domingo, 28 de junho de 2015

Dia do Papa: Gestos que evangelizam

No início de uma noite chuvosa, que banhava toda a “Cidade Eterna”, a multidão ansiosa, que se encontrava congregada na Praça de São Pedro, viu brotar da chaminé, instalada no alta da Capela Sistina, a fumaça branca que anunciava a eleição do novo papa. Os gritos de alegria, se misturavam com o incontido desejo de saber, quem, entre os mais de cem cardeais eleitores, tinha sido escolhido como o sucessor de Pedro.

Depois de alguns minutos eis que o cardeal diácono aparece no balcão da renascentista basílica de São Pedro, para anunciar que já tínhamos um novo papa, cardeal Jorge Bergoglio, e que escolhia como nome, Francisco. Na hora do anúncio da eleição do novo papa, o tempo chuvoso, deu lugar a uma noite estrelada, já anunciando a chegada de um novo tempo, para a Igreja.

Depois de um longo tempo de espera eis que no balcão da Basílica de São Pedro, aparece o novo bispo de Roma, que na caridade é chamado a governar a Igreja, que se faz presente nos quatro cantos do mundo. De um modo muito simples, o cardeal de Buenos Aires, agora papa, dirige-se aos presentes a praça, os saudando com um fraterno boa noite.

Com esta saudação, Francisco começava a ganhar o coração daqueles que se encontravam naquele lugar, para escutar, as primeiras palavras do sucessor de Pedro. Logo em seguida, convidou a todos para uma oração pela vida e serviço do bispo emérito de Roma, Bento XVI, que estando fora do Vaticano, acompanhava com devoção este momento eclesial.

Ao dirigir as suas primeiras palavras, aos seus diocesanos e ao mundo através dos meios de comunicação, Francisco falou do início de um novo caminho, edificado em conjunto, isto é, o bispo caminhando com o seu povo, e o povo caminhando unido ao seu pastor. E antes de despedir a todos com a sua bênção, pediu que todos, por meio da oração pudessem abençoa-lo. A multidão respondeu ao seu pedido, com um grande silêncio orante, rompido depois de alguns minutos por um grande aplauso.


A partir daquela primeira aparição, três palavras passaram a marcar o pontificado do novo bispo de Roma: testemunho, encontro e diálogo. Com isto distâncias foram quebradas e uma nova esperança brotou nos corações dos homens e mulheres de boa vontade.

Reunido em um encontro com os jornalistas e indagado sobre o motivo da escolha do nome Francisco, não titubeou em responder: “desejo uma Igreja pobre e com os pobres”. Desde o início de seu ministério petrino, Francisco tem insistido sobre a necessidade da Igreja, em testemunhar o evangelho de Jesus Cristo, não apenas com palavras, mas sobretudo com os gestos.

E isto ele vem fazendo de um modo muito fraterno nas visitas pastorais, aos hospitais, as escolas e nas periferias das cidades, por ele já visitadas. Tem pedido veemente a Igreja, para armar a sua tenda, em meio, as periferias existênciais. O seu desejo é uma Igreja de saída, em diálogo com o mundo e não fechada em si mesma.
A fidelidade de Francisco ao anúncio do Evangelho da Alegria, o faz viver a experiência de encontros com muitas pessoas e situações. Desde a sua eleição o papa, que nasceu e viveu boa parte do seu ministério sacerdotal e episcopal na América Latina, vai ao encontro dos doentes, migrantes, mendigos, prisioneiros e os abraça, com o abraço misericordioso do Pai.

Mas como o Cristo andando de uma margem a outra para evangelizar, compartilhando dos sofrimentos das ovelhas a ele confiadas, não deixa de exigir no encontro com os grandes líderes políticos o respeito pelo ser humano, no ato do pensar os grandes projetos políticos e econômicos que norteam as ações dos governantes das nações.

A sua preocupação com o ser humano, o coloca em diálogo com os diversos seguimentos da sociedade, para discutir as questões pertinentes a vida do homem moderno. O seu modo simples e profundo de falar e se posicionar diante de questões morais, econômicas, políticas, religiosas entre outras, revelam a prudência do bom pastor, que deixa as 99 ovelhas do redil, para ir ao encontro daquela que se perdeu, agindo sempre com misericórdia.

No pouco tempo que se encontra à frente da barca de Pedro, o Papa Francisco vem promovendo importantes progressos na vida pastoral da Igreja. Com muita sutileza tem mostrado a Igreja, que a beleza de seus pronunciamentos sobre as questões referentes ao humano só tem sentido, quando estes vêm acompanhados por gestos que demostram o nosso respeito e cuidado com o ser humano, obra mais sublime do Criador.

São Pedro e São Paulo, permanecer e desdobrar

São Pedro e São Paulo são, como sabemos, dois santos importantíssimos para a Igreja de Jesus. O primeiro deles foi o primeiro papa, a rocha sobre a qual Cristo fundou a Igreja, e o outro ficou conhecido por seu ardor missionário, por levar o anúncio da Boa Nova aos gentios. Penso que essas duas figuras podem demonstrar um dinamismo fundamental para a vida de qualquer cristão, que é o que se pode chamar de dinamismo de permanência e desdobramento. O nome é um pouco confuso, mas imagino que vai ficar claro ao longo da reflexão, pelo exemplo dos dois apóstolos. O que é, então, o que ele significa?

