quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Em ano de eleição, Santuário Nacional convoca cristãos em campanha pró-cidadania


Considerado o grande projeto de 2018, Eu sou o Brasil Ético quer levar mensagem de otimismo e protagonismo a cidadãos de todo o país


O Santuário Nacional de Aparecida, com a liderança do arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes e dos Missionários Redentoristas, lança no próximo dia dois de janeiro em coletiva de imprensa o projeto Eu sou o Brasil Ético. Na ocasião será divulgado ainda, o movimento oficial de visitantes do ano de 2017.

A iniciativa tem como objetivo convocar os cristãos a fazer uma profunda reflexão sobre os valores que devem reger suas ações e, a partir disso, construir um Brasil diferente. A ação poderá ser percebida durante todo o ano pela Rede Aparecida de Comunicação em todas as frentes de atuação (rádio, tv e internet), na Revista de Aparecida , nas mensagens dos religiosos no Altar Central, na comunicação pelo complexo Santuário, e nas condutas adotadas na recepção de políticos no ano 2018.

"Queremos estimular os brasileiros a pensarem mais criticamente nas ações que praticam enquanto cidadãos e nas escolhas que farão este ano, a partir de valores éticos que devem nortear a vida de uma nação. Trata-se de uma campanha de conscientização, que busca resgatar a ética e os verdadeiros valores do brasileiro, trazendo o espírito patriótico para o seu dia-a-dia e, para isso, vamos usar todas as nossas forças de comunicação. É uma campanha apartidária com o objetivo de resgate dos valores por muitos já esquecido, em busca de uma verdadeira transformação. Queremos uma nação ética!", ressalta o reitor do Santuário Nacional, padre João Batista Almeida.

O projeto Eu sou o Brasil Ético tem como eixo central a conscientização do cristão e sua responsabilidade em ser bom cidadão, pois a igreja católica acredita que não se separa a fé da vida. "É o próprio Jesus Cristo quem dá o exemplo de que é obrigação do cristão incluir a todos, bem como a responsabilidade por aquilo que é de todos. ", explica o reitor.

Dia 12 de cada mês, fiéis serão convocados a rezar pelo Brasil
Entre os projetos de 2018, está o Dia Nacional Mariano, que será instituído pelo Santuário Nacional como todo o dia 12.

Neste dia, o Santuário convidará todos os brasileiros para "colocar o Brasil aos pés da Mãe de todos os brasileiros", conforme contextualiza o reitor. 

"Queremos rezar, porque nosso país precisa de oração e porque a oração transforma vidas e pode mudar uma nação inteira. Vamos convidar os devotos da Mãe Aparecida a clamarem conosco "Por Uma Nação Ética!", finalizou. A celebração acontecerá sempre após a missa da manhã, transmitida ao vivo às 9h pela TV Aparecida e portal A12.com.

"O cristão é chamado a ser um cidadão protagonista", diz reitor do Santuário de Aparecida
Segundo padre João Batista Almeida a principal inspiração do projeto Eu sou o Brasil Ético vem do papa Francisco, que ao longo de seu pontificado vem convocando os cristãos a exercerem seu papel de cidadão, como protagonistas contra toda e qualquer forma de corrupção.

"É do pontífice a fala: "A corrupção é o pecado que, em vez de ser reconhecido como tal e de nos tornar humildes, é transformado em sistema, torna-se um hábito mental, um modo de viver. O corrupto não conhece a humildade, não se sente necessitado de ajuda, leva uma vida dupla", neste sentido o Santuário Nacional de Aparecida e os devotos de Nossa Senhora Aparecida farão uma grande caminhada em 2018. Temos certeza que nossa mensagem vai ecoar", explica.

E complementa: "Precisamos começar a mudar alguns estereótipos que infelizmente foram incorporados a nossa cultura e atribuídos ao nosso povo ao longo do tempo. Será que realmente o brasileiro é o cidadão que "adora levar vantagem em tudo", que valoriza a "malandragem", que acredita que o bom político é aquele que "rouba mas faz"? Cremos que apenas com a atitude e o exemplo de cada um, mostrando suas virtudes e reais valores cristãos no dia-a-dia, seremos capazes de verdadeiramente mudar nosso país".

