segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Papa pede que jovens sejam sábios, não "jovens de museu"

Em encontro com jovens nas Filipinas, Francisco pediu sabedoria e capacidade de aprender a chorar, amar e receber

Mesmo com chuva, cerca de 30 mil jovens foram se encontrar com o Papa em Manila, capital filipina
O encontro do Papa Francisco com os jovens em Manila, nas Filipinas, neste domingo, 18, foi marcado pela emoção. Uma das jovens que falou para o Papa não conseguiu conter as lágrimas. Tocado pelos testemunhos, Francisco abandonou o discurso preparado para falar o que lhe veio ao coração. Ele se desculpou por não ler o que estava preparado, mas justificou sua decisão: “A realidade que vocês apresentaram é superior a todas as respostas que eu tinha preparado””.

“Quando falo de maneira espontânea, faço isso em espanhol, porque não conheço a língua inglesa. Posso fazer isso? Muito obrigado!”, disse o Papa, acrescentando seu objetivo para o encontro: exprimir o amor e a esperança que a Igreja tem pelos jovens e encorajá-los a se dedicarem com paixão e honestidade para renovar a sociedade e contribuir na construção de um mundo melhor.

No encontro, três jovens que já foram moradores de rua apresentaram seus testemunhos ao Papa. Um deles era uma menina, que se emocionou, não conseguiu conter as lágrimas e foi consolada por Francisco. Ela perguntou ao Papa algo que, segundo o Pontífice, não tem resposta: por que as crianças sofrem?

Francisco destacou que as pessoas só conseguem entender alguma coisa quando o coração está pronto para interrogar a si mesmo e chorar. Ele falou da “compaixão” mundana, que consiste em, no máximo, dar uma moeda. “Se Cristo tivesse tido esse tipo de compaixão, seria simplesmente passado, teria curado três ou quatro pessoas e teria voltado ao Pai. Somente quanto Cristo foi capaz de chorar compreendeu o que acontecia nas nossas vidas”.
Francisco abraça menina que chorou ao dar seu testemunho no encontro de jovens em Manila 
No mundo de hoje falta essa capacidade de chorar, disse o Papa: “Algumas realidades da vida são vistas apenas com os olhos lavados pelas lágrimas”. Ele pediu que as pessoas aprendam a chorar, como a pequena jovem fez hoje, pois isso é necessário para um bom cristão.

Jovens sábios, não “jovens de museu”
A pergunta do outro jovem foi sobre o excesso de informação dos dias atuais. Não se trata de um mal, disse o Papa, mas há o perigo de acumular informação e não saber como utilizá-la. “Corremos o risco de nos transformarmos em jovens de museu, que têm tudo, mas não sabem o que fazer. Não precisamos de jovens “museu”, mas de jovens sábios”.

Para se tornar, sábio, porém, Francisco reconheceu que há o desafio do amor: é preciso aprender a amar. Ele enfatizou que é através do amor que toda a informação se torna fecunda e o Evangelho propõe três linguagens simples para isso: pensar, sentir e realizar. “As informações que recebemos devem chegar ao coração e se transformarem em algo concreto”.

Aprender a receber
Papa se uniu aos jovens para a apresentação de um canto final
O outro testemunho foi de um jovem que, junto a um grupo de amigos, criou um sistema de iluminação para ajudar os atingidos pelo tufão Yolanda. Francisco agradeceu por esse trabalho e destacou que, assim como é preciso dar, deve-se aprender a receber.

Como exemplo, ele citou os doutores da lei do tempo de Jesus, que davam as leis ao povo, ensinavam as pessoas, mas nunca permitiu que o povo desse alguma coisa a eles. Segundo o Papa, há muitos jovens assim, que sabem dar, mas não sabem receber.

