sábado, 31 de outubro de 2015

A Campanha da Fraternidade Ecumênica em 2016

Está à venda nas livrarias católicas e evangélicas os materiais da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016. O Tema da Campanha: “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5, 24). O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) é responsável pela CF 2016.

O CONIC é composto pelas seguintes igrejas: A Igreja Católica Apostólica Romana; A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil; A Igreja Presbiteriana Unida do Brasil; e A Igreja Sirian Ortodoxo de Antioquia. Além dessas Igrejas três organizações participaram na Comissão da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016: O Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP), Visão Mundial, Aliança de Batistas do Brasil.

As Igrejas que integram o CONIC assumem como missão expressar em gestos e ações o mandato evangélico da unidade, que diz: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em Ti; que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste”(Jo 17,21). Seria importante mencionar também a contribuição da Misereor dos católicos da Alemanha para a CF 2016, que desde uma perspectiva de fé, significa também assumir a responsabilidade comum pelo futuro da Terra.

Entre várias importantes fontes que marcaram o ano 2015 preocupadas com as mudanças climáticas precisamos mencionar duas: “Peregrinação por justiça e paz” do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) que destaca a necessidade urgente da superação desse modelo de desenvolvimento que está baseado no consumo e na ganância; e a Encíclica do Papa FranciscoLaudato Sí sobre o cuidado da Casa Comum. O Objetivo Geral da Campanha é: “Assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”.

Os oito Objetivos Específicos da CF mostram a preocupação com o saneamento básico no Brasil:

a) Unir Igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico;
b) Estimular o conhecimento da realidade local em relação aos serviços de saneamento básico;
c) Incentivar o consumo responsável dos dons da natureza, principalmente da água;
d) Apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o seu Plano de Saneamento Básico;
e) Acompanhar a elaboração e a excussão dos Planos Municipais de Saneamento Básico;
f) Desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de saneamento básico apenas tornar-se-ão realidade pelo trabalho e esforço conjunto;
g) Denunciar a privatização dos serviços de saneamento básico, pois eles devem ser política pública como obrigação do Estado;
h) Desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade à proposta cristã e envolvimento com as necessidades humanas básicas.

De fato, as noventa páginas do texto-Base da CF 2016 são realmente uma enciclopédia sobre saneamento básico.


Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Catequese: Católico pode participar do Halloween?

O cristão católico pode participar do Halloween? Essa é apenas uma prática cultural inofensiva?
O Halloween é uma festa comemorada no dia 31 de outubro, véspera do Dia de Todos os Santos. É realizada em grande parte nos países ocidentais, sendo mais forte nos Estados Unidos, para onde foi levada por imigrantes irlandeses em meados do século XIX. Na valorização da cultura americana, especialmente nas escolas de inglês e nos filmes de Hollywood, essa festa tem se espalhado pelo mundo.

A Origem do Halloween
A prática do Halloween vem do povo celta, o qual acreditava que, no último dia do verão (31 de outubro), os espíritos saíam dos cemitérios para tomar posse dos corpos dos vivos, visitar as famílias e levar as pessoas ao mundo dos mortos. Sacerdotes druístas (religião celta) atuavam como médiuns evocando os mortos. Parece que, para espantar esses fantasmas, os celtas tinham o costume de colocar objetos assustadores nas casas, como caveiras, ossos decorados, abóboras enfeitadas entre outros. O termo “Halloween” surge mais tarde, no contato da cultura celta com o Cristianismo. Da contração do termo escocês “Allhallow-eve” (véspera do Dia de Todos os Santos), que era a noite das bruxas, surge o “Halloween”.

O Católico pode participar do Halloween?
É aí que surge a dúvida: hoje essa festa tem algum significado espiritual? O cristão pode participar dela? É apenas uma prática cultural inofensiva?

São Paulo diz: “Não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares” (Ef 6,12). O apóstolo também exorta: “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar” (1Pd 5,8). Embora não os vejamos, os espíritos malignos são seres inteligentes que agem tentando perder as almas. Não os vemos, mas sofremos suas investidas. Isso é Doutrina da Igreja Católica.

Significado espiritual
Será que uma festa pagã, que praticava um ato abominável por Deus – a evocação dos mortos (Dt 18,10-11) –, enculturada hoje, não tem significado espiritual nenhum? É difícil que não tenha! Mas onde está o maligno nessa brincadeira de criança? Nós não o vemos, assim como não vemos o vírus ebola que começa a apavorar o mundo. Você faria uma festa numa região que pode estar contaminada com esse vírus? Uma doença que pode roubar sua vida temporal? Eu não! Da mesma forma, e com muito mais razão, é questionável envolver-se numa festa que possa nos deixar sujeitos a um “vírus” que pode roubar nossa vida eterna. Na dúvida, eu me resguardo. Bem, mas essa é uma reflexão para quem tem fé católica e procura ser coerente com ela.

