terça-feira, 31 de julho de 2018

No amor, Deus encontrou um jeito de assemelhar nosso coração ao d'Ele

Você deixa qualquer pessoa entrar no seu coração?

Abrir uma janela para receber um pouco de luz ou para dar uma “olhadinha” no tempo lá fora é coisa muito comum, principalmente, quando temos o privilégio de estar em uma casa de campo ou na praia. Porém, esse gesto cria ainda mais vida, quando nos dispomos a acolher toda riqueza que ele traz. Aliás, parece-me que é sempre assim. Os gestos têm a importância que lhe damos. Falando da alma, podemos trocar a expressão casa por coração, e teremos, diante de nós, um misterioso cenário a ser desvendado.

O fato é que, ao abrirmos a porta e deixarmos alguém entrar, damos a este visitante o direito de conhecer o interior de nossa casa, apreciar suas riquezas, mas também lhes damos o direito de conhecer as coisas que, talvez, por “falta de tempo”, estejam fora do lugar. Com nosso interior não é diferente.

O ser humano tem sede de amar e ser amado
Assim como temos o direito de decidir quem entra em nossa casa, decidimos também quem entra em nosso coração, e que tipo de tratamento daremos àquele que chega. Claro que existem exceções, onde o visitante invade sem bater à porta e, diga-se de passagem, às vezes, é bom que seja assim. É um gesto de muita coragem entrar, mesmo quando encontra a porta entreaberta ou fechada.

Há quem feche as portas e janelas de seu interior a “sete chaves” e decida-se por não permitir a entrada de mais ninguém. Geralmente, decisões assim são baseadas em decepções, frustrações e até feridas causadas na alma por alguém que entrou e não se comportou direito.

As experiências comprovam que essa não é a melhor escolha, cada um tem suas riquezas a oferecer, e nunca se é tão sábio e poderoso que não precise de ajuda. Criado por amor e para amar, o ser humano tem sede de amar e ser amado. Aí está a essência do seu existir, a força motora que o leva a ser e agir de maneira harmoniosa, acolhedora e feliz.

Amar é correr riscos
O Amor é que faz com que o tempo seja precioso, dá brilho diferente às cores, é o jeito criativo que Deus achou para assemelhar o nosso coração ao d’Ele.

Amar é um risco que precisamos correr, todos os dias, se desejarmos viver intensamente.

Abrir as portas e as janelas da alma é um desafio necessário se quisermos contemplar as maravilhas que estão lá fora e até sermos aquecidos pelos raios do sol do amor que vem ao nosso encontro.

A brisa suave e vital, e ainda a sensação de liberdade que passaremos a sentir, vêm de brinde na hora em que, corajosamente, abrimos a porta do coração e deixamos entrar quem bate pedindo entrada ou invade no desejo de “ajudar”!

Vale a pena correr esse risco!

Dijanira Silva
Canção Nova

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Comissão da CNBB mobiliza cristãos na luta contra legalização do aborto

Em nota, Comissão reitera posição da Igreja em defesa da inviolabilidade da vida humana, desde a concepção até a morte natural

Mais uma vez, a legalização do aborto volta à pauta nacional em uma audiência pública convocada pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), para os dias 3 e 6 de agosto. Na ocasião, será debatida a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação, discutida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 442.

Diante dessa realidade, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reafirma em nota a posição firme e clara da Igreja “em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil”. Afirmação emitida pela presidência da CNBB na Nota Oficial “Pela vida, contra o aborto”, publicada em 11 de abril de 2017.

A CNBB apresentará sua posição, nesta audiência, no dia 6 de agosto, às 9h10, pelo Dom Ricardo Hoerpers, bispo da diocese de Rio Grande (RS) e pelo padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da diocese de Osasco (SP). 

Leia a nota na íntegra:

Brasília – DF, 25 de Julho de 2018

ABORTO E DEMOCRACIA

1.Um perigo iminente

Nos últimos anos, apresentaram-se diversas iniciativas que visavam à legalização do aborto no ordenamento jurídico brasileiro.

Em todas essas ocasiões, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, fiel à sua missão evangelizadora, reiterou a “sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil” (CNBB, Nota Pela vida, contra o aborto, 11 de abril de 2017).

