quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Papa Francisco lembra 300 anos da imagem de Nossa Senhora Aparecida

Francisco afirmou que neste momento difícil do Brasil, a Virgem Maria é sinal que impulsiona a unidade na solidariedade e justiça

No final da Catequese desta quarta-feira (11) na saudação aos peregrinos de língua portuguesa, o Papa Francisco recordou os 300 anos de Nossa Senhora Aparecida.
O Brasil celebra nesta quinta-feira (12) a Festa da Padroeira do Brasil e o Jubileu dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul, em outubro de 1717.

O Papa interrompeu sua saudação para ouvir um  grande número de brasileiros que, com bandeiras do país nas mãos, cantavam: "Dai-nos a bênção oh Mãe querida, Nossa Senhora Aparecida". Posteriormente, ele prosseguiu com sua fala:

“Saúdo todos os peregrinos do Brasil e de outros países de língua portuguesa, particularmente os diversos grupos de sacerdotes, religiosos e fiéis brasileiros residentes em Roma, que vieram a esta Audiência para dividir a alegria pelo jubileu dos 300 anos de Nossa Senhora Aparecida, cuja festa se celebra amanhã. A história dos pescadores que encontraram no Rio Paraíba do Sul o corpo e depois a cabeça da imagem de Nossa Senhora, e que foram em seguida unidos, nos lembra que neste momento difícil do Brasil, a Virgem Maria é um sinal que impulsiona para a unidade construída na solidariedade e na justiça. Que Deus lhes abençoe”.

Com informações da Canção Nova e Rádio Vaticano

Por que Nossa Senhora Aparecida é Padroeira do Brasil?

Porque o Papa Pio XI, em 16 de Julho de 1930, assinou o Decreto constituindo Nossa Senhora da Conceição Aparecida Padroeira do Brasil. Ele legitimou um fato já consagrado pelo povo.

Logo após a realização do Congresso Mariano de 1929, por empenho do então arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Sebastião Leme, e do reitor do Santuário na época, padre Antão Jorge Hechenblaickner, os bispos presentes no Congresso pediram e obtiveram do Papa Pio X, a graça de Nossa Senhora Aparecida ser declarada Padroeira do Brasil.

O decreto foi assinado pelo papa no dia 16 de julho daquele ano e a proclamação oficial se deu no Rio de Janeiro, então Capital Federal, no dia 31 de maio de 1931, perante uma multidão de fiéis, do Presidente da República, Dr. Getúlio Vargas, do Corpo Diplomático, de 25 bispos, do Núncio Apostólico, Dom Aloísio Masela, de autoridades civis e militares.

Dom Leme conseguiu de Dom Duarte e do Cabido Metropolitano da Sé de São Paulo a licença, que a principio lhe foi negada, para levar à capital da República a Imagem de Nossa Senhora Aparecida.

O Missionário Redentorista, padre Júlio Brustoloni descreve em seu livro ‘História de Nossa Senhora Aparecida: A Imagem, o Santuário e as Romarias’ que naquele ano, a Imagem foi conduzida, saindo de Aparecida no dia 30 de maio para o Rio de Janeiro.

“A Imagem deixou seu nicho e foi conduzida pelo povo de Aparecida até a Estação local. Preces, lágrimas e emoção acompanhavam essa peregrinação histórica”, descreve padre Júlio no livro.

A publicação ainda relata que cerca de um milhão de pessoas foram prestar suas homenagens à Padroeira naquele dia 31. De manhã, o ponto alto foi a Missa Campal celebrada diante da Igreja de São Francisco de Paula, onde a multidão cantou e rezou participando da eucaristia.

Mais tarde, uma procissão conduziu a Imagem para a Praça da Esplanada do Castelo. Junto do altar da Padroeira, encontrava-se o então presidente da república, Getúlio Vargas, Ministros de Estado, autoridades civis, militares e eclesiásticas. O Núncio Apostólico, Dom Aloísio Masella também esperava pela Virgem de Aparecida junto ao povo.

