O Papa Francisco continuou nesta quarta-feira, 10, o ciclo de catequeses sobre a Igreja. Desta vez, ele se concentrou em como a Igreja ensina aos fiéis as obras de misericórdia, o que deve ser feito com gratuidade, sem esperar nada em troca.
A Igreja indica o que é essencial na vida dos cristãos, disse o Papa, destacando que o essencial, segundo o Evangelho, é a misericórdia, como diz Jesus: “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso”.
“Pode existir um cristão que não seja misericordioso?”, questionou Francisco. Ele mesmo respondeu dizendo que o cristão necessariamente é misericordioso, pois este é o centro do Evangelho. A Igreja, então, se comporta como Jesus, ensinando essa lição aos fiéis com os exemplos e utilizando as palavras para iluminar o significado dos seus gestos.
“A mãe Igreja nos ensina a dar de comer e beber a quem tem fome e sede, a vestir quem está nu. E como faz isso? Com o exemplo de tantos santos e santas que fizeram isso de modo exemplar; mas o faz também com o exemplo de tantos pais e mães que ensinam a seus filhos que aquilo que sobra a nós é para aqueles a quem falta até o necessário”.
Nas famílias cristãs, a hospitalidade é sagrada, disse o Papa. Ele contou aos fiéis um episódio que aconteceu com uma paroquiana argentina, que queria ensinar os seus três filhos a partilhar. Certo dia, no almoço, um senhor bateu à porta pedindo comida. A mãe pediu que as crianças dessem, cada uma, metade da carne e das batatas que comiam.
“E assim esta mãe ensinou aos filhos a dar de comer da própria comida. Isto é um belo exemplo que me ajudou tanto”, disse Francisco. Ele explicou que assim age também a Igreja, ensinando os fiéis a estarem sempre próximo dos mais necessitados, a exemplo dos doentes e presidiários.
“A misericórdia supera todo muro, toda barreira e nos leva a procurar sempre a face do homem, da pessoa. E é a misericórdia que muda o coração e a vida, que pode regenerar uma pessoa e permitir a ela inserir-se de modo novo na sociedade”.
O Santo Padre citou o exemplo da Beata Teresa de Calcutá e de tantos cristãos que não têm medo de estender a mão aos mais necessitados. Porém, ressaltou que é preciso fazer o bem com gratuidade, sem esperar nada em troca.
“Não basta amar quem nos ama. Jesus diz que isto fazem os pagãos. Não basta fazer o bem a quem nos faz o bem. Para mudar o mundo para melhor, é preciso fazer o bem a quem não é capaz de retribuir, como o Pai fez conosco, doando-nos Jesus”.
Devido ao calor, antes da audiência geral Francisco cumprimentou os doentes na Sala Paulo VI. Entre eles, havia um grupo de crianças albinas.
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