“Não é fácil de compreender. Aprender a mendigar, aprender a receber da humildade daqueles que ajudamos. Aprender a ser evangelizados pelos pobres (…) Vocês que vivem dando sempre e acreditam não precisar de nada, sabem que também vocês são pobres? Sabem que estão na pobreza e que precisam ser evangelizados pelos pobres, pelos doentes, por aqueles que vocês ajudam? Isso é o que vos ajuda a amadurecer no vosso empenho e querer ajudar os outros”

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Confie em Deus na alegria e na dor

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo narrado por São Marcos.
Capítulo 1, versículos 29-39

O convite para o nosso coração é que nos abramos à fé a fim de que Jesus nos toque e nos cure. Quando passamos por situações difíceis em nossa vida, muitas vezes, nós nos esquecemos de tudo o que está à nossa volta, focamos apenas nos problemas pelos quais passamos e temos olhos somente para essa realidade. Diante dessa cegueira, também corremos o risco de nos esquecer de que Deus está sempre conosco e nunca nos abandona.

Quantos pensam “Deus se esqueceu de mim” ou “Deus não está comigo”, pensamentos que minam a nossa fé e nos levam a recorrer a tantas coisas e pessoas e a nos esquecer de Quem jamais nos abandona. A diferença entre aquele que crê em Deus e aquele que não é que o crente sofre, mas sabe que não está sozinho. Quem tem fé sabe que, não importa pelo que tem passado, o Senhor nunca o abandona.

O sofrimento tem a capacidade de nos fazer pessoas mais fortes. Deus, por amor, se encarnou para se aproximar de nós e atingir nosso coração. Não estamos sozinhos e, não importam as dificuldades pelas quais temos passado, sabemos que Aquele que nos ama está sempre ao nosso lado. Não mendiguemos amores terrenos, mas experimentemos o amor verdadeiro do Senhor por nós.

Jesus sofreu tudo como nós, menos o pecado. Nós nunca fomos crucificados, açoitados ou sofremos por pecados que nunca comentemos, porém, Cristo sofreu tudo isso por amor a cada um de nós. É por isso que Ele sabe a realidade que vivemos e nos diz: “Eu estou contigo”. O inimigo de Deus sabe que nos enfraquecemos quando deixamos de acreditar que o Senhor está ao nosso lado, por isso investe, com todas as suas armas, para que nosso coração se torne incrédulo.

Muitas vezes nos assemelhamos a “burros empacados”, pois só olhamos a realidade que está à nossa frente e não ao que está ao nosso lado. Jesus sabe as tentações pelas quais temos passado e quer socorrer o nosso coração. Que essa certeza não saia de dentro de nós!

Quantos se dizem “Igreja”, mas quando lhes sobrevém a tentação são piores do que muitas pessoas pagãs. O Senhor quer nos levantar de todas as situações difíceis que vivemos, assim como fez com a sogra de Pedro, por isso nos toma pela mão e nos coloca em pé. No entanto, para que isso aconteça é preciso que acreditemos n’Ele.

Não importa pelo que estamos passando, acreditemos no Deus de milagres que é capaz de realizar uma obra nova em nossa vida. Não nos fechemos em nossos problemas. O Senhor nos atrai para Si diante das nossas necessidades, pois Ele é misericordioso e digno de confiança. Deus quer nos colocar em pé, pois é o maior interessado em nossa felicidade; contudo, para que essa graça aconteça devemos nos deixar alcançar por Cristo.

Em meio a nossas dores e sofrimentos, talvez Deus tenha sido o primeiro a ser deixado de lado. Acheguemo-nos a Cristo e apresentemos a Ele as nossas dores. Quantos têm feito a sua “oração de reclamação” e se esquecido de louvar a Deus. Não O louvemos por nossos sofrimentos, mas sim por saber que Deus está conosco e nunca nos abandonará. Só temos a certeza de que não estamos sós quando damos um passo em direção Àquele que sempre nos acompanha. Muitas vezes o coração, por estar cheio de dor, não enxerga o seu Mestre. Ele é misericordioso e digno de confiança, mas só experimentaremos a presença do Senhor à medida que nos aproximarmos d’Ele.

