quinta-feira, 30 de junho de 2016

Bispo de Campos defenderá direito à saúde pública no Senado Federal

"Estou representando a CNBB como Bispo Nacional da Pastoral da Saúde”, afirma Dom Roberto



O bispo da Diocese de Campos  e referencial da Pastoral da Saúde da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Roberto Francisco Ferrería Paz, participará de uma audiência pública da Comissão de Direitos Humanos, no Senado Federal, na próxima terça-feira(05). Na ocasião, o bispo vai compor uma mesa técnica que abordará o tema “Falta de funcionamento do SUS, na visão do povo”. 

Dom  Roberto viaja na próxima segunda, com objetivo de repassar o posicionamento da pastoral, baseado na Assembleia Nacional, apresentando a declaração de bispos do Estado do Rio sobre a situação da saúde no Brasil.

— Pretendo fazer uma defesa do SUS a partir do direito à saúde integral e universal como respeito à cidadania a ter pleno acesso ao bem estar definindo a saúde não como ausência de doença, mas um estado de harmonia corporal, mental ambiental e espiritual. Estou representando a CNBB como Bispo Nacional da Pastoral da Saúde — afirmou o bispo.

A Pastoral da Saúde, de acordo com as diretrizes da CNBB, é a ação evangelizadora "de todo o povo de Deus, comprometido a defender, promover, preservar, cuidar e celebrar a vida, tornando presente na sociedade de alguns tempos hoje a missão libertadora de Cristo no mundo da saúde".

Histórico
As Pastorais Sociais e organismos vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participaram em dezembro do ano passado, da marcha em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), que teve início em frente à Catedral de Brasília, com o objetivo de reafirmar a saúde como direito humano garantido pela Constituição. Os bispos entendem que “há muito tempo o sistema público de saúde é alvo de ameaças, com recursos que querem sua redução ou mesmo outras investidas que tentam acabar com direitos sociais”.


CNBB / Diocese de Campos

Confia no Senhor e Ele dará o que teu coração pede

Suas preces só serão atendidas se você colocar o seu coração em oração

Queiramos derramar o nosso coração diante do Senhor, pois assim entraremos em sintonia com Ele. Deus tem uma palavra para nós, que está no Salmo 37, 3-7: “Espera no Senhor e faze o bem; habitarás a terra em plena segurança. Põe tuas delícias no Senhor, e os desejos do teu coração ele atenderá. Confia ao Senhor a tua sorte, espera nele, e ele agirá. Como a luz, fará brilhar a tua justiça; e como o sol do meio-dia, o teu direito. Em silêncio, abandona-te ao Senhor, põe tua esperança nele. Não invejes o que prospera em suas empresas, e leva a bom termo seus maus desígnios”.

Estamos caminhando e perdendo a noção de humanidade, vivemos em um mundo de insegurança. Devemos rezar e nos colocar em peregrinação. Se nós não orarmos e não confiarmos ao Senhor nossa vida, ficaremos inseguros! Entreguemos ao Senhor nosso futuro e nossos planos.

Quanto insegurança estamos vivendo em nosso país! O Senhor, no entanto, diz àqueles que esperam n’Ele: confiem e terão segurança.

Como pedir ao Senhor aquilo que desejamos?
Coloquemos no Senhor nossas delícias e Ele nos dará o que nosso coração pede. O que nosso coração está pedindo a Deus? Qual a bênção que estamos pedindo? O que nosso coração anseia e pede?

Coloquemos no Senhor nossa esperança, fé e confiança; Ele nos dará o que nosso coração pedir. Assumamos essa palavra, porque precisamos assumir e entregar ao Senhor o nosso futuro. Devemos crer que Jesus vai agir, então coloquemo-nos em oração. Nós precisamos orar, porque como Deus vai ouvir o que nosso coração pede se não nos colocarmos em oração?

Talvez já tenhamos recebido algumas graças pela fé, mas outras serão recebidas pela perseverança. Despertemos para uma vida de oração e intimidade com o Senhor, porque Ele quer nos dar aquilo que nosso coração deseja. Se não orarmos, nossa alma vai morrer. Nós somos feitos de corpo e alma; assim, se não nos alimentarmos, o nosso corpo vai morrer; se não orarmos, nossa alma vai falecer.

