua intercessão em nosso favor.

«Todos os que somos filhos de Deus e formamos em Cristo uma família, ao comunicarmos uns com os outros na caridade mútua e no comum louvor da Santíssima Trindade, correspondemos à íntima vocação da Igreja (CIC 958-959).”

Reza-se pelos mortos, porque é bom e salutar, ou seja, é saudável não só pela ligação afetiva com aquela pessoa que partiu, mas é saudável porque cremos que fomos batizados em nome da Santíssima Trindade, portanto, fazemos parte do Corpo de Cristo. Por isso, rezamos por aqueles que partiram, para que, não tendo morrido totalmente santo, possa alcançar por nossas preces e pela misericórdia de Deus a vida eterna (CIC 1031-1032).

Reza-se pelo defunto, oferece-se algum sacrifício para que a alma alcance a purificação, e pela fé na ressurreição. Deus, em sua imensa misericórdia, purifica as almas, toma-as para o seu Reino. Por que, então, rezar por sete dias? Ou por que uma Missa de sétimo dia?


O número sete na bíblia

O número sete na Bíblia indica perfeição. Em sete dias, Deus criou o mundo (Gn 2,2). Na história de Noé, choveu por sete dias e, depois de sete dias, Noé soltou a pomba, e a ave trouxe um ramo de oliveira que indicava o fim do dilúvio (Gn 8,10). Em relação à morte, quando Jacó morreu, José fez luto de sete dias (Gn 50,10). Em relação a um sacrifício purificador, durante sete dias deveria se oferecer um sacrifício expiatório (Êx 29,36-37). A mulher grávida que tivesse o bebê, apenas no sétimo dia estaria purificada (Lv 12,2). O leproso, para ser considerado limpo, precisaria de sete banhos de purificação (Lv 14,7).

Nos Evangelhos, Jesus fez a multiplicação dos pães com sete (Mt 15,36). Ele disse a Pedro que se deveria perdoar setenta vezes sete (Mt 18,22). No episódio com a samaritana, ela havia tido cinco maridos e o sexto não era dela, mas ela encontrou o Sétimo, Jesus, que lhe deu água viva para beber (Jo 4,1-26). Sete indica perfeição, indica um percurso, perseverança; na oração por um falecido, também se reza pelo significado do sete, reza-se para que a alma seja purificada.

Histórico da Missa de sétimo dia no Brasil

Na realidade brasileira, reza-se ainda uma Missa de sétimo dia por causa da extensão territorial. Os parentes que não podiam chegar a tempo para velar o morto vinham depois de alguns dias; assim, a Missa de sétimo dia permitia que o parente distante pudesse estar com a família e rezar pelo defunto.

Por fim, reza-se a Missa de sétimo dia, porque desde o Gênesis havia o costume fazer luto pelos mortos, por outras passagens que falam dessa realidade de purificação da alma do falecido, reza-se devido à fé católica na ressurreição dos mortos, reza-se pela oportunidade de um parente distante estar com a família do falecido e rezar com a família. Reza-se uma Missa de sétimo dia para fazer alusão ao dia que o Senhor descansou. Rezar é ainda uma oportunidade para aqueles que ficaram, louvar a Deus pelo dom da vida daquele que partiu, rezar uma Missa de sétimo dia, para aqueles que ficaram, é uma oportunidade de pensar como está a própria vida.

Padre Márcio
Canção Nova

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Catequese: Os sacramentos foram instituídos por Deus

Os sacramentos são sinais de Deus na vida do cristão

Sacramentos são canais da graça de Deus, pois nos trazem a salvação que Jesus conquistou para nós com os méritos de Sua Paixão, Morte na cruz e Ressurreição.

A Igreja é o grande sacramento da salvação que Jesus instituiu para ministrar (distribuir) os sete sacramentos. Ela é o Corpo de Cristo (1 Cor 12,28), a Arca de Noé que nos abriga do dilúvio do pecado.

Os sete sacramentos foram todos instituídos por Jesus para salvar o homem.

Cada sacramento é um sinal eficaz (água no batismo, óleo no Crisma, etc…), que transmite a graça de Deus. Ele não depende do ministro (depende só de Cristo), mas os seus frutos dependem da disposição (preparação) com que a pessoa o recebe.


O batismo

Foi Jesus quem mandou a Igreja batizar (Mt 28,18-20 ; Mc 16,15-17).