Unindo sua voz à sensibilidade do povo brasileiro, maciçamente contrário a qualquer forma de legalização do aborto, a Igreja sempre assegurou que “o respeito à vida e à dignidade das mulheres deve ser promovido, para superar a violência e a discriminação por elas sofridas”, lembrando que “urge combater as causas do aborto, através da implementação e do aprimoramento de políticas públicas que atendam eficazmente as mulheres, nos campos da saúde, segurança, educação sexual, entre outros, especialmente nas localidades mais pobres do Brasil” (Ibidem).

As propostas de legalização do aborto sempre foram debatidas democraticamente no parlamento brasileiro e, após ampla discussão social, sempre foram firmemente rechaçadas pela população e por seus representantes.

A desaprovação ao aborto, no Brasil, não parou de crescer nos últimos anos, mas, não obstante, assistimos atualmente uma tentativa de legalização do aborto que burla todas as regras da democracia: quer-se mudar a lei mediante o poder judiciário.

1. A ADPF 442

A Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF 442, solicita ao Supremo Tribunal Federal – STF a supressão dos artigos 124 a 126 do Código Penal, que tipificam o crime de aborto, alegando a sua inconstitucionalidade. O argumento, em si, é absurdo, pois se trata de uma lei federal de 1940, cuja constitucionalidade jamais foi questionada.

O STF convocou uma audiência pública para a discussão do tema, a realizar-se nos dias 3 e 6 de agosto de 2018. A maior parte dos expositores representa grupos ligados à defesa da legalização do aborto.

A rigor, o STF não poderia dar andamento à ADPF, pois não existe nenhuma controvérsia em seu entendimento. Em outras palavras, em si, a ADPF 442 transcende o problema concreto do aborto e ameaça os alicerces da democracia brasileira, que reserva a cada um dos poderes da República uma competência muito bem delineada, cujo equilíbrio é uma garantia contra qualquer espécie de deterioração que degenerasse em algum tipo de ditadura de um poder sobre os outros.

O momento exige atenção de todas as pessoas que defendem a vida humana. O poder legislativo precisa posicionar-se inequivocamente, solicitando de modo firme a garantia de suas prerrogativas constitucionais. Todos os debates legislativos precisam ser realizados no parlamento, lugar da consolidação de direitos e espaço em que o próprio povo, através dos seus representantes, outorga leis a si mesmo, assegurando a sua liberdade enquanto nação soberana. Ao poder judiciário cabe fazer-se cumprir as leis, ao poder legislativo, emaná-las.

1.O aborto da democracia.

“Escolhe, pois, a vida”. O eloquente preceito que recebemos da Escritura, “escolhe, pois, a vida” (Dt 30,19), agora, reveste-se de importância decisiva: precisamos garantir o direito à vida nascente e, fazendo-o, defender a vida de nossa democracia brasileira, contra todo e qualquer abuso de poder que, ao fim e ao cabo, constituir-se-ia numa espécie de “aborto” da democracia. As democracias modernas foram concebidas como formas de oposição aos absolutismos de qualquer gênero: pertence à sua natureza que nenhum poder seja absoluto e irregulável. Por isso, é imensamente desejável que, diante destas ameaças hodiernas, encontremos modos de conter qualquer tipo de exacerbação do poder. Em sua evangélica opção preferencial pelos pobres, a Igreja vem em socorro dos mais desprotegidos de todos os desprotegidos: os nascituros que, indefesos, correm o risco do desamparo da lei e da consequente anistia para todos os promotores desta que São João Paulo II chamava de cultura da morte.

1.Sugestões práticas.

O que fazer? Diante da gravidade da situação, pedimos a todas as nossas comunidades uma mobilização em favor da vida, que se poderia dar em três gestos concretos:

1.Uma vigília de oração, organizada pela Pastoral Familiar local, tendo como intenção a defesa da vida dos nascituros, podendo utilizar como material de apoio os encontros do subsídio Hora da Vida 2018, sobretudo a Celebração da Vida, vide página 41. Ao final da vigília, os participantes poderiam elaborar uma breve ata e endereçá-la à Presidência do Congresso Nacional, solicitando aos legisladores que façam valer suas prerrogativas constitucionais: presidencia@camara.leg.br, com cópia para a Comissão Episcopal para a Vida e a Família: vidafamilia@cnbb.org.br.