O Senhor está ao nosso lado. Quando nos colocamos em uma vida de intensa oração, a tentação vai embora de perto de nós! “Deus é como um médico, que não atende aos desejos dos doentes, apenas as exigências da saúde”, dizia Santo Agostinho.

Deus é como esse médico que não atende aos nossos desejos, mas sim aquilo que estamos precisando para a nossa salvação. A oração é um impulso do nosso coração.

A oração é o diálogo com Deus
Está vivendo uma provação? Ore! Peça ao Senhor para transformar seu coração sempre, porque a pior oração é aquela que não é feita. Faça da sua vida uma intensa oração, porque se ela for sincera, Deus vai atendê-lo. Deus concede sua graça aos humildes, portanto, humilhe-se diante de Jesus.

Devemos permanecer firmes na fé, porque, às vezes, somos fraquinhos. Nós precisamos entrar na brecha e entrar em oração, porque pela oração afugentarmos os males. Se o mal bate à sua casa e o atormenta, reze com mais perseverança. Se não tem palavras para orar, o Espírito Santo irá agir e guiá-lo.

A Bíblia é a arma do cristão. Assim, reze com a Palavra do Senhor na mão. Faça a experiência de desligar a televisão por meia hora e reze o terço, colocando-se em oração. As portas do céu são abertas pela oração; assim, peça ao Senhor para abrir o seu coração. Como queremos receber a bênção em nossa casa, se não abrimos um espaço para Deus.

Deus nos dá a experiência do perdão, porque não conseguimos receber nenhuma graça se não pedirmos o perdão. O primeiro passo para entrar em intimidade com Deus é liberar o perdão.

O Senhor quer fazer um bem maior na sua vida pela perseverança da oração. Dessa forma, Ele nos prepara para nos dar aquilo que estamos prontos para receber. Há muitas pessoas que se aproximam de Jesus para serem curados, mas não voltam para agradecer. Às vezes, não vamos receber aqui e sim no céu.

Deus quer o melhor para nós, logo, a primeira coisa que devemos pedir ao Senhor é um coração novo, sincero e perseverante.

Emanuel Stênio
Canção Nova 

terça-feira, 28 de junho de 2016

Bento XVI faz 65 anos de padre e comemora com Francisco

Cerimônia reuniu Bento XVI, Francisco e o colégio cardinalício para comemorar os 65 anos de vida sacerdotal do Papa Emérito


O Papa Francisco e o Papa Emérito Bento XVI mais uma vez juntos no Vaticano. Na manhã desta terça-feira, 28, Francisco participou das celebrações pelos 65 anos de sacerdócio de Bento XVI, que por quase oito anos esteve à frente da Igreja católica. A cerimônia reuniu o colégio cardinalício.

Francisco fez uma breve saudação destacando a característica central do sacerdócio de Bento XVI: o amor intenso a Deus, tendo o olhar e o coração dirigidos a Ele. “O senhor, santidade, continua a servir a Igreja, não deixa de contribuir verdadeiramente com vigor e sabedoria para o seu crescimento, e faz isso daquele pequeno mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano”.

O Papa desejou a Bento XVI que ele continue sentindo a mão de Deus misericordioso em sua vida, que possa experimentar e testemunhar para todos o amor de Deus. “Que, com Pedro e Paulo, possa continuar a exultar de grande alegria enquanto caminha rumo à meta da fé”, concluiu Francisco.

Palavras de Bento XVI

Interrompendo por alguns instantes a vida de recolhimento, silêncio e oração que leva desde que renunciou ao papado em fevereiro de 2013, Bento XVI disse algumas palavras na celebração a ele dedicada. E foram palavras de agradecimento.

“Obrigado sobretudo ao senhor, Santo Padre: a sua bondade, desde o primeiro momento da eleição, em todos os momentos da minha vida aqui (…) a sua bondade é o lugar onde habito: sinto-me protegido. Obrigado também pela palavra de agradecimento, por tudo. E esperamos que o senhor possa ir adiante com todos nós nesta via da Divina Misericórdia, mostrando o caminho de Deus, a Jesus, a Deus”.

Bento XVI também agradeceu as palavras a ele dirigidas pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal Gerhard Muller, e pelo decano (mais velho) do colégio cardinalício, Cardeal Angelo Sodano. E por fim, inseriu todos em um grande “obrigado” a Deus.