Sobre as ações práticas às quais os fiéis serão incentivados, o reitor enfatiza que o verdadeiro cristão aproveita todos os momentos para atuar em sintonia com a palavra de Deus "Seja na fila do banco, dentro do ônibus, no caixa do mercado. Seja na missão de pai, mãe, filho ou irmão, o cristão buscar sempre dar ao outro o melhor de si, como Jesus ensinou e o fez", finaliza.

A12.com

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Papa: Jesus é o centro contra a desnaturalização do Natal

Na última Audiência Geral do ano, Francisco falou aos fiéis sobre o verdadeiro significado do Natal, que é Jesus. Com Ele, devemos aprender a ser dom para os outros, sobretudo para os mais necessitados

O Papa recebeu cerca de sete mil peregrinos na Sala Paulo VI para a última Audiência Geral do ano de 2017.

Em sua catequese, Francisco aprofundou o significado do Natal, isto é, o nascimento de Jesus. Para o Pontífice, estamos vivendo uma espécie de desnaturalização do Natal: em nome do falso respeito por quem não é cristão, elimina-se da festa toda referência ao nascimento de Jesus. “Sem Jesus não há Natal”, recordou.

Deus se fez homem de maneira surpreendente: nasceu de uma pobre jovem desconhecida, que dá à luz numa estrebaria, somente com a ajuda do marido.

O mundo não se deu conta de nada, mas os anjos exultaram no Céu! E é assim que o Filho de Deus se apresenta também hoje a nós: como o dom de Deus para a humanidade, que está imergida na noite e no torpor da sonolência.

"E ainda hoje assistimos ao fato de que com frequência a humanidade prefere a escuridão, porque sabe que a luz desvelaria todas aquelas ações e aqueles pensamentos que nos fariam envergonhar. Assim, se prefere permanecer nas trevas e não reverter os próprios hábitos errados. ”

Jesus é um dom de Deus para nós, que deve ser acolhido como Ele nos ensinou: tornando-nos diariamente um dom para as pessoas que cruzam nossa vida. Por isso mesmo, no Natal, trocamos presentes entre nós. Mas, para nós, o verdadeiro dom é Jesus.

E, por fim, um último aspecto importante: no Natal, podemos ver que a história humana, aquela movida pelos poderosos deste mundo, é visitada pela história de Deus.

“Com os pequeninos e os desprezados, Jesus estabelece uma amizade que continua no tempo e que nutre a esperança por um futuro melhor”. Com eles, em todos os tempos, prosseguiu Francisco, Deus quer construir um mundo novo, um mundo em que não existam mais pessoas rejeitadas, maltratadas e indigentes.

“Queridos irmãos e irmãs, nesses dias abramos a mente e o coração para acolher esta graça. Jesus é dom de Deus para nós e, se O acolhermos, também nós podemos nos tornar dom para os outros, antes de tudo para aqueles que jamais experimentaram atenção e ternura. E quantas pessoas em suas vidas nunca sentiram um carinho, uma atenção de amor, um gesto de ternura... O Natal nos leva a fazer isso. Assim, Jesus vem nascer na vida de cada um de nós e, através de nós, continua a ser dom de salvação para os pequeninos e os excluídos.”

Como na semana passada, no final da Audiência o Papa assistiu a um espetáculo circense, desta vez do Golden Circus de Liana Orfei.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Catequese: Papa explica os ritos introdutórios da missa

Na catequese, Francisco deu prosseguimento ao ciclo sobre a celebração eucarística e explicou a importância dos ritos introdutórios.

O Papa Francisco conduziu a Audiência Geral desta quarta-feira (20) clima natalino.

Dando prosseguimento ao ciclo sobre a eucaristia, em sua catequese o Pontífice recordou as duas partes que compõem a missa: a liturgia da Palavra e a Liturgia eucarística. Para explicar melhor cada uma delas, nesta ocasião explicou os ritos introdutórios: a entrada, a saudação, o ato penitencial, o Kyrie eleison, o Glória e a oração chamada Coleta, das intenções de todo o povo de Deus.