Notícias de jornais da época relatam que a imensa multidão repetiu com entusiasmo as palavras da consagração da nação e do povo a Nossa Senhora, proferidas por Dom Leme.

Era o Brasil que se consagrava à sua Senhora e Mãe:“Senhora Aparecida, o Brasil é vosso! Rainha do Brasil, abençoai a nossa gente. Paz ao nosso povo! Salvação para a nossa Pátria! Senhora Aparecida, o Brasil vos ama, O Brasil, em vós confia! Senhora Aparecida, o Brasil vos aclama, Salve Rainha!”

Após os atos de consagração e prece, Dom Duarte levou a Imagem para o carro-capela, estacionado na Estação Dom Pedro II com destino à Aparecida.

Na época, o Superior Vice-Provincial, padre José Francisco Wand escreveu no livro de ponto da paróquia que é absolutamente certo que o dia 31 de maio de 1931 seria sempre um dos mais memoráveis na história eclesiástica da Terra de Santa Cruz.

“Este dia significa para Aparecida o desenvolvimento grandioso das romarias”, afirmava a mensagem.

Ainda nos dias de hoje, o Santuário Nacional de Aparecida, local onde se encontra a Imagem da Padroeira do Brasil, aos cuidados dos Missionários Redentoristas acolhe centenas de romarias vindas de todas as partes do país.

A12.com / CDM- Centro de Documentação e Memória do Santuário Nacional / Catecismo Mariano

terça-feira, 10 de outubro de 2017

Papa Francisco concede terceira Rosa de Ouro ao Santuário Nacional de Aparecida



O Papa Francisco concedeu uma Rosa de Ouro ao Santuário Nacional de Aparecida por ocasião dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul.

A Rosa foi entregue ao Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, na noite dessa segunda-feira (9), no último dia da novena solene, pelo representante do Santo Padre, o cardeal Giovanni Battista Re.

“Agradecemos ao Papa Francisco o envio da Rosa de Ouro, em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem da Mãe Aparecida no rio Paraíba do Sul. Obrigado, Santo Padre, por mais esta demonstração de amor, devoção e carinho para com Nossa Senhora Aparecida”, expressou Dom Orlando Brandes em uma carta.

Esta é a terceira Rosa de Ouro recebida pelo Santuário Nacional e a quarta concedida ao Brasil. O artefato pesa cerca de um quilo e mede aproximadamente 50 centímetros.

O Arcebispo explicou que o Papa Leão IX iniciou o costume de entregar uma Rosa de Ouro “para louvar e distinguir personalidades, santuários, cidades ou países”.

“É uma homenagem, uma honraria, um presente que os Papas costumam enviar para registrar a importância de fatos históricos, de acontecimentos marcantes, de gestos significativos em relação a personalidades”.

A primeira Rosa de Ouro recebida pelo Brasil foi concedida em 1888 pelo Papa Leão XIII à Princesa Isabel, como reconhecimento por ter assinado a Lei Áurea, por meio da qual aboliu a escravidão.

Por sua vez, o Santuário Nacional recebeu sua primeira Rosa de Ouro em 1967, concedida pelo Papa Paulo VI, em virtude do Jubileu de 250 anos do encontro da imagem. Em sua carta, Dom Orlando recordou as palavras do Pontífice por esta ocasião.

“Esta flor é expressão de afeto por este grande povo que nasceu sob o signo da Cruz e para seu progresso espiritual e material e símbolo do grande amor que o Papa consagra ao Brasil e ao Santuário de Aparecida”, escreveu Paulo VI.

A segunda Rosa foi concedida pelo Papa Bento XVI, em 2007, quando visitou Aparecida, onde abriu a V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe. O hoje Papa emérito desejou, na ocasião, que “perseveremos na escola de Maria a fim de que sejamos discípulos missionários a serviço da vida”.

Agora, ao receber a terceira Rosa de Ouro, Dom Orlando expressou em um vídeo publicado pelo Santuário que, com isso, “o Papa diz: ‘amo com afeto, amo com grande amor o Santuário de Aparecida e o povo brasileiro”, além de demonstrar a “admiração por nossa igreja”.