Permanecer significa, de acordo com o dicionário Aurélio, “conservar-se ou persistir no mesmo estado ou qualidade sem mudança”, ou ainda, “demorar-se em alguma parte; ficar”. A rocha que é pesada e maciça, tende a ficar onde está. Precisa-se de alguma força para move-la de um lugar para outro e, se ela for pesada o suficiente, pode aguentar por muito tempo as intempéries, permanecendo essencialmente a mesma.

Por isso Jesus chama Pedro de rocha. Porque o fundamento da Igreja de Jesus não pode ser algo que mude com facilidade, deve ser algo fixo, imóvel. Lembremos, por sua vez, que o próprio Pedro, apesar de suas dificuldades pessoais, está fundamentado em Jesus. Na verdade, a rocha é o mesmo Cristo, como ele diz ao final do sermão da montanha no capítulo 7 de Mateus: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha” (Mt 7, 24). Pedro certamente edificou a sua casa sobre essa Rocha da Palavra de Deus.

A primeira parte desse dinamismo fala então dessa permanência em Jesus, necessária para que possamos ser verdadeiros cristãos. Essa permanência é ainda mais profunda se pensamos que Jesus é uma pessoa da Santíssima Trindade. Permanecer no amor de Jesus é ter o nosso fundamento em Deus uno e Trino. Não existe fundamento mais sólido que esse.

Mas o nosso ser quer mais do que permanecer. Ele quer crescer, se desdobrar em uma vida plena de sentido e feliz. Essa segunda parte do dinamismo faz referência a essa necessidade que experimentamos tão vivamente em nosso interior e São Paulo é um exemplo vivo de uma vida desdobrada. Com todas as suas viagens apostólicas, nas quais anunciava com ardor o Reino de Deus, nos mostra o fogo que ardia dentro dele e que precisava se espalhar pelo mundo. O fundador de uma comunidade religiosa uma vez disse: “A medida da grandeza da sua vida é a medida da causa a qual serves”. E qual causa é maior do que a causa de Deus? Que outra vida pode enchê-la mais de sentido? São Paulo experimentou isso de maneira muito forte e por isso se entregou tanto pelo Evangelho.

É importante notar que não existe desdobramento sem permanência, assim como não existe árvore sem a semente. Se São Paulo não estivesse em Cristo, a ponto de poder falar “Para mim o viver é Cristo”, nunca poderia ter sido quem foi. Por outro lado, vale ressaltar que São Pedro não foi apenas alguém que permaneceu, muito pelo contrário, amou tanto o Senhor que também terminou sua vida entregando-a por Jesus. Os dois santos que celebramos hoje, e poderíamos dizer que todos os santos da Igreja, são exemplos de um dinamismo de permanência e desdobramento desenvolvidos ao máximo de suas capacidades e possibilidades.

Enquanto celebramos a esses dois santos, pensemos como estamos em nossa própria vida cristã. O que posso crescer mais nesses tempos para me aproximar mais de Jesus? Preciso melhorar minha permanência nEle? Preciso fazer mais apostolado a partir desse encontro que tenho com Jesus? Seja como for, tenhamos a certeza que somente em Deus podemos ser felizes como foram São Pedro e São Paulo.

sábado, 27 de junho de 2015

Catequese: O que é o dom de cura?

Para a cura acontecer, é preciso ter fé e estar aberto à ação de Deus


O Espírito quer se manifestar em nós, que somos membros do Corpo de Cristo, para levar a cura àqueles que dela precisam. Geralmente, pensamos que a cura é algo extraordinário, mas não é. Para o povo cristão, a cura que vem de Jesus é algo normal, ordinário. O problema é a nossa fé que esfria.


Se o Senhor não tem realizado curas, milagres, prodígios e sinais no meio de Seu povo, é porque este não tem acreditado n’Ele. De nada adianta o médico receitar um bom remédio ao doente, se, ao chegar em casa, ele fizer o inverso do que foi indicado: é proibido beber, mas bebe; fumar, mas fuma; fazer esforço, mas pratica esportes; é proibido ficar no sereno, mas, além de desobedecer essa recomendação, toma chuva e se joga na piscina. É aconselhável que deite cedo, porém, fica até de madrugada fora de casa. O mesmo ocorre com o Senhor: Ele quer curar Seu povo, mas este, infelizmente, é rebelde e age contra Suas leis e mandamentos, perdendo-se pelos descaminhos da vida. Para sermos curados pelo Senhor e nos conservados em plenitude de saúde é importante andarmos nos Seus caminhos.

A maioria de nossas doenças são chamadas “psicossomáticas”. São consequências de preocupação, ansiedade, angústia, ressentimento, rancor, de nossos erros e de nossa vida desviada dos caminhos do Senhor; causam problemas de estômago, vesícula, rim, coluna, dor de cabeça, problemas respiratórios, pressão alta ou baixa.