“Assim, vamos receber realmente a novidade da vida e ajudar para a transubstanciação do mundo: que seja um mundo não de morte, mas de vida; um mundo no qual o amor venceu a morte. Obrigado a todos vocês. O Senhor nos abençoe”, finalizou o Papa Emérito.

Após os discursos, Bento XVI e Francisco receberam os cumprimentos dos cardeais que estavam presentes na celebração. E o Papa Emérito volta para o Mosteiro Mater Ecclesiae, no Vaticano. É lá que ele reside e leva uma vida de recolhimento, com raras aparições públicas, desde que renunciou ao papado, no dia 28 de fevereiro de 2013.

Canção Nova

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Catequese: O que é dom de línguas?

O Senhor concede o dom de línguas para todos



Em Pentecostes, os discípulos, junto com Maria, ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a orar, louvar e cantar na língua nova do Espírito, o primeiro dom a ser manifestado. Alguns interpretaram o acontecimento e disseram: “Eles louvam a Deus, estão cantando as glórias do Senhor, e nós as estamos entendendo com o coração”. Outros estavam ali como curiosos, brincando, zombando, dizendo que os discípulos estavam bêbados. Pedro explicou: “Não estamos bêbados; pelo contrário, está se cumprindo a profecia de Joel”.

Quando nós somos batizados no Espírito Santo, a primeira coisa da qual nos enchemos é de oração, porque o Espírito do Senhor é a ligação entre o Pai e o Filho, e a oração é a comunicação entre Eles; o Filho que fala ao Pai e o Pai que fala ao Filho. A beleza da intimidade que acontece dentro da Trindade é feita pelo Paráclito; e Este é oração. Além disso, Ele é a ligação entre Deus e nós. A oração que vai e volta.

Quando somos introduzidos no Espírito de Deus, saímos cheios de oração, porque o Paráclito é uma oração de fogo, infalível. Nós damos o combustível, que é o nosso ar; movemos nossas cordas vocais, a boca e a língua; geramos sons. E o que acontece? O Espírito Santo ora, fala e canta em nós.

Você não imagina o valor dessa oração! Não somos nós orando simplesmente, mas é o Espírito de Deus orando em nós!

O que acontece no dom de línguas? Quem entra em ação não é a nossa inteligência. Nós movimentamos as cordas vocais, soltamos o ar, mexemos a língua, a boca e produzimos som; mas o conteúdo vem do Espírito Santo.

São Paulo explica isso na Epístola aos Romanos 8,26: “Do mesmo modo, também o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza, pois não sabemos rezar como convém; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis”.

Essa explicação é bem simples: gemidos inefáveis, ou seja, gemidos que não podem ser entendidos, a não ser quando Deus dá a interpretação. Quando ora por seu filho ou sua filha, você sabe exatamente do que eles precisam? Não. É por isso que o Espírito Santo vem em nosso auxílio, porque não sabemos o que pedir nem sabemos orar como convém. Ele mesmo intercede por nós e em nosso favor com gemidos inefáveis.

Daí, as maravilhas acontecem, porque é o Paráclito orando dentro de nós, por nós. São Paulo continua: “E aquele que perscruta os corações sabe qual é a intenção do Espírito; com efeito, é segundo Deus que o Espírito intercede pelos santos. (Rm 8,27). Portanto, Ele sabe das nossas necessidades e as apresenta ao Pai, que só nos atenderá se o que pedimos for para o nosso bem e de acordo com o que deseja o Espírito.

Quando oramos no Espírito, primeiro Ele intercede a Deus de acordo com a nossa necessidade; depois; de acordo com aquilo que o Senhor sabe, que a considera ser como o melhor. Portanto, a oração em línguas é infalível; daí seu valor.

Na oração em línguas, o Senhor nos humilha e nos diz: “Ponha-se de lado, porque agora Eu vou agir. Não me atrapalhe mais”. E o Senhor entra em ação por meio do Espírito. Quando oramos em línguas, não temos o gozo dos nossos sentidos, da nossa sensibilidade nem da nossa inteligência.

É por meio da oração em línguas que nos aproximamos de Deus. Só assim a transformação começa a ocorrer em nosso coração, em nossa vida, na vida daqueles que amamos. É pelos dons do Espírito e por seus frutos que o mundo começa a ser renovado.

Deus quer essa graça para todos!