O batismo faz a pessoa participar da Morte e Ressurreição de Jesus (Rom 6,3ss). Aplica-se, naquele momento, o poder da morte de Jesus à criança. Ela morre misticamente para o pecado, para o mundo, satanás, e renasce para a vida em Deus (2 Cor 5,17). Jesus resgata a pessoa, no batismo, pelo Seu sangue e Sua morte (cf. 1 Pe 1,18-19).

O batismo faz do batizado um filho de Deus, membro de Jesus Cristo (1 Jo 15,5ss), herdeiro do céu. O batismo apaga o pecado original e os pessoais.

. Ninguém pode receber os outros sacramentos sem ser batizado;
. Ninguém pode ser batizado mais de uma vez;
. Em caso de morte, qualquer pessoa pode batizar.

Crisma ou confirmação

É o sacramento que confirma e complementa o batismo, que traz o Espírito Santo à pessoa pela imposição das mãos do bispo, como faziam os apóstolos (At 8,14-17). A pessoa é renovada no Espírito Santo, para seguir Jesus e testemunhá-la com poder (At 1,8) e santificar se pelos seus frutos (Gal 5,22), dons infusos (sabedoria, ciência, entendimento, conselho, fortaleza, piedade e temor de Deus (Is 11)) e carismáticos (1 Cor 12,4ss).

Eucaristia

É o Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus presente no pão, para ser nosso remédio contra o pecado e alimento para a alma.

Jesus disse: "Isto é o meu corpo, o meu sangue”(Lc 22,19ss ; Mt 26,17-28 ; Mc 14,12-24)

Falar da Missa é a celebração do mistério da redenção (salvação). A Missa atualiza, torna presente o mesmo sacrifício de Jesus no calvário, e o prolonga na história. Celebrar a Missa é participar de maneira incruenta (sem sangue nem dor) do mesmo sacrifício de Jesus. É a imolação do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Enfatizar a sua importância para a vida espiritual.


Penitência ou confissão

É o sacramento do perdão e da cura da ferida do pecado. Foi o primeiro sacramento que Jesus instituiu após a Sua Ressurreição, no mesmo dia. Veja (Jo 20,19-23) e acentue o versículo 23. A necessidade de se confessar com o padre acontece quando há pecado grave. Fale sobre o pecado, algo que cometeu contra a lei de Deus (os 10 mandamentos etc…). Para haver pecado é preciso saber, querer e fazer o mal.

A confissão com o padre nos dá uma salutar humilhação e nos orienta na vida espiritual. Ele perdoa pela autoridade de Jesus, que pagou o preço do pecado com o Seu Sangue.

Para uma boa confissão, é preciso preparação: exame de consciência, arrependimento dos pecados, propósito de não pecar, confissão com o padre e cumprimento da penitência.

É necessário confessar-se com humildade e sinceridade (não esconder nada do confessor).

Matrimônio

É o sacramento para que o casal tenha a graça de Deus para cuidar bem da sua vida conjugal e familiar. É a graça para o casal crescer mutuamente e criar os filhos na fé de Deus, vencendo todas as dificuldades. (Veja Mt 19,3ss ; Gen 1,28 ; Gen 2,24)

Ordem
É o sacramento do sacerdote. Foi instituído por Jesus quando disse aos apóstolos: ““Fazei isto em minha memória”, na Santa Ceia”. A ordem faz do sacerdote um outro Jesus, na Terra, a continuar a Sua missão de salvação; por isso é ele quem ministra os sacramentos, com a autoridade da Igreja.

Unção dos enfermos
Sacramento para os enfermos graves. Explorar (Tg 5,13-16). A unção é para curar o enfermo, não para o matar. Prepara-o para a morte, se esta for a vontade de Deus. Perdoa todos os seus pecados, conforta-o espiritualmente.

Felipe Aquino
Canção Nova

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Catequese: Por que visitar os enfermos é uma prática de misericórdia?

Aprenda o valor espiritual sobre a prática misericordiosa de visitar os enfermos

Entre as práticas de misericórdia corporal, o gesto de visitar os enfermos nos convida a desinstalarmo-nos de nós mesmos e irmos ao encontro daqueles que padecem dos mais diversos tipos de sofrimento. Jesus é nosso modelo de misericórdia. Ele sempre está ao lado dos fracos e oprimidos, dos pobres e marginalizados, dos enfermos e excluídos. Em cada visita que Jesus realizava, ele devolvia ao ser humano o direito à dignidade e a vida plena.

