quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Em ano de eleição, Santuário Nacional convoca cristãos em campanha pró-cidadania


Considerado o grande projeto de 2018, Eu sou o Brasil Ético quer levar mensagem de otimismo e protagonismo a cidadãos de todo o país


O Santuário Nacional de Aparecida, com a liderança do arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes e dos Missionários Redentoristas, lança no próximo dia dois de janeiro em coletiva de imprensa o projeto Eu sou o Brasil Ético. Na ocasião será divulgado ainda, o movimento oficial de visitantes do ano de 2017.

A iniciativa tem como objetivo convocar os cristãos a fazer uma profunda reflexão sobre os valores que devem reger suas ações e, a partir disso, construir um Brasil diferente. A ação poderá ser percebida durante todo o ano pela Rede Aparecida de Comunicação em todas as frentes de atuação (rádio, tv e internet), na Revista de Aparecida , nas mensagens dos religiosos no Altar Central, na comunicação pelo complexo Santuário, e nas condutas adotadas na recepção de políticos no ano 2018.

"Queremos estimular os brasileiros a pensarem mais criticamente nas ações que praticam enquanto cidadãos e nas escolhas que farão este ano, a partir de valores éticos que devem nortear a vida de uma nação. Trata-se de uma campanha de conscientização, que busca resgatar a ética e os verdadeiros valores do brasileiro, trazendo o espírito patriótico para o seu dia-a-dia e, para isso, vamos usar todas as nossas forças de comunicação. É uma campanha apartidária com o objetivo de resgate dos valores por muitos já esquecido, em busca de uma verdadeira transformação. Queremos uma nação ética!", ressalta o reitor do Santuário Nacional, padre João Batista Almeida.

O projeto Eu sou o Brasil Ético tem como eixo central a conscientização do cristão e sua responsabilidade em ser bom cidadão, pois a igreja católica acredita que não se separa a fé da vida. "É o próprio Jesus Cristo quem dá o exemplo de que é obrigação do cristão incluir a todos, bem como a responsabilidade por aquilo que é de todos. ", explica o reitor.

Dia 12 de cada mês, fiéis serão convocados a rezar pelo Brasil
Entre os projetos de 2018, está o Dia Nacional Mariano, que será instituído pelo Santuário Nacional como todo o dia 12.

Neste dia, o Santuário convidará todos os brasileiros para "colocar o Brasil aos pés da Mãe de todos os brasileiros", conforme contextualiza o reitor. 

"Queremos rezar, porque nosso país precisa de oração e porque a oração transforma vidas e pode mudar uma nação inteira. Vamos convidar os devotos da Mãe Aparecida a clamarem conosco "Por Uma Nação Ética!", finalizou. A celebração acontecerá sempre após a missa da manhã, transmitida ao vivo às 9h pela TV Aparecida e portal A12.com.

"O cristão é chamado a ser um cidadão protagonista", diz reitor do Santuário de Aparecida
Segundo padre João Batista Almeida a principal inspiração do projeto Eu sou o Brasil Ético vem do papa Francisco, que ao longo de seu pontificado vem convocando os cristãos a exercerem seu papel de cidadão, como protagonistas contra toda e qualquer forma de corrupção.

"É do pontífice a fala: "A corrupção é o pecado que, em vez de ser reconhecido como tal e de nos tornar humildes, é transformado em sistema, torna-se um hábito mental, um modo de viver. O corrupto não conhece a humildade, não se sente necessitado de ajuda, leva uma vida dupla", neste sentido o Santuário Nacional de Aparecida e os devotos de Nossa Senhora Aparecida farão uma grande caminhada em 2018. Temos certeza que nossa mensagem vai ecoar", explica.

E complementa: "Precisamos começar a mudar alguns estereótipos que infelizmente foram incorporados a nossa cultura e atribuídos ao nosso povo ao longo do tempo. Será que realmente o brasileiro é o cidadão que "adora levar vantagem em tudo", que valoriza a "malandragem", que acredita que o bom político é aquele que "rouba mas faz"? Cremos que apenas com a atitude e o exemplo de cada um, mostrando suas virtudes e reais valores cristãos no dia-a-dia, seremos capazes de verdadeiramente mudar nosso país".

Sobre as ações práticas às quais os fiéis serão incentivados, o reitor enfatiza que o verdadeiro cristão aproveita todos os momentos para atuar em sintonia com a palavra de Deus "Seja na fila do banco, dentro do ônibus, no caixa do mercado. Seja na missão de pai, mãe, filho ou irmão, o cristão buscar sempre dar ao outro o melhor de si, como Jesus ensinou e o fez", finaliza.

A12.com

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Papa: Jesus é o centro contra a desnaturalização do Natal

Na última Audiência Geral do ano, Francisco falou aos fiéis sobre o verdadeiro significado do Natal, que é Jesus. Com Ele, devemos aprender a ser dom para os outros, sobretudo para os mais necessitados

O Papa recebeu cerca de sete mil peregrinos na Sala Paulo VI para a última Audiência Geral do ano de 2017.

Em sua catequese, Francisco aprofundou o significado do Natal, isto é, o nascimento de Jesus. Para o Pontífice, estamos vivendo uma espécie de desnaturalização do Natal: em nome do falso respeito por quem não é cristão, elimina-se da festa toda referência ao nascimento de Jesus. “Sem Jesus não há Natal”, recordou.

Deus se fez homem de maneira surpreendente: nasceu de uma pobre jovem desconhecida, que dá à luz numa estrebaria, somente com a ajuda do marido.

O mundo não se deu conta de nada, mas os anjos exultaram no Céu! E é assim que o Filho de Deus se apresenta também hoje a nós: como o dom de Deus para a humanidade, que está imergida na noite e no torpor da sonolência.

"E ainda hoje assistimos ao fato de que com frequência a humanidade prefere a escuridão, porque sabe que a luz desvelaria todas aquelas ações e aqueles pensamentos que nos fariam envergonhar. Assim, se prefere permanecer nas trevas e não reverter os próprios hábitos errados. ”

Jesus é um dom de Deus para nós, que deve ser acolhido como Ele nos ensinou: tornando-nos diariamente um dom para as pessoas que cruzam nossa vida. Por isso mesmo, no Natal, trocamos presentes entre nós. Mas, para nós, o verdadeiro dom é Jesus.

E, por fim, um último aspecto importante: no Natal, podemos ver que a história humana, aquela movida pelos poderosos deste mundo, é visitada pela história de Deus.

“Com os pequeninos e os desprezados, Jesus estabelece uma amizade que continua no tempo e que nutre a esperança por um futuro melhor”. Com eles, em todos os tempos, prosseguiu Francisco, Deus quer construir um mundo novo, um mundo em que não existam mais pessoas rejeitadas, maltratadas e indigentes.

“Queridos irmãos e irmãs, nesses dias abramos a mente e o coração para acolher esta graça. Jesus é dom de Deus para nós e, se O acolhermos, também nós podemos nos tornar dom para os outros, antes de tudo para aqueles que jamais experimentaram atenção e ternura. E quantas pessoas em suas vidas nunca sentiram um carinho, uma atenção de amor, um gesto de ternura... O Natal nos leva a fazer isso. Assim, Jesus vem nascer na vida de cada um de nós e, através de nós, continua a ser dom de salvação para os pequeninos e os excluídos.”

Como na semana passada, no final da Audiência o Papa assistiu a um espetáculo circense, desta vez do Golden Circus de Liana Orfei.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Catequese: Papa explica os ritos introdutórios da missa

Na catequese, Francisco deu prosseguimento ao ciclo sobre a celebração eucarística e explicou a importância dos ritos introdutórios.

O Papa Francisco conduziu a Audiência Geral desta quarta-feira (20) clima natalino.

Dando prosseguimento ao ciclo sobre a eucaristia, em sua catequese o Pontífice recordou as duas partes que compõem a missa: a liturgia da Palavra e a Liturgia eucarística. Para explicar melhor cada uma delas, nesta ocasião explicou os ritos introdutórios: a entrada, a saudação, o ato penitencial, o Kyrie eleison, o Glória e a oração chamada Coleta, das intenções de todo o povo de Deus.