O dom de cura e o dom da fé estão ligados. Por acreditarmos, oramos pelas pessoas como Jesus nos ordenou: “Em qualquer casa onde entrardes, dizei: Paz a esta casa! Se ali houver algum doente, orai por este doente. Recebestes de graça, de graça dai”. E o Senhor garante: “E a oração da fé salvará o enfermo. E o Senhor o levantará”.

Jesus não apenas mandou fazer, mas deu o exemplo. Os apóstolos presenciavam Jesus fazer o constantemente isso. Quando Ele chegou à casa de Pedro e viu que sua sogra estava doente, com uma febre altíssima, orou por ele com expectativa, e a cura aconteceu. Era assim constantemente, e os apóstolos aprenderam. Quando foram enviados dois a dois de volta, eles contaram as maravilhas que o Senhor realizara.

Façamos isso: orar pelas pessoas para que sejam curadas. Não esperemos unir uma plateia para começar. Comecemos em casa, pelas crianças, porque elas são muito sensíveis, não têm pecado nem barreiras. A cura acontece muito facilmente nelas. Cresceremos na fé, orando e vendo a cura se realizar. Acreditaremos ao perceber que o Senhor cura por meio de nós. Ele quer que acreditemos nisso. Não somos nós que vamos curar, uma vez que o próprio dom de curar as doenças vem do Espírito Santo. É o Espírito quem cura; somos apenas seus instrumentos.

Não tenhamos receio; vamos começar orando pelas crianças, em casa. Por que não rezar o marido pela mulher e a mulher pelo marido, para serem ambos curados? Dormem juntos, por que não rezar um pelo outro? Não é preciso se envergonhar. O casal deve rezar; assim, o Senhor fará maravilhas. Quando houver vizinhos doentes, devemos visitá-los. Quando as coisas são feitas com simplicidade, elas funcionam. Portanto, ore com simplicidade e expectativa.

Tudo se faz em oração. É ela que leva à cura. Baseado em São Paulo, Dom João Evangelista Martins Terra explica que “cada cura é um carisma especial”. Jesus, porque ama aquela pessoa, derrama o Seu Espírito sobre ela, dá um carisma especial, para que aquela pessoa seja curada.

Devemos agir de acordo com nossa fé. Ela será sempre do tamanho de um grão de mostarda. Mas, uma vez que Deus nos deu a fé, precisamos agir de acordo com ela. Devemos ir até Jesus, receber do Senhor o carisma e levá-lo a quem precisar. Façamos isso e asseguramos à pessoa doente que Ele quer curá-la.

Quando acreditamos, o impossível acontece. Não basta que eu acredite, por isso peço a Deus que todos acreditem e que lhes seja concedida a certeza de fé, para que todos ajam de acordo com ela, pois para Deus nada é impossível. O Senhor quer hoje que nós, por meio dos dons, dos carismas, sejamos os portadores da cura de Deus.


Oremos: “Obrigado, Senhor nosso Deus! Muito obrigado por tudo o que o Senhor faz, por tudo o que o realiza. Amém!

Monsenhor Jonas Abib

Ano da Paz: O papa é um mensageiro da paz!

A Igreja no Brasil vivencia e celebra em 2015 o Ano da Paz instituído pela CNBB


Para esse domingo (28) a solenidade de São Pedro e São Paulo coloca no centro das reflexões o ser Igreja de maneira decisiva e coerente. Na pessoa de Pedro, destaca-se o Pastor das Comunidades, aquele que é referência da fé para os irmãos e irmãs.

Na pessoa de Paulo, transparece o líder Missionário, que forma Comunidades e faz expandir a fé em todas as nações.

Nessa solenidade celebra-se o Dia do Papa, o portal A12.com conversou com o pároco da Paróquia São Pedro da Diocese de Taubaté (SP) padre Fábio Modesto que falou do papel do Papa na propagação da Paz.


“O Papa é muito importante para esse papel de propagação tanto em nível interno quanto externo. Como o nosso pastor ele tem como obrigação maior confortar essa nossa Igreja que vive em muitos conflitos internos e externo, os pecados que todos conhecem em termos internos que maculam a nossa Igreja e que tiram a nossa paz, ter uma pessoas em quem podemos confiar, figura forte que mostra boa intenção e capacidade de lidar com esses problemas nos proporciona paz em nível interno.”

Segundo padre Fábio, a posição do Papa é uma voz a ser considerada por todos os líderes mundiais.

“O Papa é uma voz a ser considerada por todos já que ele é um chefe de Estado, então num mundo em que a paz me parece um artigo de luxo é muito importante que haja uma voz que venha na contramão do que estamos vivendo, por exemplo, no Oriente Médio, no mundo Muçulmano, onde se matam pessoas que são nosso rebanho. É de interesse do Papa falar contra esse tipo de comportamento primeiro porque afeta quem é do rebanho dele, e segundo porque traz uma mentalidade que, para o mundo que estamos vivendo, já deveria ter sido superada, o Papa é um mensageiro da Paz”.

O Dia do Papa é relacionado ao Dia de São Pedro que segundo o padre Fábio pelo seu testemunho de conversão todos os cristãos também são chamados a anunciar a Boa Nova de Jesus.