“A finalidade destes ritos introdutórios é fazer com que os fiéis congregados formem comunidade e se disponham a escutar com fé a Palavra de Deus e a celebrar dignamente a Eucaristia”, afirmou o Papa.

“Não é um bom hábito ficar olhando o relógio, ‘ainda estou em tempo’, o cálculo. Com o sinal da cruz, com esses ritos, começamos a adorar a Deus, por isso é importante não chegar atrasado, mas sim com antecedência, para preparar o coração a este rito. ”

Na procissão de entrada, o celebrante chega ao presbitério, saúda o altar com uma inclinação e, em sinal de veneração, beija-o e incensa-o, porque o altar é sinal de Cristo, que, oferecendo o seu corpo na cruz, tornou-Se altar, vítima e sacerdote. “Quando olhamos o altar, vemos onde Cristo está. O altar é Cristo”, explicou.

Em seguida, o sacerdote e restantes membros da assembleia fazem o sinal da cruz: com este sinal, não só recordamos o nosso Batismo, mas afirmamos também que a oração litúrgica se realiza ‘em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’, desenrola-se no espaço da Santíssima Trindade, que é espaço de comunhão infinita; toda a oração tem como origem e fim o amor de Deus Uno e Trino que se manifestou e nos foi doado na Cruz de Cristo. 

E mais uma vez Francisco pediu aos pais e aos avós que ensinem bem as crianças a fazer o sinal da cruz. 

Depois o sacerdote dirige a saudação litúrgica à assembleia: “O Senhor esteja convosco!”. ‘Ele está no meio de nós’: responde-lhe o povo de Deus. Assim se expressa a fé comum e o mútuo desejo de estar com o Senhor e viver em união com toda a comunidade.

Estamos no início da missa e devemos pensar no significado de todos esses gestos e palavras. Estamos entrando numa ‘sinfonia’, na qual ressoam várias tonalidades de vozes, inclusive momentos de silêncio, com a finalidade de criar o ‘acordo’ entre todos os participantes, isto é, de se reconhecer animados por um único Espírito e para um mesmo fim.”

Esta sinfonia apresenta logo um momento tocante, que é o ato penitencial, isto é, o momento de reconhecer os próprios pecados. “Todos somos pecadores. Talvez alguns de vocês não”, brincou o Papa com fiéis, pedindo que o “não pecador” levantasse a mão para ser reconhecido pela multidão. “Vocês têm uma boa fé”, disse Francisco, já que ninguém se manifestou.

Não se trata somente de pensar nos pecados cometidos, mas é muito mais: é o convite a confessar-se pecadores diante de Deus e dos irmãos, com humildade e sinceridade, como o publicano no templo”, concluiu o Papa, acrescentando que devido à sua importância, a próxima catequese será dedicada justamente ao ato penitencial.

VaticanNews

Catequese: Gula de fim de ano é pecado?

Parece ser inevitável. Nestes dias festivos provavelmente estaremos com pessoas queridas em um ambiente descontraído e, “fatalmente”, com muita comida gostosa. Essa mistura de ingredientes é tão forte que nem parece valer a pena lutar contra a gula.

Esse pecado pareceria estar indo contra o que significa esse momento de estar reunidos, celebrando o Natal de Jesus e o início de um novo ano. Mas e se o verdadeiro problema não estiver na gula, mas em uma mentalidade por demais moralista que acaba confundindo a liberdade dos filhos de Deus com o pecado? Vamos tentar entender melhor.

O pecado pode ser entendido como um “errar o alvo”, esse é um dos significados da palavra original em hebraico. Imaginemos um arqueiro que mira em seu alvo. Seu objetivo é acertar o centro do mesmo. Mas ao lançar a flecha, ele erra muito, de fato, nem acerta o alvo e a flecha passa longe. Nesse exemplo, quanto mais longe erra-se o alvo, pior o pecado (Mais mortal diríamos em uma linguagem mais clássica). Transferindo para a nossa vida cristã, errar o alvo seria deixar de apontar a flecha da nossa vida para Deus e atirá-la para outros lugares.