Monsehor Jonas Abib
Canção Nova

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Catequese: Maria teve pecados?

Como responder às pessoas que nos perguntam se a Virgem Maria, Mãe de Deus, teve pecados?


A sã Doutrina da Igreja, desde os primórdios do Cristianismo, ensina que a Santíssima Virgem Maria foi concebida sem a mancha do pecado original e não teve nenhum pecado mortal ou venial. A Virgem Santa, Nova Eva, é o verdadeiro Paraíso Terrestre do Novo Adão. “Há, nesse paraíso terrestre, riquezas, belezas, raridades e doçuras inexplicáveis que o Novo Adão, Jesus Cristo, aí deixou. Nesse paraíso, Ele achou as Suas delícias durante nove meses, operou as suas maravilhas e ostentou as suas riquezas com a magnificência de um Deus”. A Mãe do Senhor é o lugar santo, a terra virgem e imaculada sem qualquer nódoa ou mancha, da qual foi formado e se alimentou o Novo Adão pela ação do Espírito Santo que aí habita.

O Magistério da Igreja ensina que a concepção da Virgem Maria aconteceu, no ventre da sua mãe, sem a mancha do pecado original. Em conformidade com a Palavra e com a Tradição da Igreja, o dogma da Imaculada Conceição de Maria foi definido pelo Papa Pio IX, pela BulaIneffabilis Deus, em 8 de dezembro de 1854: “Para a honra da santa e indivisível Trindade, para adorno e ornamento da Virgem Deípara (Mãe de Deus), para exaltação da fé católica e o incremento da religião cristã, com a autoridade do Nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados apóstolos Pedro e Paulo, declaramos, proclamamos e definimos a doutrina que sustenta a beatíssima Virgem Maria, no primeiro instante de sua conceição, por singular graça e privilégio do Deus onipotente, em vista dos méritos de Jesus Cristo, Salvador do gênero humano, foi preservada imune de toda mancha da culpa original, é revelada por Deus e por isso deve ser crida firme e constantemente por todos os fiéis”.

Naquele tempo, a festa da Imaculada Conceição de Maria já era celebrada, no dia 8 de dezembro, por definição do Papa Sisto IV, em 1476. A celebração desta festa, na Liturgia da Igreja Católica, é reflexo do pensamento dos padres da Igreja e dos Santos Doutores, que, muito antes, já defendiam a Imaculada Conceição de Maria, pois era adequado que a Mãe do Cristo estivesse completamente livre da mancha do pecado original para gerar o Filho de Deus. “A um Deus puríssimo convinha uma Mãe isenta de toda culpa”. Além disso, “o consenso universal dos fiéis, […] o sentimento comum dos católicos é favorável a essa doutrina”. Favorável ao Dogma da Imaculada Conceição é também a festa da Natividade de Maria, celebrada por causa da fé da Igreja na sua santidade desde o ventre materno.

A Doutrina não ensina somente que Nossa Senhora foi concebida sem o pecado original, mas também atesta a Perpétua Virgindade de Maria. A Virgem Santa foi preservada por Deus de todo pecado, em vista dos méritos de seu Filho Jesus Cristo, desde o primeiro momento da sua vida. A Santa Igreja ensina que Maria é virgem antes, durante e depois do parto. A definição magisterial da virgindade perpétua da Mãe de Deus é o dogma mariano mais antigo das Igrejas Católica e Oriental Ortodoxa, que afirmam a “real e perpétua virgindade mesmo no ato de dar à luz o Filho de Deus feito homem”. Este dogma foi definido pelo Concílio de Trento, em 1555, embora essa doutrina já estivesse presente no Cristianismo primitivo, nos escritos de São Justino e Orígenes.

Os dogmas da virgindade perpétua e da Imaculada Conceição de Maria, definidos pelo magistério, pelos Santos Doutores e pelo consenso de fé dos fiéis, tem como fundamento a revelação. Ainda que não haja, nas Sagradas Escrituras, afirmações explícitas dessas doutrinas, há vários textos que, implicitamente, atestam essas verdades, como nos ensinam os Santos Padres. Estes aplicam à Virgem Maria as palavras do Eclesiástico: “Eu saí da boca do Altíssimo, a primogênita entre todas as criaturas”. A própria Igreja se serve desse texto na Liturgia da Solenidade da Imaculada Conceição. Maria é a primogênita de Deus, pois foi predestinada juntamente com o Filho nos desígnios divinos, antes de todas as criaturas. Convinha que nem sequer por um instante ela fosse escrava de Lúcifer, mas pertencesse unicamente a Deus: “O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos”.