Visitar uma pessoa enferma é um gesto de misericórdia carregado de profundo sentido humano e espiritual. Em cada visita que realizamos, levamos não somente a nossa amizade, mas também nossa oração, carinho e fraternidade às pessoas.


Seja mais que uma visita

Muitos enfermos quase nunca recebem uma visita. No entanto, visitar é um gesto profundamente cristão. Jesus sempre visitou quem estava com algum tipo de enfermidade. Quando a sogra de Pedro estava enferma, Jesus foi até sua casa e restabeleceu a sua saúde (cf. Mt 8,14-15); também curou a filha de um chefe (cf. Mt 9,18-19.23-26). Em cada visita e encontro, Jesus inaugurava, com seu amor misericordioso, um novo tempo na vida de cada pessoa. Seus gestos de ternura devolviam a paz em cada coração.

Grande é a multidão de pessoas enfermas que esperam nossa visita. Essas pessoas não estão longe de nós. Muitas vezes, são nossos próprios familiares ou encontram-se em nossa rua ou bairro. Muitos são membros de nossas comunidades cristãs. A cada uma dessas pessoas somos enviados como missionários da misericórdia.

Neste Ano Santo da Misericórdia, somos convidados a fazermos a diferença na vida de alguém. Pequenos gestos, quando praticados com amor, deixam marcas de eternidade no coração.

O momento da enfermidade é sempre um período de fragilidade e, muitas vezes, de solidão, em que a pessoa faz a dolorosa experiência da sua incapacidade, dos seus limites e também da finitude da vida. Sozinho em casa, o enfermo, muitas vezes, passa dias e noites sem receber uma única visita, tendo apenas como companhia a televisão, o rádio, o computador ou ainda o celular. A misericórdia não se realiza com palavras bonitas ou frases de efeito, ela é concreta e precisa ser exercitada. Nenhum equipamento eletrônico substitui um sorriso que devolve a alegria, um abraço que conforta, uma palavra que tranquiliza, uma oração que aumenta a fé, um olhar que dá esperança, um ouvido que escuta as dores e os medos.

Pratique atos de misericórdia

Hoje, é o momento propício para atravessarmos as fronteiras de nossos quintais e irmos ao encontro de quem necessita de nosso carinho, conforto e ternura. No leito de dor encontraremos o próprio Cristo sofredor: “Estive doente e me visitastes” (cf. Mt 25,36).

Em cada visita que realizamos, levamos não somente nosso amor, mas o próprio Cristo. E que ao chegar ao final deste ano você possa olhar para trás e dizer com o coração agradecido: “Eu fiz a diferença na vida de alguém!”


O mundo tem necessidade de pessoas que tenham a coragem de semear o bem e levar a misericórdia aos mais necessitados. Nas Sagradas Escrituras, encontramos um sábio conselho que desperta nosso coração para a assistência aos irmãos doentes: “Não temas visitar doentes, porque serás amado por isso” (cf. Ecl 7,35) Acredite: o mundo pode ser melhor com pequenos gestos de amor que você praticar.

Padre Flávio Sobreiro
Canção Nova

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Vaticano vai ganhar estátua de Nossa Senhora Aparecida

No próximo dia 3 de setembro será inaugurado nos Jardins do Vaticano um monumento em homenagem a Nossa Senhora Aparecida.

A iniciativa é da Arquidiocese de Aparecida e da Embaixada do Brasil junto à Santa Sé, como explicou à Rádio Vaticano o Embaixador Denis de Souza Pinto.

—No dia 3 de setembro, às 9h30 será a bênção oficial da imagem de Nossa Senhora Aparecida que será inaugurada nos Jardins do Vaticano. Vai ser um momento muito importante porque nós, brasileiros, não tínhamos a imagem de Nossa Senhora Aparecida nos Jardins do Vaticano enquanto outros países têm as suas padroeiras nos Jardins. É uma iniciativa da Embaixada do Brasil junto à Santa Sé e da Arquidiocese de Aparecida e estamos, conjuntamente, realizando este evento, contou.