Outra pergunta que me faço é se o contato e a identificação com imagens horríveis de bruxas e monstros não tem significado algum na formação dos jovens. Desconsiderando a expressão de um satanismo evidente, mas indo para reflexão mais cultural, aí também não acredito que o Halloween seja tão inofensivo.

O mal quando vira brincadeira torna-se inofensivo?
O ser humano é chamado a contemplar o belo, porque é manifestação da harmonia de tudo que é bom e verdadeiro. Deus é belo, mas o ser humano tem uma estranha atração pelo mórbido, o oculto e suas expressões naquilo que tem de horrível. Não tenha dúvida de que educar uma pessoa humana significa, dentre tantas outras coisas, ensiná-la a apreciar, valorizar e identificar o belo com o bom. Não seria o Halloween mais uma forma, dentre tantas outras hoje em dia, de roubar a referência do belo, do verdadeiro, do bom e do honesto? Será que o mal e o monstruoso, quando viram brincadeira, são tão inofensivos à cultura e aos valores do ser humano?

Até o “doces ou travessuras” não surgiu de forma muito pura. Parece que sua origem está na época em que os países anglo-saxônicos se tornaram protestantes, e as crianças protestantes iam às casas das famílias católicas, oprimidas pelo governo, impor suas exigências. Em um mundo onde os jovens diariamente curtem nas roupas, nos filmes e nas festas o mórbido das caveiras e dos zumbis, o horrível dos monstros e das bruxas, é fácil entender uma sociedade tão pobre em cultura e tão abundante em violência e promiscuidade. Se a expressão do mal é brincadeira e moda, que mal faz torná-lo coisa séria?
Festejar os demônios

Voltando ao lado religioso, é curioso que o Halloween se avizinhe da festa católica de Todos os Santos. Não parece que alguém, tão incomodado com os santos, resolveu festejar os demônios?

Não se trata de supervalorizar do mal em detrimento do bem. Menos ainda de uma visão puritana das coisas deste mundo. O mundo é maravilhoso, a vida é bela. O cristão precisa saber acolher essa maravilha, valorizar a vida do homem e cultivar a alegria da criança e do jovem. Contudo, para semear a vida e colher a alegria é preciso saber: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém. Tudo me é permitido, mas eu não me deixarei dominar por coisa alguma” (1Cor 6,12).


André Botelho
Canção Nova

CNBB celebra envio de missionária ao Haiti

Os bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) participaram, no fim da tarde da última terça-feira, 27, da missa de envio da irmã Zenaide Laurentina Mayer. A religiosa fará parte do Projeto Missionário Intercongregacional, que a Igreja no Brasil desenvolve no Haiti desde 2010, quando um terremoto devastou o país.

A celebração eucarística foi presidida pelo bispo auxiliar de São Luís (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB, dom Esmeraldo Barreto de Faria.

Em sua homilia, dom Esmeraldo recordou o evangelho do dia, tirado do livro de São Lucas, em que Jesus compara o Reino de Deus a uma semente e ao fermento. “Reunidos nessa celebração, guardemos no coração essa importância da vivência da missão, esse chamado de Deus para nossa vida, para vivenciarmos esse Reino que é de Deus, que Jesus disse que é semelhante à semente e ao fermento”, motivou o bispo.

Dom Esmeraldo falou sobre a missão considerando que cada pessoa é uma “semente de Deus e uma terra de Deus que acolhe a semente, e, ao mesmo tempo, a pessoa que semeia”.

“Em nome de Deus e como vocação e missão, somos chamados a semear e a colocar no coração e na vida das pessoas essa semente que traz a força de Deus, mas ao mesmo tempo a missão nos implica de tal forma que nós nos tornamos terra, nos tornamos lugar que recebe a semente de Deus que vem das outras pessoas”, explicou.

À missionária, dom Esmeraldo indicou que deve ser uma semeadora que possui a “semente de Deus”. Entretanto, ela não deve se esquecer o que irá encontrar no país caribenho. “Lá no Haiti tem um povo que grita pela força do Espírito, a natureza com todas as pessoas de lá, eles gritam esperando esta semente, mas lá também já está essa semente, lá também já tem semeadores e semeadoras, não só as irmãs que a senhora vai encontrar e conviver”, recordou.

Além de semeadora, a missionária será, de acordo com dom Esmeraldo, terreno. “Que a senhora possa acolher toda semente de Deus que vem para sua vida e para o seu coração”, disse.

