quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Catequese: A devoção das sete dores de Nossa Senhora

É antiga a tradição que faz memória dessas dores de Nossa Senhora e que busca difundir a devoção a essa Mãe dolorosa


No dia 15 de setembro celebramos a memória de Nossa Senhora das Dores. Não é por acaso que esta celebração esteja tão próxima da festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos no dia anterior. A cruz de Jesus, uma das dores, talvez a mais forte, de Maria, é instrumento da nossa salvação. E junto a essa mesma cruz se faz explicita a missão de Nossa Senhora de ser a mãe de todos os discípulos de Jesus. A Cruz e Maria estão unidos pelo laço de amor que une uma mãe a seu filho.

Durante a vida de Maria outras cruzes a prepararam para esse momento da morte de seu filho e outras ainda seguiram depois dela. É antiga a tradição que faz memória dessas dores de Nossa Senhora e que busca difundir a devoção a essa Mãe dolorosa. Já no século oitavo os escritores eclesiásticos falavam da “compaixão da Virgem”, fazendo referência a participação da Mãe de Deus nas dores do Crucificado. Os monges servitas, que tinham uma profunda devoção às dores de Maria, mas apenas em 1814 que o Papa Pio VII fixou a Festa de Nossa Senhora das Dores para o dia 15 de setembro.

As listas das dores de Maria variaram um pouco no tempo, mas a que se tornou mais difundida foi a seguinte:

1. A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas 2, 34-35)
2. A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2, 13-21);
3. O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas 2, 41-51);
4. O encontro entre Maria e Jesus no caminho do Calvário (Lucas 23, 27-31);
5. Maria observando o sofrimento e morte de Jesus na Cruz (João 19, 25-27);
6. Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27, 55-61);
7. Maria observa o corpo do filho a ser depositado no Santo Sepulcro (Lucas 23, 55-56).

A partir dessas dores, podemos pensar em como Maria nos auxilia em nosso peregrinar de fé:

Podemos ver que a experiência dolorosa acompanhou Maria durante toda a sua vida. Desde que era uma jovem, quando apresenta seu recém-nascido no templo, cumprindo com a Lei dos judeus, até o momento ápice de dor, ao ver seu filho morto na Cruz. Só nesse aspecto poderíamos meditar durante muito tempo, porque o mundo em que vivemos parece ir em uma direção totalmente contrária a essa. Mesmo sabendo que não é possível uma vida sem dor, muitos parecem gastar sua vida inteira tentando fugir de qualquer experiência negativa, acreditando inclusive em falsos profetas que prometem o fim de todas as dores já aqui nesse mundo. Como poderíamos olhar para Nossa Senhora dolorosa e ao mesmo tempo querer que a nossa própria vida não tenha nada de dor? A perspectiva precisa ser outra, a perspectiva que ela teve pela fé. A dor, o sofrimento e a morte, se unidos ao seu Filho Jesus, nunca têm a última palavra. É a vida e a ressurreição que reinam ao final para aqueles que souberam permanecer firmes na fé.

E foi isso que Maria fez. Permaneceu firme na fé em todos os momentos difíceis, inclusive, conta o Evangelho, que estava de pé junto a cruz, como símbolo de sua fé viva, mesmo em meio a tanto ódio contra seu Filho. Por isso ela é capaz de recebe-lo em seus braços, morto, e de sepultá-lo com a esperança de que ao que ela estava vivendo sucederia a vitória do amor. O amor venceria a morte e nos traria a salvação, a reconciliação da humanidade com Deus.

Que nesse dia possamos unir-nos às dores de Maria, para que aprendamos com ela a viver a dimensão da Cruz que todo cristão está chamado a viver, para com Jesus sairmos também vitoriosos nessa caminhada que estamos fazendo até o encontro definitivo com Deus no céu.

Ir. João Antônio
A12.com

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