quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Qual a diferença entre o Dízimo e a oferta na Missa?

A Igreja nos convida a sermos dizimistas e todos somos chamados a fazer doação. Mas muitos se perguntam: se eu já sou dizimista ou se a Igreja Católica pede o dízimo, porque ainda recolher aquela doação no momento da apresentação das Ofertas na Missa?

Acontece que o Dízimo é uma contribuição comprometida com sua comunidade que precisa ser feita periodicamente, normalmente, uma vez ao mês, conforme as condições de cada fiel. É um exercício de doação e partilha em que o cristão se mostra disponível a cuidar das dimensões religiosa, social e missionária.

Já a Oferta é algo que se dá além do dízimo, é uma entrega sem compromisso que podemos fazer em qualquer igreja, sem necessariamente ter uma periodicidade. Além da contribuição financeira, ela também pode ser feita por meio de doação de alimentos, materiais, roupas, entre outras coisas. É uma doação a mais que podemos fazer espontaneamente para auxiliar determinada igreja e até mesmo os irmãos mais necessitados que frequentam a comunidade.

Mas por que a coleta é feita durante a Missa?

O ofertório é o momento propício em que os fiéis podem demonstrar sua participação e seu comprometimento, pois apresentam os frutos de seu trabalho. Antigamente, o próprio povo levava o pão e o vinho de suas casas. Hoje, uma das maneiras de apresentar os frutos de nosso trabalho é essa oferta em dinheiro. Desta maneira, temos a oportunidade de unir nossa oferta, nosso sacrifício à oferta e sacrifício de Jesus que nos dá seu corpo e sangue.

Jovens de Maria - A12.com

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Veja dicas para conhecer melhor a Bíblia

Desde 1971, todos os anos no mês de setembro há um esforço católico em conjunto nas dioceses e paróquias para homenagear e conhecer mais a Bíblia. Grupos se organizam e se mobilizam nas mais diversas áreas: liturgia, estudos bíblicos, comunicação etc. O mês é encerrado com o Dia da Bíblia, 30 de setembro, dia de São Jerônimo, modelo exemplar de estudo e amor a Sagrada Escritura”. Em nossa Paróquia, acontece no último domingo do mês a Procissão da Bíblia, que reúne todas as comunidades paroquiais. 

Este ano de 2017 a Igreja mostra o tema: "Para que n'Ele nossos povos tenham vida" (Primeira Carta aos Tessalonicenses) e o lema: "Anunciar o Evangelho e doar a própria vida" (cf. 1Ts 2,8).

Veja aqui dicas importantes que o Jornal Santuário preparou para você conhecer melhor a Bíblia.

1. O que é a Bíblia?
Na explicação do missionário redentorista, Padre Domingos Sávio, a Bíblia é Palavra de Deus para nós. “Na segunda carta de São Paulo à Timóteo, capítulos 15 a 17, podemos ver que as escrituras têm o poder de comunicar a sabedoria que conduz a Salvação pela fé no Cristo Jesus. Toda escritura é inspirada por Deus e é útil para argumentar, ensinar, para corrigir, para educar conforme a justiça. Deus em Jesus nos ensinou sobre a sua vida e, então, é na bíblia que temos de buscar Deus, como Ele vive e como Deus quer que nós vivamos e qual proposta de vida tem para nós”, explica.

2. E por que ler a Bíblia?
O biblista Francisco Orofino responde que é importante ler porque a Bíblia é a Palavra de Deus para nós. “Esta é a Palavra, que ressoa na história do Povo de Deus ao longo do tempo, e que foi sendo fixada por escrito. A Bíblia é a biblioteca da Revelação divina, ou seja, ela preserva todo esforço de Deus em se comunicar conosco. Apesar desta antiguidade, a Bíblia, para nós católicos, aparece como uma novidade surpreendente: também hoje Deus quer se comunicar conosco. As comunidades estão descobrindo nela a vontade de Deus para nós, querendo nossa felicidade, nossa libertação, nossa redenção.”

