Francisco destacou que o cristão não é um homem ou mulher de laboratório, mas tem uma história com Deus; ser cristão não é uma aparência ou uma conduta social, mas um serviço
Na Missa desta quinta-feira, 30, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco se concentrou em dois aspectos que, segundo ele, são essenciais para a identidade do cristão: sua história e o serviço.
Francisco lembrou que São Paulo, São Pedro e os primeiros discípulos não anunciavam um Jesus sem história; eles anunciavam Jesus na história do povo, um povo que Deus fez caminhar por séculos para chegar à maturidade, “à plenitude dos tempos”. Deus entra na história e caminha com seu povo.
“O cristão é homem e mulher de história, porque não pertence a si mesmo, faz parte de um povo, um povo que caminha. Não se pode pensar em um egoísmo cristão, não, isso é errado. O cristão não é um homem, uma mulher espiritual de laboratório, é um homem, é uma mulher espiritual que faz parte de um povo, que tem uma história longa e continua caminhando até o retorno do Senhor”.
Embora seja revestida de graça, a história do cristão também é marcada por pecados, ressaltou o Papa. Ao longo da história, houve pecadores; São Paulo, por exemplo, antes de ser santo, foi um grande pecador. “Na nossa história devemos reconhecer que somos santos e pecadores. E a minha história pessoal, de cada um, deve reconhecer o pecado, o próprio pecado e a graça do Senhor, que está conosco, acompanhando-nos no pecado para perdoar, e acompanhando-nos na graça. Não há identidade cristã sem história”.
O segundo aspecto da identidade cristã é o serviço. Francisco lembrou que Jesus lava os pés dos discípulos convidando a fazer o mesmo: servir. “A identidade cristã é o serviço, não o egoísmo. ‘Mas padre, todos nós somos egoístas’. Ah sim? É um pecado, é um hábito do qual devemos nos distanciar. Pedir perdão, que o Senhor nos converta. Somos chamados para servir. Ser cristão não é uma aparência ou uma conduta social, não é maquiar a alma, para que seja um pouco mais bonita. Ser cristão é fazer o que Jesus fez: servir”.
Na conclusão da homilia, Francisco deixou um convite à reflexão pessoal: “No meu coração o que eu faço mais? Faço-me servir pelos outros, uso os outros, uso a comunidade, a paróquia, a minha família, os meus amigos, ou sirvo, e estou servindo?”.
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