A comparação com o fermento também acontece da mesma maneira. “A senhora vai ser a pessoa que vai colocar esse fermento, que vai levar esse fermento, mas a senhora vai ser farinha. Com certeza, no Haiti, não vai ser só farinha pronta, mas vai ser um trigo que vai ser moído, moído, para se tornar uma farinha”, afirmou o bispo.

O presidente da celebração ainda exortou aos presentes a não terem medo de se aproximarem das periferias e “tocar nas feridas de Cristo”.

Ao final de sua fala, dom Esmeraldo ressaltou o fato da missa de envio ocorrer durante a reunião do Conselho Permanente da CNBB. “A evangelização não é um ato isolado, já lembrava Paulo VI na Evangelii Nuncianti, mas é um ato fundamentalmente eclesial. A senhora lá vai viver como Igreja, vai ser um sinal da Igreja aqui do Brasil que está em união com a senhora”, disse.

Envio

A celebração seguiu com a bênção que pede a Deus que a missionária seja guiada e fortalecida “para que não se deixe abater pelo trabalho e pela fadiga”. A prece também roga que “suas palavras sejam eco da voz de Cristo” e atraia para a observância do evangelho os que a escutarem.

Dom Esmeraldo benzeu e entregou à religiosas a Cruz, que simboliza o amor de Cristo e a missão “para qual a Igreja a escolheu”. Irmã Zenaide também recebeu das mãos da presidente da CRB, irmã Maria Inês Ribeiro, a bandeira do Haiti.

O arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, dom Sergio da Rocha, entregou uma vela. "É com muita esperança, mas também com uma gratidão muito sincera que nós te entregamos esta chama da fé em Cristo, luz da palavra, luz que é Cristo. Vá compartilhar esta luz, esta chama com aqueles irmãos e irmãs, um povo irmão, acolhido, lá do Haiti", disse dom Sergio.

Também foi entregue, pela coordenadora do Conselho Missionário Diocesano (Comidi) da arquidiocese de Brasília, Cláudia, e pela pequena Yasmin, integrante da infância Missionária, o cartaz da Campanha Missionária. Dom Esmeraldo pediu que a irmã Zenaide levasse o material em sua viagem.


Expectativa
Natural de Witmarsum (SC), irmã Zenaide fez sua profissão religiosa em Presidente Getúlio (SC), na congregação das Irmãs Franciscanas de São José. Ela comentou sobre suas expectativas para a missão. “A expectativa é que a gente possa conviver, ser fraterno e realmente fazer um trabalho de irmão para irmão e em comunhão com as irmãs que já estão lá e também com o povo, com a cultura. E que a gente possa realmente fazer um trabalho do Evangelho junto às pessoas que estão lá”, espera.

Durante a missa de envio, estiveram presentes religiosas da Congregação que atuam em Nova Alvorada do Sul (MS), Rio Verde (GO), Curitiba (PR), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC) e Presidente Getúlio (SC).

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Deus não condena, só pode amar, diz Papa Francisco

Na Missa desta quinta-feira, o Papa lembrou que a impotência de Deus é o amor pela humanidade; Deus pode tudo, menos deixar de amar

Deus não condena, Ele só pode amar e o amor é a sua fraqueza e a vitória do homem. Essa foi, em resumo, a reflexão do Papa Francisco na Missa desta quinta-feira, 29, na Casa Santa Marta.

Da primeira Leitura, Francisco destacou a fala de São Paulo: “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”. O Papa explicou que é como se o cristão tivesse em mãos essa força da segurança de vencedor, como uma propriedade, e pudesse dizer “sou campeão”. Mas o sentido é outro, disse. O que faz o cristão vencedor é o fato de que nada poderá separá-lo do amor de Deus.

“Não é que nós somos vencedores sobre os nossos inimigos, sobre o pecado. Não! Nós estamos tão ligados ao amor de Deus que ninguém, nenhum poder, nada poderá nos separar deste amor. Paulo viu no dom, viu mais, aquilo que dá o dom: é o dom da recriação, é o dom da regeneração em Cristo Jesus. Viu o amor de Deus. Um amor que não se pode explicar”.

A impotência de Deus é a sua incapacidade de não amar
Francisco explicou que cada pessoa pode até rejeitar esse dom, preferindo a sua vaidade, o seu orgulho, o seu pecado. Mas mesmo assim o dom está ali.