O missionário redentorista, Padre Antônio Clayton de Sant’Anna, afirma que a Bíblia é também o livro da vida. A vida humana conhece e experimenta o sofrimento, a provação, a tentação. A Palavra de Deus é anunciada, é “ingerida” e vivida nas alegrias e dores do viver. “Precisamos aprender não só a ler, mas também a iluminar as angústias, aflições e desânimos da fraqueza humana. Em todos os livros bíblicos aparece o clamor suplicante do justo perseguido levantando o olhar para Deus em busca de socorro. Acolhida, a Palavra explica, refaz, e gera continuamente caminhos novos na vida. Os Evangelhos mencionam essa experiência inclusive na vida de Jesus, dos seus apóstolos e primeiras comunidades cristãs.”

Já a mestre em filosofia da religião, Ana Alice Matiello, diz que ler a Bíblia significa tornar-se consciente da história humana, especificamente do povo semítico, em sua relação particular com Deus. Por isso, ler a Bíblia é importante para conhecer os relatos reais e possíveis da formação da identidade de um povo e da sua transmissão na identidade da nova aliança em Cristo. “Nas narrativas da Bíblia estão configuradas as mais intensificadas realidades e potencialidades da vida humana em seus dramas históricos junto à intervenção de Deus”, conta.

3. O que são os Evangelhos no conjunto de toda a Bíblia?
Toda a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse é a Palavra de Deus, mas segundo padre Domingos Sávio, os Evangelhos são o ponto mais importante dentro da Palavra de Deus, pois nos traz Jesus. “Ele, Jesus é a palavra, a última Palavra que Deus gostaria de dizer, aquela que Deus tinha o mais profundo dele mesmo, em vez de mandar Isaias falar o queria dizer ao povo, Deus, o Pai, manda Jesus que é a Palavra encarnada de Deus. O que Deus quer dizer para nós, ele nos diz em Jesus.”

Ele também destaca que tudo que vem antes do Evangelho é preparação para Jesus e tudo que vem depois é para ajudar a viver o auge que é Jesus.

Francisco Orofino reforça que os quatro Evangelhos são fundamentais para conhecermos os gestos e as palavras de Jesus, bem como sua Paixão, Morte e Ressurreição. Mas todo o Novo Testamento quer mostrar como Jesus aponta um caminho seguro para se chegar ao convívio com Deus.

4. Dicas para ler bem
A leitura bem-feita ajuda o leitor a analisar o texto e a situá-lo em seu contexto de origem. Veja dicas importantes.

- Aproxime-se do texto através de perguntas bem simples: Quem escreve o texto? Onde? Por quê? Quando? Para quem escreve?

- Analise a situação histórica em dimensões como: econômica, social, política, ideológica, afetiva, antropológica e outras. Trata-se de descobrir os conflitos que estão na origem do texto para, assim, perceber melhor a encarnação da Palavra de Deus na realidade conflitava da história humana, tanto deles como na nossa.

- Descubra qual imagem de Deus aparece e o que Ele tinha a dizer ao povo naquela situação histórica; o que Ele significava e como Ele se revelava; como o povo assumia e celebrava a Palavra do Senhor. Resumindo: ler o texto dentro do contexto para não se ter pretexto para manipular o texto. O método é apenas uma ferramenta para facilitar a leitura da Bíblia.

- Siga os passos propostos, pois ajuda a pessoa a não se perder no caminho. No entanto, com o tempo, por meio do estudo e da convivência com o povo, cada um vai encontrando o seu próprio jeito de estudar e saborear um texto bíblico.

- A busca da mensagem do texto para a época em que foi escrito é importante, mas essa mensagem só estará completa quando interpretamos e atualizamos o texto para o contexto da nossa realidade. A meditação tem como objetivo responder às perguntas: O que há de semelhante e diferente entre a situação do texto com a minha vida? Este texto que acabei de ler traz luz, esperança, novo alento para nós hoje? O que esse texto ilumina nos desafios que enfrentamos hoje?

- A contemplação também ajuda a entender o que Deus está querendo.