A obra
“É uma imagem muito bonita que foi desenhada por um artista brasileiro. É uma barca onde estão a figura de três pescadores e, saindo desta barca, uma rede feita de peixes. Em cima da rede tem a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Um pouco, simbolicamente, o que foi a aparição de Nossa Senhora, que foram pescadores que recolheram a imagem do fundo do Rio Paraíba. Uma imagem em bronze: não a vi, vi só uma fotografia do projeto, mas acredito que será muito bonita”.

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O que a Olimpíada pode ensinar sobre o caminho rumo ao Céu?

O país nesses últimos dias está vivendo um momento incrível na história, que é o de estar sediando as Olimpíadas. É o assunto do momento nas redes sociais, mídias e em toda parte de uma forma geral (fora o Pokémon GO, é claro). Atletas se reúnem para competirem entre si, depois de gastarem seus dias em treinamento e dedicação para que, ao chegar nos jogos, consigam alcançar o tão sonhado ouro olímpico. Uma vida de renúncias e esforço que é compensado com a subida do pódio.

E aproveitando toda a vibe que está circulando acerca desta temática, quero propor para vocês uma reflexão sobre um assunto que nos toca, que é a nossa vida espiritual. Saber competir contra nossas fraquezas e pecados nos fará bons atletas do reino e certamente chegaremos ao “ouro” do prêmio celeste. Só pra ser um pouco mais específico vou escolher um esporte para nos servir de base para nossa conversa: a Ginástica Artística.

No último domingo (07), estava eu assistindo àquele lindo espetáculo das meninas brasileiras da ginástica e pensando o quanto deve ser difícil e sofrida a vida daquelas garotas. Renunciar uma série de coisas, inclusive a vida social por vezes, por um sonho, uma meta. Suor e determinação fazem parte do dia a dia em busca de um sonho. Anos de treino para uma apresentação de um minuto. Elas certamente sabem que o sacrifício e a vitória andam lado a lado.

Na tarde de competições tiveram muitos acertos, mas também tiveram quedas. E como é difícil cair! Mais do que isso, é doloroso levantar! A carga psicológica da queda é muito maior do que o peso do próprio corpo no esforço de erguer-se. Mas sempre é possível ficar de pé para dar continuidade àquilo que há anos se treina.

Físico x Espiritual

Estou falando essas coisas, até parece que sou algum entendedor do esporte. Mas, na verdade, eu assistindo àquelas meninas competirem, me lembrava de como é dificultosa a vida de quem se dispõe a ser cristão. De um lado, temos o esforço físico e psicológico e do outro, temos o espiritual, que de alguma forma afeta os anteriores.

Se propor a seguir a Cristo é estar em constante competição com as nossas limitações, que a todo momento nos querem levar ao chão. Sabendo que o chão não é o nosso lugar, mas sim o alto, nos esforçamos cada vez mais para que os nossos voos sejam os mais plenos e com aterrisagens firmes.

É exigido de nós suor, esforço, renúncias, ascese e tantas outras coisas que funcionam como pesos que nos empurram pra baixo. Quando conseguimos nos livrar de tudo o que nos faz cair, aí sim estaremos mais aptos para alcançarmos a meta, com direito inclusive de dobrar a meta (piada marota! Se foi sem graça, desconsidere).

As atletas sonham com o ouro no pódio, nós acreditamos que o prêmio da vitória é um lugar no céu, uma vida feliz na terra e na Eternidade. E é aqui que devem estar nossos olhos, fitos no prêmio celeste.

Que a gente consiga vencer essa batalha espiritual em nossa vida, assim, certamente o que Deus nos prometeu dar vai vir. Todo esforço de quem se empenhou pelo reino será compensado. No pódio celeste estaremos todos nós celebrando a vitória de termos sido aquilo que Deus desejou que fôssemos.


Everton Lucas 
A12.com

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Catequese: Por que o padre não se casa?

Ser padre não limita o amor, pelo contrário alarga-o até o infinito


Q
uando ouço alguém dizer ou mesmo me perguntar por que padre não se casa, eu poderia repetir a pergunta de outro jeito: “Por que você se casou ou por que você está solteiro? Por que você é professora ou advogado? Ou mãe de família?”. E assim por diante. Isso prova que toda vocação é um grande mistério entre Deus e o coração da pessoa por Ele convidada a abraçar um estado de vida. Não se esqueça de que alguém pode ser feliz e realizado, ou infeliz e triste pela escolha livre que fez. A vocação é assumida livremente e eu não fui obrigado a assumir o sacerdócio e o celibato.