“O dom é o amor de Deus, um Deus que não pode se separar de nós. Essa é a impotência de Deus. Nós dizemos: ‘Deus é poderoso, pode fazer tudo!’. Menos uma coisa: separar-se de nós! No Evangelho, aquela imagem de Jesus que chora sobre Jerusalém nos faz entender algo desse amor. Jesus chorou! Chorou sobre Jerusalém e naquele choro está toda a impotência de Deus: a sua incapacidade de não amar, de não se separar de nós”.

A segurança do homem: Deus não condena, só pode amar
Sobre esse episódio do Evangelho, o Papa explicou que Jesus chorou sobre Jerusalém que matou os seus profetas, aqueles que anunciavam a sua salvação. E Deus disse: “Quantas vezes quis reunir os teus filhos como uma galinha e os seus pintinhos sob suas asas e vocês não quiseram”. Essa é uma imagem de ternura, lembrou o Papa, e por isso São Paulo entende e diz que foi convencido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos e nem nada pode separar o homem desse amor divino.

“Deus não pode não amar! E essa é a nossa segurança. Eu posso rejeitar aquele amor, posso rejeitar como fez o bom ladrão, até o fim da sua vida. Mas ali o esperava aquele amor. O pior, o que mais diz blasfêmias é amado por Deus com uma ternura de pai. E como diz Paulo, como diz o Evangelho, como diz Jesus: ‘Como uma galinha com os pintinhos’. E Deus, o Poderoso, o Criador pode fazer tudo: Deus chora! Neste choro de Jesus sobre Jerusalém, naquelas lágrimas, está todo o amor de Deus. Deus chora por mim, quando eu me afasto; Deus chora por cada um de nós; Deus chora por aqueles malvados, que fazem tantas coisas ruins, tanto mal à humanidade…Espera, não condena, chora. Por que? Porque ama!”.

Canção Nova 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

São Judas Tadeu e as causas impossíveis

Diante da figura de São Judas Tadeu e conhecendo a grande devoção que esse santo possui, é bom que nos perguntemos sobre o que são essas causas impossíveis que tanto pedimos ajuda a esse santo, buscando aprofundar um pouco mais nessa devoção e tratando de encontrar alguns dos verdadeiros valores de fé que animam essa devoção.

Em uma passagem famosa da Bíblia (Mt, 19, 24-46) encontramos Jesus dizendo que é mais fácil que um camelo passe pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos céus. Isso deixa os discípulos um pouco assustados e perguntam quem é que poderia então se salvar, ao que Jesus responde: "Isso é impossível aos seres humanos, mas para Deus todas as coisas são possíveis". Talvez a maior causa impossível que exista seja exatamente essa, a nossa salvação. Ela é, ao mesmo tempo, a causa mais importante de todas, já que “de que adianta uma pessoa ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc 8,36). E vemos que Deus sai ao encontro dessa causa impossível, tornando-a possível com Ele.

Mas não existe apenas essa última e mais importante causa impossível. De fato, a busca por viver uma vida cristã autêntica coloca o cristão em diversos desafios que o exigem bastante e, de uma maneira geral, sem a intercessão de Deus, ou seja, sem a sua graça que anima a nossa vida, nós é também impossível perseverar até o fim por nossa fragilidade humana que muitas vezes prefere dar as costas a Deus e buscar ao máximo, na medida em que seja possível, uma vida cômoda, tranquila, longe dos problemas do mundo e fazendo vistas grossas aos nossos próprios problemas.

Verdadeiramente as causas impossíveis estão, se olhamos dessa maneira, por todo lado. Existem ainda causas que não são impossíveis em si mesmas, mas que por vários motivos podem ser impossíveis para mim, em algum determinado momento. Atravessar um rio remando não é impossível, mas para uma pessoa que não possua a força necessária para ir contra a correnteza, pode-se entender uma certa impossibilidade.

Estamos tocando aqui um valor fundamental da fé cristã que o mundo atual quer deixar cada vez mais de lado. O ser humano precisa de ajuda para enfrentar os seus impossíveis, mas o que se vende hoje como êxito de vida é a pessoa independente, autônoma, que não precisa dos outros para levar sua vida adiante, que se completa a si mesma. Em um mundo assim, Deus vai perdendo seu lugar porque já não há nada que nós não possamos resolver por nós mesmos. Vamos nos tornando nossos pŕoprios deuses.

O problema é que os impossíveis não desaparecem realmente, mas ficam apenas camuflados, deixados de lado, esquecidos. Um grande valor que nós católicos não podemos perder é exatamente esse que nos lembra São Judas Tadeu como padroeiro das causas impossíveis. O ser humano é uma criatura maravilhosa e capaz de coisas incríveis, mas não é Deus e precisa dele para se realizar como ser humano, para compreender o sentido sobrenatural da vida e para conseguir perseverar nessa “vida em abundância” que o próprio Deus nos convida a viver.