“A finalidade destes ritos introdutórios é fazer com que os fiéis congregados formem comunidade e se disponham a escutar com fé a Palavra de Deus e a celebrar dignamente a Eucaristia”, afirmou o Papa.

“Não é um bom hábito ficar olhando o relógio, ‘ainda estou em tempo’, o cálculo. Com o sinal da cruz, com esses ritos, começamos a adorar a Deus, por isso é importante não chegar atrasado, mas sim com antecedência, para preparar o coração a este rito. ”

Na procissão de entrada, o celebrante chega ao presbitério, saúda o altar com uma inclinação e, em sinal de veneração, beija-o e incensa-o, porque o altar é sinal de Cristo, que, oferecendo o seu corpo na cruz, tornou-Se altar, vítima e sacerdote. “Quando olhamos o altar, vemos onde Cristo está. O altar é Cristo”, explicou.

Em seguida, o sacerdote e restantes membros da assembleia fazem o sinal da cruz: com este sinal, não só recordamos o nosso Batismo, mas afirmamos também que a oração litúrgica se realiza ‘em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’, desenrola-se no espaço da Santíssima Trindade, que é espaço de comunhão infinita; toda a oração tem como origem e fim o amor de Deus Uno e Trino que se manifestou e nos foi doado na Cruz de Cristo. 

E mais uma vez Francisco pediu aos pais e aos avós que ensinem bem as crianças a fazer o sinal da cruz. 

Depois o sacerdote dirige a saudação litúrgica à assembleia: “O Senhor esteja convosco!”. ‘Ele está no meio de nós’: responde-lhe o povo de Deus. Assim se expressa a fé comum e o mútuo desejo de estar com o Senhor e viver em união com toda a comunidade.

Estamos no início da missa e devemos pensar no significado de todos esses gestos e palavras. Estamos entrando numa ‘sinfonia’, na qual ressoam várias tonalidades de vozes, inclusive momentos de silêncio, com a finalidade de criar o ‘acordo’ entre todos os participantes, isto é, de se reconhecer animados por um único Espírito e para um mesmo fim.”

Esta sinfonia apresenta logo um momento tocante, que é o ato penitencial, isto é, o momento de reconhecer os próprios pecados. “Todos somos pecadores. Talvez alguns de vocês não”, brincou o Papa com fiéis, pedindo que o “não pecador” levantasse a mão para ser reconhecido pela multidão. “Vocês têm uma boa fé”, disse Francisco, já que ninguém se manifestou.

Não se trata somente de pensar nos pecados cometidos, mas é muito mais: é o convite a confessar-se pecadores diante de Deus e dos irmãos, com humildade e sinceridade, como o publicano no templo”, concluiu o Papa, acrescentando que devido à sua importância, a próxima catequese será dedicada justamente ao ato penitencial.

VaticanNews

Catequese: Gula de fim de ano é pecado?

Parece ser inevitável. Nestes dias festivos provavelmente estaremos com pessoas queridas em um ambiente descontraído e, “fatalmente”, com muita comida gostosa. Essa mistura de ingredientes é tão forte que nem parece valer a pena lutar contra a gula.

Esse pecado pareceria estar indo contra o que significa esse momento de estar reunidos, celebrando o Natal de Jesus e o início de um novo ano. Mas e se o verdadeiro problema não estiver na gula, mas em uma mentalidade por demais moralista que acaba confundindo a liberdade dos filhos de Deus com o pecado? Vamos tentar entender melhor.

O pecado pode ser entendido como um “errar o alvo”, esse é um dos significados da palavra original em hebraico. Imaginemos um arqueiro que mira em seu alvo. Seu objetivo é acertar o centro do mesmo. Mas ao lançar a flecha, ele erra muito, de fato, nem acerta o alvo e a flecha passa longe. Nesse exemplo, quanto mais longe erra-se o alvo, pior o pecado (Mais mortal diríamos em uma linguagem mais clássica). Transferindo para a nossa vida cristã, errar o alvo seria deixar de apontar a flecha da nossa vida para Deus e atirá-la para outros lugares.

Tentando continuar com o exemplo dado, é preciso fazer uma distinção importante. Na nossa vida terrena, podemos atirar várias vezes essa flecha. O que queremos é acertar o alvo, mas erramos muitas vezes. Diferentemente dos anjos, que só tem uma chance de apontar sua vida corretamente para o alvo, nós podemos perceber que erramos e corrigir o tiro. Isso, claro, contando com a misericórdia e com a Graça de Deus.

E o que tudo isso tem a ver com a gula e com os supostos perigos das festas de fim de ano?
É que muitas vezes, por não estar claro o alvo, ou seja, Deus, nos aferramos a regras exteriores que podem matar o espírito desse tempo. Imagine que o arqueiro esteja atirando flechas sem saber onde está o alvo. Alguém lhe sopra coordenadas como “levante o braço um pouco mais”, “tencione a corda com mais força”, “considere o vento à esquerda”. Com essas informações, ele se sente mais ou menos seguro e lança a flecha. Pode acertar ou não o alvo. Mas se acerta, não é porque ele via o alvo, mas por uma espécie de sorte.

Algo semelhante pode passar com a nossa vida cristã. Temos claro o alvo? Queremos realmente colocar Deus como o alvo, como o centro de nossas vidas? Ele já o é há algum tempo? Quando temos isso claro, passamos de uma relação de servos para uma relação de filhos de Deus. É isso que Jesus nos trouxe. Nele nós fomos elevados a condição de verdadeiros filhos e filhas de Deus. E como tais, somos convidados a viver na liberdade dos filhos. A liberdade de quem sabe sua própria identidade e que age, com segurança, segundo a mesma, sem precisar ser coagido para tal. É a liberdade que não apaga a lei, mas que a ultrapassa com o amor.

Nas festas de fim de ano, quando estivermos diante de uma mesa farta e rodeado de amigos, perguntemos o que, ou quem está no centro. É Jesus que está no centro desta celebração? As coisas que eu estou fazendo ou pensando em fazer tiram ele deste centro? Essa é basicamente a única pergunta que precisamos responder. Isso vale para o Natal, que é evidente, mas também para o ano novo, que começa com um dia mariano de preceito. Não porque a Igreja não queira que festejemos, pelo contrário, que festejemos ao máximo, acertando o alvo, de forma cristã, como filhos muito amados de Deus.

Que Ele nos abençoe nesse fim de ano com uma vinda ainda mais plena aos nossos corações!

Que aprendamos a ser cada vez melhores filhos, que se lançam sem medo em seus braços. E que o ano comece consagrado a Maria, que ela seja verdadeiramente nossa mãe, quem nos leva a um encontro mais autêntico com Jesus.

Jovens de Maria - A12.com

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Papa: “Alegria, oração e gratidão" para viver o Natal de modo autêntico

Neste último período do tempo do Advento, confiemos nossa vida à materna intercessão da Virgem Maria. Ela é “causa da nossa alegria, não somente porque gerou Jesus, mas porque nos envia continuamente a Ele”.

A alegria do cristão “não se compra”, jamais devemos perdê-la, mesmo quando as coisas não acontecem, segundo os nossos desejos. Este o encorajamento do Papa Francisco durante a oração do Angelus no último domingo (17) dia em que Bergoglio comemorou 81 anos de vida.

O Santo Padre encorajando à janela do apartamento pontifício do Palácio Apostólico do Vaticano para recitar o Angelus com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro e com as crianças com seus Meninos Jesus que aclamam “Papa Francisco”, falou do terceiro domingo de Advento, chamado 'Domingo da alegria'.

Queridos irmãos e irmãs – disse Francisco – a liturgia nos convida a colher o espírito com que tudo isso acontece, isto é, precisamente, a alegria. São Paulo nos convida a preparar a vinda do Senhor assumindo três atitudes: a alegria constante, oração perseverante e a contínua ação de graças”.

