sábado, 22 de fevereiro de 2014

Papa Francisco cria os primeiros cardeais de seu pontificado, entre eles um brasileiro

O Papa Francisco criou neste sábado (22) os primeiros cardeais de seu pontificado. O Consistório Ordinário Público foi realizado na Basílica Vaticana e ficou marcado pela presença do Papa Emérito Bento XVI.

Na presença do Colégio Cardinalício, delegações oficiais de 15 países e de autoridades como a presidente do Brasil, Dilma Rousseff e a presidente do Haiti, Michel Martelly e fiéis, o Santo Padre exortou à paz e reconciliação para os povos que vivem “provados pela violência e a guerra”.

No início da celebração, na procissão de entrada, o Papa Francisco cumprimentou e abraçou Bento XVI. Durante toda a cerimônia o papa emérito manteve-se ao lados dos cardeais.

O Consistório teve continuidade com a palavra do Secretário de Estado, dom Pietro Parolin, um dos novos cardeais, que dirigiu em nome de todo o Colégio uma saudação ao Papa.

Diante dos novos e antigos membros do Colégio Cardinalício, o Pontífice inspirou sua homilia no Evangelho de São Marcos (capítulo 10, versículos 32 a 45), destacando a liderança de Jesus que “ia à frente” dos apóstolos e abria o caminho. “Jesus caminha à nossa frente. Ele está sempre à nossa frente. Precede-nos e abre-nos o caminho. E esta é a nossa confiança e a nossa alegria: ser seus discípulos, estar com Ele, caminhar atrás d’Ele, segui-Lo”, assinalou o Papa.
Dom Orani recebe título de cardeal do Papa Francisco
Neste momento, o Santo Padre disse que os apóstolos sentiram medo quando Jesus falou sobre o que iria acontecer em Jerusalém, anunciando a sua paixão, morte e ressurreição, e dirigindo-se aos cardeais enfatizou a confiança que é preciso ter nos planos de Deus e não temer o sofrimento. “Nós, ao contrário dos discípulos de então, sabemos que Jesus venceu e não deveríamos ter medo da Cruz; antes, é na Cruz que temos posta a nossa esperança”.

Firmando seu olhar em direção aos cardeais o Santo Padre destacou que a Igreja necessita deles, de sua colaboração, de sua coragem para anunciar o Evangelho, de sua oração e compaixão, “sobretudo neste momento de dor e de sofrimento em tantos países do mundo”, referindo-se às diversas nações que passam por conflitos e guerras.

Por fim, Francisco fez uma menção à paz e um convite à união: “A Igreja precisa de nós também como homens de paz, precisa que façamos a paz com as nossas obras, os nossos desejos, as nossas orações. Caminhemos juntos atrás do Senhor e deixemo-nos cada vez mais convocar por Ele, no meio do povo fiel, da Santa Mãe Igreja”.
Em seguida, a celebração seguiu com a leitura da fórmula de criação dos novos cardeais. Proclamando solenemente os nomes dos cardeais, o Papa os uniu em “um vínculo mais estreito à Sé de Pedro”.

Na sequência, a cerimônia continuou com a profissão de fé e o juramento dos novos cardeais, de fidelidade e obediência a Francisco e seus sucessores. Cada um ajoelhou-se para receber o barrete cardinalício que o Papa impõe “como sinal da dignidade do cardinalato”, significando que todos devem estar prontos a comportar-se “com fortaleza, até à efusão do sangue, pelo aumento da fé cristã, pela paz e a tranquilidade do povo de Deus e para a liberdade e a propagação da Santa Igreja Romana”. O Papa entregou ainda o anel aos novos cardeais dizendo: “Recebe o anel das mãos de Pedro e saiba que, com o amor do Príncipe dos Apóstolos, se reforça o teu amor para com a Igreja”.
O Santo Padre atribuiu a cada cardeal uma igreja em Roma, como um sinal de participação no cuidado pastoral do Papa na cidade. Ele entregou a bula de criação cardinalícia e o título correspondente a cada um e trocou um abraço de paz. Ao Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta, foi atribuído o título e a diaconia Santa Maria Madre della Provvidenza a Monte Verde.

A cerimônia encerrou com a oração do Pai-Nosso e com a bênção apostólica.

Um dos futuros novos cardeais, dom Loris Capovilla, de 98 anos, não pode estar presente por motivos de saúde, e irá receber o barrete e o anel pelas mãos de um enviado especial, em cerimônia a ser realizada em Bérgamo (Itália), no dia 1 de março, conforme anunciou o Pontífice.

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