2.Nas Missas do último domingo de julho, os padres poderiam comentar brevemente a situação, esclarecendo o povo fiel acerca do assunto e reservando uma das preces da Oração da Assembleia para rezar pelos nascituros. A coordenação da Pastoral Familiar poderia encarregar-se de compor o texto da oração e também de dirigir umas palavras ao povo.

3.Incentivamos, por fim, aos fiéis leigos, que procurem seus deputados para esclarecê-los sobre este problema. Cabe, de fato, ao Congresso Nacional colocar limites a toda e qualquer espécie de ativismo judiciário.

Invocamos sobre todo o nosso país a proteção de Nossa Senhora Aparecida, em cuja festa se comemora juntamente o dia das crianças, para que ela abençoe a todos, especialmente as mães e os nascituros.

Dom João Bosco B. Sousa, OFM
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família Bispo Diocesano de Osasco – SP

Canção Nova

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Catequese: Católico pode acender incenso para rezar?

Nas celebrações eucarísticas solenes, o sacerdote incensa o Altar, a Palavra de Deus e até mesmo o povo de Deus presente na assembleia. Mas será que aquele incenso que encontramos nas lojas exotéricas podem ser acendidos em casa para a oração pessoal? Esse tipo de questionamento abre as portas para falarmos da superstição e da verdadeira virtude da religião.

Alguns podem estranhar em ler que a religião é uma virtude. Mas pode ficar mais claro se a colocamos, com Santo Tomás, dentro da virtude da Justiça que é dar a cada um o que lhe é devido. Nesse sentido, podemos entender a religião como um dar a Deus o que lhe é devido, ou seja o culto, a adoração. A superstição, por outro lado, é um vício que consiste em atribuir divindade a objetos ou práticas que não são divinas.

Com essa introdução, podemos voltar à questão dos incensos. No antigo testamento, abundam passagens nas quais o povo é convidado a acender incensos para o Senhor, para render-lhe culto e homenagem. O próprio Senhor ordena seus sacerdotes a forma de render-lhe esse culto com incensos. E o povo, guiado por seus sacerdotes, realizavam vários tipos de cerimônias com incenso na Tenda e depois no Templo de Jerusalém. No início do Evangelho de Lucas, vemos Zacarias indo para o Templo do Senhor para oferecer-lhe incenso.

Por outro lado, encontramos também páginas duríssimas de alguns profetas que condenam o uso do incenso de forma bastante dura. Mas se prestarmos atenção ao que dizem, não é que eles estejam condenando o uso do incenso, mas o uso do mesmo para a idolatria, para adorar a deuses falsos, para a superstição. Jeremias, por exemplo, diz: “Contudo, todos os do meu povo se têm esquecido de mim, queimando incenso aos ídolos”. Ou ainda Isaías: “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade associada ao ajuntamento solene”.

O problema não é o uso ou não do incenso
O verdadeiro problema está em quem estamos depositando nossa confiança quando queimamos incenso. Se o fazemos para adorar o Senhor e reconhecê-lo como o Deus vivo e verdadeiro, em boa hora. Mas se a questão está mais para o lado da superstição, as palavras dos profetas talvez devessem ser mais ouvidas.

É preciso estar atento. A nossa cultura religiosa está muitas vezes flertando com o supersticioso e talvez não nos demos conta. O problema do brasileiro não é que ele não acredita, mas que ele acredita demais. Ou seja, acredita em qualquer coisa. É claro que essa é uma generalização (que eu já escutei mais de uma vez, não é de minha autoria), mas se olhamos para o lado e para a nossa própria vida de fé, talvez encontraremos traços de superstição, de magia, de esoterismo, que não tem nada a ver com a realidade encarnada da fé católica. Vale a pena nos revisarmos nisso!

Coloquemos os nossos corações na direção correta lembrando do primeiro mandamento: "Amarás o Senhor teu Deus sobre todas as coisas". Essa é a verdadeira virtude religiosa. Disso se trata a verdadeira vida cristã, juntamente com o segundo mandamento de amar ao próximo e que Jesus mesmo disse que resumiam toda a lei e os profetas. Com ou sem incenso, o que importa mesmo é saber a quem nosso coração presta culto e adora!