O Papa se detém sobre a primeira atitude: “Vivam sempre contentes”, exorta o apóstolo. Vale dizer, permanecer sempre na alegria, mesmo quando as coisas não acontecem segundo os nossos desejos. Mas há a alegria profunda que é a paz, e a paz é uma alegria.

“As angústias, as dificuldades e os sofrimentos atravessam a vida de cada um, e tantas vezes a realidade que nos circunda parece ser inóspita e árida, semelhante a um deserto no qual ecoava a voz de João Batista, como recorda o Evangelho de hoje”.

Mas precisamente as palavras do Batista revelam que a nossa alegria baseia-se na certeza de que este deserto é habitado.

“No meio de vocês está quem vocês não conhecem”, diz. Trata-se de Jesus, o enviado do Pai que vem, como sublinha Isaías, “a trazer a boa nova aos humildes, a curar os corações doloridos, a anunciar a liberdade dos escravos, a libertação dos prisioneiros, a proclamar um ano de graças do Senhor’.

“Estas palavras, que Jesus fará suas no discurso na sinagoga de Nazaré, - explica o Papa - esclarecem que a sua missão no mundo consiste na libertação do pecado e das escravidões pessoais e sociais que ele produz. Ele veio sobre a terra para restituir aos homens a dignidade e a liberdade de filhos de Deus, que somente Ele pode comunicar”.

A segunda atitude se baseia na oração perseverante.

Por meio da oração, podemos entrar em uma relação estável com Deus, que é a fonte da verdadeira alegria. A alegria do cristão não se compra, vem da fé e do encontro com Jesus Cristo, razão da nossa felicidade. Quanto mais estivermos arraigados em Cristo, tanto mais encontraremos a serenidade interior, mesmo em meio às contradições cotidianas”.

Por isto o cristão, - continuou Francisco – “tendo encontrado Jesus, não pode ser um profeta da desventura, mas uma testemunha e um arauto da alegria. Uma alegria a ser compartilhada com os outros; uma alegria contagiosa que torna menos cansativo o caminho da vida”.

A terceira atitude indicada por Paulo – disse Bergoglio - é a contínua ação de graças, ou seja, o amor agradecido a Deus.

“Ele, de fato, é muito generoso para conosco, e nós somos convidados a reconhecer sempre seus benefícios, o seu amor misericordioso, a sua paciência e bondade, vivendo assim em um incessante agradecimento”.

“Alegria, oração e gratidão são três comportamentos que nos preparam a viver o Natal de modo autêntico”. Neste último período do tempo do Advento, confiemos nossa vida à materna intercessão da Virgem Maria. Ela é “causa da nossa alegria, não somente porque gerou Jesus, mas porque nos envia continuamente a Ele”.

O Papa concluiu exortando os fiéis presentes na Praça: “Vamos repetir todos juntos: alegria, oração e ação de graças”.

VaticanNews

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Papa: José é exemplo de homem que assume o mistério de Deus

Francisco começou a semana celebrando a missa na Capela da Casa Santa Marta. O Papa inspirou sua homilia no trecho do Evangelho de Mateus para ressaltar que José assumiu para si a responsabilidade da paternidade de Jesus.
Nos problemas, nas angústias, nas obscuridades, aprendamos com São José, que sabe "como caminhar na escuridão", que sabe "como se ouve a voz de Deus", "como se vai avante em silêncio.

Palavras do Papa Francisco na missa desta segunda-feira (18) na Casa Santa Marta, comentando o Evangelho do dia, extraído do Evangelho de Mateus, em que se explica que Jesus nascerá de Maria, esposa de José, filho de Davi.

José acreditou e obedeceu
O Pontífice falou da emoção de José, quando começaram as ser visíveis os sinais da gravidez de Maria: fala das dúvidas daquele homem, da sua dor, do seu sofrimento, enquanto todos a sua volta começavam a murmurar, “os fofoqueiros da cidade”.

Ele “não sabia”, mas sabia que Maria era “uma mulher de Deus”: decidiu assim “deixá-la em silêncio”, não acusando-a “publicamente”, até que que o Senhor interviesse, com um anjo no sonho, que lhe explicou que a criança “nela gerada” vinha do Espírito Santo. E assim “acreditou e obedeceu”.

José lutava dentro; naquela luta, a voz de Deus: “Mas levante-te – aquele levante-te’, muitas vezes, no início de uma missão, na Bíblia: ‘Levanta-te!’ – pegue Maria, leve para a sua casa. Assuma a situação: pegue pela mão e vai em frente”. José não foi ter com os amigos para se confortar, não foi ao psiquiatra para que interpretasse o sonho... não: acreditou. Foi avante. Assumiu a situação. Mas o que José tinha que assumir? Qual era a situação? De duas coisas. Da paternidade e do mistério.

Assumiu a paternidade
José, acrescentou o Papa, teve então que assumir a paternidade. E isso já se intuía na “genealogia de Jesus”, em que se explica como “se pensava que fosse o filho de José”:

Ele assumiu uma paternidade que não era sua: era [vinha] do Pai. E levou avante a paternidade com aquilo que significa: não só apoiar Maria e a criança, mas também fazê-lo crescer, ensinar-lhe a profissão, acompanha-lo à maturidade de homem. “Assuma a paternidade que não è tua, è de Deus”. E isso sem dizer uma palavra. No Evangelho, não tem uma só palavra dita sobre José. O homem do silêncio, da obediência silenciosa.

Assumiu o mistério de reconduzir o povo a Deus
É também o homem que “assumiu” o mistério: como explicado na primeira Leitura, é o mistério de “reconduzir o povo a Deus”, o mistério “da re-Criação” que, como diz a Liturgia, é “mais maravilhosa do que a Criação”.

José assume este mistério e ajuda: com o seu silêncio, com o seu trabalho até o momento que Deus o chama para si. Deste homem que assumiu a paternidade e do mistério, se diz que [é] sombra do Pai: a sombra de Deus Pai. E se Jesus homem aprendeu a dizer “papai”, “pai”, ao seu Pai que conhecia como Deus, aprendeu isso da vida, do testemunho de José: o homem que custodia, o homem que faz crescer, o homem que leva avante toda paternidade e todo mistério, mas não pega nada para si.

Este, concluiu Francisco, é o “grande José”, do qual Deus precisava para levar avante “o mistério de re-conduzir o povo rumo à nova Criação”.

VaticanNews

Qual o sentido religioso de dar presentes no Natal?

A tradição de dar presentes no Natal está ligada a memória que fazemos dos presentes que os três Reis Magos ofereceram ao Menino Jesus (ouro, incenso e mirra), embora estes presentes tenham todo um significado simbólico de reconhecer na criança de Belém o Deus que se fez humano para ser o verdadeiro Rei do povo.


Desta cena do Evangelho vem também a motivação para dar presentes no tempo da festa do Natal do Senhor. Pois ao visitar o Menino Jesus, que continua nascendo na manjedoura do coração das pessoas, queremos oferecer a Ele o amor que nosso coração expressa concretamente aos outros.

Temos também a tradição de um bispo que levava presentes para as crianças carentes na noite de Natal, e jogava saquinhos de moedas pelas chaminés das casas. Este bispo é São Nicolau, que viveu no século IV, é dele que vem a tradição do papai Noel.

Com o tempo o presente acabou se tornando algo meramente comercial, o que foge do verdadeiro sentido do Natal, pois o presente tem que falar da alegria da presença de Jesus. O verdadeiro sentido do Natal não está nas coisas que são oferecidas, mas sim como deixamos o amor de Jesus na vida das pessoas.

"O sinal físico do presente pode passar, mas o amor que ele simboliza permanece para além do presente recebido".

O presente de Natal tem que ser expressão da solidariedade, da fraternidade, da partilha que o Menino Jesus vem despertar no coração humano. O presente deve ser o desejo de compartilhar com o outro aquilo que era só meu, mas que o amor ensina a se transformar em nosso.

O presente expressa o amor que temos uns pelos outros. O sinal físico do presente pode passar, mas o amor que ele simboliza permanece para além do presente recebido.