O filho pródigo, certa hora, tomou a decisão de voltar, mas só ao ter coragem de voltar é que pôde experimentar o abraço do Pai. É tempo de voltarmos para os braços do Senhor, que nos consola e que veio para os enfermos e feridos. Deixemo-nos alcançar pelo Pai das Misericórdias. Mesmo diante da incompreensão de nossos sofrimentos, lancemo-nos aos pés da misericórdia do Senhor. Toquemos no Senhor e nos deixemos ser tocados por Ele. Não importam as situações que vivemos, deixemo-nos ser alcançados pelo Senhor.

Que as famílias não percam a capacidade de sonhar, diz Papa Francisco

No encontro com as famílias nas Filipinas, Santo Padre falou da importância da família sonhar e rezar unida


Que a família nunca perca a capacidade de sonhar. Esta foi uma das mensagens deixadas pelo Papa Francisco às famílias das Filipinas no encontro que teve com elas nesta sexta-feira, 16, em sua visita ao país. Falando várias vezes de improviso, em espanhol, Francisco também destacou a necessidade da família permanecer em Deus e rezar sempre unida.

O discurso do Papa se concentrou na figura de São José, que muitas vezes aparece nas escrituras repousando enquanto lhe é revelada em sonho a vontade de Deus. Francisco disse que não é possível uma família que não sonhe pois, sem essa capacidade, os filhos não crescem e o amor se perde.

“Por isso, recomendo a vocês que à noite, quando fizerem o exame de consciência, se coloquem essa pergunta: hoje sonhei com o futuro dos meus filhos? Sonhei com o amor do meu esposo, da minha esposa, sonhei com meus pais e avós que fizeram a história também? É tão importante sonhar. Primeiro de tudo sonhar em uma família. Não percam essa capacidade de sonhar”.

O Santo Padre observou que Deus também fala com o homem nos momentos de repouso, quando ele coloca de lado seus deveres e atividades diárias. A partir disso, o Papa pediu que as famílias considerem três aspectos, em especial: repousar no Senhor, levantar-se com Jesus e Maria e ser voz profética.

Francisco cumprimenta família que deu testemunho no encontro
“O repouso é essencial também para a nossa saúde espiritual, para podermos ouvir a voz de Deus e compreender aquilo que nos pede”. E para que cada cristão possa providenciar uma casa para Jesus, a exemplo da Sagrada Família, é preciso repousar em Deus, encontrar tempo para rezar, mesmo diante dos afazeres da vida cotidiana.

“Se não rezarmos, nunca conheceremos a coisa mais importante de todas: a vontade de Deus a nosso respeito. Além disso, durante toda a nossa atividade, na multiplicidade das nossas ocupações, conseguiremos verdadeiramente pouco sem a oração”.

Levantar e agir
Famílias rezam com o Papa em encontro nas Filipinas
Embora necessários, tais momentos de repouso não podem se prolongar por muito tempo, ressaltou o Papa. A exemplo de São José, após ouvir a voz de Deus, é preciso despertar e agir.

“A fé não nos tira do mundo, mas insere-nos mais profundamente nele. Na realidade, a cada um de nós cabe um papel especial na preparação da vinda do Reino de Deus ao nosso mundo. (…) Deus chama-nos a reconhecer os perigos que ameaçam as nossas próprias famílias e a protegê-las do mal.

Francisco mencionou ainda as várias pressões que a vida a família sofre hoje. “A família está ameaçada também pelos crescentes esforços de alguns em redefinir a própria instituição do matrimônio mediante o relativismo, a cultura do efêmero, a falta de abertura à vida”.

Nesse ponto, o Pontífice recordou o beato Paulo VI, que teve a coragem de de defender a abertura à vida na família. “Paulo VI era valente, era um bom pastor e alertou suas ovelhas sobre os lobos que as rondava. Que ele nos abençoe nesta tarde”. E acrescentou: “Toda a ameaça à família é uma ameaça à própria sociedade”.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Como ter fé e colocá-la em prática?