A12.com

Angelus: a falta de fé é um obstáculo à graça de Deus

Na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus no domingo (08) o Papa Francisco falou do "escândalo da encarnação".

Devemos nos esforçar para abrir o coração e a mente, para acolher a realidade divina que vem ao nosso encontro: este foi o convite que o Papa Francisco fez este domingo (08) ao rezar com os fiéis e peregrinos na Praça S. Pedro a oração do Angelus.

Um profeta só não é estimado em sua pátria
Em sua alocução, o Pontífice comentou o Evangelho do dia, em que Jesus volta a Nazaré e começa a ensinar na sinagoga.

Desde que havia ido embora e iniciado a pregar nos povoados e nos vilarejos das redondezas, não tinha mais regressado à sua pátria. Portanto, toda a cidadezinha se reuniu para ouvir Jesus.

Mas aquilo que se anunciava um sucesso, se transformou numa “clamorosa rejeição”, a ponto que Jesus não pôde realizar nenhum milagre, mas somente curar alguns doentes.

Jesus utiliza uma expressão que se tornou proverbial: "Um profeta só não é estimado em sua pátria".

Escândalo da encarnação
O Papa explica essa transformação dos habitantes de Nazaré porque eles fazem uma comparação entre a humilde origem de Jesus e as suas capacidades atuais: de um carpinteiro sem estudos, se torna um pregador melhor que os escribas. E ao invés de se abrirem à realidade, se escandalizam. 

“É o escândalo da encarnação: o evento desconcertante de um Deus feito carne, que pensa com a mente de um homem, trabalha e atua com as mãos de um homem, ama com coração de homem, um Deus que fadiga, come e dorme como um de nós.”

O Filho de Deus, prosseguiu o Papa, inverte todo esquema humano: não são os discípulos que lavam os pés ao Senhor, mas é o Senhor que lava os pés aos discípulos. “Este é um motivo de escândalo e de incredulidade em todas as épocas, inclusive hoje.”

Ter fé
A inversão provocada por Jesus implica aos seus discípulos de ontem e de hoje analisar a vida pessoal e comunitária. O Senhor nos convida a assumir uma atitude de escuta humilde e de espera dócil, porque a graça de Deus com frequência se apresenta a nós de maneira surpreendente, que não corresponde às nossas expectativas. E citou como exemplo Madre Teresa de Calcutá, que "revolucionou a caridade na Igreja".

“Deus não se conforma aos preconceitos. Devemos nos esforçar para abrir o coração e a mente, para acolher a realidade divina que vem ao nosso encontro. Trata-se de ter fé: a falta de fé é um obstáculo à graça de Deus.”

Muitos batizados, afirma Francisco, vivem como se Cristo não existisse: repetem-se os gestos e os sinais da fé, mas a eles não corresponde uma real adesão à pessoa de Jesus e ao seu Evangelho.

Vida coerente
Ao invés, todo cristão é chamado a aprofundar esta pertença fundamental, buscando testemunhá-la com uma conduta de vida coerente, cujo fio condutor é a caridade.

“Peçamos ao Senhor, por intercessão da Virgem Maria, que dissolva a dureza dos corações e a limitação da mente, para que estejamos abertos à sua graça, à sua verdade e à sua missão de bondade e de misericórdia, que é endereçada a todos, sem qualquer exclusão.”

VaticanNews

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Papa: todos são admitidos no caminho do Senhor, ninguém deve sentir-se um intruso

"Sentir necessidade de cura e confiar n’Ele" são os únicos requisitos para ter acesso ao coração de Jesus. E as curas que realizou, indicam que todos são admitidos no caminho do Senhor, ninguém deve se sentir como um intruso, uma pessoa abusiva ou alguém que não tem direito. E a única morte que devemos temer, é a do coração endurecido e mumificado pelo mal e pelo pecado.

Dois milagres, em duas histórias interligadas que tem um único centro, a fé, mostram Jesus como fonte de vida, “como aquele que devolve a vida àqueles que confiam n'Ele plenamente”.