No Natal rezamos o Deus que quis estar presente na nossa vida, por isso, tudo o que partilhamos no Natal tem que celebrar esta presença. O sentido do presente está em despertar no coração a importância da atenção, da ternura, da generosidade, mas, acima de tudo, da partilha da própria vida como dom de amor, como Deus que por tanto nos amar, quis compartilhar seu Filho conosco.

Natal é tempo de saber receber e saber oferecer, viver a gratuidade do amor. O presente deve ser expressão de que, para além dos bens compartilhados, a vida deve ser um dom para o outro, pois o Deus que nasce no meio de nós vem para nos ensinar que “não existe maior prova de amor do que dar a vida” (Jo 16,13).

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Catequese: A água benta e seu sentido na vida cristã

A importância da água para vida humana, seja física e espiritual 

A água, como fórmula química H2O, é elemento fundamental para a vida humana. Desde os primórdios até os dias de hoje, o homem necessita e depende do uso diário da água para sua subsistência. 

Nas Sagradas Escrituras, a água é considerada símbolo de purificação (cf. Sal 51,4; Jo 13,8) e de vida (cf. Jo 3,5; Gal 3,27). Como dom de Deus, a água é instrumento vital, imprescindível para a sobrevivência e, portanto, um direito de todos. (Compêndio da Doutrina Social da Igreja, n. 484).

Contudo, a água, quando abençoada, passa a ter um sentido também espiritual. No Ritual Romano da celebração das bênçãos, no número 1090, diz que, com a bênção da água, recordamos Cristo, que é a Água Viva, e o sacramento do batismo, que nos fez renascer pela água e pelo Espírito Santo. Por isso, sempre que formos aspergidos com essa água ou nos benzermos com ela ao entrar na igreja ou dentro das nossas casas, dêmos graças a Deus pelo seu dom inestimável e imploremos o Seu auxílio para que, na nossa vida, sejamos fiéis. 

Água benta é um sacramental 
A água benta não é uma espécie de mágica ou superstição para quem a utiliza, pelo contrário, ela é uma eficaz forma de se chegar às realidades espirituais por meio de sinais sensíveis e visíveis, o que no caso da água benta se denomina como sacramental. 

O que é um sacramental? “A santa mãe Igreja instituiu os sacramentais, que são sinais sagrados pelos quais, à imitação dos sacramentos, são significados efeitos principalmente espirituais, obtidos pela impetração da Igreja. Pelos sacramentais, os homens se dispõem a receber o efeito principal dos sacramentos e são santificadas as diversas circunstâncias da vida” (Catecismo da Igreja Católica, n.1667).

Assim, o ministro ordenado, seja um padre ou diácono, ao abençoar a água, conforme prescreve a Santa Igreja Católica, obtém-se um sacramental, que possui grande eficácia para as pessoas nas diversas realidades da vida. Essa água benta também pode ser usada para a aspersão nos vários ritos que a Igreja celebra para a santificação do povo. 

Com isso, “os sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo à maneira dos sacramentos; mas, pela oração da Igreja, preparam para receber a graça e dispõem para cooperar com ela” (CIC 1670).

O sentido da água benta 
O sentido da água benta, portanto, não é uma representação imaginária, mas sim um sinal concreto e efetivo utilizado com fé e piedade pelo povo de Deus. 

Para os católicos, “segundo um costume muito antigo, a água é um dos símbolos que a Igreja usa com frequência para abençoar os fiéis. A água ritualmente benzida evoca nos fiéis o mistério de Cristo, que é para nós a plenitude da bênção divina. Ele próprio Se apresentou como água viva e instituiu para nós o batismo, sacramento da água, como sinal de bênção salvadora” (Ritual Romano – Celebração das bênçãos, n.1085). 

Na Introdução Geral do Missal Romano, número 51, quando se trata do ato penitencial, a água benta tem um determinado sentido, quando se afirma que “ao domingo, principalmente no tempo pascal, em vez do costumado ato penitencial, pode fazer-se, por vezes, a bênção e a aspersão da água em memória do batismo”, ou seja, a água benta tem ação importante na Liturgia da Igreja. 

Um outro aspecto é que, na maioria das bênçãos sobre pessoas, casas e objetos, é feita a seguinte oração: “Esta água nos recorde o nosso batismo em Cristo, que nos remiu com a Sua Morte e Ressurreição”. É realizada uma oração que nos une a Jesus, o centro da vida do cristão; após essa oração, pode acontecer a aspersão com a água benta sobre a pessoa ou objeto abençoado. 

A água benta é um sacramental, que, conforme a Igreja, pode-se ingerir, persignar, aspergir a si e aos outros, a objetos e lugares. Ela é uma graça que traz muitos benefícios para o corpo e para a alma daqueles que, com fé e devoção, a utilizam para o bem próprio e comum.

Canção Nova

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Ano do Laicato tem início neste domingo (26). Entenda:

A Igreja no Brasil vai celebrar, no período de 26 de novembro de 2017, Solenidade de Cristo Rei, à 25 de novembro de 2018, o “Ano do Laicato”. O tema escolhido para animar a mística do Ano do Laicato foi: “Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino” e o lema: “Sal da Terra e Luz do Mundo”, Mt 5,13-14. Segundo o Bispo de Caçador (SC), Dom Severino Clasen, presidente da Comissão Episcopal Especial para o Ano do Laicato, já era um desejo da comissão dar novo impulso, incentivo e estímulo a temática.

“Sabemos que há uma grande satisfação do laicato no serviço com a Igreja, sobretudo na sua intervenção e no seu testemunho dentro da sociedade. Muitas vezes eles são esquecidos ou pouco valorizados”, diz o Bispo.

Para tal, o Ano do Laicato vai desenvolver diversas atividades para criar consciência do papel do leigo na Igreja. Por exemplo, serão publicados livros que refletirão sobre os leigos. Essas publicações devem criar consciência do papel deles na Igreja, acontecerãoseminários regionais e nacionais para despertar e motivar a participação, haverá a visita da Imagem da Sagrada Família, encontros e reflexões em todo o país. “É um momento oportuno para uma reflexão e desperta a consciência de que o cristão não é cristão só dentro da Igreja”, aponta. Outro momento forte ocorrerá de 23 a 27 de janeiro, o intereclesial, que refletirá sobre pastoral urbana, falando da reflexão e o cuidado com a vida.

O Ano do Laicato terá como objetivo geral: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.

Pretende ainda: Dinamizar o estudo e a prática do documento 105: ‘Cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade’ e demais documentos do Magistério, em especial do Papa Francisco, sobre o Laicato; e estimular a presença e a atuação dos cristãos leigos e leigas, ‘verdadeiros sujeitos eclesiais’ (DAp, n. 497a), como “sal, luz e fermento” na Igreja e na Sociedade.

O papel do Leigo na Igreja e na Sociedade
Dentro da comunidade eclesial os leigos são chamados a cumprir tarefas, como também os ordenados e consagrados. Cada um com sua missão, com direito de agir, testemunhar e animar a sociedade e a Igreja. Os diversos ministérios apontam o horizonte onde o leigo deve agir, seja na formação, nos serviços básicos da comunidade de fé, animando a liturgia, a catequese e os serviços eclesiais, círculos bíblicos, grupos de reflexão e outros, bem como o testemunho no serviço aos mais necessitados e carentes.

Para Dom Severino Clasen, o papel dos leigos na Igreja é ser testemunho do Cristo ressuscitado onde moram, vivem e trabalham. Através do batismo, os leigos tornam-se membros efetivos no corpo da Igreja, onde Cristo é a cabeça. “É dever de cada batizado conhecer Jesus Cristo, viver seus sentimentos de amor e ajudar os mais necessitados a serem felizes e a todos se santificarem para a glória de Deus”, diz o bispo.

Ele afirma que os leigos carregam mais que um mero papel, pois se trata de algo maior: uma missão.

