domingo, 28 de junho de 2015

Dia do Papa: Gestos que evangelizam

No início de uma noite chuvosa, que banhava toda a “Cidade Eterna”, a multidão ansiosa, que se encontrava congregada na Praça de São Pedro, viu brotar da chaminé, instalada no alta da Capela Sistina, a fumaça branca que anunciava a eleição do novo papa. Os gritos de alegria, se misturavam com o incontido desejo de saber, quem, entre os mais de cem cardeais eleitores, tinha sido escolhido como o sucessor de Pedro.

Depois de alguns minutos eis que o cardeal diácono aparece no balcão da renascentista basílica de São Pedro, para anunciar que já tínhamos um novo papa, cardeal Jorge Bergoglio, e que escolhia como nome, Francisco. Na hora do anúncio da eleição do novo papa, o tempo chuvoso, deu lugar a uma noite estrelada, já anunciando a chegada de um novo tempo, para a Igreja.

Depois de um longo tempo de espera eis que no balcão da Basílica de São Pedro, aparece o novo bispo de Roma, que na caridade é chamado a governar a Igreja, que se faz presente nos quatro cantos do mundo. De um modo muito simples, o cardeal de Buenos Aires, agora papa, dirige-se aos presentes a praça, os saudando com um fraterno boa noite.

Com esta saudação, Francisco começava a ganhar o coração daqueles que se encontravam naquele lugar, para escutar, as primeiras palavras do sucessor de Pedro. Logo em seguida, convidou a todos para uma oração pela vida e serviço do bispo emérito de Roma, Bento XVI, que estando fora do Vaticano, acompanhava com devoção este momento eclesial.

Ao dirigir as suas primeiras palavras, aos seus diocesanos e ao mundo através dos meios de comunicação, Francisco falou do início de um novo caminho, edificado em conjunto, isto é, o bispo caminhando com o seu povo, e o povo caminhando unido ao seu pastor. E antes de despedir a todos com a sua bênção, pediu que todos, por meio da oração pudessem abençoa-lo. A multidão respondeu ao seu pedido, com um grande silêncio orante, rompido depois de alguns minutos por um grande aplauso.


A partir daquela primeira aparição, três palavras passaram a marcar o pontificado do novo bispo de Roma: testemunho, encontro e diálogo. Com isto distâncias foram quebradas e uma nova esperança brotou nos corações dos homens e mulheres de boa vontade.

Reunido em um encontro com os jornalistas e indagado sobre o motivo da escolha do nome Francisco, não titubeou em responder: “desejo uma Igreja pobre e com os pobres”. Desde o início de seu ministério petrino, Francisco tem insistido sobre a necessidade da Igreja, em testemunhar o evangelho de Jesus Cristo, não apenas com palavras, mas sobretudo com os gestos.

E isto ele vem fazendo de um modo muito fraterno nas visitas pastorais, aos hospitais, as escolas e nas periferias das cidades, por ele já visitadas. Tem pedido veemente a Igreja, para armar a sua tenda, em meio, as periferias existênciais. O seu desejo é uma Igreja de saída, em diálogo com o mundo e não fechada em si mesma.
A fidelidade de Francisco ao anúncio do Evangelho da Alegria, o faz viver a experiência de encontros com muitas pessoas e situações. Desde a sua eleição o papa, que nasceu e viveu boa parte do seu ministério sacerdotal e episcopal na América Latina, vai ao encontro dos doentes, migrantes, mendigos, prisioneiros e os abraça, com o abraço misericordioso do Pai.

Mas como o Cristo andando de uma margem a outra para evangelizar, compartilhando dos sofrimentos das ovelhas a ele confiadas, não deixa de exigir no encontro com os grandes líderes políticos o respeito pelo ser humano, no ato do pensar os grandes projetos políticos e econômicos que norteam as ações dos governantes das nações.

A sua preocupação com o ser humano, o coloca em diálogo com os diversos seguimentos da sociedade, para discutir as questões pertinentes a vida do homem moderno. O seu modo simples e profundo de falar e se posicionar diante de questões morais, econômicas, políticas, religiosas entre outras, revelam a prudência do bom pastor, que deixa as 99 ovelhas do redil, para ir ao encontro daquela que se perdeu, agindo sempre com misericórdia.

No pouco tempo que se encontra à frente da barca de Pedro, o Papa Francisco vem promovendo importantes progressos na vida pastoral da Igreja. Com muita sutileza tem mostrado a Igreja, que a beleza de seus pronunciamentos sobre as questões referentes ao humano só tem sentido, quando estes vêm acompanhados por gestos que demostram o nosso respeito e cuidado com o ser humano, obra mais sublime do Criador.

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