O celibato não é uma castração nem uma proibição de casar ou outras coisas semelhantes. Celibato é uma entrega total e amorosa ao Reino de Deus e ao serviço do Seu povo. Neste estado de vida, eu assumo e respondo livremente, pois a diferença não está tanto no exterior, mas dentro de minha alma, foge de mim e de mim transborda.

Separado para ser todo da Igreja
Acredito que eu seja diferente somente pela escolha e pela consagração que Deus fez comigo, assim como você pode ser diferente naquilo que você é. Não posso negar: sou diferente de dentro para fora, sou consagrado, separado para ser todo de Deus, para ser todo das pessoas, da missão, da Igreja. O celibato não limita o meu amor, pelo contrário, alarga-o até o infinito; não me prende a ninguém, mas me deixa livre para todos. É um desafio, pois continuo exatamente como todo homem: com sentimentos, dificuldades e pecados também, mas eu abracei a escolha que fiz: “Estou no mundo, mas não sou do mundo, nem sou como todo mundo”.

O nosso mundo precisa exatamente de mim assim diferente, e talvez seja isso que incomode ou ajude tanto as pessoas.

Você aceita ser diferente assumindo a vocação que abraçou? Eu fui conquistado por amor, e por amor continuo todos os dias deixando-me conquistar: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que escolhi a vós”. Vocação é um mistério que eu vou descobrindo todos os dias um pouco mais.

Peço a você a permissão de ter uma vocação diferente e nela ser realizado e feliz. Como existem casais, jovens, professores, domésticas, médicos felizes e realizados em sua vocação! Eu sou feliz e realizado por ser sacerdote e celibatário. É bom saber que ninguém é igual nem tem a mesma vocação, pois a diferença enriquece a vida e o mundo.

Como sempre dizemos: “as diferenças não são barreiras, mas riquezas”. O mais importante é ser coerente e verdadeiro na diferença que assumimos em nossa vida. Parabéns por você ser diferente e feliz!

Coração indiviso
O que diz o Catecismo da Igreja Católica (CIC), número §1579: “”Todos os ministros ordenados da Igreja latina, com exceção dos diáconos permanentes, normalmente são escolhidos entre os homens fiéis que vivem como celibatários e querem guardar o celibato ‘por causa do Reino dos Céus’ (Mt 19,12). Chamados a consagrar-se com indiviso coração ao Senhor e a ‘cuidar das coisas do Senhor’, entregam-se inteiramente a Deus e aos homens. O celibato é um sinal desta nova vida a serviço da qual o ministro da Igreja é consagrado; aceito com coração alegre, ele anuncia de modo radiante o Reino de Deus”.

CIC §1599: “”Na Igreja latina, o sacramento da Ordem para o presbiterado normalmente é conferido apenas a candidatos que estão prontos a abraçar livremente o celibato e manifestam publicamente sua vontade de guardá-lo por amor do Reino de Deus e do serviço aos homens”” (Cf. Catecismo da Igreja Católica, números 1579/1580).

O celibato não limita o meu amor; pelo contrário, alarga-o até o infinito, não me prende a ninguém, mas me deixa livre para todos.

Padre Luizinho
Canção Nova

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Papa fala aos brasileiros por ocasião da Olimpíada

Em mensagem ao Brasil, Papa quer que o espírito olímpico inspire todos a combater o bom combate tendo como meta uma civilização solidária


Ao fim da catequese da última quarta-feira, 3, o Papa Francisco deixou uma mensagem ao povo brasileiro, por ocasião da Olimpíada que começa, nesta sexta-feira, 5, no Rio de Janeiro.

Diante de um mundo sedento de paz, o desejo do Papa é que o espírito dos Jogos Olímpicos inspire todos, participantes e espectadores, a combaterem o bom combate e terminarem juntos a corrida, almejando não a medalha, mas uma civilização solidária.

“E aos brasileiros, que com sua característica alegria e hospitalidade organizam a Festa do Esporte, desejo que esta seja uma oportunidade para superar os momentos difíceis e comprometer-se a ‘trabalhar em equipe’ para a construção de um país mais justo e mais seguro”, disse Francisco.

Assista ao momento em que o Papa disse a mensagem:



Rádio Vaticano - Canção Nova