De acordo com Dom Severino, essa grande missão dos leigos é colaborar na criação do mundo, aumentando a espécie humana feita à imagem e semelhança de Deus. É criar relações justas para que cada criatura possa viver com dignidade e justiça. Além disso, conhecer Jesus Cristo e segui-lo na fidelidade, na caridade, servindo aos semelhantes e colaborando com o desenvolvimento da sociedade. “Todo cristão batizado se torna filho da Igreja. A Igreja como mãe tem a missão de acolher os leigos e leigas para conhecer melhor as estruturas da sociedade. O cristão leigo, membro da Igreja, vive em profundidade os ensinamentos da doutrina da Igreja e cria condições para que o mundo seja o espaço agradável para se viver”, explica.

Dentro desse contexto, entende-se que a missão do leigo é desenvolver relações saudáveis na sociedade, na política, na economia, na cultura, na educação e na saúde para proteger a dignidade humana.

Também pode-se dizer que ser leigo é ter uma vocação, ou seja, a vocação específica do leigo é ser cristão. É ser santo. É chamado a seguir Jesus Cristo na família, na Igreja e na sociedade através de uma profissão. “A profissão do leigo revela o seu modo de agir no mundo na busca da santidade.”

Na avaliação de Severino também há uma missão fora da Igreja, pois a grande missão do leigo está na sociedade, onde vive e busca seu sustento. “Concentrou-se demais nas funções dentro da Igreja e esqueceu-se da sociedade, lugar onde ele vive e trabalha. Por isso, tanta injustiça, tanta corrupção e tanta miséria. É porque os leigos não estão assumindo sua missão na sociedade, na política e na transformação do ambiente onde vivem. Seguir Jesus Cristo é dar condições a todo ser humano para que viva a dignidade de filhos de Deus. Eis a grande missão dos leigos criar condições para a proteção do próprio ser humano também fora da Igreja”, indica.

Uma missão revalorizada após o Concílio Vaticano II
Há quem diga que os leigos, após o Concílio Vaticano II, já não ficam mais em segundo plano, em comparação com religiosos, sacerdotes, bispos etc. Mas na avaliação de Dom Severino, o distanciamento entre o clero e o leigo ainda não está superado. “É preciso entender que o essencial é ser cristão, seja leigo, religioso, sacerdote ou bispo. Existem funções diferentes, distintas, mas a dignidade é a mesma para todos”, ressalta.

Apesar disso, após o último Concílio, os leigos tiveram sua missão consideravelmente revalorizada, mas ainda não compreendida o suficientemente. “Existe ainda em muitos lugares uma mentalidade clericalista na cabeça da hierarquia e dos leigos, isso deve ser superado”, opina o bispo.

Dom Clasen conta que após a Assembleia Geral da CNBB de 2014, a intenção é contar com todos para aprofundar a missão dos leigos e leigas na Igreja e na sociedade. “Vamos quebrar paradigmas e somar forças para encurtar distâncias entre leigos e hierarquia. Juntos compreenderemos que todo o batizado se torna filho da Igreja. A Igreja é mãe, tem a missão de acolher a todos como filhos é o que diz o Papa Francisco. Busquemos assumir a nossa missão como filhos e juntos construamos uma Igreja santa, agradável, acolhedora e um mundo justo, fraterno e digno de se morar e viver para a glória de Deus.”

Dom Severino sugere que os grandes documentos da Igreja são importantíssimos, que se complementam, são momentos e ofertas de reflexão. “Eu acredito que devemos ter um olhar maior para todos os documentos, para que os leigos tenham acesso, porque estes documentos da Igreja são para todos os batizados. Que os cristãos leigos tenham a alegria de ajudar a propagar o Ano do Laicato, que todas sejam abençoados na sua vida familiar e profissional, que tenhamos um mundo favorável para todos”, finaliza.

A12.com

Catequese: Qual é a diferença da Missa diária para a Missa dominical?

Conheça a história e a importância de participarmos da celebração da Santa Missa

Dizia o famoso orador romano, Cícero, que “a história é mestra da vida” (na obra De oratore, II, 9,36). Trata-se de uma sábia indicação que podemos aplicar também na questão relativa à Missa, celebrada no domingo ou nos dias da semana. Vamos, pois, à história da Missa, a partir dos dados do Novo Testamento e da primitiva história da Igreja. 

O ponto de partida da nossa fé, como proclamamos no “Credo”, é Jesus, que nos salva por meio de Sua morte-ressurreição. A fé dos discípulos, que tinha entrado em crise com a morte de Jesus, renasce e se fortalece com a Sua Ressurreição. E a Ressurreição de Jesus aconteceu no domingo. Desde o início, os cristãos celebraram sua fé na ressurreição por meio da Eucaristia, da Missa, exatamente no domingo, que os cristãos de origem judaica indicavam como “o primeiro dia da semana”.

Quando foi a primeira Missa? 
O primeiro nome da Missa foi “a fração do pão”. Lemos, por exemplo, no livro dos Atos dos Apóstolos, escrito por São Lucas, que é testemunha desse fato, o seguinte: “No primeiro dia da semana, estávamos reunidos para a fração do pão” (Atos 20,7). Atenção: isso acontece durante a terceira viagem apostólica de São Paulo, no ano 58 depois de Cristo. Passaram-se apenas 28 anos da morte-ressurreição de Jesus: e os cristãos já tinham o hábito de celebrar a Eucaristia, a Missa, no domingo, que era “o primeiro dia da semana”. Tal celebração, relatada no citado texto dos Atos, mostra que, substancialmente, os apóstolos seguiam o mesmo “esquema” da Missa de hoje: celebrada no domingo e dividida em duas partes, a saber, a liturgia da palavra (20,7) e a liturgia eucarística, com o “pão partido” (20,11).

Aliás, essa ligação entre Ressurreição e “primeiro dia da semana” se encontra, de maneira significativa, no capítulo 20 do Evangelho de João. “No primeiro dia da semana” (João 20,1) Jesus ressuscita e aparece a Maria Madalena. E “ao anoitecer desse dia” (João 20,19), Jesus aparece a dez discípulos: não doze, pois Judas havia se enforcado e Tomé estava ausente. Mas, “oito dias depois” (João 20,26), quer dizer, no domingo seguinte, Jesus Ressuscitado apareceu novamente, estando presente também Tomé. 

Uma ligação entre Missa e domingo é encontrada também, no fim da primeira carta aos Coríntios, dentro da iniciativa do apóstolo Paulo, que estava organizando uma coleta em favor dos pobres de Jerusalém. Ele, pois, escreve: “Todo primeiro dia da semana, cada um coloque de lado aquilo que consegue economizar” (1Coríntios, 16,2). Era o dia da Missa, na qual, desde então, já aparece a participação dos fiéis até com espórtulas em dinheiro para ajudar os pobres. 

“Senhor” é o título de Jesus Ressuscitado, como lemos, por exemplo, na Carta aos Filipenses: “Para que toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor” (2,11). Mas, na língua latina, o termo “senhor” se traduz com a palavra “Dominus”, de onde vem o termo português “domingo”, quer dizer, dia do Senhor ressuscitado. 

Essa palavra, “domingo”, torna-se comum já na época apostólica, pois foi num dia de “domingo”, dia do Senhor, que o apóstolo João recebeu as revelações relatadas no livro do Apocalipse (1,10).

A Eucaristia 
Essa ligação entre domingo e Eucaristia é confirmada pelos testemunhos dos cristãos dos primeiros séculos. Santo Ignácio de Antioquia, que foi martirizado no começo do 2º século, assim escrevia na sua epístola aos Magnésios (9): “Não precisamos mais manter o sábado, como fazem os judeus. Deve, todo amigo de Cristo, observar o Dia do Senhor como festa, o dia da ressurreição, a rainha e comandante de todos os dias da semana. Foi nesse dia que a nossa vida renasceu e a vitória sobre a morte foi obtida em Cristo”. E o mártir S. Justino (metade do 2º século), na sua “Apologia” (I,67), fala da celebração eucarística que os primeiros cristãos comemoravam “no dia do sol”, como era chamado o domingo no ambiente do Império Romano. Eis o que ele escreveu: 

“No dia que se chama do sol [domingo], celebra-se uma reunião de todos os que moram nas cidades e nos campos, e ali é lido, enquanto o tempo o permite, as recordações dos apóstolos ou os escritos dos profetas”. E continua falando da homilia, da oração dos fiéis e da liturgia eucarística (consagração e comunhão). 