“Podemos dizer que São Pedro foi um mensageiro da paz em Pentecostes e como aprendiz da paz, no final da sua vida, nos dá um testemunho muito interessante, pois aquilo que ele tentou impedir para o mestre, a morte na cruz, ele não se negou em receber, mas disse que não seria digno de ter o mesmo tratamento, pedindo que o crucificasse, mas de cabeça para baixo. Ou seja, hoje mesmo o medo batendo a porta da nossa vida, acho que Pedro aprende e por isso também nos ensina que nada justifica a guerra a ausência da paz.”, conclui.

Nossa Senhora, Mãe do Perpétuo Socorro

A história da devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é uma história da espiritualidade afetiva. Em cada símbolo, em cada acontecimento contemplamos a ternura de Maria que nos apresenta a grandeza do amor divino e ao mesmo tempo percebemos a resposta de Deus ao clamor suplicante do ser humano.

Segundo a tradição, o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é uma cópia feita no séc. XIV de outro ícone que era venerado no Oriente e que, segundo esta mesma tradição, o primeiro teria sido pintado por São Lucas (evangelista) e pertencia às primeiras comunidades cristãs.

Alguns historiadores acreditam que o primeiro quadro foi destruído na guerra de 1453, quando os turcos invadiram Constantinopla, mas a cópia do quadro (essa que temos até hoje) permaneceu protegida na ilha de Creta.

Esse quadro da Virgem Maria era muito venerado pela população devido aos grandiosos milagres que operava. Certo dia, porém, um rico comerciante, pensando no bom preço que poderia obter por ele, roubou-o e levou-o para Roma.

Durante a travessia do Mediterrâneo, diz a tradição, o navio que transportava a preciosa carga foi atingido por uma forte tempestade, que ameaçava submergi-lo. Os tripulantes, ignorando a presença da sagrada imagem, no auge do desespero recorreram à Virgem Maria e logo a tormenta amainou, permitindo que a embarcação ancorasse sã e salva em terras italianas.

Um pouco antes de morrer, o tal comerciante confiou o quadro a um amigo, para que o colocasse numa Igreja. Mas o amigo não cumpriu a promessa e permaneceu com o quadro em sua casa.

Anos depois, Nossa Senhora apareceu a uma menina pedindo que o quadro fosse levado para uma Igreja, situada entre as Basílicas de Santa Maria Maior e São João do Latrão.

O milagroso quadro foi então solenemente entronizado na capela de São Mateus, em Roma, confiada aos Agostinianos, no ano de 1499, e ali permaneceu recebendo a homenagem dos fiéis durante três séculos.

A presença do quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro fez com que a igreja de São Mateus se tornasse um pequeno centro de peregrinação. Centenas de pessoas de toda a cidade de Roma visitavam, com frequencia, aquela igreja e se detinham, em oração, diante do altar, onde apresentavam seus pedidos e seus agradecimentos.

Cercada pelo carinho dos fiéis, Nossa Senhora trazia para todos os seus visitantes as bênçãos de Deus. Mas, no ano 1798, aquele templo foi criminosamente destruído pelas tropas de Napoleão. Os religiosos foram dispersados e o quadro caiu no esquecimento.

Em meados do século XIX, o papa Pio IX chamou a Roma os padres Redentoristas, que se estabeleceram no antigo convento dos Agostinianos, local onde existira a igreja de São Mateus. Foi então que um dos religiosos encontrou documentos relativos a uma imagem da Virgem Maria, famosa pelos grandes milagres que realizava. Após muita procura o quadro foi encontrado na Igreja de Santa Maria em Posterula (Roma), por uma revelação especial de Nossa Senhora.

No ano de 1863, o Superior Geral dos Missionários Redentoristas, ao saber da história do quadro e do desejo de Nossa Senhora de ficar naquele local onde estava o nosso convento, pediu ao Papa Pio IX para colocá-lo na Igreja recentemente construída em honra do Santíssimo Redentor e dedicada a Santo Afonso.

Finalmente em 1866 o milagroso ícone foi conduzido triunfalmente ao seu atual santuário por ordem do Santo Padre, que recomendou aos missionários redentoristas: “Fazei que todo o mundo conheça o Perpétuo Socorro”.

De seu trono, na igreja de Santo Afonso, em Roma, onde o quadro está exposto à visitação dos fiéis, a devoção se irradiou por todo o planeta.

Hoje temos nossa fé centrada na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus gerado no seio puríssimo de Maria. Mas podemos enriquecer a nossa espiritualidade buscando conhecer melhor a pessoa de Maria Santíssima, pois foi através dela que se deu o início a essa belíssima história do amor de Deus que chamamos ‘mistério da Encarnação’.

Tudo começou por iniciativa de Deus. Quem tem maior amor sempre dá o primeiro passo para refazer uma aliança, recuperar uma amizade perdida. Deus toma a iniciativa para concretizar, na história, o que já vinha sendo anunciado pelos profetas. Mas, em sua sabedoria infinita, Deus deseja contar com pessoas que, na liberdade de coração, se disponham a empenhar a própria vida na missão que Ele lhes confiar. Deus chama, a resposta depende de cada pessoa, de acordo com o nível da sua confiança na providência divina.