Hoje é um dia para lembrar que como criaturas não somos capazes de realizar o impossível, mas que Deus vivo em nós e por meio de nós (assim como por meio de São Judas) pode e quer realizar todos os impossíveis que nos atrapalham a viver uma vida feliz e principalmente realizar o impossível de nossa salvação.

A12.com

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Vaticano desmente notícia infundada sobre saúde do Papa

Padre Lombardi afirmou que notícia sobre saúde do Papa é infundada e sua publicação foi um ato irresponsável


O Vaticano desmentiu, nesta quarta-feira, 21, notícias infundadas sobre a saúde do Papa Francisco. Um órgão de imprensa italiano publicou a informação de que o Papa teria um pequeno tumor curável no cérebro, fato negado pela Santa Sé.

“A difusão de notícias totalmente infundadas sobre a saúde do Santo Padre por parte de um órgão de imprensa italiano é gravemente irresponsável e não digna de atenção. Além disso, como todos veem, o Papa desenvolve sempre sem interrupção a sua intensa atividade de modo absolutamente normal”, declarou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, em nota emitida nesta quarta-feira.

Padre Lombardi voltou a falar do assunto na coletiva desta manhã, sobre o andamento dos trabalhos do Sínodo dos Bispos. Ele disse que confirmou com fontes seguras, inclusive com o próprio Santo Padre, que Francisco não realizou nenhum tipo de exame, como consta na notícia publicada pelo jornal italiano. Nenhum médico japonês esteve no Vaticano para visitar o Papa, disse.

Além da falsa notícia, o jornal publicou uma entrevista com um professor sobre o referido tumor. O próprio professor ligou para padre Lombardi e disse que ficou surpreso com as notícias. Ele contou que, realmente, concedeu entrevista ao jornal sobre tumores cerebrais, mas foi algo genérico, sem referências ao Santo Padre.

“Posso confirmar que o Papa goza de boa saúde”, concluiu padre Lombardi.


Canção Nova

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Papa Francisco alerta sobre “vírus” da hipocrisia

Na Missa desta sexta-feira, Papa destacou necessidade de oração para não se contagiar pelo vírus da hipocrisia, que nunca leva à luz de Deus 


É preciso rezar muito para não se deixar contagiar pelo “vírus” da hipocrisia, disse o Papa Francisco em sua homilia nesta sexta-feira, 16, na Casa Santa Marta. A hipocrisia, disse, seduz o ser humano com o fascínio da mentira.

O Papa recordou a cena retratada por Lucas na passagem do Evangelho do dia – Jesus e os discípulos, no meio de uma multidão, que pisa nos próprios pés, de tão numerosa que é –, chamando à atenção para a advertência sincera de Cristo aos Seus discípulos: “Atentos ao fermento dos fariseus”. “O fermento é uma coisa muito pequena”, observa Francisco, mas como Jesus fala sobre ele, é como se quisesse dizer “vírus”. Como um médico que diz para prestar atenção aos riscos de um contágio.

“A hipocrisia é a maneira de viver, agir e falar, que não é clara. Talvez sorria, talvez seja sério… Não é luz, não é escuridão… Move-se de uma forma que parece não ameaçar ninguém, assim como a serpente, mas tem o fascínio do claro-escuro. Tem o fascínio de não ter as coisas claras, de não dizer as coisas claramente; o fascínio da mentira, das aparências … Aos fariseus hipócritas, Jesus dizia também que eles estavam cheios de si mesmos, de vaidade, que eles gostavam de caminhar nas ruas, mostrando que eram importantes, pessoas cultas”.

Jesus, no entanto, tranquiliza a multidão. “Não tenham medo”, diz Ele, porque “não há nada escondido que não será revelado, nem segredo que não será conhecido”. Como se dissesse, observa ainda Francisco, que se esconder não ajuda, embora o fermento dos fariseus leva as pessoas a amar mais as trevas do que a luz.

“Esse fermento é um vírus que fará com que você fique doente e morra. Cuidado! Esse fermento leva você às trevas. Cuidado! Mas há alguém que é maior do que isso: é o Pai que está nos céus. “Cinco pardais não se vendem por duas moedas? No entanto, nenhum deles é esquecido diante de Deus. Até os cabelos de sua cabeça estão todos contados”. E, em seguida, a exortação final: “Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais”. Diante de todos esses medos que nos colocam aqui e ali, e que nos coloca o vírus, o fermento da hipocrisia farisaica, Jesus nos diz: “Há um pai que ama você, que cuida de você”.