Certamente, toda eucaristia é importante, também aquela que não é celebrada no domingo, pois, como diz o apóstolo Paulo, “todas as vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor até que Ele venha”. (1Coríntios 11,26). 

Não podemos, no entanto, esquecer que, no começo, a Missa era celebrada exatamente no domingo, para os cristãos manifestarem, juntos, sua fé na Ressurreição de Jesus. Esse é o ponto de partida da nossa fé cristã. Naturalmente, quem puder participar, também nos dias da semana, vai fortalecer sua comunhão com Jesus. Papa Francisco nos traz essa bela novidade: é o primeiro Papa que partilha, pelos meios de comunicação, a homilia que ele profere durante a Missa celebrada nos dias da semana.

Canção Nova

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Existe um dia certo para montar a árvore de Natal?

A árvore de Natal foi inventada por São Bonifácio, que ficou conhecido como apóstolo dos germanos ou evangelizador da Alemanha. O Santo nasceu na Inglaterra em 672 e faleceu martirizado em 5 de junho de 754. Seu nome religioso, em latim Bonifacius, quer dizer “aquele que faz o bem”.

Em 718, Bonifácio esteve em Roma e o Papa Gregório II enviou-o à Alemanha, com a missão de reorganizar a Igreja local. Em 722, foi feito Bispo e, um ano depois, inventou a árvore de Natal.

Em 723, São Bonifácio derrubou um enorme carvalho dedicado ao deus Thor, perto da atual cidade de Fritzlar, na Alemanha. Para convencer o povo e os druidas, que eram sacerdotes do lendário povo celta, de que não era uma árvore sagrada, ele cortou-a. Na queda, o carvalho destruiu tudo que ali se encontrava, menos um pequeno pinheiro. Segundo a tradição, Bonifácio interpretou esse fato como sendo um milagre. Esse fato aconteceu no Tempo do Advento e, como ele pregava sobre o Natal, declarou: “Doravante, nós chamaremos esta árvore de Árvore do Menino Jesus”. A partir disso, teve início o costume de plantar pequenos pinheiros para celebrar o nascimento de Jesus, inicialmente na Alemanha, e depois para o mundo todo.

Em 1982, a árvore foi instalada pela primeira vez na Praça de São Pedro. Nesta ocasião, disse o Papa João Paulo II: “Eu creio que é o símbolo da árvore da vida, aquela árvore mencionada no livro do Gênesis e que foi plantada na terra da humanidade junto a Cristo (…). Depois, no momento em que Cristo veio ao mundo, a árvore da vida voltou a ser plantada através d’Ele e agora cresce com Ele e amadurece na cruz (…). Devo dizer-lhes, que eu pessoalmente, apesar de ter uns quantos anos, espero impacientemente a chegada do Natal, momento em que é trazido aos meus aposentos esta pequena árvore. Tudo isso tem um enorme significado, que transcende as idades…”. 

Segundo o Padre Gustavo Haas, ex-assessor de liturgia da CNBB, a árvore de natal que simboliza a vida, deve ser montada no primeiro domingo do Advento, que marca o começo deste tempo litúrgico. O ideal é montar a árvore e colocar os enfeites e adereços aos poucos, durante as quatro semanas do advento, pois para nós católicos, este gesto nos faz recordar que estamos num tempo de preparação, ou seja, preparando a nossa vida para o nascimento de Jesus.

Ele afirmou ainda, que a preparação da árvore deve ser intensificada durante a última semana que antecede o Natal: “Até o Segundo Domingo do Tempo do Advento, tudo ainda é muito sóbrio, mesmo nas leituras feitas nas missas do advento. É só a partir do Terceiro Domingo do Tempo do Advento que a Bíblia começa a falar do nascimento de Jesus, e se inicia um momento de maior expectativa. Esse é o momento, portanto, de intensificar a decoração da árvore”.

Presépio
A tradição católica diz que o presépio surgiu em 1223, quando São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de São José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais. Nesse cenário, foi celebrada a Missa de Natal.

O sucesso dessa representação do Presépio foi tão grande, que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se introduziu nas casas nobres europeias e de lá foi descendo até as classes mais pobres. Sua popularidade nos lares espanhóis e latino-americanos se estendeu ao longo do século XIX, e na França, não o fez até inícios do século XX. Em todas as religiões cristãs, é consensual que o Presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeiramente inspirado nos Evangelhos.

Rádio Canção Nova

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Papa Francisco lembra 300 anos da imagem de Nossa Senhora Aparecida

Francisco afirmou que neste momento difícil do Brasil, a Virgem Maria é sinal que impulsiona a unidade na solidariedade e justiça

No final da Catequese desta quarta-feira (11) na saudação aos peregrinos de língua portuguesa, o Papa Francisco recordou os 300 anos de Nossa Senhora Aparecida.
O Brasil celebra nesta quinta-feira (12) a Festa da Padroeira do Brasil e o Jubileu dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul, em outubro de 1717.

O Papa interrompeu sua saudação para ouvir um  grande número de brasileiros que, com bandeiras do país nas mãos, cantavam: "Dai-nos a bênção oh Mãe querida, Nossa Senhora Aparecida". Posteriormente, ele prosseguiu com sua fala:

“Saúdo todos os peregrinos do Brasil e de outros países de língua portuguesa, particularmente os diversos grupos de sacerdotes, religiosos e fiéis brasileiros residentes em Roma, que vieram a esta Audiência para dividir a alegria pelo jubileu dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, cuja festa se celebra amanhã. A história dos pescadores que encontraram no Rio Paraíba do Sul o corpo e depois a cabeça da imagem de Nossa Senhora, e que foram em seguida unidos, nos lembra que neste momento difícil do Brasil, a Virgem Maria é um sinal que impulsiona para a unidade construída na solidariedade e na justiça. Que Deus lhes abençoe”.

Com informações da Canção Nova e Rádio Vaticano

Por que Nossa Senhora Aparecida é Padroeira do Brasil?

Porque o Papa Pio XI, em 16 de Julho de 1930, assinou o Decreto constituindo Nossa Senhora da Conceição Aparecida Padroeira do Brasil. Ele legitimou um fato já consagrado pelo povo.

Logo após a realização do Congresso Mariano de 1929, por empenho do então arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Sebastião Leme, e do reitor do Santuário na época, padre Antão Jorge Hechenblaickner, os bispos presentes no Congresso pediram e obtiveram do Papa Pio X, a graça de Nossa Senhora Aparecida ser declarada Padroeira do Brasil.

O decreto foi assinado pelo papa no dia 16 de julho daquele ano e a proclamação oficial se deu no Rio de Janeiro, então Capital Federal, no dia 31 de maio de 1931, perante uma multidão de fiéis, do Presidente da República, Dr. Getúlio Vargas, do Corpo Diplomático, de 25 bispos, do Núncio Apostólico, Dom Aloísio Masela, de autoridades civis e militares.

Dom Leme conseguiu de Dom Duarte e do Cabido Metropolitano da Sé de São Paulo a licença, que a principio lhe foi negada, para levar à capital da República a Imagem de Nossa Senhora Aparecida.

O Missionário Redentorista, padre Júlio Brustoloni descreve em seu livro ‘História de Nossa Senhora Aparecida: A Imagem, o Santuário e as Romarias’ que naquele ano, a Imagem foi conduzida, saindo de Aparecida no dia 30 de maio para o Rio de Janeiro.

“A Imagem deixou seu nicho e foi conduzida pelo povo de Aparecida até a Estação local. Preces, lágrimas e emoção acompanhavam essa peregrinação histórica”, descreve padre Júlio no livro.

A publicação ainda relata que cerca de um milhão de pessoas foram prestar suas homenagens à Padroeira naquele dia 31. De manhã, o ponto alto foi a Missa Campal celebrada diante da Igreja de São Francisco de Paula, onde a multidão cantou e rezou participando da eucaristia.

