domingo, 27 de outubro de 2013

Papa Francisco: O matrimônio é "partir e caminhar juntos, de mãos dadas, entregando-se na mão grande do Senhor"

Cerca de oitenta a cem mil pessoas, de mais de 70 países, se reuniram neste sábado(26) na Praça de São Pedro em Roma, para o Encontro das famílias com o Papa. Dia de sol, céu aberto, e muito colorido pela diversidade de balões que as crianças tinham nas mãos, as apresentações, músicais e testemunhos que marcaram a jornada.

Antes da benção final o Santo Padre perguntou-se: diante de tanta dificuldade para se formar uma família hoje “Como é possível, hoje, viver a alegria da fé em família?”

A vida é difícil, procurar trabalho é difícil, mas “aquilo que mais pesa na vida é a falta de amor. Pesa não receber um sorriso, não ser benquisto. Pesam certos silêncios, às vezes mesmo em família, entre marido e esposa, entre pais e filhos, entre irmãos. Sem amor, a fadiga torna-se mais pesada”, disse o Papa, recordando o que Jesus diz às famílias hoje: “Vinde a Mim, famílias de todo o mundo, e Eu vos hei-de aliviar, para que a vossa alegria seja completa”.

No momento da cerimônia de casamento, quando o casal promete fidelidade todos os dias da vida, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza..., o santo padre comentou que “Naquele momento, os esposos não sabem quais são as alegrias e as tristezas que os esperam. Partem, como Abraão; põem-se juntos a caminho”, e assim define o matrimônio: “Partir e caminhar juntos, de mãos dadas, entregando-se na mão grande do Senhor”.

“Os esposos cristãos não são ingênuos, conhecem os problemas e os perigos da vida. Mas não têm medo de assumir a própria responsabilidade, diante de Deus e da sociedade”, porque confiam na fidelidade de Deus, disse o Papa, assegurando que é por isso que existe a graça do sacramento, que não é só festa, cerimônia, “Os sacramentos não servem para decorar a vida; o sacramento do Matrimónio não se reduz a uma linda cerimónia! Os cristãos casam-se sacramentalmente, porque estão cientes de precisarem do sacramento!”. Disse de forma espontânea: "A graça não é pra decorar a vida, mas é pra fazer-nos fortes, para seguirmos adiante".

Deixando de lado o texto, o Papa lembrou as três palavras necessárias para se construir uma família: "Por favor, obrigado, desculpa. Três palavras para poder levar adiante uma família".

Uma família tem muitos momentos felizes, “Mas, se falta o amor, falta a alegria, falta a festa; ora o amor é sempre Jesus quem no-lo dá: Ele é a fonte inesgotável, e dá-Se a nós na Eucaristia”.

Reforçando a importância do encontro das gerações, da valorização das gerações anteriores, disse Francisco que "Os avós são a sabedoria da família, de um povo. Um povo que não escuta os avós é um povo que morre". E olhando para o ícone presente na Praça de São Pedro da Apresentação do Senhor no Templo, o Papa disse que “Estes dois anciãos – Joaquim e Ana - representam a fé como memória. Maria e José são a Família santificada pela presença de Jesus, que é o cumprimento de todas as promessas. Cada família, como a de Nazaré, está inserida na história de um povo e não pode existir sem as gerações anteriores.”

Por fim disse o Papa, “Juntos, façamos nossas estas palavras de São Pedro, que nos têm dado força e continuarão a dar nos momentos difíceis: "A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!"

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