E há uma só maneira de evitar o contágio, diz Papa Francisco. É o caminho indicado por Jesus: rezar. A única solução, para evitar cair naquela atitude hipócrita que não é nem luz, nem escuridão, é a metade de um caminho que nunca vai chegar à luz de Deus.

“Rezemos. Rezemos muito. ‘Senhor, protege a tua Igreja, que somos todos nós: protege o teu povo, o que se tinha reunido e se pisoteava entre eles. Protege o teu povo, para que ame a luz, a luz que vem do Pai, que vem do Teu Pai, que Te enviou para nos salvar. Protege o Teu povo, para que não se torne hipócrita, para que não caia na apatia da vida. Protege o Teu povo, para que ele tenha a alegria de saber que existe um Pai que nos ama tanto”.

domingo, 4 de outubro de 2015

Como amar e viver cada dia melhor a Santa Missa?

Vamos refletir sobre um assunto que tem uma importância fundamental na vida espiritual:
Como amar e viver cada dia melhor a Santa Missa?

Você, com certeza, tem esse desejo: quer participar da Missa com mais fé, com mais amor, com mais fruto. Pois bem, para isso precisamos perguntar-nos muito sinceramente: Como é que eu vejo a Missa? O que a Missa é para mim?

Talvez nos ajude a achar a resposta imaginarmos agora que já foi descoberta a "máquina do tempo", sobre a qual fantasiam tantos romances e filmes. Ajudado pela máquina, você consegue recuar mais de dois mil anos, e de repente se encontra em Jerusalém, no ano 33 da nossa era.

Com imensa emoção, nota que está ocupando um lugar à mesa no Cenáculo, na sala onde Jesus, presente, está instituindo a Sagrada Eucaristia, e ouve suas palavras: "Isto é o meu corpo, que será entregue por vós; este é o cálice do meu sangue, que será derramado por vós…". Simultaneamente, você se acha no Calvário, junto de Nossa Senhora e de São João, ao pé da Cruz, e escuta como Jesus diz, pouco antes de morrer: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!" E ainda, sem intervalo de tempo, você está de novo no Cenáculo e vibra com os onze Apóstolos (Judas já se foi), radiantes de alegria porque acaba de se apresentar ali Jesus vivo, ressuscitado, e lhes mostra – a você também – as chagas das mãos e dos pés, enquanto lhes diz: "Não tenham medo, sou eu mesmo!"

Visto num filme, lido num grande romance, isso seria fantástico. Acontece, porém, que não estou falando nem de filme de ficção científica nem de romance de fantasia. Falo de uma realidade, de uma tremenda e total realidade, que talvez você viveu muitas vezes sem reparar, com os olhos da alma cegos, tapados pelo desconhecimento ou pela fraqueza da fé. Porque isso tudo que acabo de falar, acontece de fato, de verdade, todas as vezes que você assiste à Santa Missa.

Para que me preparo?
Sei que agora não é o momento de lhe dar uma aula sobre a Missa, pois não estamos fazendo um curso de doutrina, mas apenas meditando sobre alguns pontos de vida espiritual. Mas, uma vez que tratamos da preparação prática para a Missa, é necessário perguntar-nos: para quê me preparo? Como é lógico, você e eu nos prepararíamos de maneira diferente se fôssemos visitar um simples colega, ou se, por hipótese, fôssemos ter uma entrevista particular com o Papa.

Pois bem, a Missa, como diz um grande teólogo (Guardini), "é uma Pessoa". É Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, no ato máximo do seu amor: naqueles momentos em que, como diz São Paulo, se entregou – morreu – pelos nossos pecados, e ressuscitou para a nossa santificação (cf. Rm 4,25 e 1 Cor 11,26).

Não acha que será útil rever agora brevemente pontos básicos da nossa fé sobre a Missa, a fim de compreender como devemos prepará-la?

Leio no Compêndio do Catecismo da Igreja Católica que a Eucaristia "é o próprio sacrifício do Corpo e Sangue do Senhor Jesus, que ele instituiu para perpetuar pelos séculos o sacrifício da cruz, confiando assim à sua Igreja o memorial da sua morte e ressurreição" (n. 271).

"Memorial" não quer dizer "lembrança", mas "presença" atual de fatos que aconteceram em outro tempo, e que Deus quer eternizar. Como ensina a Igreja, "tudo o que Cristo fez e sofreu por todos os homens, participa da eternidade divina, e assim transcende todos os tempos e em todos se torna presente" (Catecismo da Igreja, n. 1085). Por isso, "quando a Igreja celebra a Eucaristia [a Santa Missa], memorial da morte e ressurreição do seu Senhor, este acontecimento central de salvação torna-se realmente presente" (João Paulo II, Encíclica sobre a Eucaristia, n. 11).