Tentando continuar com o exemplo dado, é preciso fazer uma distinção importante. Na nossa vida terrena, podemos atirar várias vezes essa flecha. O que queremos é acertar o alvo, mas erramos muitas vezes. Diferentemente dos anjos, que só tem uma chance de apontar sua vida corretamente para o alvo, nós podemos perceber que erramos e corrigir o tiro. Isso, claro, contando com a misericórdia e com a Graça de Deus.

E o que tudo isso tem a ver com a gula e com os supostos perigos das festas de fim de ano?
É que muitas vezes, por não estar claro o alvo, ou seja, Deus, nos aferramos a regras exteriores que podem matar o espírito desse tempo. Imagine que o arqueiro esteja atirando flechas sem saber onde está o alvo. Alguém lhe sopra coordenadas como “levante o braço um pouco mais”, “tencione a corda com mais força”, “considere o vento à esquerda”. Com essas informações, ele se sente mais ou menos seguro e lança a flecha. Pode acertar ou não o alvo. Mas se acerta, não é porque ele via o alvo, mas por uma espécie de sorte.

Algo semelhante pode passar com a nossa vida cristã. Temos claro o alvo? Queremos realmente colocar Deus como o alvo, como o centro de nossas vidas? Ele já o é há algum tempo? Quando temos isso claro, passamos de uma relação de servos para uma relação de filhos de Deus. É isso que Jesus nos trouxe. Nele nós fomos elevados a condição de verdadeiros filhos e filhas de Deus. E como tais, somos convidados a viver na liberdade dos filhos. A liberdade de quem sabe sua própria identidade e que age, com segurança, segundo a mesma, sem precisar ser coagido para tal. É a liberdade que não apaga a lei, mas que a ultrapassa com o amor.

Nas festas de fim de ano, quando estivermos diante de uma mesa farta e rodeado de amigos, perguntemos o que, ou quem está no centro. É Jesus que está no centro desta celebração? As coisas que eu estou fazendo ou pensando em fazer tiram ele deste centro? Essa é basicamente a única pergunta que precisamos responder. Isso vale para o Natal, que é evidente, mas também para o ano novo, que começa com um dia mariano de preceito. Não porque a Igreja não queira que festejemos, pelo contrário, que festejemos ao máximo, acertando o alvo, de forma cristã, como filhos muito amados de Deus.

Que Ele nos abençoe nesse fim de ano com uma vinda ainda mais plena aos nossos corações!

Que aprendamos a ser cada vez melhores filhos, que se lançam sem medo em seus braços. E que o ano comece consagrado a Maria, que ela seja verdadeiramente nossa mãe, quem nos leva a um encontro mais autêntico com Jesus.

Jovens de Maria - A12.com

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Papa: “Alegria, oração e gratidão" para viver o Natal de modo autêntico

Neste último período do tempo do Advento, confiemos nossa vida à materna intercessão da Virgem Maria. Ela é “causa da nossa alegria, não somente porque gerou Jesus, mas porque nos envia continuamente a Ele”.

A alegria do cristão “não se compra”, jamais devemos perdê-la, mesmo quando as coisas não acontecem, segundo os nossos desejos. Este o encorajamento do Papa Francisco durante a oração do Angelus no último domingo (17) dia em que Bergoglio comemorou 81 anos de vida.

O Santo Padre encorajando à janela do apartamento pontifício do Palácio Apostólico do Vaticano para recitar o Angelus com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro e com as crianças com seus Meninos Jesus que aclamam “Papa Francisco”, falou do terceiro domingo de Advento, chamado 'Domingo da alegria'.

Queridos irmãos e irmãs – disse Francisco – a liturgia nos convida a colher o espírito com que tudo isso acontece, isto é, precisamente, a alegria. São Paulo nos convida a preparar a vinda do Senhor assumindo três atitudes: a alegria constante, oração perseverante e a contínua ação de graças”.

O Papa se detém sobre a primeira atitude: “Vivam sempre contentes”, exorta o apóstolo. Vale dizer, permanecer sempre na alegria, mesmo quando as coisas não acontecem segundo os nossos desejos. Mas há a alegria profunda que é a paz, e a paz é uma alegria.

“As angústias, as dificuldades e os sofrimentos atravessam a vida de cada um, e tantas vezes a realidade que nos circunda parece ser inóspita e árida, semelhante a um deserto no qual ecoava a voz de João Batista, como recorda o Evangelho de hoje”.