Deus Altíssimo elegeu a Virgem de Nazaré para ser Mãe de Seu Filho unigênito e, pelo Espírito Santo, a tornou digna dessa sublime honra. Por isso, Maria foi concebida sem o pecado original, em vista dos méritos de Cristo, e durante a vida a “Cheia de Graça” não cometeu nenhum pecado mortal ou venial. Se Nossa Senhora tivesse cometido apenas um pecado venial, ela já não seria digna Mãe de Deus. Muito menos digna seria ainda se sobre ela pesasse a culpa original. Se sobre ela pesasse semelhante culpa, Maria seria inimiga de Deus e escrava do demônio. Essa reflexão levou Santo Agostinho a pronunciar a célebre sentença: “Nem se deve tocar na palavra pecado, em se tratando de Maria; e isso por respeito Àquele de quem mereceu ser a Mãe, o qual a preservou de todo pecado por sua graça”.

Imaculado Coração de Maria, rogai por nós!

Natalino Ueda - Canção Nova 

domingo, 12 de junho de 2016

Além de namorados, precisam ser amigos

Os namorados precisam, antes e acima de tudo, ser amigos, grande amigos


Os namorados precisam do amor puro um do outro, precisam, antes e acima de tudo, ser amigos, grande e verdadeiros amigos, com tudo aquilo que a amizade comporta. Pena que muitas vezes não seja assim!

Namorar, namoro e namorados vêm de “enamorar”. Esse é um verbo interessantíssimo! Veja que a palavra é en+amor+ar.

A raiz e o centro é “amor”, e esse amor está precedido da partícula grega en, que indica ação de envolver. Portanto, enamorar é envolver o outro em amor. Você entendeu? É um verbo lindo, uma palavra forte! Enamorar é envolver o outro em um amor puro e desinteressado. Namorados são aqueles que “se enamoram”, que se envolvem um ao outro nesse amor.

Você já percebeu como rapazes e moças mudam radicalmente quando começam um verdadeiro namoro? Há namoros que conseguem verdadeiros milagres de transformação. O que nada havia conseguido antes, um namoro consegue… E a transformação acontece. Por quê?

Porque o amor verdadeiro traz em si o segredo da transformação. No namoro verdadeiro, um envolve o outro e isso muda, corrige, amadurece, faz crescer, transforma, converte e consegue verdadeiros milagres.

Preste bem atenção: o “enamorar” não pode ser apenas para o tempo de namoro e noivado; precisa adentrar no casamento. Os casados precisam ser eternos namorados, mas isso não se limita ao romantismo, pois precisa ser realidade. No casamento, os dois precisam de um contínuo envolver-se no amor.

O enamoramento que aconteceu no namoro e no noivado era apenas um ensaio, um treinamento. Entrar para o casamento é como entrar para o campo; acabou o treino e agora começa o jogo, agora é para valer, para ganhar ou ganhar! Pena que, muitas vezes, acontece justamente o contrário.

O casamento é o tempo certo, é o ambiente propício para os dois se envolverem um com o outro no amor. Por que vocês se casaram? Porque, no tempo de namoro e noivado, se envolveram tanto no amor que perceberam que não conseguiriam viver separados. Não poderiam mais estar longe um do outro. Então, uniram-se em matrimônio. Perceberam que Deus os havia escolhido um para o outro no amor e para o amor.

No dia em que vocês se casaram, começou o verdadeiro namoro de vocês; um enamoramento que exige continuidade, a certeza de que dure para sempre. Foi justamente por isso que Deus quis marcar a união de vocês com a graça do sacramento do matrimônio, a garantia da continuidade, a certeza do “para sempre”.

Também os casados precisam do amor puro um do outro. O marido precisa do amor puro da esposa e ela precisa do amor puro dele. Amor que inclui relacionamento sexual pleno, mas puro. Veja também: sexo e pureza não são contraditórios. Ao contrário, os esposos são chamados a viver um amor puro na plenitude do seu relacionamento sexual.