Muito pior do que a esterilidade física é a esterilidade espiritual de nossa fé

O milagre está a nossa disposição. Veja a história de Ana, mãe de Samuel:

Ana, cheia de amargura, em profusão de lágrimas, orou ao Senhor. Como ela se demorasse nas preces diante do Senhor, Eli observava o movimento de seus lábios. Ana apenas murmurava: seus lábios se moviam, mas não se ouvia sua voz. Eli julgou que ela estivesse embriagada. Por isso lhe disse: “Até quando estarás bêbada? Cura esse bebedeira!” Ana, porém, respondeu: “Não é isso, meu senhor! Sou apenas uma mulher muito infeliz; não bebi vinho nem bebida forte, mas derramarei a minha alma na presença do Senhor. Não consideres tua serva uma mulher perdida, pois foi por minha excessiva dor e aflição que falei até agora”. Eli então lhe disse: “Vai em paz, e que o Deus de Israel te conceda e o que lhe pediste” (1Sm 1,10-12-17).

Muito pior do que a esterilidade física é a esterilidade espiritual de nossa fé. O pecado, o mundo, o demônio conseguiram fazer de nós, homens e mulheres, estéreis na fé e na confiança em Deus.

É preciso, assim como Ana, derramar nosso coração diante do Senhor.
Infelizmente, somos homens e mulheres de pouca fé; quando gastamos apenas um pouco de energia para pedir, já nos cansamos e desanimamos. Dizemos que é impossível e “entregamos os pontos”. Rezamos um “pouquinho” e, com isso, achamos que rezamos muito. É como numa corrida: o corredor precisa ter força nas pernas não somente na descida; ele precisa continuar com firmeza e agilidade, no mesmo ritmo, também na subida. Vence aquele que não arrefece e conserva o ritmo até a chegada.

Todo cristão precisa de firmeza, pois o mundo se tornou um deserto de fé e amor.

Depois de Pentecostes, os apóstolos pregavam, e as pessoas se convertiam e recebiam o derramamento do Espírito Santo. O número de cristãos cresceu de tal forma que somente os apóstolos não eram em número suficiente para atendê-los. Surgiram os diáconos, dentre os quais Estêvão.

O ardor e a força da convicção de Estêvão eram tamanhos que abalaram as estruturas do sinédrio. Por causa disso, muitas pessoas tinham raiva dele. Condenaram-no e o martirizaram a pedradas, para que não pudesse mais falar. Saulo foi quem carregou o manto daqueles que o apedrejaram. A revanche de Deus foi muito maior: o que Estêvão não falou, Paulo falou e fez.

Ninguém pode nos calar diante de nosso testemunho. Nós, cristãos, precisamos reagir. Portanto, proclamemos que Jesus Cristo é o Senhor!

Os apóstolos também sofreram muitas perseguições. Depois de terem sido presos, Pedro, João e os demais apóstolos foram proibidos de pregar em nome de Jesus e realizar milagres. Ao voltar para a comunidade, no entanto, em vez de estarem temerosos e receosos, todos oravam.

“Agora, Senhor, olha as ameaças que fazem e concede que os teus servos anunciem corajosamente a tua palavra. Estende a mão para que se realizem curas, sinais e prodígios por meio do nome do teu santo servo Jesus” (At 4,29-30).

É assim que o Senhor prepara Seus valentes guerreiros. Ontem eram Pedro, João Estêvão e Paulo. Hoje, somos você e eu. O método é o mesmo: o Senhor põe diante de nós situações concretas nas quais precisamos pôr nossa fé em ação.

Não estranhe: se as situações são difíceis, é porque você precisa de um treinamento mais firme e de fé. Peça essa graça ao Senhor:

Senhor, eu preciso ser uma pessoa de fé, preciso crescer na oração e orar sem cessar, com fé diante do impossível, sabendo que nada é impossível para o Senhor e tudo é possível para aquele que crê. Preciso orar sabendo que tudo pode ser mudado pela oração. Senhor, preciso ser uma pessoa de oração, fé, convicção e determinação em Ti. Muda minha mente, meu coração, minhas atitudes de oração.

Renuncio a toda incredulidade e impiedade. Liberta-me pelo Seu Espírito; não posso e não quero permanecer estéril. Preciso desse milagre.