Mas precisamente as palavras do Batista revelam que a nossa alegria baseia-se na certeza de que este deserto é habitado.

“No meio de vocês está quem vocês não conhecem”, diz. Trata-se de Jesus, o enviado do Pai que vem, como sublinha Isaías, “a trazer a boa nova aos humildes, a curar os corações doloridos, a anunciar a liberdade dos escravos, a libertação dos prisioneiros, a proclamar um ano de graças do Senhor’.

“Estas palavras, que Jesus fará suas no discurso na sinagoga de Nazaré, - explica o Papa - esclarecem que a sua missão no mundo consiste na libertação do pecado e das escravidões pessoais e sociais que ele produz. Ele veio sobre a terra para restituir aos homens a dignidade e a liberdade de filhos de Deus, que somente Ele pode comunicar”.

A segunda atitude se baseia na oração perseverante.

Por meio da oração, podemos entrar em uma relação estável com Deus, que é a fonte da verdadeira alegria. A alegria do cristão não se compra, vem da fé e do encontro com Jesus Cristo, razão da nossa felicidade. Quanto mais estivermos arraigados em Cristo, tanto mais encontraremos a serenidade interior, mesmo em meio às contradições cotidianas”.

Por isto o cristão, - continuou Francisco – “tendo encontrado Jesus, não pode ser um profeta da desventura, mas uma testemunha e um arauto da alegria. Uma alegria a ser compartilhada com os outros; uma alegria contagiosa que torna menos cansativo o caminho da vida”.

A terceira atitude indicada por Paulo – disse Bergoglio - é a contínua ação de graças, ou seja, o amor agradecido a Deus.

“Ele, de fato, é muito generoso para conosco, e nós somos convidados a reconhecer sempre seus benefícios, o seu amor misericordioso, a sua paciência e bondade, vivendo assim em um incessante agradecimento”.

“Alegria, oração e gratidão são três comportamentos que nos preparam a viver o Natal de modo autêntico”. Neste último período do tempo do Advento, confiemos nossa vida à materna intercessão da Virgem Maria. Ela é “causa da nossa alegria, não somente porque gerou Jesus, mas porque nos envia continuamente a Ele”.

O Papa concluiu exortando os fiéis presentes na Praça: “Vamos repetir todos juntos: alegria, oração e ação de graças”.

VaticanNews

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Papa: José é exemplo de homem que assume o mistério de Deus

Francisco começou a semana celebrando a missa na Capela da Casa Santa Marta. O Papa inspirou sua homilia no trecho do Evangelho de Mateus para ressaltar que José assumiu para si a responsabilidade da paternidade de Jesus.
Nos problemas, nas angústias, nas obscuridades, aprendamos com São José, que sabe "como caminhar na escuridão", que sabe "como se ouve a voz de Deus", "como se vai avante em silêncio.

Palavras do Papa Francisco na missa desta segunda-feira (18) na Casa Santa Marta, comentando o Evangelho do dia, extraído do Evangelho de Mateus, em que se explica que Jesus nascerá de Maria, esposa de José, filho de Davi.

José acreditou e obedeceu
O Pontífice falou da emoção de José, quando começaram as ser visíveis os sinais da gravidez de Maria: fala das dúvidas daquele homem, da sua dor, do seu sofrimento, enquanto todos a sua volta começavam a murmurar, “os fofoqueiros da cidade”.

Ele “não sabia”, mas sabia que Maria era “uma mulher de Deus”: decidiu assim “deixá-la em silêncio”, não acusando-a “publicamente”, até que que o Senhor interviesse, com um anjo no sonho, que lhe explicou que a criança “nela gerada” vinha do Espírito Santo. E assim “acreditou e obedeceu”.

José lutava dentro; naquela luta, a voz de Deus: “Mas levante-te – aquele levante-te’, muitas vezes, no início de uma missão, na Bíblia: ‘Levanta-te!’ – pegue Maria, leve para a sua casa. Assuma a situação: pegue pela mão e vai em frente”. José não foi ter com os amigos para se confortar, não foi ao psiquiatra para que interpretasse o sonho... não: acreditou. Foi avante. Assumiu a situação. Mas o que José tinha que assumir? Qual era a situação? De duas coisas. Da paternidade e do mistério.