Marido e mulher precisam do amor puro um do outro, precisam de um contínuo enamoramento. E por que isso? Porque Deus é amor e nós fomos feitos à imagem e semelhança d’Ele.

Podemos dizer sem medo que, na Trindade, um enamora o outro, no verdadeiro sentido de enamorar, ou seja, um envolve o outro no amor. Assim, as três Pessoas se tornam uma: Pai, Filho e Espírito Santo. A vida da Trindade Santa é um contínuo enamorar-se, tão fecundo que acabou produzindo esse universo maravilhoso.

Você entendeu? É no casamento que homem e mulher se tornam fecundos à imagem e semelhança de Deus e povoam o mundo de filhos. É na família que marido, mulher e filhos se põem num contínuo treinamento de enamorar-se; nela acontece, por excelência, a imagem e a semelhança de Deus amor.

É na família que eles, envolvendo-se uns aos outros no amor, atingem a semelhança da Trindade. A família é a imagem do céu; ela pode e precisa antecipar o Céu na Terra.

Feliz Dia dos Namorados!


Monsenhor Jonas Abib - Canção Nova

terça-feira, 7 de junho de 2016

Oração é “pilha” que dá vida à luz cristã, diz Papa

Na homilia desta terça, Papa convida fiéis a serem sal e luz para os outros, mantendo acesa a luz cristã com a oração


A pilha do cristão para iluminar é a oração, afirmou o Papa Francisco na Missa celebrada na manhã de terça-feira, 7, na Casa Santa Marta.

Comentando o Evangelho do dia, Francisco ressaltou que Jesus fala sempre com palavras fáceis, com comparações simples, para que todos possam entender a mensagem. Daqui a definição do cristão que deve ser luz e sal. Nenhuma das duas coisas é finalizada a si mesma, explicou o Pontífice: “A luz é para iluminar algo; o sal é para dar sabor” a outro alimento.

O Papa então perguntou como o cristão pode fazer para que não faltem sal e luz, para que não acabe o óleo para acender a lâmpada. “Qual é a pilha do cristão para iluminar? Simplesmente a oração. Você pode fazer tantas coisas, tantas obras, inclusive obras de misericórdia, pode fazer tantas coisas grandes para a Igreja – uma universidade católica, um colégio, um hospital… – podem até fazer a você um monumento como benfeitor da Igreja. Mas se não rezar, será um pouco obscuro, tenebroso. Quantas obras se tornam obscuras por falta de luz, por falta de oração. Aquilo que mantém, que dá vida à luz cristã, aquilo que ilumina é a oração”.

Francisco ressaltou que essa oração deve ser “para valer”. Seja uma oração de adoração, de louvor, de agradecimento ou de súplica, a oração precisa ser de coração, enfatizou.

Sal da terra
Com relação ao sal, o Santo Padre explicou que o cristão dá sabor à vida dos outros com o Evangelho; o sal não dá sabor a si mesmo, mas sim ao próximo. “O sal se torna sal quando se doa, e essa é outra atitude do cristão: doar-se, dar sabor à vida dos outros, dar sabor com a mensagem do Evangelho. Não preservar a si mesmo. O sal não é para o cristão, é para doar. O cristão recebe para doá-lo, mas não para si mesmo. Os dois – isso é curioso –, luz e sal, são para os outros, não para si mesmo. A luz não ilumina a si mesma; o sal não dá sabor por si só”.

E para quem se pergunta até onde o sal e a luz duram se são doados sem parar, o Papa explicou que, nesse momento, entra a força de Deus, porque o cristão é um sal doado por Deus no batismo. “É uma coisa que é dada como dom e continua a ser doada se continuarmos a dá-la, iluminando e dando. E não termina nunca”.

Defender-se da tentação da ‘espiritualidade do espelho’
Isso é precisamente o que acontece na Primeira Leitura com a viúva de Sarepta, que confia no Profeta Elias e, por isso, sua farinha e o óleo não acabam nunca. O Papa, então, dirigiu um pensamento à vida presente do cristão.

“Ilumina com a sua luz, mas defenda-se da tentação de iluminar a si mesmo. Isso é uma coisa feia, é um pouco como a espiritualidade do espelho: ilumino a mim mesmo. Defenda-se da tentação de cuidar de si mesmo. Seja luz para iluminar, seja sal para dar sabor e conservar.”