Todas as representações de Nossa Senhora ajudam as pessoas a alimentarem a certeza da proximidade dessa mãe carinhosa que nos assegura a pertença à família de Deus e nos dá segurança e paz. De modo especial, quando contemplamos o quadro de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro percebemos que não há medo e nem sofrimento que possam tirar a segurança e a serenidade de quem confia plenamente em Deus. O olhar sereno de Maria inspira a nossa confiança. Seu olhar nos acompanha e traz serenidade ao nosso coração, pois esse olhar de amor revela a ternura de Deus que nos traz alento e consolação por maiores que sejam os desafios de nossa vida.

Bem ao centro do quadro contemplamos as mãos de Maria e de Jesus. O menino Jesus segura confiante na mão de sua mãe querida, enquanto que a mão de Maria, mesmo dando total segurança ao seu filho, permanece aberta. É nessa mão aberta de Maria que reside a nossa esperança, pois em algum momento de nossa vida pode ser que, junto com a mão de Jesus, será na mão de Maria que vamos colocar também a nossa mão, em busca do refúgio e da segurança que podem nos devolver a paz.

Pe. Vicente André

sexta-feira, 26 de junho de 2015

O mundo tem a cor que você pinta

Certa vez, um grande missionário entrou em uma cidade para evangelizar. Um dos habitantes aproximou-se dele e disse:

- Sr. padre, não há nada, exceto estupidez nesta cidade. Ninguém quer aprender nada. O sr. não vai conseguir convencer nenhum desses corações de pedra.

O missionário respondeu:

- Você tem razão.

Logo depois, outra pessoa que morava ali aproximou-se do missionário e disse, cheia de alegria:

- Sr. padre, o sr. está em uma cidade abençoada. O povo anseia receber a Palavra de Deus.

O missionário, com alegria, respondeu:

- Você tem razão.

Um companheiro do missionário disse-lhe em particular:

- Como pode isso? O sr. disse aos dois cidadãos que eles têm razão, sendo que as opiniões foram contrária!

O missionário respondeu:

- Cada um vê o mundo do jeito que espera que seja. Por que deveria eu refutar? O primeiro é pessimista e vê o mal. O segundo é otimista e vê o bem. Nenhum deles disse a verdade completa, mas apenas um aspecto dela. Isso sem perceberem.

Alegrai-vos! Cristo ressuscitou. O bem venceu o mal; a verdade venceu a mentira; O otimismo venceu o pessimismo; a vida venceu a morte!

“Maria me acompanha cada dia no cumprimento da minha missão de sucessor de Pedro” (S. João Paulo II)

Catequese: Como ler a Bíblia

O Concílio Vaticano II indica critérios para uma interpretação da Escritura conforme o Espírito que a inspirou


O documento do Concílio Vaticano II, Dei Verbum, orienta como a Bíblia deve ser lida. “Deus, na Sagrada Escritura, falou por meio de homens e de modo humano: deve o interprete da Sagrada Escritura, para bem entender o que Deus nos quis transmitir, investigar atentamente o que foi que os hagiógrafos, de fato, quiseram dar a entender e, por suas palavras, aprouve a Deus manifestar.

Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem-se levar em conta, entre outras coisas, também os “gêneros literários”, pois a verdade é apresentada e expressa de maneira bem diferentes nos textos, de um modo ou outro históricos, proféticos ou poéticos, bem como em outras modalidades de expressão. Ora, é preciso que o intérprete pesquise o sentido que, em determinadas circunstâncias, o hagiógrafo, conforme a situação de seu tempo e de sua cultura, quis exprimir e exprimiu por meio de gêneros literários então em uso. Pois, para corretamente entender aquilo que o autor sacro haja intencionado afirmar por escrito, é necessário levar devidamente em conta tanto as nossas maneiras comuns e espontâneas de pensar, falar e contar, as quais já eram correntes no tempo do hagiógrafo, como a que costumavam empregar-se no intercâmbio humano daquelas eras.

Mas como a Sagrada Escritura deve ser também lida e interpretada naquele mesmo Espírito em que foi escrita, para bem captar os sentidos dos textos sagrados, deve-se atender com não menor diligência ao conteúdo e à unidade de toda a Escritura, levada em conta a Tradição viva da Igreja toda e a analogia da fé. Cabe aos exegetas trabalhar esforçadamente dentro dessas diretrizes para mais aprofundadamente entender e expor o sentido da Sagrada Escritura, a fim de que, por seu trabalho de certo modo amadureça o julgamento da Igreja. Pois tudo o que concerne à maneira de interpretar a Escritura, está sujeito, em última instância, ao juízo da Igreja, que exerce o mandato e o ministério divino de guardar e interpretar a Palavra de Deus”(n.12).

Devemos compreender que a Bíblia é a Palavra de Deus escrita para os homens e pelos homens; logo, ela apresenta duas faces: a divina e a humana. Logo, para poder interpretá-la bem é necessário o reconhecimento da sua face humana, para depois, compreender a sua mensagem divina.