Pelo Seu Espírito Santo, renova-me, restaura-me. Que a fecundidade da oração volte a mim e que a esterilidade não permaneça na minha vida, Senhor. Amém!

Somos instrumentos para levar as pessoas até Deus

O Senhor escolheu a cidade de Carfanaum para viver a Sua vida pública, porque ali o Evangelho seria propagado rapidamente. Espalhou-se, então, a notícia que Ele estava em casa. O primeiro ensinamento que Cristo nos deixa é que para evangelizar é preciso criatividade.

Jesus estava na casa de Pedro, na cidade de Carfanuam, e sentia-se “em casa”, porque era bem acolhido por ele. Como o Senhor seria acolhido por nós em nossa casa? Se Ele em pessoa viesse nos visitar, com toda certeza arrumaríamos e prepararíamos nossa casa para bem acolhê-Lo. Porém, Cristo materializa-se nas pessoas, e quando nós as recebemos bem, acolhemos o próprio Deus em nosso lar. Apenas um simples sorriso é necessário para alegrar o dia de uma pessoa.

Quando sofremos uma decepção ou traição, acabamos cometendo votos íntimos – “nunca mais vou amar de novo”, “não confio mais em ninguém”… –, e isso paralisa a nossa vida.

Para a cura acontecer, precisamos nos abrir novamente à experiência com Deus, porque, muitas vezes, nos fechamos nas experiências negativas do passado. Jesus respeita a nossa liberdade e espera permissão para entrar em nosso coração, por isso somos nós que tomamos a decisão de o abrir ou não.

Ao tomarmos a decisão de levar as pessoas que amamos até Jesus, com certeza vão aparecer muitos obstáculos, porém não desistamos mediante os contratempos, não paremos na primeira dificuldade. O inimigo de Deus sempre colocará obstáculos para que não alcancemos a graça.

Quantos amigos, com “paralisia espiritual” nós precisamos levar até Deus? É certo que precisaremos da ajuda dos amigos para levar as pessoas até os caminhos do Senhor. É Ele quem faz o milagre acontecer, porém somos instrumentos para levar as pessoas até a Sua presença.

O paralítico foi curado pela fé dos amigos. Não pensemos “não vou insistir em levar essa pessoa para Deus, porque ela é incrédula”, mas tenhamos fé suficiente para que o milagre aconteça na vida das pessoas que amamos. Jesus se alegra em nos esperar e Sua alegria é maior quando vamos ao Seu encontro.

Diversas doenças físicas estão ligadas aos nossos pecados, e o que nos cura é a confissão. Quantas doenças físicas trazemos em nosso corpo, que são de cunho espiritual! Quantos passaram seu Natal e festa de Ano Novo fora de casa, porque não dialogam com seus familiares!

O perdão é um remédio para o nosso coração, ele é fruto da nossa intimidade com Deus. Se formos íntimos de Deus, os sofrimentos não conseguirão tirar nossa alegria. Porém se nos afastarmos do Pai, eles se transformarão em combustível para desanimarmos. Se não estivermos conseguindo amar as pessoas ao nosso lado, peçamos que o Senhor nos ensine a amar.

Quais são as paralisias espirituais que trazemos? Quais são os pecados que tem nos impedido de caminhar? Para que a cura aconteça em nós, precisamos nos esforçar. Aquele paralítico foi curado, teve de tomar a decisão de levantar e andar.

Hoje, Jesus nos ordena “levanta-te”. Tenhamos a coragem de sair de nossas situações de paralisia, levantemos e nos coloquemos a caminhar. E mais do que isso, não desistamos daqueles que amamos, porque Deus não desiste de nós. Pode ser que a cura demora a chegar, mas Deus é fiel e a graça há de acontecer. Confiemos!

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

O perdão é o melhor remédio para sarar nossas enfermidades

Temos um Pai que é amor, misericórdia infinita, que perdoa sempre

Todos nós temos dificuldades de perdoar nossos irmãos por não entendermos completamente o significado e a mensagem do Pai-Nosso. Temos um Pai que é amor, misericórdia infinita, que perdoa sempre. Como Seus filhos, herdamos essas mesmas características, portanto, somos também amor e perdão.