O sal e a luz não são para si mesmos, observou Francisco, mas para dar aos outros “boas obras”. E, assim, ele concluiu a homilia e convidou os fiéis a resplandecerem a luz diante dos homens. “Para que vejam as suas boas obras e glorifiquem o seu Pai, que está nos céus. Ou seja: retornar Àquele que lhe deu a luz e lhe deu o sal. Que o Senhor nos ajude nisso, a cuidar sempre da luz, a não a esconder, mas a colocar em prática. E o sal… dar o justo, o necessário, mas doá-lo, porque assim não acaba. Essas são as boas obras do cristão”.

Canção Nova - Rádio Vaticano 

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Catequese: Como Maria pode ouvir nossas orações?

Será que a Virgem Maria e os santos são como Deus, por isso ouvem nossas orações?


Algumas pessoas se perguntam como a Virgem Maria e também os santos podem ouvir as nossas orações e a de tantas pessoas, ao mesmo tempo e no mundo todo, e atender a todos simultaneamente. Será que eles são como Deus, onipotentes ou oniscientes?

Não. Nada disso! Nossa Senhora não tem esses atributos divinos, mas ela e os santos estão em comunhão com Deus; então, participam desses dons divinos, mesmo sem os ter naturalmente. Participam deles pela graça. Como assim? É por meio de Jesus, com quem estão em comunhão plena, que eles ficam sabendo de nossos pedidos, pois para o Senhor nada é impossível.

Outra coisa importante é saber que, na eternidade, não há mais o tempo como na vida terrena. Na eternidade, ele não existe. É por isso que o teólogo Karl Ranner disse: “Deus é um instante que não passa”. Para Ele não há passado, presente nem futuro como para nós; para Ele tudo é só presente. O tempo faz existir o passado e o futuro, mas quando ele não existe, há só presente.

Isso significa que, em Deus, Nossa Senhora e os santos não precisam de tempo para atender muitas pessoas que lhes pedem ajuda. Na Terra, se você quiser atender, por exemplo, dez pessoas, com dez minutos para cada uma, vai precisar de cem minutos, mas, na eternidade, isso não é necessário, porque não existe o tempo. Todos são atendidos no mesmo instante, algo que equivale a gastar, na Terra, os cem minutos.

Mesmo na Terra o tempo é relativo. Albert Einstein, Prêmio Nobel de Física, mostrou, com a “Teoria da Relatividade”, que o tempo de duração de um fenômeno e também o espaço que ele ocupa dependem da velocidade do objeto observado. Por exemplo: uma régua de 20 cm, parada, se for medida com uma velocidade próxima à da luz (0,99 da velocidade da luz) terá seu tamanho apenas de 18,9 cm, ou seja, ocupará menos espaço. Einstein mostrou também, no “paradoxo dos gêmeos”, que se dois irmão gêmeos partirem para uma viagem ao redor da Terra, um com velocidade normal, e outro com velocidade próxima a da luz (0.99 c), quando ambos voltarem, o gêmeo que viajou com velocidade próxima à da luz, chegará com menos idade que seu irmão; isto é, mais novo.

Ora, se o tempo é algo relativo, já nesta vida, na outra será completamente diferente da nossa realidade. Isso explica um pouco como os santos e a Virgem Maria podem atender os pedidos de todos, sem a dificuldade do tempo e do espaço, e sem precisar ter os atributos de Deus. Quem lá chegar verá.

Felipe Aquino - Canção Nova 

sexta-feira, 3 de junho de 2016

As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem sua origem na Sagrada Escritura


A devoção ao Sagrado Coração, de um modo visível, aparece em dois acontecimentos fortes do Evangelho: no gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a Última Ceia (cf. Jo 13,23); e, na cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34).

Em um acontecimento, temos o consolo de Cristo pela dor na véspera de Sua morte. No outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade. Esses dois exemplos do Evangelho nos ajudam a entender o apelo de Jesus feito, em 1675, a Santa Margarida Maria Alacoque: “Eis este coração que tanto tem amado os homens. Não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios e indiferenças. Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma festa especial para honrar o Meu coração, comungando, neste dia, e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares. Prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino amor sobre os que tributem essa divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.”