Não se pode interpretar a Sagrada Escritura só em nome da “mística”, pois, muitas vezes, podemos ser levados por ideias religiosas pré-concebidas, ou mesmo podemos cair no subjetivismo. Por outro lado, não se pode querer usar apenas os critérios científicos (linguística, arqueologia, história…); é necessário, após o exame científico do texto, buscar o sentido teológico.

A Bíblia não é um livro caído do céu, ela não foi ditada mecanicamente por Deus e escrita pelo autor bíblico (=hagiógrafo), mas é um livro que passou pela mente de judeus e gregos, numa faixa de tempo que vai do séc. XIV a.C. ao século I d.C. Por causa disso, é necessário usar uma tradução feita a partir de originais e com seguros critérios científicos.

Os escritos bíblicos foram inspirados a certos homens, isto é, o Espírito Santo iluminou a mente do hagiógrafo a fim de que ele, com sua cultura religiosa e profana, pudesse transmitir uma mensagem fiel à vontade de Deus. A Bíblia é, portanto, um livro humano-divino, todo de Deus e todo do homem, ela transmite o pensamento de Deus, mas de forma humana. É como o Verbo encarnado, Deus e homem verdadeiro. É importante dizer que a inspiração bíblica é estritamente religiosa, isto é, não devemos querer buscar verdades científicas na Bíblia, mas verdades religiosas, que ultrapassam a razão humana: o plano da salvação do mundo, a sua criação, o sentido do homem, do trabalho, da vida, da morte etc.

Não há oposição entre a Bíblia e as ciências naturais; ao contrário, os exegetas (estudiosos da Bíblia) usam das línguas antigas, da história, da arqueologia e outras ciências para poder compreender melhor o que os autores sagrados quiseram nos transmitir.

Mas é preciso ficar claro que a revelação de Deus através da Bíblia não tem uma garantia científica de tudo o que nela está escrito. É inútil pedir à Bíblia uma explicação dos seis dias da criação, ou da maneira como podiam falar os animais, como no caso da jumenta de Balaão. Esses fatos não são revelações, mas tradições que o autor sagrado usou para se expressar.

A própria história contida na Bíblia não deve ser tomada como científica. O que importa é a “verdade religiosa” que Deus quis revelar, e que, às vezes, é apresentada embutida em uma parábola, ou outra figura de linguagem.


O Concilio Vaticano II indica três critérios para uma interpretação da Escritura conforme o Espírito que a inspirou:

1. Prestar muita atenção “ao conteúdo e à unidade da Escritura inteira”. Por mais diferentes que sejam os livros que a compõem, a Escritura é una em razão da unidade do projeto de Deus, do qual Cristo Jesus é o centro e o coração, aberto depois de Sua Páscoa.

2. Ler a Escritura dentro “da Tradição viva da Igreja inteira”. Como ensinaram os padres da Igreja, “a Sagrada Escritura está escrita mais no coração da Igreja do que nos instrumentos materiais”. Com efeito, a Igreja leva em sua Tradição a memória viva da Palavra de Deus, e é o Espírito Santo quem lhe dá a interpretação espiritual da Escritura.

3. Estar atento à “anagogia da fé”, isto é, à coesão das verdades da fé entre si e no projeto total da Revelação.


Felipe Aquino

Cristãos devem estender a mão aos marginalizados, diz Papa

Na Missa, Papa destacou o valor da proximidade aos marginalizados; muitas vezes, cristãos devem “sujar” as mãos para ajudá-los, a exemplo de Jesus

O Papa Francisco voltou a defender, nesta sexta-feira, 26, a proximidade aos mais necessitados como um aspecto fundamental da comunidade cristã. Na Missa, ele destacou que o bem se faz “sujando” as mãos, ou seja, os cristãos devem se aproximar e estender as mãos àqueles que a sociedade tende a excluir.

Aproximando-se dos excluídos do seu tempo, Jesus “sujou” as mãos tocando os leprosos. E, assim, ensinou à Igreja que não se pode fazer comunidade sem proximidade. As reflexões do Papa surgiram a partir do Evangelho do dia, que retrata a cura de um leproso.

O milagre, notou o Papa, aconteceu sob os olhos dos doutores da lei, que consideravam o leproso impuro. Naquela época, a lepra era uma condenação perpétua; curar um leproso era tão difícil como ressuscitar um morto. Por isso os leprosos eram marginalizados, mas Jesus estendeu a mão ao excluído e demonstrou o valor fundamental da palavra “proximidade”.

“Não se pode fazer comunidade sem proximidade. Não se pode fazer a paz sem proximidade. Não se pode fazer o bem sem se aproximar. Jesus poderia muito bem ter dito: ‘Sê purificado!’. Mas não: aproximou-se e o tocou. E mais! No momento em que Ele tocou o impuro, tornou-se também Ele impuro. E esse é o mistério de Cristo: toma para si as nossas sujeiras, as nossas impurezas.”

O trecho do Evangelho registra também o convite que Jesus fez ao leproso curado: que se apresentasse ao sacerdote para que fosse novamente incluído na sociedade. Além da proximidade, também é importante para Jesus a inclusão.

