quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Entenda como é definido Calendário Litúgico


Existe um tempo litúrgico e um tempo comum. O tempo comum mede apenas a nossa história humana, com seus acontecimentos. O tempo litúrgico, porém, indica também os sinais da presença e da ação de Deus em nossa vida e em nossa história.

Na língua grega existem duas expressões, que servem para distinguir esses tempos: “crónos” e “kairós”. “Crónos” significa o nosso tempo comum, que vai do nascimento até a morte. “Kairós”, pelo contrário, indica a presença misericordiosa de Deus na história humana, a sua intervenção constante para libertar o ser humano dessa degeneração inevitável, e que chegou ao ponto de doar o seu próprio Filho, para nos libertar da morte e nos fazer participar de sua Ressurreição.

“Kairós” é o tempo de Deus dentro do tempo da nossa vida. É uma presença tão forte, que nos liberta do “Crónos” e faz com que cada segundo que fica para trás se transforme num sinal de esperança. A Ressurreição de Jesus fez com que o tempo humano não seja mais um círculo repetitivo nem uma linha decadente, mas uma espiral ascendente, que nos vai levando em direção a Ele.

Na Liturgia, o Tempo litúrgico é medido pelas celebrações do Ano litúrgico. Há um Tempo Próprio, composto de 21 semanas, que celebra a História e a Vida de Jesus pela sua Igreja e pela humanidade. Divide-se em dois ciclos: o ciclo do Natal, que se inicia no primeiro Domingo do Advento e termina na festa do Batismo de Jesus. E o ciclo da Páscoa, que começa na Quarta-feira de Cinzas e se encerra com a festa de Pentecostes.

E há um Tempo Comum, de 34 semanas, que celebra a Vida da Igreja com Jesus e louva à Trindade pela santificação que a Redenção de Jesus realizou e continua realizando na vida de tantas pessoas, no passado e no presente. Fazemos então a lembrança festiva dos santos e a celebração dos fatos da vida da Igreja. É um tempo que vai desde a Festa da Santíssima Trindade até a Festa de Cristo Rei.

No centro do Tempo litúrgico está Jesus Ressuscitado e o coração de todas as celebrações é sempre a Eucaristia, a grande e contínua Ação de Graças pela vida, pelo sacrifício e pela Ressurreição de Jesus. É Ele a quem recordamos, é Ele que se faz presente em nossas celebrações, é com Ele que nos unimos e comprometemos a nossa vida, e é com Ele que sonhamos, ao anunciar a sua segunda vinda. Aleluia!​

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