Mais tarde, uma procissão conduziu a Imagem para a Praça da Esplanada do Castelo. Junto do altar da Padroeira, encontrava-se o então presidente da república, Getúlio Vargas, Ministros de Estado, autoridades civis, militares e eclesiásticas. O Núncio Apostólico, Dom Aloísio Masella também esperava pela Virgem de Aparecida junto ao povo.

Notícias de jornais da época relatam que a imensa multidão repetiu com entusiasmo as palavras da consagração da nação e do povo a Nossa Senhora, proferidas por Dom Leme.

Era o Brasil que se consagrava à sua Senhora e Mãe:“Senhora Aparecida, o Brasil é vosso! Rainha do Brasil, abençoai a nossa gente. Paz ao nosso povo! Salvação para a nossa Pátria! Senhora Aparecida, o Brasil vos ama, O Brasil, em vós confia! Senhora Aparecida, o Brasil vos aclama, Salve Rainha!”

Após os atos de consagração e prece, Dom Duarte levou a Imagem para o carro-capela, estacionado na Estação Dom Pedro II com destino à Aparecida.

Na época, o Superior Vice-Provincial, padre José Francisco Wand escreveu no livro de ponto da paróquia que é absolutamente certo que o dia 31 de maio de 1931 seria sempre um dos mais memoráveis na história eclesiástica da Terra de Santa Cruz.

“Este dia significa para Aparecida o desenvolvimento grandioso das romarias”, afirmava a mensagem.

Ainda nos dias de hoje, o Santuário Nacional de Aparecida, local onde se encontra a Imagem da Padroeira do Brasil, aos cuidados dos Missionários Redentoristas acolhe centenas de romarias vindas de todas as partes do país.

A12.com / CDM- Centro de Documentação e Memória do Santuário Nacional / Catecismo Mariano

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Papa Francisco concede terceira Rosa de Ouro ao Santuário Nacional de Aparecida



O Papa Francisco concedeu uma Rosa de Ouro ao Santuário Nacional de Aparecida por ocasião dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul.

A Rosa foi entregue ao Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, na noite dessa segunda-feira (9), no último dia da novena solene, pelo representante do Santo Padre, o cardeal Giovanni Battista Re.

“Agradecemos ao Papa Francisco o envio da Rosa de Ouro, em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem da Mãe Aparecida no rio Paraíba do Sul. Obrigado, Santo Padre, por mais esta demonstração de amor, devoção e carinho para com Nossa Senhora Aparecida”, expressou Dom Orlando Brandes em uma carta.

Esta é a terceira Rosa de Ouro recebida pelo Santuário Nacional e a quarta concedida ao Brasil. O artefato pesa cerca de um quilo e mede aproximadamente 50 centímetros.

O Arcebispo explicou que o Papa Leão IX iniciou o costume de entregar uma Rosa de Ouro “para louvar e distinguir personalidades, santuários, cidades ou países”.

“É uma homenagem, uma honraria, um presente que os Papas costumam enviar para registrar a importância de fatos históricos, de acontecimentos marcantes, de gestos significativos em relação a personalidades”.

A primeira Rosa de Ouro recebida pelo Brasil foi concedida em 1888 pelo Papa Leão XIII à Princesa Isabel, como reconhecimento por ter assinado a Lei Áurea, por meio da qual aboliu a escravidão.

Por sua vez, o Santuário Nacional recebeu sua primeira Rosa de Ouro em 1967, concedida pelo Papa Paulo VI, em virtude do Jubileu de 250 anos do encontro da imagem. Em sua carta, Dom Orlando recordou as palavras do Pontífice por esta ocasião.

“Esta flor é expressão de afeto por este grande povo que nasceu sob o signo da Cruz e para seu progresso espiritual e material e símbolo do grande amor que o Papa consagra ao Brasil e ao Santuário de Aparecida”, escreveu Paulo VI.

A segunda Rosa foi concedida pelo Papa Bento XVI, em 2007, quando visitou Aparecida, onde abriu a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe. O hoje Papa emérito desejou, na ocasião, que “perseveremos na escola de Maria a fim de que sejamos discípulos missionários a serviço da vida”.

Agora, ao receber a terceira Rosa de Ouro, Dom Orlando expressou em um vídeo publicado pelo Santuário que, com isso, “o Papa diz: ‘amo com afeto, amo com grande amor o Santuário de Aparecida e o povo brasileiro”, além de demonstrar a “admiração por nossa igreja”.

“Vamos também com essa Rosa fazer do nosso Brasil um grande jardim, já que a Rosa é de ouro, a Palavra de Deus é ouro e que nós tenhamos também um coração de ouro. O nosso tesouro é a nossa fé”, acrescentou.


Aci Digital / A12.com

Paróquia celebra a Padroeira do Brasil: Confira os horários de Missas

Na próxima quinta-feira (12), o Brasil celebra os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, nas águas do rio Paraíba do Sul. Desde julho de 1930, Aparecida é padroeira do país por determinação do Papa Pio XI. Por ano, mais de 12 milhões de pessoas passam pelo maior Santuário Mariano do mundo. 

Em nossa Paróquia, ocorrerão quatro Missas em comemoração a esta importante data para o povo brasileiro.

Confira os horários:
- 9h Matriz
- 10h Gargaú (Capela de São Pedro)
- 19h30 Volta Redonda
- 19h30 Taquaruçu

Após a celebração na Matriz — que contará ainda com uma cerimônia de coroação, a Pastoral Anjinhos do Senhor promoverá uma festa para as crianças na praça São Francisco de Paula. 

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Aparecida: uma história de amor

Se alguém sair por aí perguntando: “Quem foi Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos?”, provavelmente ouvirá como resposta uma outra pergunta: “Quem?…” Esse português, nascido no século XVI, é mais conhecido pelo seu título de nobreza: “Conde de Assumar”. Seu nome é lembrado quando se conta a história do encontro da imagem que hoje chamamos de Aparecida – melhor, de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Vamos aos fatos. Era o mês de outubro de 1717. O Conde de Assumar iria passar pela localidade conhecida com o nome de Guaratinguetá, no estado de São Paulo. Viajavam com ele muitos outros portugueses, a caminho de Vila Rica, em Minas Gerais, pois o rei de Portugal lhe havia confiado uma desafiadora missão: ser seu representante, para garantir que um quinto do ouro que viesse a ser encontrado por qualquer pessoa ou grupo fosse enviado para Lisboa, sede do reino português.

Por onde passava, a caravana era recebida com homenagens e fartos almoços. Não poderia ser diferente pois, em Guaratinguetá, situada à margem do Rio Paraíba. Era natural que ali, nas refeições, o peixe fosse o prato principal. Mas era preciso pescá-lo!

Três pescadores – Felipe Pedroso, Domingos Martins Garcia e João Alves – foram ao rio e começaram as tentativas para garantir a refeição. Não sabemos muitos detalhes dessa pesca. O que sabemos é que, de repente, na rede havia o corpo de uma imagem; em seguida, foi encontrada a cabeça da mesma imagem de cerâmica, enegrecida pelo lodo.

Essa imagem ficou por quinze anos na casa de um deles – Felipe Pedroso –, onde foi colocada num altar. O povo, então, começou a ir ali para fazer orações e novenas, movido por uma convicção: a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui a única mediação de Cristo; antes, manifesta sua eficácia. Participamos da misericórdia de Cristo e de sua bondade. Por que, então, alguém não poderia participar de sua mediação?

Hoje, os peregrinos vão a Aparecida e olham para a pequena imagem de Maria. Essa imagem lhes lembra aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Desse olhar para a mãe, nasce nos peregrinos o olhar para Jesus, o Filho de Deus, o Salvador.

Em Aparecida, passados 300 anos, o povo mostra seu amor a Maria através de várias expressões de fé: celebrações, orações, novenas, Rosário… Depois, leva o que ali aprendeu para suas comunidades. Seria importante que, em nossos lares, isso se repetisse e nunca faltasse, junto com a leitura da Palavra de Deus, a oração do Terço e outras manifestações da piedade popular. Maria Santíssima poderá, então, conduzir cada pessoa e cada famílias pelos caminhos de seu Filho Jesus.