Sendo assim, é natural que a Igreja proclame que a Eucaristia é "fonte e ápice de toda a vida cristã", e que "ela encerra todo o bem espiritual da Igreja: o mesmo Cristo" (Compêndio, n. 274).

Você vai à Missa? Então vai ter num encontro pessoal com Jesus, no momento – atual! – em que, como diz São João, levou seu amor por nós até o fim, até o extremo (Jo 13,1).

Vai à Missa? Então vai ao encontro de Jesus, vivo e real, que o espera, entregando-se agora na cruz por você, dando-se agora a você como alimento de Vida, esperando agora por você com o coração cheio da maior loucura de amor que se possa imaginar.

Como preparar-se bem
Será que todas as vezes que você vai à Missa, você se prepara? Não? Então, tire as consequências.

A primeira e fundamental, segundo me parece, é a que exprime o ditado "amor com amor se paga". Portanto:

a) Seria terrível ir ao encontro de Jesus na Missa e na Comunhão com um coração que carregasse, sem se importar com isso, ofensas graves contra Deus, pecados mortais não perdoados numa boa confissão. Que falta de amor e de respeito! É lógico que a Igreja tenha ensinado sempre, sem mudar jamais, o que hoje ensina o Catecismo da Igreja:

"Quem quer receber a Cristo na comunhão eucarística deve estar em estado de graça. Se alguém tem consciência de ter pecado mortalmente, não deve comungar a Eucaristia sem ter recebido previamente a absolvição no sacramento da penitência" (n. 1415). A Igreja condena o erro dos que dizem que se pode comungar, ainda que se tenha um pecado mortal, desde que a pessoa se arrependa a se proponha a confessar-se depois. Não, a confissão – fora dos casos de grave impossibilidade e necessidade de comungar – deve ser feita sempre antes de receber a Eucaristia ("necessidade" de comungar é, por exemplo, o caso de perigo de morte; ou a precisão de fazer a comunhão anual, em circunstâncias onde isso só pode ser feito através de um leigo ministro da Comunhão, por falta de padre).

Depois de esclarecer isso, quero que evite uma possível confusão. Quando, infelizmente, uma pessoa não pode comungar por ter algum pecado mortal não confessado, isso não quer dizer que não possa assistir à Missa com muito proveito (pense na Missa pelas almas, que é de grande proveito para os falecidos, ainda que evidentemente eles não possam comungar). A "necessidade" da confissão prévia é para a Comunhão, não para a Missa. Por isso, se tiver a desgraça de algum dia não poder comungar, vá à Missa, não perca esse tesouro! Peça perdão a Jesus no coração, e confie em que aquela Missa lhe dará uma grande ajuda do Céu, forças para melhorar e capacidade de entender melhor o valor da confissão frequente.

b) Voltemos a pensar – como víamos antes – que a Missa é o máximo ato de amor de Cristo, que nela você vai ao encontro de this tremendous lover (esse tremendo amante), como diz o poeta Francis Thompson. Se está convencido disso, sentirá naturalmente o desejo de se preparar fazendo, por dentro, muitos atos de contrição também pelos pecados veniais: "Perdão, Jesus, por essas faltas que não são mortais, mas são indelicadezas!". E fará atos de fé, de esperança e de amor. Antes de ir à Missa, medite bem no que vai fazer, reze algumas das preces que os bons livros de orações trazem para antes da Comunhão.

O melhor mesmo seria fazer, antes da Missa, em casa ou na igreja, uns minutos de oração mental. Às vezes isso será difícil (pois outras pessoas da família se atrasam, ou você viajou e chega em cima da hora, etc.), mas sempre se pode conseguir um pouco de recolhimento interior e dizer breves orações no carro, na condução ou andando pela rua.

c) Antes lhe falava da diferente preparação que deveríamos fazer conforme fôssemos simplesmente encontrar um colega, ou fôssemos visitar o Papa. Pois bem, na Missa e na Comunhão nos espera, nos acolhe, vem a nós, alguém infinitamente maior que qualquer outro ser humano, por importante que seja: Jesus, Deus e Homem. Acha lógico irmos ao encontro d´Ele relaxados, usando por comodismo bermuda, camiseta e chinelos; ou, no caso das mulheres, vestindo um tipo de roupa – ou de escassez de roupa – que em nenhuma hipótese ousariam usar numa visita ao Papa? Então, repito o que antes lhe dizia: tire as consequências.