Inspirando-se nas curas da filha de Jairo e da hemorroísa, narradas no Evangelho de Marcos proposto pela liturgia do dia, o Papa Francisco falou aos 20 mil fiéis e turistas reunidos na Praça São Pedro sobre a fé e a vida nova trazidas por Jesus, ressaltando que a única morte que devemos temer é a do coração endurecido pelo mal, mumificado.

“O Evangelho deste domingo apresenta dois prodígios realizados por Jesus, descrevendo-os quase como uma espécie de marcha triunfal para a vida”, disse Francisco ao começar sua alocução, para então descrever o que aconteceu na casa de Jairo naquele dia.

Ao saber da notícia de que a filha dele havia morrido, Jesus lhe disse apenas: "Não tenha medo, apenas tenha fé!" E ao chegar na casa, mandou sair a multidão que lamentava e dirigiu-se ao quarto da menina, dizendo: “Levanta-te”. “E imediatamente a menina levantou-se, como se despertasse de um sono profundo”.

Francisco passa então ao segundo milagre narrado por Marcos, a cura da hemorroísa, destacando o fato de que “a fé dessa mulher atrai, e me vem o desejo de dizer “rouba”, precisou Francisco - o poder salvador divino que existe em Cristo, que, sentindo que uma força que "saiu dele", tenta entender quem tenha sido. E quando a mulher, com tanta vergonha, se aproxima e confessa tudo, Ele diz a ela: "Filha, a tua fé te salvou":

“ Trata-se de duas histórias interligadas, com um único centro: a fé, e mostram Jesus como fonte de vida, como aquele que devolve a vida àqueles que confiam nele plenamente ”

O pai da menina e a mulher doente – explicou o Papa - não são discípulos de Jesus e ainda assim ficam tocados pela sua fé. Têm fé naquele homem:

“A partir disso entendemos que todos são admitidos no caminho do Senhor: ninguém deve se sentir como um intruso, uma pessoa abusiva ou alguém que não tem direito. Para ter acesso ao seu coração, ao coração de Jesus, há apenas um requisito: sentir necessidade de cura e confiar n’Ele”.

E o Santo Padre questiona os presentes:

“Eu pergunto a vocês: cada um de nós se sente necessitado de alguma cura? De qualquer coisa, de qualquer pecado, de qualquer problema? E se sente isto, tem fé em Jesus? São dois os requisitos para ser curado, para ter acesso ao seu coração: sentir-se necessitado de cura e confiar n’Ele”.

O Papa sabiamente observa que Jesus descobre essas pessoas em meio à multidão, “e as tira do anonimato, libertando-as do medo de viver e ousar”, e explica como Ele faz isto:

“Ele faz isso com um olhar e com uma palavra que as coloca em caminho depois de tantos sofrimentos e humilhações".

“ Nós também somos chamados a aprender e a imitar essas palavras que libertam e esses olhares que restituem àqueles que são privados disto, o desejo de viver ”

Nesta página do Evangelho – explicou - os temas da fé e da nova vida que Jesus veio oferecer a todos se entrelaçam. “Jesus é o Senhor e, diante dele, a morte física é como um sono: não há motivo para desesperar-se. Outra é a morte da qual devemos ter medo: a do coração endurecido pelo mal!”:

“Ah, dela sim devemos ter medo! Quando nós sentimos ter o coração endurecido, o coração que se endurece e me permito a palavra: o coração mumificado. Devemos ter medo disto. Esta é a morte do coração. Mas mesmo o pecado, mesmo o coração mumificado, para Jesus nunca é a última palavra, porque Ele nos trouxe a infinita misericórdia do Pai. E mesmo que caíssemos, a sua voz suave e forte nos alcança: "Eu te digo: levanta-te!"”

“É belo ouvir aquela palavra de Jesus dirigida a cada um de nós: “Eu te digo: levanta-te. Vai. Levanta-te, coragem. Levanta-te”. E Jesus restitui a vida à menina e restitui a vida à mulher curada: vida e fé às duas”.

Ao concluir o Papa pede para invocarmos a intercessão materna da Virgem Maria, “por nossos irmãos que sofrem no corpo e espírito”.

VaticanNews