O perdão é o melhor remédio para sarar nossas enfermidades, pois, quando alimentamos sentimentos negativos, nos fechamos à graça de Deus e matamos a alegria que existe em nós, suscitadas pelo próprio Espírito Santo, que é fonte da nossa verdadeira alegria.

Os sentimentos negativos como ressentimento, mágoa, inveja, ciúme, rancor, vingança e ódio matam a alegria que o Espírito Santo faz forrar em nós. Daí, não é de se estranhar que nos falte alegria e que acabemos sucumbindo à tristeza, ao desânimo e à depressão. Ao mesmo tempo, se esses sentimentos permanecem em nós, eles fecham o canal da graça divina.

Numa cidadezinha do interior de nosso país, aconteceu um fato significativo. Certo dia, faltou água em toda a cidade: casas, escolas e postos médicos. Todas as torneiras estavam secas.

A equipe da prefeitura fez uma vistoria completa no encanamento e nada encontrou. Irritado, o próprio prefeito quis vistoriar, começando pelo lugar que ninguém havia ido: a caixa d’água.  
Todos ficaram admirados com o que encontraram: a caixa estava cheia, até transbordava.

A admiração, porém, transbordou igualmente quando, horrorizados, puderem ver a causa da falta d’água em toda a cidade: um enorme rato estava entalado no cano de saída da caixa d’água.

Os sentimentos negativos, que muitas vezes carregamos, assemelham-se àquele rato repugnante. Qualquer um deles pode tampar o canal da graça, impedindo-a de fluir em nossa vida.

Imagine só o que acontece quando cultivamos ratos desse tipo na nossa “caixa d’água”. É necessário libertar-se urgentemente de todos eles. É uma questão de vida!

De fato, se vós perdoardes aos outros as suas faltas, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. Mas, se vós não perdoardes aos outros, vosso Pai também não perdoará as vossas faltas (Mt 6,14-15).  

Os combatentes do Senhor precisam garantir o fluxo da “água”. Não permita que nada venha o impedir de receber a fonte de vida. Trata-se de uma questão de sobrevivência. Como podemos pedir perdão por nossos pecados se nos recusamos a perdoar os nossos irmãos?

A Palavra de Deus é clara: “Um ser humano guarda raiva contra outro: como poderá pedir a Deus a cura?” (Eclo 28,3).

Enquanto a lei dos pagãos é “olho por olho e dente por dente”, a lei que rege o céu é baseada no amor e no perdão. Ora, eu vos digo: amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem! Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus; pois ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos (Mt 5,44-45).

O pecado deixou em nós uma sede de vingança: “olho por olho”. Mas não podemos ceder à tentação. Quando somos feridos e ficamos ruminando o que aconteceu, acabamos nos revoltando e caímos na tentação. Por mais sofrido que tenha sido o episódio vivido, você precisa entregar a Jesus todos os sentimentos negativos, antes que você seja tomado pela ira e pela revolta.

Não podemos nos entregar aos sentimentos de vingança, ódio, ira, mágoa, ressentimento; precisamos resistir. Senão viramos marionetes nas mãos do inimigo, e ele acabará fazendo de nós aquilo que quiser.

As pessoas, em sua essência, não são más, porém, por causa do seu temperamento e dos acontecimentos de sua vida, acabam agredindo, mesmo sem a intenção de prejudicar. Como diz São Paulo: “Não faço o bem que quero, mas faço o mal que não quero. Ora, se faço aquilo que não quero, então já não sou eu que estou agindo, mas o pecado que habita em mim (Rm 7,19-20).

O Senhor nos chama a sermos misericordiosos assim como o Pai do Céu é misericordioso. Diante de misérias e fraquezas, como filhos de Deus, precisamos ser misericordiosos com todos os nossos irmãos. Por mais que eles tenham errado conosco, precisamos ser misericordiosos e perdoar, como Deus misericordioso nos perdoou.