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O Rosário é um Evangelho simplificado

O Rosário é um ‘Evangelho compendiado’, que dará aos que o rezam rios de paz

O Rosário da Virgem Maria é o resumo das Sagradas Escrituras, o “compêndio do Evangelho”. Nele, contemplamos o rosto de Cristo, no Espírito Santo, escutando a voz do Pai, pois “ninguém conhece o Filho senão o Pai”. Essa fonte nos foi revelada pelo próprio Cristo: “Não foram a carne nem o sangue quem to revelou, mas o meu Pai que está nos céus”. Os mistérios de Deus dependem de uma revelação do alto e só a experiência do silêncio e da oração oferecem o ambiente adequado para a contemplação. O Rosário favorece essa experiência de escuta da voz de Deus e, consequentemente, a contemplação do rosto de Cristo e de Seus mistérios.

Antes de São João Paulo II, o Beato Papa Pio IX já ensinava que o Rosário é um “Evangelho compendiado”, que dará aos que o rezam rios de paz de que nos fala a Escritura. Depois de um longo pontificado, já em seu leito de morte, Pio IX deixou-nos um magnífico e comovente testamento espiritual. Questionado por um clérigo sobre o que pensava naquele momento derradeiro, respondeu: “Que hei de pensar, filho meu! Veja: estou contemplando, calmamente, os quinze mistérios que adornam as paredes deste quarto, que são outros tantos quadros de consolo. Se visses como me animam! Contemplando os mistérios gozosos, não me lembro das minhas dores. Pensando na cruz, sinto-me confortado enormemente, pois vejo que não sou sozinho no caminho da dor, mas que adiante de mim vai Jesus. E quando considero os da glória, sinto grande alegria, e me parece que todos os sofrimentos se convertem em resplendores de glória. Ó, como me consola o Rosário neste leito de morte!”. Depois de dizer tão belas palavras sobre o Rosário, deixa-nos seu testamento espiritual: “Seja este, filhos meus, meu testamento para que vos lembreis de mim na terra”.

O Papa Paulo VI descreveu sabiamente o Saltério Mariano: “Oração evangélica, centrada sobre o mistério da encarnação redentora, o Rosário é, por isso mesmo, uma prece de orientação profundamente cristológica. Na verdade, o seu elemento mais característico – a repetição litânica do “Alegra-te, Maria”– torna-se também ele louvor incessante a Cristo, objetivo último do anúncio do Anjo e da saudação da mãe do Batista”: “Bendito o fruto do teu ventre”. A repetição da Ave-Maria constitui o enredo sobre a qual se desenrola a contemplação dos mistérios. O Jesus que cada Ave-Maria recorda é o mesmo que a sucessão dos mistérios propõe como Filho de Deus e da Virgem Maria: “nascido numa gruta de Belém; apresentado pela mesma Mãe no Templo; um rapazinho ainda, a demonstrar-se cheio de zelo pelas coisas de seu Pai; depois, Redentor, agonizante no horto, flagelado e coroado de espinhos; a carregar a cruz e a morrer sobre o Calvário; por fim, ressuscitado da morte e elevado à glória do Pai, para efundir o dom do Espírito”.

Para reforçar a centralidade de Cristo na oração do Rosário, o Papa João Paulo II inseriu – deixando à livre valorização de cada pessoa e das comunidades – os mistérios da vida pública de Cristo. Pois, nesses mistérios, contemplamos aspectos importantes da pessoa de Cristo como revelador definitivo de Deus. Jesus é declarado Filho dileto do Pai no batismo do Jordão, anuncia a vinda do Reino, testemunha-o com as obras e proclama as suas exigências. Nos anos da vida pública de Cristo, Seu mistério, de forma especial, mostra-se como mistério de luz: “Enquanto estou no mundo, sou a Luz do mundo”.

Assim, para que o Rosário seja mais plenamente o “compêndio do Evangelho”, é conveniente que, depois de recordarmos a Encarnação e a vida oculta de Cristo, nos mistérios gozosos, e antes de meditarmos sobre os sofrimentos da Paixão, nos mistérios dolorosos, e o triunfo da Ressurreição, nos mistérios gloriosos, devemos meditar também sobre alguns momentos particularmente significativos da vida pública de Jesus, nos mistérios luminosos. Esta inserção dos mistérios da luz faz do Rosário um resumo de todo o Evangelho, uma “verdadeira introdução na profundidade do Coração de Cristo, abismo de alegria e de luz, de dor e de glória”. Meditar com o Rosário significa entrar no mistério de Deus e entregar as nossas necessidades aos corações misericordiosos de Jesus e de Maria. “O Rosário ‘marca o ritmo da vida humana’ para harmonizá-la com o ritmo da vida divina, na comunhão da Santíssima Trindade, destino e aspiração da nossa existência”.

Nossa Senhora do Rosário, rogai por nós!

Canção Nova