O encontro com Jesus modifica a vida. Essa foi a mensagem do Papa Francisco na oração mariana do Angelus neste domingo (23), ao refletir sobre a liturgia dominical que trazia o encontro de Jesus com a Samaritana. Nesse encontro, Jesus supera todas as hostilidades que existiam entre judeus e samaritanos e o esquema de preconceito contra as mulheres, ao acolher a mulher Samaritana. Jesus quebra os esquemas sociais por amor.
“Jesus não tem medo. Jesus, quando vê uma pessoa segue adiante, porque ama. Ama todos nós. Não para diante de uma pessoa por preconceitos. Jesus coloca-a diante da sua situação, não a julgando, mas fazendo-a sentir-se considerada, reconhecida e suscitando, assim, nela o desejo de ir além da rotina cotidiana”, frisou o Santo Padre.
A sede de Jesus não era de água, mas de encontrar uma alma seca, disse o Papa. ”Jesus precisava encontrar a samaritana para abrir-lhe o coração: pede a ela de beber para colocar em evidência a sede que havia nela mesma. A mulher fica tocada por este encontro: dirige a Jesus aquelas perguntas profundas que todos temos dentro de nós, mas que muitas vezes ignoramos. Também nós temos tantas perguntas a fazer, mas não encontramos a coragem de dirigi-las a Jesus!”.
Diante dos questionamentos da vida, o Papa lembrou que o tempo da Quaresma oferece aos cristãos, a possibilidade de pedir ajuda ao Senhor, sem medo.
“A Quaresma, queridos irmãos e irmãs, é o tempo oportuno para olharmos dentro de nós, para fazer emergir as nossas necessidades espirituais mais verdadeiras e pedir a ajuda do Senhor na oração. O exemplo da Samaritana convida-nos a nos exprimirmos assim: ‘Jesus, dá-me aquela água que me saciará para sempre’”, assinalou.
No Evangelho, os discípulos ficaram maravilhados com a forma que o Mestre acolheu e falou com Samaritana. Para eles, o exemplo foi claro e também para os cristãos de hoje: “O Senhor é maior que os preconceitos, por isso não teve medo de parar com a samaritana: a misericórdia é maior que o preconceito. Devemos aprender bem isso! A misericórdia é maior que o preconceito, e Jesus é tão misericordioso, tanto!”, enfatizou Francisco.
Nesse encontro um coração foi transformado. A mulher Samaritana, que foi ao meio-dia, momento em que o sol se encontra em toda sua plenitude, encontrou a própria luz em plenitude, a verdadeira luz, Jesus Cristo. Depois de falar com Jesus, a Samaritana deixou o seu cântaro (vaso antigo) e correu à cidade para contar a sua experiência extraordinária. “Encontrei um homem que me disse todas as coisas que eu fiz. Seria o Messias?”.
“Estava entusiasmada. Tinha ido pegar água do poço e encontrou outra água, a água viva da misericórdia que jorra para a vida eterna. Encontrou a água que procurava desde sempre! Corre ao vilarejo, aquele vilarejo que a julgava, condenava-a e a rejeitava e anuncia que encontrou o Messias: um que mudou sua vida. Porque cada encontro com Jesus muda a nossa vida, sempre. É um passo adiante, um passo mais próximo a Deus. E assim cada encontro com Jesus muda a nossa vida. Sempre, é sempre assim”, continuou o Papa.
O encontro com Jesus Cristo modifica a vida da pessoa. Quem procura o Senhor deve ter antes, a coragem de “deixar o cântaro”, disse o Papa. “Todos temos um, ou mais de um! Eu pergunto a vocês, também a mim: ‘Qual é o seu cântaro interior, aquele que te pesa, aquele que te afasta de Deus?’. Deixemo-no um pouco à parte e com o coração escutemos a voz de Jesus que nos oferece uma outra água, uma outra água que nos aproxima do Senhor”, completou.
Por fim, Papa Francisco exortou os fiéis a redescobrirem “a importância e o sentido da nossa vida cristã, iniciada no Batismo”, e a seguir o exemplo da Samaritana e testemunhar ao próximo a alegria desse encontro com Jesus.
“Cada encontro com Jesus muda a nossa vida, e também cada encontro com Jesus nos enche de alegria, aquela alegria que vem de dentro. E assim é o Senhor. E contar quantas coisas maravilhosas o Senhor sabe fazer no nosso coração quando nós temos a coragem de deixar de lado o nosso cântaro”.
Ao final da oração, o Pontífice dirigiu uma saudação especial aos fiéis presentes na Praça de São Pedro e recordou ainda o Dia Mundial da Tuberculose, que é celebrado nesta segunda-feira (24) e pediu orações para todas as pessoas que sofrem com essa enfermidade.
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