O beato João Paulo II sempre cultivou essa devoção e sempre a incentivou a todos que desejam crescer na amizade com Jesus. Em 1980, no dia do Sagrado Coração, ele afirmou: “Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do mistério do Coração de Cristo. Quero, hoje, dirigir, juntamente convosco, o olhar dos nossos corações para o mistério desse coração. Ele falou-me desde a minha juventude. A cada ano, volto a esse mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja.”

Conheça agora as 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:

1ª Promessa: “A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de Meu Sagrado Coração”;
2ª Promessa: “Eu darei aos devotos de Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado”;
3ª Promessa: “Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias”;
4ª Promessa: “Eu os consolarei em todas as suas aflições”;
5ª Promessa: “Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”;
6ª Promessa: “Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”;
7ª Promessa: “Os pecadores encontrarão, em meu Coração, fonte inesgotável de misericórdias”;
8ª Promessa: “As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”;
9ª Promessa: “As almas fervorosas subirão, em pouco tempo, a uma alta perfeição”;
10ª Promessa: “Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”;
11ª Promessa: “As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no Meu Coração”;
12ª Promessa: “A todos os que comunguem, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”.

Canção Nova 

Papa: sacerdote é pastor, não inspetor do rebanho

Papa presidiu Missa no Jubileu dos Sacerdotes, com ênfase para o Sagrado Coração de Jesus, o Bom Pastor


O Papa Francisco presidiu nesta sexta-feira, 3, a Santa Missa por ocasião do Jubileu dos Sacerdotes, realizado em Roma deste a última quarta-feira, 1º. No dia em que a Igreja celebra o Sagrado Coração de Jesus, Francisco fez uma reflexão sobre o coração do Bom Pastor e o coração dos pastores.

“O Coração do Bom Pastor é a própria misericórdia, revela que o seu amor não tem limites… É um Coração que está inclinado para nós, concentrado especialmente sobre quem está mais distante”, disse o Papa, convidando os padres a se perguntarem para onde está orientado seus corações, o tesouro que procuram.

O Pontífice explicou que os tesouros insubstituíveis do Coração de Jesus são dois: o Pai e os homens. Do mesmo modo, o coração do sacerdote não olha para si mesmo, mas está fixo em Deus e nos irmãos.

“Já não é ‘um coração dançarino’, que se deixa atrair pela sugestão do momento ou que corre daqui para ali à procura de consensos e pequenas satisfações; ao contrário, é um coração firme no Senhor, conquistado pelo Espírito Santo, aberto e disponível aos irmãos”.

Procurar, incluir e se alegrar
Outra proposta do Papa aos sacerdotes foi a de treinar as três ações contidas nas Leituras de hoje: procurar, incluir e alegrar-se.

Francisco ressaltou que assim como Deus em pessoa procura as suas ovelhas, sem se deixar atemorizar pelos riscos, o coração do padre, depois que as encontra, se esquece do cansaço e as carrega aos ombros, cheio de alegria. Não vive fazendo a contabilidade do que tem e das horas de serviço: não é um contabilista do espírito; é um pastor, não um inspetor do rebanho; dedica-se à missão, não a cinquenta ou sessenta por cento, mas com todo o seu ser. É obstinado no bem e como todo o bom cristão, está sempre em saída de si mesmo.

Sobre a necessidade de incluir, o Papa disse que Cristo ama todas as suas ovelhas, nenhuma lhe é desconhecida. Da mesma forma é o sacerdote de Cristo: inclui, e quando tem que corrigir, é sempre para aproximar; não despreza ninguém, está pronto a sujar as mãos por todos. Não repreende quem deixa ou perde a estrada, mas está sempre pronto a reintegrar e a recompor as contendas.

E sobre a alegria, Francisco explicou que ela nasce do perdão, da vida que ressurge. Essa é também a alegria do sacerdote, transformado pela misericórdia que dá gratuitamente. Na oração, experimenta a força do amor de Deus e permanece sereno interiormente.

O Papa concluiu sua homilia com um lembrete aos padres: “Na Celebração Eucarística, reencontramos todos os dias nossa identidade de pastores. Cada vez podemos fazer nossas as suas palavras: ‘Este é o meu corpo que será entregue por vós’. É o sentido da nossa vida, são as palavras com que, de certa forma, podemos renovar diariamente as promessas da nossa Ordenação. Doar a vida unidos a Jesus é a fonte da nossa alegria”.

Canção Nova - Rádio Vaticano