Assumiu a paternidade
José, acrescentou o Papa, teve então que assumir a paternidade. E isso já se intuía na “genealogia de Jesus”, em que se explica como “se pensava que fosse o filho de José”:

Ele assumiu uma paternidade que não era sua: era [vinha] do Pai. E levou avante a paternidade com aquilo que significa: não só apoiar Maria e a criança, mas também fazê-lo crescer, ensinar-lhe a profissão, acompanha-lo à maturidade de homem. “Assuma a paternidade que não è tua, è de Deus”. E isso sem dizer uma palavra. No Evangelho, não tem uma só palavra dita sobre José. O homem do silêncio, da obediência silenciosa.

Assumiu o mistério de reconduzir o povo a Deus
É também o homem que “assumiu” o mistério: como explicado na primeira Leitura, é o mistério de “reconduzir o povo a Deus”, o mistério “da re-Criação” que, como diz a Liturgia, é “mais maravilhosa do que a Criação”.

José assume este mistério e ajuda: com o seu silêncio, com o seu trabalho até o momento que Deus o chama para si. Deste homem que assumiu a paternidade e do mistério, se diz que [é] sombra do Pai: a sombra de Deus Pai. E se Jesus homem aprendeu a dizer “papai”, “pai”, ao seu Pai que conhecia como Deus, aprendeu isso da vida, do testemunho de José: o homem que custodia, o homem que faz crescer, o homem que leva avante toda paternidade e todo mistério, mas não pega nada para si.

Este, concluiu Francisco, é o “grande José”, do qual Deus precisava para levar avante “o mistério de re-conduzir o povo rumo à nova Criação”.

VaticanNews

Qual o sentido religioso de dar presentes no Natal?

A tradição de dar presentes no Natal está ligada a memória que fazemos dos presentes que os três Reis Magos ofereceram ao Menino Jesus (ouro, incenso e mirra), embora estes presentes tenham todo um significado simbólico de reconhecer na criança de Belém o Deus que se fez humano para ser o verdadeiro Rei do povo.


Desta cena do Evangelho vem também a motivação para dar presentes no tempo da festa do Natal do Senhor. Pois ao visitar o Menino Jesus, que continua nascendo na manjedoura do coração das pessoas, queremos oferecer a Ele o amor que nosso coração expressa concretamente aos outros.

Temos também a tradição de um bispo que levava presentes para as crianças carentes na noite de Natal, e jogava saquinhos de moedas pelas chaminés das casas. Este bispo é São Nicolau, que viveu no século IV, é dele que vem a tradição do papai Noel.

Com o tempo o presente acabou se tornando algo meramente comercial, o que foge do verdadeiro sentido do Natal, pois o presente tem que falar da alegria da presença de Jesus. O verdadeiro sentido do Natal não está nas coisas que são oferecidas, mas sim como deixamos o amor de Jesus na vida das pessoas.

"O sinal físico do presente pode passar, mas o amor que ele simboliza permanece para além do presente recebido".

O presente de Natal tem que ser expressão da solidariedade, da fraternidade, da partilha que o Menino Jesus vem despertar no coração humano. O presente deve ser o desejo de compartilhar com o outro aquilo que era só meu, mas que o amor ensina a se transformar em nosso.

O presente expressa o amor que temos uns pelos outros. O sinal físico do presente pode passar, mas o amor que ele simboliza permanece para além do presente recebido.

No Natal rezamos o Deus que quis estar presente na nossa vida, por isso, tudo o que partilhamos no Natal tem que celebrar esta presença. O sentido do presente está em despertar no coração a importância da atenção, da ternura, da generosidade, mas, acima de tudo, da partilha da própria vida como dom de amor, como Deus que por tanto nos amar, quis compartilhar seu Filho conosco.

Natal é tempo de saber receber e saber oferecer, viver a gratuidade do amor. O presente deve ser expressão de que, para além dos bens compartilhados, a vida deve ser um dom para o outro, pois o Deus que nasce no meio de nós vem para nos ensinar que “não existe maior prova de amor do que dar a vida” (Jo 16,13).