“Tantas vezes penso que seja, não digo impossível, mas muito difícil fazer o bem sem sujar as mãos. E Jesus se sujou. Proximidade. E depois vai além. (…) Quem estava excluído da vida social, Jesus inclui: inclui na Igreja, inclui na sociedade… Ele jamais marginaliza alguém, jamais. Marginaliza a si mesmo para incluir os marginalizados, para nos incluir, pecadores, marginalizados, com a sua vida”.

Proximidade é estender a mão
O Papa ressaltou a admiração que Jesus suscita com as suas afirmações e os seus gestos. “Quantas pessoas seguiram Jesus naquele momento e seguem Jesus na história porque ficam impressionadas pelo modo como fala”

“Quantas pessoas olham de longe e não entendem, não lhes interessa… Quantas pessoas olham de longe, mas com o coração mau, para testar Jesus, para criticá-lo, para condená-lo… E quantas pessoas olham de longe porque não têm a coragem que ele teve de se aproximar, mas têm tanta vontade de fazê-lo! E naquele caso, Jesus estendeu a mão, antes. No seu ser estendeu a mão a todos, fazendo-se um de nós, como nós: pecador como nós, mas sem pecado, mas sujo dos nossos pecados. E esta é a proximidade cristã”.

“Proximidade” é uma bela palavra, concluiu Francisco, convidando os fiéis a um exame de consciência: “Eu sei aproximar-me? Tenho ânimo, força, coragem de tocar os marginalizados?”. Essas são perguntas, disse, que dizem respeito também à Igreja, às paróquias, às comunidades, aos consagrados, aos bispos, aos padres, a todos.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

A barca da Igreja nunca foi vencida pelas ondas ameaçadoras

Domingo! Dia em que a comunidade e cada um de nós - reunidos na fé- temos chance de repor as energias espirituais. Talvez um tanto abaladas expostas à mentalidade egoísta e corrupta que nos rodeia e de algum modo nos contamina. Aos domingos celebrando a força da ressurreição de Jesus acalenta-nos a confiança na vitória de seu poder. O esquema do mundo moderno, competitivo e massificante, cria problemas para a nossa fé. Dificulta a vivência religiosa. Mancha o comportamento ético cristão em projetos, negócios e relações. Aí chega o domingo e renova os apelos do Evangelho. Na missa, no culto, na oração, na reflexão da Palavra de Deus recuperamos a identidade com Jesus. A Eucaristia participada com vivo interesse estreita entre nós laços da caridade, refaz a solidariedade. A mesa eucarística do altar é um porto feliz, aconchegante e acolhedor onde nos refugiamos. Ficam para trás as ondas tempestuosas da semana: os perigos, tentações e armadilhas da sociedade consumista. Aportamos com Jesus. Ele está no barco de nossa vida e sua paz volta conosco para casa.

É comum aludir às “tempestades da vida”. É como se navegássemos num mar revolto ou estivéssemos sujeitos a forças incontroláveis aqui e ali. A linguagem é poética, mas a realidade não o é. Marcos escreveu sobre uma tempestade enfrentada pelos discípulos com Jesus. Mas, não é literatura. É a narrativa de um milagre do Mestre que a tradição das comunidades cristãs conservou desde o tempo dos apóstolos. E que retrata uma experiência comum em tempos difíceis. Leia: Marcos, 4, 35-41.

Este episódio está inspirado em passagens bíblicas do A.T. Principalmente no livro de Jonas. Na Bíblia, aliás, o mar revolto é símbolo do caos, da ameaça, do perigo eminente onde só Deus com seu poder restabelece a ordem e a segurança. Ora, Jesus é apresentado com o poder de Deus. Isso era muito consolador para os primeiros cristãos viverem a fé. Não lhes era fácil conviver em meio à gente pagã e a costumes imorais. Em muitas situações podiam se comparar aos apóstolos temerosos do naufrágio naquela barca joguete das ondas agitadas, enquanto “Jesus dormia tranquilo recostado sobre um travesseiro”.

Reler a narrativa ajudava a comunidade cristã a compreender seu relacionamento com Jesus. É uma narrativa recheada de simbolismos. A barca onde Jesus descansa enquanto seus discípulos remam com esforço, simboliza a própria Igreja. O sono tranquilo de Jesus paralelo à preocupação deles é símbolo da sua confiança total no Pai. Apavorados com o naufrágio iminente os apóstolos recorrem: “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” Esta cobrança simboliza a falta de fé em Jesus. Eles ainda não conheciam aquele que pensavam seguir. É preciso conhecê-lo a fundo para segui-lo! Por isso, Jesus lhes devolve a cobrança ao serenar a tempestade: “Ainda não tendes fé?”.