Dom Murilo S.R. Krieger
Arcebispo de Salvador

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Qual a diferença entre o Dízimo e a oferta na Missa?

A Igreja nos convida a sermos dizimistas e todos somos chamados a fazer doação. Mas muitos se perguntam: se eu já sou dizimista ou se a Igreja Católica pede o dízimo, porque ainda recolher aquela doação no momento da apresentação das Ofertas na Missa?

Acontece que o Dízimo é uma contribuição comprometida com sua comunidade que precisa ser feita periodicamente, normalmente, uma vez ao mês, conforme as condições de cada fiel. É um exercício de doação e partilha em que o cristão se mostra disponível a cuidar das dimensões religiosa, social e missionária.

Já a Oferta é algo que se dá além do dízimo, é uma entrega sem compromisso que podemos fazer em qualquer igreja, sem necessariamente ter uma periodicidade. Além da contribuição financeira, ela também pode ser feita por meio de doação de alimentos, materiais, roupas, entre outras coisas. É uma doação a mais que podemos fazer espontaneamente para auxiliar determinada igreja e até mesmo os irmãos mais necessitados que frequentam a comunidade.

Mas por que a coleta é feita durante a Missa?

O ofertório é o momento propício em que os fiéis podem demonstrar sua participação e seu comprometimento, pois apresentam os frutos de seu trabalho. Antigamente, o próprio povo levava o pão e o vinho de suas casas. Hoje, uma das maneiras de apresentar os frutos de nosso trabalho é essa oferta em dinheiro. Desta maneira, temos a oportunidade de unir nossa oferta, nosso sacrifício à oferta e sacrifício de Jesus que nos dá seu corpo e sangue.

Jovens de Maria - A12.com

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Veja dicas para conhecer melhor a Bíblia

Desde 1971, todos os anos no mês de setembro há um esforço católico em conjunto nas dioceses e paróquias para homenagear e conhecer mais a Bíblia. Grupos se organizam e se mobilizam nas mais diversas áreas: liturgia, estudos bíblicos, comunicação etc. O mês é encerrado com o Dia da Bíblia, 30 de setembro, dia de São Jerônimo, modelo exemplar de estudo e amor a Sagrada Escritura”. Em nossa Paróquia, acontece no último domingo do mês a Procissão da Bíblia, que reúne todas as comunidades paroquiais. 

Este ano de 2017 a Igreja mostra o tema: "Para que n'Ele nossos povos tenham vida" (Primeira Carta aos Tessalonicenses) e o lema: "Anunciar o Evangelho e doar a própria vida" (cf. 1Ts 2,8).

Veja aqui dicas importantes que o Jornal Santuário preparou para você conhecer melhor a Bíblia.

1. O que é a Bíblia?
Na explicação do missionário redentorista, Padre Domingos Sávio, a Bíblia é Palavra de Deus para nós. “Na segunda carta de São Paulo à Timóteo, capítulos 15 a 17, podemos ver que as escrituras têm o poder de comunicar a sabedoria que conduz a Salvação pela fé no Cristo Jesus. Toda escritura é inspirada por Deus e é útil para argumentar, ensinar, para corrigir, para educar conforme a justiça. Deus em Jesus nos ensinou sobre a sua vida e, então, é na bíblia que temos de buscar Deus, como Ele vive e como Deus quer que nós vivamos e qual proposta de vida tem para nós”, explica.

2. E por que ler a Bíblia?
O biblista Francisco Orofino responde que é importante ler porque a Bíblia é a Palavra de Deus para nós. “Esta é a Palavra, que ressoa na história do Povo de Deus ao longo do tempo, e que foi sendo fixada por escrito. A Bíblia é a biblioteca da Revelação divina, ou seja, ela preserva todo esforço de Deus em se comunicar conosco. Apesar desta antiguidade, a Bíblia, para nós católicos, aparece como uma novidade surpreendente: também hoje Deus quer se comunicar conosco. As comunidades estão descobrindo nela a vontade de Deus para nós, querendo nossa felicidade, nossa libertação, nossa redenção.”

O missionário redentorista, Padre Antônio Clayton de Sant’Anna, afirma que a Bíblia é também o livro da vida. A vida humana conhece e experimenta o sofrimento, a provação, a tentação. A Palavra de Deus é anunciada, é “ingerida” e vivida nas alegrias e dores do viver. “Precisamos aprender não só a ler, mas também a iluminar as angústias, aflições e desânimos da fraqueza humana. Em todos os livros bíblicos aparece o clamor suplicante do justo perseguido levantando o olhar para Deus em busca de socorro. Acolhida, a Palavra explica, refaz, e gera continuamente caminhos novos na vida. Os Evangelhos mencionam essa experiência inclusive na vida de Jesus, dos seus apóstolos e primeiras comunidades cristãs.”

Já a mestre em filosofia da religião, Ana Alice Matiello, diz que ler a Bíblia significa tornar-se consciente da história humana, especificamente do povo semítico, em sua relação particular com Deus. Por isso, ler a Bíblia é importante para conhecer os relatos reais e possíveis da formação da identidade de um povo e da sua transmissão na identidade da nova aliança em Cristo. “Nas narrativas da Bíblia estão configuradas as mais intensificadas realidades e potencialidades da vida humana em seus dramas históricos junto à intervenção de Deus”, conta.

3. O que são os Evangelhos no conjunto de toda a Bíblia?
Toda a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse é a Palavra de Deus, mas segundo padre Domingos Sávio, os Evangelhos são o ponto mais importante dentro da Palavra de Deus, pois nos traz Jesus. “Ele, Jesus é a palavra, a última Palavra que Deus gostaria de dizer, aquela que Deus tinha o mais profundo dele mesmo, em vez de mandar Isaias falar o queria dizer ao povo, Deus, o Pai, manda Jesus que é a Palavra encarnada de Deus. O que Deus quer dizer para nós, ele nos diz em Jesus.”

Ele também destaca que tudo que vem antes do Evangelho é preparação para Jesus e tudo que vem depois é para ajudar a viver o auge que é Jesus.

Francisco Orofino reforça que os quatro Evangelhos são fundamentais para conhecermos os gestos e as palavras de Jesus, bem como sua Paixão, Morte e Ressurreição. Mas todo o Novo Testamento quer mostrar como Jesus aponta um caminho seguro para se chegar ao convívio com Deus.

4. Dicas para ler bem
A leitura bem-feita ajuda o leitor a analisar o texto e a situá-lo em seu contexto de origem. Veja dicas importantes.

- Aproxime-se do texto através de perguntas bem simples: Quem escreve o texto? Onde? Por quê? Quando? Para quem escreve?

- Analise a situação histórica em dimensões como: econômica, social, política, ideológica, afetiva, antropológica e outras. Trata-se de descobrir os conflitos que estão na origem do texto para, assim, perceber melhor a encarnação da Palavra de Deus na realidade conflitava da história humana, tanto deles como na nossa.

- Descubra qual imagem de Deus aparece e o que Ele tinha a dizer ao povo naquela situação histórica; o que Ele significava e como Ele se revelava; como o povo assumia e celebrava a Palavra do Senhor. Resumindo: ler o texto dentro do contexto para não se ter pretexto para manipular o texto. O método é apenas uma ferramenta para facilitar a leitura da Bíblia.

- Siga os passos propostos, pois ajuda a pessoa a não se perder no caminho. No entanto, com o tempo, por meio do estudo e da convivência com o povo, cada um vai encontrando o seu próprio jeito de estudar e saborear um texto bíblico.

- A busca da mensagem do texto para a época em que foi escrito é importante, mas essa mensagem só estará completa quando interpretamos e atualizamos o texto para o contexto da nossa realidade. A meditação tem como objetivo responder às perguntas: O que há de semelhante e diferente entre a situação do texto com a minha vida? Este texto que acabei de ler traz luz, esperança, novo alento para nós hoje? O que esse texto ilumina nos desafios que enfrentamos hoje?

- A contemplação também ajuda a entender o que Deus está querendo.