“Vamos também com essa Rosa fazer do nosso Brasil um grande jardim, já que a Rosa é de ouro, a Palavra de Deus é ouro e que nós tenhamos também um coração de ouro. O nosso tesouro é a nossa fé”, acrescentou.


Aci Digital / A12.com

Paróquia celebra a Padroeira do Brasil: Confira os horários de Missas

Na próxima quinta-feira (12), o Brasil celebra os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, nas águas do rio Paraíba do Sul. Desde julho de 1930, Aparecida é padroeira do país por determinação do Papa Pio XI. Por ano, mais de 12 milhões de pessoas passam pelo maior Santuário Mariano do mundo. 

Em nossa Paróquia, ocorrerão quatro Missas em comemoração a esta importante data para o povo brasileiro.

Confira os horários:
- 9h Matriz
- 10h Gargaú (Capela de São Pedro)
- 19h30 Volta Redonda
- 19h30 Taquaruçu

Após a celebração na Matriz — que contará ainda com uma cerimônia de coroação, a Pastoral Anjinhos do Senhor promoverá uma festa para as crianças na praça São Francisco de Paula. 

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Aparecida: uma história de amor

Se alguém sair por aí perguntando: “Quem foi Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos?”, provavelmente ouvirá como resposta uma outra pergunta: “Quem?…” Esse português, nascido no século XVI, é mais conhecido pelo seu título de nobreza: “Conde de Assumar”. Seu nome é lembrado quando se conta a história do encontro da imagem que hoje chamamos de Aparecida – melhor, de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Vamos aos fatos. Era o mês de outubro de 1717. O Conde de Assumar iria passar pela localidade conhecida com o nome de Guaratinguetá, no estado de São Paulo. Viajavam com ele muitos outros portugueses, a caminho de Vila Rica, em Minas Gerais, pois o rei de Portugal lhe havia confiado uma desafiadora missão: ser seu representante, para garantir que um quinto do ouro que viesse a ser encontrado por qualquer pessoa ou grupo fosse enviado para Lisboa, sede do reino português.

Por onde passava, a caravana era recebida com homenagens e fartos almoços. Não poderia ser diferente pois, em Guaratinguetá, situada à margem do Rio Paraíba. Era natural que ali, nas refeições, o peixe fosse o prato principal. Mas era preciso pescá-lo!

Três pescadores – Felipe Pedroso, Domingos Martins Garcia e João Alves – foram ao rio e começaram as tentativas para garantir a refeição. Não sabemos muitos detalhes dessa pesca. O que sabemos é que, de repente, na rede havia o corpo de uma imagem; em seguida, foi encontrada a cabeça da mesma imagem de cerâmica, enegrecida pelo lodo.

Essa imagem ficou por quinze anos na casa de um deles – Felipe Pedroso –, onde foi colocada num altar. O povo, então, começou a ir ali para fazer orações e novenas, movido por uma convicção: a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui a única mediação de Cristo; antes, manifesta sua eficácia. Participamos da misericórdia de Cristo e de sua bondade. Por que, então, alguém não poderia participar de sua mediação?

Hoje, os peregrinos vão a Aparecida e olham para a pequena imagem de Maria. Essa imagem lhes lembra aquela que, permanecendo virgem, gerou, por obra do Espírito Santo, o Verbo feito carne. Desse olhar para a mãe, nasce nos peregrinos o olhar para Jesus, o Filho de Deus, o Salvador.

Em Aparecida, passados 300 anos, o povo mostra seu amor a Maria através de várias expressões de fé: celebrações, orações, novenas, Rosário… Depois, leva o que ali aprendeu para suas comunidades. Seria importante que, em nossos lares, isso se repetisse e nunca faltasse, junto com a leitura da Palavra de Deus, a oração do Terço e outras manifestações da piedade popular. Maria Santíssima poderá, então, conduzir cada pessoa e cada famílias pelos caminhos de seu Filho Jesus.


Dom Murilo S.R. Krieger
Arcebispo de Salvador