Deus não nos obriga a perdoar, mas nos dá a graça de conseguir fazê-lo. O perdão é um presente do Senhor para nós. Ele também abre o caminho para a cura, porque cura e perdão caminham juntos. Quando nos abrimos ao perdão, somos restaurados por Deus e adquirimos uma alma nova. A alegria invade o nosso coração e toda tristeza é exorcizada do nosso interior

O cristão é um outro Cristo. Portanto, somos chamados a amar como Jesus amou, a perdoar como Jesus perdoou e a sofrer com Jesus sofreu. Precisamos pedir ao Senhor um coração manso e humilde, aberto ao amor e à reconciliação.

Peçamos esta graça:

Senhor, por amor do Teu nome e pela força do Teu Santo Espírito, abre as portas do meu coração para o amor e o perdão. Não posso alimentar no meu coração o desamor, o ódio, a raiva… Esses sentimentos matam a alma e o corpo.

Lava o meu coração com o Teu sangue e remove toda a lama que foi se acumulando ao longo do tempo, barrando a Tua graça em minha vida. Renova-me, Senhor, não quero ser igual; dá-me um novo coração, que ame, perdoe e compreenda, mesmo sem ser compreendido.

No Sri Lanka, Papa Francisco reitera respeito por outras religiões

Santo Padre destacou a importância do diálogo, lembrando que ninguém precisa abandonar sua identidade étnica ou religiosa para viver em harmonia com os irmãos


Na viagem ao Sri Lanka, o Papa Francisco participou nesta terça-feira, 13, de um encontro inter-religioso, que contou com a presença de representantes de comunidades budistas, hinduístas, muçulmanas e algumas confissões cristãs. O Santo Padre reiterou o respeito da Igreja católica por outras religiões, bem como o seu desejo de confirmar os esforços comuns em prol da harmonia e da paz.

O Santo Padre lembrou que essas grandes tradições religiosas no Sri Lanka partilham com a Igreja católica os desejos de sabedoria, verdade e santidade. Já no Concílio Vaticano II, mencionou o Pontífice, a Igreja declarou seu respeito por outras religiões. “Pela minha parte, desejo reafirmar o sincero respeito da Igreja por vós, vossas tradições e crenças”.

A Igreja quer cooperar com as outras religiões na busca por prosperidade para todos os srilanqueses, disse o Papa. Ele acredita que o diálogo é essencial para que as partes se conheçam e se respeitem, mas para que tal diálogo seja eficaz, as convicções são importantes.

“É certo que esse diálogo fará ressaltar como são diferentes as nossas crenças, tradições e práticas; mas, se formos honestos ao apresentar as nossas convicções, seremos capazes de ver mais claramente aquilo que temos em comum e abrir-se-ão novos caminhos para a mútua estima e cooperação e, seguramente, para a amizade”.

Lembrando o passado trágico do Sri Lanka, que sofreu por anos com conflitos civis, Francisco destacou que agora são necessários a cura e a unidade, não mais conflitos nem divisões. “Espero que a cooperação inter-religiosa e ecumênica prove que os homens e as mulheres não têm de esquecer a própria identidade, tanto étnica como religiosa, para viverem em harmonia com os seus irmãos e irmãs”.

Francisco também destacou que a reconciliação de todos os srilanqueses deve ser colocada no centro dos esforços para renovar a sociedade e não se deve permitir o uso da religião para atos de violência. “A bem da paz, não se deve permitir que se abuse das crenças para a causa da violência ou da guerra”.

Visita ao presidente
Antes do encontro com representantes religiosos, Francisco teve um encontro com o presidente do Sri Lanka, Maithripala Sirisena, no palácio presidencial.

Depois de assinar o Livro de Ouro, o Papa teve um diálogo privado com o presidente, conheceu seus familiares e realizou a tradicional troca de presentes.

Próximo passo
Com o encontro inter-religioso, Francisco concluiu seu primeiro dia de visita ao Sri Lanka. Nesta quarta-feira, 14, ele segue para um dos momentos mais esperados da viagem: a Santa Missa com a canonização do Beato José Vaz.