segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Veja dicas para conhecer melhor a Bíblia

Desde 1971, todos os anos no mês de setembro há um esforço católico em conjunto nas dioceses e paróquias para homenagear e conhecer mais a Bíblia. Grupos se organizam e se mobilizam nas mais diversas áreas: liturgia, estudos bíblicos, comunicação etc. O mês é encerrado com o Dia da Bíblia, 30 de setembro, dia de São Jerônimo, modelo exemplar de estudo e amor a Sagrada Escritura”. Em nossa Paróquia, acontece no último domingo do mês a Procissão da Bíblia, que reúne todas as comunidades paroquiais. 

Este ano de 2017 a Igreja mostra o tema: "Para que n'Ele nossos povos tenham vida" (Primeira Carta aos Tessalonicenses) e o lema: "Anunciar o Evangelho e doar a própria vida" (cf. 1Ts 2,8).

Veja aqui dicas importantes que o Jornal Santuário preparou para você conhecer melhor a Bíblia.

1. O que é a Bíblia?
Na explicação do missionário redentorista, Padre Domingos Sávio, a Bíblia é Palavra de Deus para nós. “Na segunda carta de São Paulo à Timóteo, capítulos 15 a 17, podemos ver que as escrituras têm o poder de comunicar a sabedoria que conduz a Salvação pela fé no Cristo Jesus. Toda escritura é inspirada por Deus e é útil para argumentar, ensinar, para corrigir, para educar conforme a justiça. Deus em Jesus nos ensinou sobre a sua vida e, então, é na bíblia que temos de buscar Deus, como Ele vive e como Deus quer que nós vivamos e qual proposta de vida tem para nós”, explica.

2. E por que ler a Bíblia?
O biblista Francisco Orofino responde que é importante ler porque a Bíblia é a Palavra de Deus para nós. “Esta é a Palavra, que ressoa na história do Povo de Deus ao longo do tempo, e que foi sendo fixada por escrito. A Bíblia é a biblioteca da Revelação divina, ou seja, ela preserva todo esforço de Deus em se comunicar conosco. Apesar desta antiguidade, a Bíblia, para nós católicos, aparece como uma novidade surpreendente: também hoje Deus quer se comunicar conosco. As comunidades estão descobrindo nela a vontade de Deus para nós, querendo nossa felicidade, nossa libertação, nossa redenção.”

O missionário redentorista, Padre Antônio Clayton de Sant’Anna, afirma que a Bíblia é também o livro da vida. A vida humana conhece e experimenta o sofrimento, a provação, a tentação. A Palavra de Deus é anunciada, é “ingerida” e vivida nas alegrias e dores do viver. “Precisamos aprender não só a ler, mas também a iluminar as angústias, aflições e desânimos da fraqueza humana. Em todos os livros bíblicos aparece o clamor suplicante do justo perseguido levantando o olhar para Deus em busca de socorro. Acolhida, a Palavra explica, refaz, e gera continuamente caminhos novos na vida. Os Evangelhos mencionam essa experiência inclusive na vida de Jesus, dos seus apóstolos e primeiras comunidades cristãs.”

Já a mestre em filosofia da religião, Ana Alice Matiello, diz que ler a Bíblia significa tornar-se consciente da história humana, especificamente do povo semítico, em sua relação particular com Deus. Por isso, ler a Bíblia é importante para conhecer os relatos reais e possíveis da formação da identidade de um povo e da sua transmissão na identidade da nova aliança em Cristo. “Nas narrativas da Bíblia estão configuradas as mais intensificadas realidades e potencialidades da vida humana em seus dramas históricos junto à intervenção de Deus”, conta.

3. O que são os Evangelhos no conjunto de toda a Bíblia?
Toda a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse é a Palavra de Deus, mas segundo padre Domingos Sávio, os Evangelhos são o ponto mais importante dentro da Palavra de Deus, pois nos traz Jesus. “Ele, Jesus é a palavra, a última Palavra que Deus gostaria de dizer, aquela que Deus tinha o mais profundo dele mesmo, em vez de mandar Isaias falar o queria dizer ao povo, Deus, o Pai, manda Jesus que é a Palavra encarnada de Deus. O que Deus quer dizer para nós, ele nos diz em Jesus.”

Ele também destaca que tudo que vem antes do Evangelho é preparação para Jesus e tudo que vem depois é para ajudar a viver o auge que é Jesus.

Francisco Orofino reforça que os quatro Evangelhos são fundamentais para conhecermos os gestos e as palavras de Jesus, bem como sua Paixão, Morte e Ressurreição. Mas todo o Novo Testamento quer mostrar como Jesus aponta um caminho seguro para se chegar ao convívio com Deus.

4. Dicas para ler bem
A leitura bem-feita ajuda o leitor a analisar o texto e a situá-lo em seu contexto de origem. Veja dicas importantes.

- Aproxime-se do texto através de perguntas bem simples: Quem escreve o texto? Onde? Por quê? Quando? Para quem escreve?

- Analise a situação histórica em dimensões como: econômica, social, política, ideológica, afetiva, antropológica e outras. Trata-se de descobrir os conflitos que estão na origem do texto para, assim, perceber melhor a encarnação da Palavra de Deus na realidade conflitava da história humana, tanto deles como na nossa.

- Descubra qual imagem de Deus aparece e o que Ele tinha a dizer ao povo naquela situação histórica; o que Ele significava e como Ele se revelava; como o povo assumia e celebrava a Palavra do Senhor. Resumindo: ler o texto dentro do contexto para não se ter pretexto para manipular o texto. O método é apenas uma ferramenta para facilitar a leitura da Bíblia.

- Siga os passos propostos, pois ajuda a pessoa a não se perder no caminho. No entanto, com o tempo, por meio do estudo e da convivência com o povo, cada um vai encontrando o seu próprio jeito de estudar e saborear um texto bíblico.

- A busca da mensagem do texto para a época em que foi escrito é importante, mas essa mensagem só estará completa quando interpretamos e atualizamos o texto para o contexto da nossa realidade. A meditação tem como objetivo responder às perguntas: O que há de semelhante e diferente entre a situação do texto com a minha vida? Este texto que acabei de ler traz luz, esperança, novo alento para nós hoje? O que esse texto ilumina nos desafios que enfrentamos hoje?

- A contemplação também ajuda a entender o que Deus está querendo.

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