E nós hoje? Também temos medo. Não confiamos. Impressiona-nos a rejeição ao trabalho da Igreja e ao seu ensino. Criticada e incompreendida até nas denúncias contra as injustiças e desigualdades sociais. A crise é assustadora. Por todos os lados: corrupção moral, política, ambição de poder, desrespeito à vida. Por todos os cantos do País: miséria, fome, doença, descaso com a saúde pública, exploração, violências. E quanto mais dinheiro e poder concentrados em mãos poderosas (e ágeis...) tanto maior a impunidade beneficiando agentes inescrupulosos. Altos cargos públicos na Câmara, Senado, Tribunais superiores do País, dão guarida a interesses pessoais como salários extras; privilégios, mordomias, emprego de assessores e parentes etc. Se o domingo celebrado na Igreja é ‘porto na tempestade’ “acordemo-nos” de nossa omissão na vivência da comunidade. Refugiemo-nos nela. Não nos abata o desânimo nem o medo. Sejamos perseverantes.

Seguindo o exemplo de MariaNão é gratuito pensar que Nossa Senhora agasalhou Jesus como um barco em meio às tempestades. Pensemos no próprio anúncio da Encarnação quando a Virgem “perturbou-se” com um futuro que lhe parecia tão incerto. E depois acolhe o “filho do Altíssimo” com o “sim” da fé na Palavra. Pensemos no nascimento na gruta e na fuga para o Egito. Nesses episódios bíblicos, a mãe viveu a angústia humana e ao mesmo tempo depositou total confiança no agir de Deus. Ao longo da vida familiar em Nazaré e do ministério público de Jesus, a Mãe foi mãe: preocupada com o que acontecia e com o que diziam de Jesus. (Marcos, 3,31). Atravessou com Ele as águas revoltas da incompreensão do povo e da rejeição das autoridades. Com toda razão uma das antigas invocações marianas a invoca: Estrela do mar rogai por nós! Olha para a estrela e invoca Maria! (São Bernardo de Claraval).

terça-feira, 9 de junho de 2015

O segredo para vivermos da Divina Providência

No mundo em que estamos, pode parecer difícil viver da Divina Providência, mas o Senhor nos mostra o segredo para viver assim

Não vos preocupeis com coisa alguma, mas, em toda ocasião, apresentai a Deus os vossos pedidos, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças. E a paz de Deus, que supera todo entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos no Cristo Jesus”. (Fl 4,6-7).

Nós sempre teremos necessidades? Sim, e elas podem ser muito grandes; talvez problemas insolúveis. O Senhor não está dizendo que não teremos problemas; ao contrário, Ele nos dá o segredo para enfrentar as dificuldades: “Manifestai a Deus as vossas necessidades por meio de orações, súplicas e ação de graças”. Aí está o segredo: manifestar seus problemas para o Senhor, contar para Ele as suas necessidades, a fim de que tenha a maravilhosa intercessão de Nossa Senhora.

Quando Luzia Santiago [cofundadora da Canção Nova] foi à primeira vez a Medugorje, trouxe uma palavra: Nossa Senhora, em Medugorje, recomendou muito e pediu que as quintas-feiras fossem consagradas à adoração ao Santíssimo, e que lessem essa passagem do Evangelho de São Mateus 6,24, a qual garante que o Senhor proverá em todas as nossas necessidades.

“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e à riqueza. Portanto, eis que vos digo: não vos preocupeis por vossa vida, pelo que comereis, nem por vosso corpo, pelo que vestireis. A vida não é mais do que o alimento e o corpo não é mais que as vestes?”.
Em outras palavras, a sua cabeça e o seu coração não podem estar em Deus e no dinheiro; nem mesmo suas preocupações e seus projetos, porque se você os colocar em bens materiais, vai acabar adorando o “deus do dinheiro”. Talvez você pense: “Eu tenho que conquistar o dinheiro!”. O Senhor diz, em todo o Antigo Testamento, que se Ele não guardar a casa, em vão os guardas vigiarão. No Novo Testamento, fala-se muito da providência. Não sou eu, monsenhor Jonas Abib, falando, é o próprio Jesus: “O meu Deus suprirá todas as necessidades de vocês, de acordo com as suas gloriosas riquezas em Cristo Jesus” (Filipenses 4,19).

Maria também nos ensina a confiar na Divina Providência, pois ela é canal para que isso aconteça. Nós não podemos ter vergonha de rezar com Nossa Senhora. Precisamos conversar com ela, como conversamos com outras pessoas; ela é a Mãe; nós apenas não a vemos.

Maria é a onipotência suplicante, como diz São Bernado. Quer dizer que tudo o que ela pede o Filho atende. Conversando com ela, você conversa com o Senhor, como aconteceu nas bodas de Caná.

Seja qual a situação que você esteja vivendo, fale de coração aberto com Nossa Senhora e manifeste a ela suas necessidades. Neste tempo de violência, precisamos da presença de Deus, e Ele coloca a Mãe ao nosso lado.

É isso que Nossa Senhora poderia falar: “O meu Deus proverá esplendidamente em Cristo Jesus, em todas as nossas necessidades” (Filipenses 4,19). São Paulo, quando escreveu essa carta, ficou com o coração cheio de alegria. Por isso, confie, confie! Aprenda a confiar em Deus e na Sua Divina Providência! Seja como a criança nos braços da mãe.

Transcrição e adaptação: Jakeline Megda D’Onofrio / Pregação ‘Deus proverá’, de monsenhor Jonas Abib, em 13 de dezembro de 2002.